Posted: 11 Apr 2019 08:09 AM PDT
Amanhã à tarde, Wendy Carlin, uma das coordenadoras do projeto CORE, vai estar em Portugal para apresentar as propostas de transformação do ensino e currículos dos cursos de Economia.
Carlin e os seus colegas desenvolveram um manual online, de acesso livre aqui, que pretende constituir um instrumento de ensino da Economia mais abrangente e plural. Em traços gerais, embora represente algum avanço em relação aos manuais tradicionais utilizados nas faculdades (sobretudo pela relação que procura estabelecer entre a teoria e alguns exemplos empíricos), este manual não inclui de forma estruturada as várias correntes de pensamento e os principais debates da disciplina, cingindo-se na maioria dos temas à teoria neoclássica, dominante na academia e no ensino (como discutido num artigo publicado no ano passado na Review of Political Economy). Neste aspeto, o projeto não difere substancialmente do ensino atual.
Amanhã discutiremos os avanços e as limitações deste projeto no ISEG, a partir das 14:30h (Anfiteatro 1, Ed. Quelhas). Fica o convite para todos e todas as interessadas.
Posted: 11 Apr 2019 02:27 AM PDT
Neste mês de Abril completam-se 20 anos desde que, em Abril de 1999, começou a ser publicada de forma regular uma edição portuguesa deste jornal (existente em França desde 1954). Tinha havido antes uma experiência efémera de publicação do mensário O Mundo diplomático, pela Dom Quixote e com direcção de Snu Abecassis, iniciada em Janeiro de 1976 e que durou cerca de um ano. Mas o período pós-revolucionário ia já bem longe quando em 1999, coincidindo com os vinte e cinco anos do 25 de Abril, a equipa dirigida por António Borges Coelho, com Jorge Araújo e depois Edgar Coreia como editores, deu início a 20 anos de publicação regular de uma edição portuguesa, a partir de 2006 publicada pela cooperativa cultural Outro Modo, com mais componente redactorial portuguesa e já no quadro de um vasto conjunto de edições internacionais pelo mundo fora (em 2018 eram vinte e nove, publicadas em dezoito línguas) (...) Não nos escondemos atrás de uma concepção neoliberal dos media, nem da democracia, para achar que as nossas páginas são meros espaços onde cabe tudo, sejam opiniões infundadas ou comentários ofensivos e discriminatórios (racistas ou sexistas, mas também classistas…), sejam formas de corrosão da racionalidade pela arbitrariedade. Não somos um espaço, muito menos neutro. Somos um projecto, exigente com a verdade e respeitador do jornalismo como garante da democracia. É neste projecto que queremos continuar a contar os com nossos leitores.
Sandra Monteiro, A nossa informação, as vossas escolhas, Le Monde diplomatique - edição portuguesa, Abril de 2019.
Para lá de excertos do editorial da grande responsável pela longevidade deste projecto cooperativo, deixo-vos também o resumo de um número muito especial:
“Neste Abril assinalamos 20 anos de edição portuguesa do Le Monde diplomatique e oferecemos, na compra do jornal, um suplemento com artigos sobre Portugal que foram publicados antes de haver esta edição. Nas décadas de 70, 80 e 90 o jornal tratou, entre outros, os temas da Revolução de Abril, das duas intervenções do FMI, da adesão à CEE e da integração na globalização neoliberal. Um suplemento que começa a revelar um arquivo fundamental para compreender o mundo.
Na componente portuguesa, destaque para um outro balanço de 20 anos, os de Portugal na moeda única, entre o sonho e o pesadelo (Vicente Ferreira). Ana Jara analisa transformações em Lisboa, uma cidade cada vez mais retalhada e com novas lógicas para o espaço público. José Aranda da Silva reflecte sobre a importância de uma nova Lei de Bases da Saúde para inverter o rumo da anterior e João Luís Lisboa sobre o que nos dizem dos sentidos do presente as polémicas recentes em torno das comemorações da viagem de Fernão de Magalhães. O escritor José Luís Peixoto traz-nos, num conto, as ‘Vozes submersas’ dos mergulhadores-apanhadores de algas no concelho de Odemira.
No internacional, acompanhamos a contestação social na Argélia, as eleições em Espanha e a escalada repressiva em França. Procuramos compreender a geopolítica internacional presente na concorrência entre os Estados Unidos e a China, potência cada vez mais importante e mais apresentada como ameaça, bem como nos movimentos de negociação, separada, entre norte-americanos e russos com os talibãs, sobre o futuro do Afeganistão. A subcontratação da política de asilo e de refugiados na Austrália ou, noutro ‘continente’, a sociologia dos sítios de encontros na Internet ou a relação do digital com o espaço público, são também temas de destaque. E prossegue a série sobre as ‘fake news’.”
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