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sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Prenderam o Robin dos Bosques da Justiça

  por estatuadesal

(In Blog O Jumento, 17/01/2019)

rui pinto

Andamos há muitos meses a assistir a uma novela que poderia chamar-se “O Robin dos Bosques da Justiça portuguesa”, um assaltante justiceiro muito original já que enquanto o inglês era o inimigo número um do Xerife de Nottingham, o nosso Robinzinho parecia ser muito apreciado pela Justiça.

Nalgumas estações de televisão, onde muitos advogados optam por acompanhar os processos já que dá mais trabalho ir aos departamentos da justiça. Principalmente quando ainda estão em segredo de justiça, o Robin dos computadores era muito apreciado. Muitos jornalistas deste país não se cansavam de justificar a impunidade do seu Robin, já que graças a ele se podia apanhar tudo o que era criminoso.

Já que em democracia há limites aos poderes policiais e estes são condicionados e controlados para evitar abusos, dava muito jeito haver alguém que não respeitasse quaisquer regras ou direitos constitucionais, obtendo provas que depois caberia à Justiça ir verificar. Foi assim que foram abertos vários inquéritos, com base nos quais se promoveu a técnica do arrastão, daí resultando mais processos.

Na hora de justificar a ineficácia nas supostas tentativa de acabar com a carreira criminosa do Robin os nossos xerifes justificavam que entrar em computadores alheios era um crime menor. Mas parece que, afinal, há crimes maiores e lá prenderam o rapazola. Enfim, coincidência ou não parece que a invasão da PLMJ levou ao fim da carreira do mariola (ver notícia do ataque informático em causa, aqui).


Nota da Estátua. Para quem não sabe a PLMJ é uma das grandes sociedades de advogados de Lisboa - o mesmo é dizer, do país -, por onde tem passado grande parte dos grandes negócios e disputas judiciais das últimas décadas e onde pontifica o conhecido e mediático advogado José Miguel Júdice. Para mais detalhe sobre esta entidade que paira na sombra sobre muito do que se passa na política e nos negócios em Portugal, ver aqui  e aqui .

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