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quarta-feira, 19 de junho de 2019

Entre as brumas da memória


O PS orgulhosamente só

Posted: 18 Jun 2019 11:33 AM PDT

Chumbada proposta do PS para nova Lei de Bases da Saúde.
«Todos os partidos votaram contra, à excepção do PS.»
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Os portugueses, esses mentirosos compulsivos

Posted: 18 Jun 2019 10:06 AM PDT

Isto é extraordinário! Olhem que eu já falei aqui de muitos destinos das minhas férias, mas que eu seja ceguinha se algum foi inventado. Que raio de país!

Um terço dos portugueses mente sobre o seu destino de férias.

«De acordo com uma sondagem da Jetcost, 31% dos portugueses mente sobre o seu destino de férias, o que equivale a três em cada dez pessoas. (…)

Segundo a mesma nota da Jetcost, 60% dos entrevistados responderam que já tinham mentido ou exagerado sobre qualquer aspeto das suas férias.

Entre as várias respostas, 36% dos entrevistados respondeu que mentiu sobre o que tinha feito, 31% sobre o destino onde tinham ido, 26% mentiu sobre a qualidade do alojamento, 24% sobre a quantia gasta, 20% sobre a quantidade de álcool consumida e 16% sobre o número de visitas turísticas e/ou atividades culturais realizadas.»

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A história contada pelos invisíveis

Posted: 18 Jun 2019 06:20 AM PDT

Pode ouvir AQUI uma crónica de Daniel Oliveira na TSF.

«O colonialismo português "não foi menos criminoso do que o colonialismo inglês, francês ou espanhol": "Só foi criminoso até mais tarde. Os massacres do Wiriyamu, em Moçambique, da Baixa do Cassange, em Angola, de Batepá, em São Tomé e de Pidjiguiti, na Guiné, aconteceram entre 1953 e 1971."»

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Os silêncios que não queremos ouvir

Posted: 18 Jun 2019 03:06 AM PDT

«A verdadeira exclusão social é feita de silêncio e de invisibilidade.

Um silêncio e uma invisibilidade que crescem numa Europa perdida entre o que foi (e o que sonhou ser) e o que é (e o que jamais virá a ser).

O silêncio e a invisibilidade que se escondem nos bares de alterne ou nas montras dos red district, sob luzes que camuflam destinos demasiado pobres, demasiado frágeis e demasiado sós, onde talvez, em tempos, tenham cabido sonhos, mas onde hoje já só cabe o medo. Destinos forjados no Brasil ou na Nigéria, na Roménia ou na Ucrânia e sustentados em violência, em abuso, em ameaça, ou até, quem sabe, numa promessa de amor.

O silêncio e a invisibilidade dos amanheceres passados nas limpezas dos grandes escritórios e armazéns, depois de o despertador tocar insuportavelmente cedo, chamando para dias que serão sempre longos, porque há mais escritórios e lojas para limpar ao cair da noite, ainda antes de o comboio (ou de o barco) embalar os corpos, num sono cansado, de regresso a casa.

O silêncio e a invisibilidade dos bairros das periferias de Paris, de Bruxelas, de Amesterdão, de Madrid (e de Lisboa, sim, de Lisboa), europeus na geografia e magrebinos ou africanos no pulsar quotidiano, onde as chamadas segundas e terceiras gerações de imigrantes se enchem de nada, arrastando as horas e as vidas, desencontrados entre as suas origens étnicas e religiosas (remotas) e o seu futuro de cidadãos europeus (mais remoto, ainda).

O silêncio e a invisibilidade das casas velhas, habitadas por gente velha, que engana a solidão com os gritos de um televisor permanentemente ligado, no costumeiro desfile diário de infortúnios alheios, enquanto as paredes suspiram por essa remodelação, que as há-de transformar num concorrido apartamento de alojamento local.

Porque a verdadeira exclusão não se mede em subsídios e prestações sociais, nem em estatísticas de intencionalidades variadas. Nem tão-pouco a desigualdade e a injustiça se aferem em contestações e revoltas, mais ou menos mediatizadas.

A exclusão, a verdadeira exclusão, sente-se no silêncio e na invisibilidade em que já se nasce, em que já se morre, e em que tantos vivem, numa Europa presa entre a retórica balofa da tecnocracia e os jargões acéfalos do preconceito fácil.

A exclusão, a verdadeira exclusão, sofre-se no silêncio e na invisibilidade de gente que não é interessante do ponto de vista eleitoral (porque não vota) e, por isso, é esquecida pelos políticos.

O silêncio e a invisibilidade de gente que não é, também, interessante do ponto de vista dos media, porque não tem voz, nem tem rosto e, por isso, não costuma fazer notícia, excepto quando o silêncio se faz grito ou a sombra se faz sangue. E, nesses momentos, logo acorrem todas as carpideiras, todos os profetas da desgraça e todos os messias bem-intencionados, em discursos pungentes e em directo para as câmaras de televisão, devidamente acolitados por várias cabeças em concordantes acenos, prontos a debandar, todos eles, para outras paragens de, igualmente efémera, relevância mediática.

A exclusão, a verdadeira exclusão, que se reveste de silêncio e se cobre de invisibilidade, é desistência, ou desesperança, ou raiva, ou é tudo isto misturado, numa Europa que, velha, abúlica e atordoada, pouco mais faz do que desviar o olhar, ao mesmo tempo que diz, entredentes e para si própria, que para incómodo já lhe basta a vida.»

Maria José da Silveira Núncio

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Cazaquistão

Posted: 17 Jun 2019 02:30 PM PDT

No passado dia 9, realizaram-se eleições presidenciais no Cazaquistão, um país da Ásia Central a que ligamos pouca importância. E fazemos mal, porque é o nono do mundo em extensão, com uma área superior à da Europa Ocidental, e um peso considerável na área, aparentemente com tendência para crescer.

Foi governado durante trinta anos por Nursultan Nazarbayev, que renunciou ao cargo em Março deste ano e nomeou como presidente interino Qasim-Yomart Tokayev – seu candidato favorito e, infelizmente, vencedor óbvio das eleições agora realizadas. Houve alguma contestação que foi reprimida, o novo presidente dá aparência de alguma abertura (como se vê no vídeo com uma entrevista divulgada agora pela Euronews), mas… as liberdades ainda vêm longe.

Estive lá há três anos e escrevi um texto que sobre a belíssima capital do país – então «Astana» e agora rapidamente baptizada com o nome do ex-presidente, «Nursultan», assim que este renunciou ao cargo. Esclarecedor, não?

Não sei se se realizará a previsão que um cazaque me transmitiu quando lá estive: «Esperamos que o “nosso presidente”, que tem 77 anos, ainda dure muito: já encheu os bolsos há que tempos, depois fez bem ao povo. Quando vier outro, vai primeiro encher os bolsos.»

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