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quinta-feira, 8 de agosto de 2019

A greve dos camionistas, o Governo e o PS

por estatuadesal

(Carlos Esperança, 08/08/2019)

Faltou ao camionista Pardal Antunes, um advogado sem carta de pesados nem tradições sindicais, a envergadura das asas para os voos da sua ambição, apesar de ter chegado a vice-presidente do sindicato que o alugou e o vai despedir. Enganou trabalhadores, que tinham razões justas, e quis enganar o país, que também tem as suas razões.

Quando ontem anunciou que vivia em ditadura, ele que tem mais audiência na RTP do que qualquer ministro, mais microfones para debitar ameaças do que o Governo para se defender, mais tempo para dizer asneiras do que os governantes para protegerem o País, não pôs os portugueses a rir com a ditadura que inventou porque é livre a asneira e não surpreende o dislate.

Quando o camionista honorário disse que sentia vergonha de ser português, não pensou que era mais fácil os portugueses terem vergonha dele, se acaso estranhassem políticos exóticos e sindicalistas de aviário ou em comissão partidária.

O ainda vice-presidente do SNMMP enredou-se numa luta de promoção pessoal à custa de um sindicato minoritário onde pensava fazer carreira no sector dos transportes com a simples carta de ligeiros. Se tivesse êxito, ofereceria os seus serviços aos sindicatos dos maquinistas da CP, pilotos de cacilheiros, motoristas de autocarros, transportes urbanos, táxis e outros veículos. Falhou uma promissora carreira e vai mudar de ramo.

Prestou um grande serviço ao PS, ao contrário do que prestou aos colegas camionistas. Não podendo o Governo deixar paralisar o País, respondeu de forma musculada. Nem podia ser de outra forma perante tamanha chantagem e riscos para o País. Até o PR se arrependeu da boleia dos camionistas, e retratou-se em público.

Quem não distingue bombas de combustíveis de bombas incendiárias, dá combustível aos adversários para se queimar. Diz-se da propaganda pessoal que o advogado Pardal Antunes andou a fazer «ir em busca de lã e vir tosquiado», para prejuízo dos que lhe pagaram tão maus serviços.

Resta-lhe ser cabeça de lista, por Lisboa, do partido de Marinho Pinto, um advogado de passado democrático que ultimamente tem acertado na escolha de pessoas suspeitas. Pela minha parte prefiro uma ditadura de 25 partidos políticos à democracia de um só e não espero pela posição dos partidos para tomar a minha.

Apostila: 1 – Espero que, nas medidas que tomou, o Governo tenha cumprido a lei, pois não aceito que despreze o quadro legal para impedir o direito à greve.

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