O recurso ao terrorismo por parte do Ocidente
(Raphael Machado in Twitter 31/07/2024) Não há nada a lamentar no martírio de Ismail Haniyeh, dirigente político do Hamas e uma das principais lideranças políticas de Gaza. Como disseram as Brigadas Al-Qassam em seu comunicado oficial, é um "orgulho" e uma "honra" anunciar o martírio de Haniyeh. Para aqueles que participam em uma espiritualidade guerreira, o martírio e a morte em combate representam uma passagem imediata para uma dimensão superior, onde os mortos heroicos, homens seletos e augustos, não "descansarão", mas se alinharão nas fileiras de um outro exército e travarão a guerra em um outro nível. De resto, Haniyeh cumpriu a sua missão. Ele, inclusive, só ascendeu à liderança política do Hamas recentemente e sob sua tutela a Resistência Palestina deu o mais duro golpe a Israel desde o surgimento do Estado sionista. Ademais, Haniyeh, com a ajuda da Rússia e da China, plantou as sementes da reunificação política entre todas as fações palestinas, incluindo as da Autoridade Palestina. Ele já marcou seu nome na história e saiu do teatro da vida precisamente como gostaria: por meio do ferro e do fogo. Isso é algo integralmente incompreensível para o ocidental contemporâneo e a sua espiritualidade de camundongo, que se baseia em buscar o conforto, a satisfação pessoal, etc. Quanto a Israel e essa decisão de martirizar Haniyeh, ela vem junto com ataques em Beirute e outros ataques desesperados, ou ameaças de ataque, em outros lugares do mundo, especificamente contra as forças contra-hegemónicas.
Isso certamente foi combinado durante a viagem de Netanyahu como uma tentativa de acelerar a situação no Oriente Médio para provocar um conflito de maior escala e, com isso, atrair os EUA para a região. O próprio Haniyeh, por exemplo, era o principal negociador da paz no campo palestino, muito tranquilamente disposto a transigir para alcançar um resultado satisfatório em um acordo. Não há nenhuma garantia de que ele será substituído por alguém ainda mais disposto à paz - ao contrário, a tendência é que não haja espaço para negociar a paz por um bom tempo depois disso. Não obstante, essa aposta perigosa de Israel pode muito bem ser a sua ruína. Além das carestias materiais e da incapacidade de derrotar o Hamas em Gaza, agora Israel lida com conflitos civis entre diferentes facções do seu governo e de suas forças armadas, situações graves de insubordinação, além de protestos de todo tipo. E enquanto isso, o Hezbollah segue pressionando no norte. |
Sem comentários:
Enviar um comentário