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sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Montenegro: aquém do esperado

por vitorcunha

O discurso de candidatura de Luís Montenegro fez sentido na parte em que identificou a letargia taciturna do baronato balofo do PSD, personificado em Rui Rio. Foi um discurso interessante, com pontos muito válidos, mas não deixou de saber a pouco. Algumas das preocupações que Montenegro exprimiu pareceram uma prova de degustação gourmet: pratos minusculos, porém vistosos, com nomes mais longos que a sensação de satisfação que originam.

A inteligência artificial? O empreendedorismo? A falta de regulação de negócios na internet? Nada disto corresponde a questões com qualquer importância. Perante o risco de incêndio anunciado, ninguém se mobiliza para discutir a tragédia que será limpar a tinta feita por encomenda da marquise. Luís Montenegro falou, mas para um certo PSD habituado a alguma palha discursiva, exacerbando um voluntarismo pouco direccionado para as grandes questões. Europa, imigração, o sufoco fiscal, apesar de mencionados de raspão, obtiveram o mesmo destaque que a inteligência artificial e os negócios da internet. É pena: foi pouco e errou liminarmente ao referir mais regulação num país que até regula se um indivíduo pode expressar ideias no programa do Goucha.

Precisamos de mais. Muito mais. Precisamos que o discurso seja para pessoas reais, mobilizáveis, não um discurso baseado em clichés de brainstorming colectivos pouco editados. De qualquer das formas, está dado o mote: ainda há tempo para melhorar.

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