Portugal – um retrato a preto e branco
(Por Maria Manuela, in Facebook, 20/08/2024) Obtido do site O Sítio dos Desenhos Portugal, dada a sua pequenez territorial e, sobretudo, dada a imensa apetência dos seus políticos pela subserviência e pela corrupção, é uma amostra perfeita daquilo em que se tornou o dito ocidente guiado, controlado e explorado pelos oligarcas neoliberais. Portugal chegou à “democracia” com uma situação financeira invejável e com grupos económicos fortes os quais poderiam ter sido uma importante alavanca no estabelecimento de outras indústrias nacionais, as quais garantissem ao país uma posição favorável aquando do seu ingresso na UE. Contudo foi feito exatamente o oposto. Não somente os grandes polos industriais já existentes foram desmantelados, como os deslumbrados e pategos políticos do após adesão à comunidade acederam a que, em Portugal, se trocasse indústria e serviços nacionais por milhares de quilómetros de asfalto, o qual garantia comodidade aos camiões do norte da Europa quando passaram a transportar os bens que entretanto Portugal deixou de fabricar ou produzir. E, daí para a frente, tudo neste triste retângulo povoado por uma enorme maioria de gente bovinamente complacente, foi feito ou para favorecimento da corrupção crescente entre políticos e um empresariado burguês e inculto, ou para acrescentar fundos ou subsídios europeus, os quais disfarçavam a enorme pequenez económica e a patética dependência financeira de um país entusiasticamente “ocidentalizado”. Com a crise da finança autofágica e predadora norte-americana de 2008, e subsequente crise da subserviente e manipulada Europa nas dívidas soberanas, Portugal viu um dos seus inúmeros casos de corrupção expostos num dos poucos bancos que ainda se encontravam em mãos nacionais. Serviu que nem ginjas a Bruxelas para aquietar exemplarmente a banca europeia e para obrigar a populaça bovinamente pacífica do rectângulo luso a pagar os desvarios corruptos de banqueiros e políticos. E não é que pagou? Pagou os bancos, pagou os políticos e pagou muitíssimo mais em perda dos poucos direitos sociais que ainda mantinha. Tudo para que este, agora TOTALMENTE dependente país, pudesse aceder a mais dívida, mais subsídios e mais “investimento” de fundos abutres estrangeiros, os quais paulatinamente, iam expulsando o povo bovinamente pacífico das suas casas, das suas cidades e da possibilidade de manter um nível de vida minimamente digno. Tudo na proporção direta em que se escancaravam portas a turistas e residentes estrangeiros, se transformavam cidades e povoações litorais em Luna Parques, se entregavam solos férteis e preciosa água a empresas multinacionais predadoras, e se importavam imigrantes à tonelada para lavar as retretes usadas pelos turistas e para serem escravizados pelas tais empresas de olivais, abacates e frutos vermelhos para norueguês consumir. Tudo na proporção directa em que se desmantelavam hospitais, centros de saúde, escolas, esquadras e demais serviços públicos, sem contudo se diminuírem os impostos sobre a tal população bovinamente pacífica que já trabalha mais de meio ano SÓ para os pagar.
|
Sem comentários:
Enviar um comentário