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sexta-feira, 24 de abril de 2020

Sonhar com uma bazuca no 25 de Abril?

Curto

Filipe Garcia

Filipe Garcia

24 ABRIL 2020

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Bom dia,

Começo por apresentar as minhas desculpas, mas ainda não é hoje o dia em que o Expresso Curto volta a ser servido livre da pandemia. É que mesmo que a discussão já esteja sobretudo centrada em como se relançarão economias e vidas, a ordem continua a ser para ficar em casa, para ter cuidado, para usar máscara e não facilitar. Afinal, não diziam há umas semanas que é de uma guerra que se trata?
António Costa já falou do medo de ter de se valer de uma fisga, do risco de ter de lutar com uma ligeira pressão de ar e do sonho de contar com uma bazuca para a batalha que se avizinha dura. Na busca de armas que reúnam consenso, ontem foi dia de mais um Conselho Europeu e a versão menos letal parece ter ficado afastada. “Fisga não será de certeza. Resta saber se será pressão de ar ou uma bazuca”, disse o primeiro-ministro no final da reunião.

Para já foram aprovadas linhas de apoio rápidas a rondar os 540 mil milhões de euros e que deverão começar a ser disponibilizados aos 27 membros no próximo mês. Parece muito dinheiro? Não é. A 'bazuca' com que António Costa sonha é um fundo de recuperação que poderá rondar os 1,5 biliões de euros. O que se sabe e o que ainda está por definir, pode ler AQUI.

Venha a festa de Abril

E lá chegámos à véspera do 25 de Abril que mais polémica gerou nos últimos anos. O local da celebração, as ausências e as presenças, o número de convidados, as regras e o local da celebração, tudo foi discutido. Afinal, em época de pandemia e, sobretudo, com críticos e apoiantes com demasiado tempo livre, é fácil lançar abaixo-assinados contra e a favor, trocar insultos e ofensas durante dias a fio. Numa altura em que liberdades e direitos se discutem como nunca, o essencial será cumprido e a data não deixará de ser assinalada, na Assembleia da República, à janela a cantar a Grândola Vila Morena ou pelo Facebook. Os detalhes pode ler aqui, 25 de Abril sempre, mas em modo virtual. As comemorações pelo país.

O trambolhão do comércio internacional

As últimas previsões do Fundo Monetário Internacional são tudo menos animadoras. Se com a crise de 2009 o produto mundial registou uma quebra de 0,1%, agora a estimativa é que a redução seja de 3%, resultado de uma guerra comercial entre Estados Unidos e China, da instabilidade no mercado petrolífero e, naturalmente, de uma pandemia cuja total extensão dos danos continua por se descobrir. Para tentar perceber o titubeante equilíbrio da economia global, vale a pena ler “Como a covid-19 provocou o colapso do comércio internacional”.

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