Democracias…
(Hugo Dionísio, in Facebook, 28/08/2024) Em Portugal, França, Reino Unido e outros mais, comandam os respectivos governos, partidos que têm entre 20 a 35% dos votos, num universo de participação que se situa entre os 50 e os 65%, o que torna estes governos representativos, no melhor dos casos, de 1/4 da população votante e menos de 1/5 da população residente. E tudo isto sem qualquer aliança. Apenas ao deus dará, como diria a minha avó. Logo se vê! Afinal, Washington primeiro e UE depois, decidem o que de importante há a decidir e, nacionalmente, só se joga a feijões. A isto, no Ocidente, chama-se "democracia", simplesmente porque alguém faz o favor de, de tanto em tanto tempo, deslocar-se a uma urna e, na grande maioria dos casos, de forma tão inconsistente, como inconsciente, depositar a sua "escolha" numa urna, garantindo que, no final, 80% das políticas adotadas o serão na direção dos interesses que lhe são opostos. Em Portugal, França e Reino Unido, as tendas nas ruas, o aumento da pobreza, a violência e o ódio, a sensação de insegurança e o perpetuar de problemas nos serviços de saúde públicos (caso mais grave em Portugal e RU), na educação, na justiça e no ensino superior, demonstram inequivocamente esta tendência. Esta tendência contrasta com o aumento do preço das casas e a venda de casas de luxo, o incremento da venda de automóveis de luxo, com a transferência de riqueza da classe trabalhadora para a classe proprietária.
Quem mais tem, tem mais de tudo! Mais liberdade, mais cultura, mais saúde, mais educação, mais tempo de lazer, mais filhos, mais desporto... Não existe liberdade sem base material e a democracia não pode limitar-se a um direito formal, etéreo e abstrato que se limite a validar as escolhas que legitimam a acumulação e concentração de riqueza por uma parcela, cada vez mais pequena, da população. As experiências mais democráticas são as que mais justamente dividiram essa base material e por isso foram - e são - tão atacadas, contidas e subvertidas. Depois do que sucedeu em França hoje (ver artigo aqui), em que um governo assente numa ampla minoria derrotada, que prende manifestantes, donos de redes sociais, jornalistas e outros ativistas, acreditar que esta "democracia", esta amostra de sufrágio, dá lições de moral a quem quer que seja... Não é cegueira... É doença! É imoral. E vêm eles falar das “venezuelas” desta vida... Que grande "democracia" nos saiu. À porta da minha casa moram uns quantos "democratas" em tendas! Parco prémio! Tão grande quanto aquele questes governos representam! |
Sem comentários:
Enviar um comentário