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sexta-feira, 24 de abril de 2020

EUA, um país rico ou um país pobre?

por estatuadesal

(Joaquim Vassalo Abreu, 23/04/2020)

Num texto que publiquei em 31-03 p.p, que titulei de “O Combate ao Covid 19” eu escrevi acerca de Trump e da “sua” América o seguinte, ainda a Pandemia lá não tinha assentado arraiais:

Na sua postura inicial arrogante Trump não cuidou de saber, nem soube ouvir, que perante um vírus desta natureza os EUA estariam tão frágeis como quaisquer outros países, mas mais frágeis ficaram quando subestimando a sua propagação foi tardio a tomar medidas.

E, posto isto, tendo em consideração os seus precários Sistemas de Saúde, onde prevalecem os Seguros (quase um terço da população ou não têm qualquer Seguro ou tem apenas o mais básico) e de Assistência Social, muito se teme que possa vir a acontecer uma autêntica desgraça humanitária naquele que dizem ser o país mais rico do mundo…”

Passados pouco mais de três semanas, para além do que eu previ, e também não era exercício extraordinário prevê-lo, ficaram ou vieram à superfície e de um modo clamoroso, todas as debilidades dessa “grande América”, grande sim mas só para uns quantos.

E o que vemos? Vemos um país sem infraestruturas básicas que salvaguardem as pessoas mais débeis; vemos uma ausência de um Estado Social universal e igualitário; uma ausência total de uma Assistência Social também ela universal; vemos uma Saúde só para quem pode, através dos Seguros, que exclui e abandona todos os que não os possuem…

Vemos uma Sociedade, mais de um terço da sua população, abandonada à sua sorte e agora ao sabor de um Vírus…

E essa “grande América” começou agora, realmente, a mostrar a sua verdadeira face: um país comandado por algumas elites egoistas e egocêntricas, completamente desfasadas do seu  Povo e da sua realidade e apenas confiando em que a “ caridade” das pessoas mais conscientes e as comunidades possam obviar…

Mas a eles o que os preocupa são as suas acções na Bolsa e tudo o resto são números pois a única coisa que sabem ler são números…

Mas os números são muitas vezes traiçoeiros e chega até a dar pena assistir aos avanços e recuos de um presidente que, não percebendo nada do que se está a passar, a dirige apenas sob o impulso da sua intuição para os negócios, como se isto de isso algo fosse…

E vai-se notando o seu ar de assustado: para quem, qual “Super Homem” que ele julgava encarnar, vê de olhos esbugalhados que no total de infectados no mundo inteiro pela Covid 19 o seu  “grande” país representa mais de um terço e os mortos idem.

Mas não só: é também o desprezo total que vem demonstrando pelos seus cidadãos quando permite, e vimos imagens de Nova York, que gente, pessoas humanas iguais a si tanto na nascença como na morte, sejam despejadas para uma vala comum por, mesmo sendo cidadãos, não merecerem da sua Pátria qualquer consideração…

Mas a História, como nos ensinava o Nosso Pai, ela volta sempre por mais voltas que possamos dar,  e muitas vezes  castigadora até, pois faz humildemente de nós todos iguais perante o seu poder…

E Trump está a provar dessa “cicuta”: o seu “poderoso”  States em pouco mais de um mês já perdeu cerca de trinta milhões de “Jobs” e todos foram direitinhos para as portas do Fundo de Desemprego! Mas Trump, num acto de autêntica e magnânima compaixão, vai mandar a todos eles um cheque de mil dólares, mas assinado por ele, para saberem quem os salvou…por um mês!

É que à pobreza de sentimentos junta-se muitas vezes, e neste caso também, uma ainda maior: a pobreza de espírito…”Quo Vadis America”?

A suposta “grande América” perante um desafio destes reage assim…mas pagando pelos seus enormes pecados, mas sempre mais o justo que o pecador…

Será que o “balão” que é a sua “riqueza”, feita de especulação e dívida, ainda lhe vai rebentar nas mãos?

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