Aquilo que demorou 20 anos a negociar pode ser posto em causa antes mesmo de ser ratificado. França, Irlanda e Finlândia querem que a desflorestação da Amazónia tenha consequências para o Brasil. Agro-industriais brasileiros receiam o preço a pagar.
23 de Agosto de 2019, 12:56 actualizado a 23 de Agosto de 2019, 21:36
O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, disse que as acusações de Jair Bolsonaro às ONG são "orwellianas" ADRIANO MACHADO/REUTERS
A Finlândia, que detém até ao final do ano a presidência rotativa da União Europeia (UE), pediu nesta sexta-feira aos outros Estados-membros que considerem a possibilidade de banir as importações de carne brasileira como resposta à devastação causada pelos fogos na floresta amazónica. Ao mesmo tempo, Irlanda e França ameaçaram bloquear o acordo entre entre a UE e o Mercosul alcançado em Junho, após 20 anos de negociações. Vontades políticas que expressam o desejo de punir o Governo do Presidente Jair Bolsonaro, cuja política está a ser responsabilizada pelo desastre ambiental.
“O ministro das Finanças, Mika Lintilä, condena a destruição da floresta tropical e sugere que a UE e a Finlândia devem ponderar urgentemente a possibilidade de banir importações de carne do Brasil”, afirma o comunicado do Ministério das Finanças finlandês, citado pela Reuters.
O Presidente francês, Emmanuel Macron – que acolhe este fim-de-semana a cimeira do G7 em Biarritz –, acusou também nesta sexta-feira Jair Bolsonaro de “mentir” e de não respeitar os compromissos ambientais que tinha assumido na reunião do G20. “Dada a atitude do Brasil nas últimas semanas, o Presidente nota que o Presidente Bolsonaro mentiu na cimeira de Osaka”, no Japão, sublinha o Eliseu em comunicado. Por isso, “a França opõe-se ao acordo do Mercosul”.
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