04/05/2020 by João Mendes 4 Comments
Ainda sobre as comemorações do Dia do Trabalhador, aqui vai um excerto do decreto presidencial (Presidente da República = Marcelo Rebelo de Sousa) que renova o estado de emergência para a sua terceira e última fase. A renovação foi aprovada com os votos do PS, PSD, BE, CDS e PAN, as abstenções do PEV e do Chega, e os votos contra do PCP, IL e Joacine Katar Moreira.
O decreto, que não está sujeito a aprovação parlamentar, é da exclusiva responsabilidade de uma pessoa: Marcelo Rebelo de Sousa. Não vou transcrever o que está escrito na imagem, parece-me claro e o destaque é objectivo, mas vou dizer isto: resumir esta situação a uma cedência do governo ao PCP e à CGTP não é apenas um absurdo. É, apenas e só, mais um exercício de manipulação da direita trauliteira do costume, ancorada nos observadores e no Twitter.
Quer isto dizer que fui a favor da celebração que se realizou no passado dia 1 de Maio? Não, não fui. Seria a favor de uma celebração mais comedida, com menos figurantes e que não fosse usada como arma de arremesso ou demonstração infantil de poder. Acho até que a cerimónia, e todo o ruído que se gerou à volta dela, foi prejudicial aos interesses da minha área política, mas também aos interesses da esquerda conservadora e da própria CGTP. E os populistas da nova extrema-direita ficaram muito gratos por mais esta oportunidade de ouro de dar largas à demagogia, aldrabar mais alguns incautos e subir nas sondagens.
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