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domingo, 17 de março de 2019

PPM barriga de aluguer para Chega e D21

16/03/2019 by António de Almeida

O PPM foi um partido com tradição no panorama político português, tendo inclusivamente integrado dois governos constitucionais. Até agora mereceu o respeito mesmo dos que discordavam do seu programa, tão legítimo quanto qualquer outro em democracia. Presta-se agora ao triste papel de barriga de aluguer para projectos políticos que apostaram tudo nas redes sociais, mas que não conseguiram até ao presente a necessária legalização no Tribunal Constitucional, que lhes permitiria disputar eleições.

Factos são factos, existem muitos eleitores que se situam à direita do PS e que pelas mais variadas razões, não se revêm ou não confiam no PSD ou CDS. Durante a presente legislatura foram várias as correntes que se movimentaram no sentido de formar novos partidos, mas por agora, apenas a Aliança de Pedro Santana Lopes e a Iniciativa Liberal alcançaram o objectivo. Os movimentos Democracia 21 e Chega ainda não são partidos políticos, porventura sê-lo-ão um dia, mas hoje ainda não o são e com o prazo para apresentar candidatura às eleições europeias a esgotar-se, eis que o PPM decidiu integrar André Ventura nos seus candidatos às eleições europeias, o mesmo acontecerá com o D21.
Lembram-se do que aconteceu ao MPT quando apostou em Marinho e Pinto? O PPM acaba de abrir o caminho à sua extinção, o D21 que forçosamente ocupará um lugar subalterno face aos parceiros dificilmente alcançará o estatuto de partido político e será André Ventura quem irá a votos. O sucesso ou insucesso eleitoral do comentador televisivo é outra questão, será até interessante de ver face à dificuldade na obtenção das assinaturas que permitiriam a legalização, qual o resultado que conseguirá alcançar, se estamos perante algo que veio para ficar, ou se pelo contrário será um fenómeno efémero.

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