Mercenários dos EUA mortos na Rússia; Ocidente fica histérico com a alegada presença dúbia da Coreia do Norte
(Finian Cunningham, in Strategic Culture Foundation, 29/10/2024, Trad. da Estátua) A NATO e os líderes ocidentais preferem fantasiar sobre a Coreia do Norte do que admitir a verdade da sua “grave escalada” nas fronteiras da Rússia, e da sua ameaça imprudente à paz mundial. É uma grave escalada nesta guerra e uma ameaça à paz global, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, esta semana. Certamente é um desenvolvimento alarmante que mercenários americanos, canadianos e polacos tenham sido mortos em ação, em solo russo, esta semana. Os membros de uma unidade de reconhecimento e sabotagem foram eliminados pelas forças russas quando cruzavam a região de Bryansk, na Rússia, vindos da Ucrânia. Mas, von der Leyen e outros líderes ocidentais não disseram nada sobre isso. Eles estiveram a dar hiper atenção, em vez disso, a alegações precárias sobre tropas norte-coreanas enviadas para a Rússia. Imagens confiáveis da segurança russa mostraram os homens mortos deitados ao lado de armas pesadas, incluindo explosivos Semtex e lançadores de granadas antitanque, "o suficiente para explodir uma cidade pequena", foi relatado. Uma das vítimas tinha a tatuagem do 75º Regimento Ranger dos EUA, uma unidade de elite das forças especiais aerotransportadas. Não está claro se o soldado americano era um ex-membro do Exército dos EUA que se juntou a um grupo mercenário privado ou se ele foi transferido das fileiras do exército para lutar na Ucrânia contra a Rússia. De qualquer forma, a presença de combatentes militares dos Estados Unidos e de outros países da NATO em território russo é uma evidência clara de que as potências da NATO estão diretamente envolvidas na guerra por procuração da Ucrânia contra a Rússia. Washington e Bruxelas mantiveram a ténue ficção de que “apenas” fornecem armas à Ucrânia, mas que a NATO não participa no conflito com a Rússia, sendo esta uma potência nuclear. Essa ficção sempre foi um insulto ao senso comum. Os países da NATO têm-se envolvido ativamente no recrutamento de mercenários estrangeiros para lutar na Ucrânia. A Rússia estima que 15.000 a 18.000 militantes viajaram para serem mobilizados pelas Forças Armadas da Ucrânia desde que o conflito eclodiu em fevereiro de 2022. Muitos deles foram mortos ou feitos prisioneiros. Mercenários dos EUA, Grã-Bretanha, Canadá, Alemanha, França, Polônia, Países Bálticos e Geórgia foram identificados, bem como jihadistas da Síria treinados pelas forças de ocupação americanas em bases como Al Tanf. Estima-se que combatentes estrangeiros de mais de 100 países tenham acabado na Ucrânia, auxiliando o regime de Kiev patrocinado pela NATO. Alguns deles são, sem dúvida, “soldados da fortuna” ganhando ao dia de combate. Outros teriam que ser militares da NATO porque a operação de armas técnicas, como artilharia HIMARS e assim por diante, deve envolver a expertise de manuseio especial. Acredita-se que a incursão desesperada na região de Kursk, na Rússia, que começou em 6 de agosto, incluiu muitos mercenários estrangeiros. Uma empresa privada identificada, contratante de militares americanos, foi o Forward Observation Group. A mídia ocidental ignorou ou obscureceu amplamente os relatos de conexões da NATO com os combates no terreno. Não é surpreendente, dada a função de propaganda da mídia ocidental de “notícias”, no que é a guerra de informação. Enquanto isso, esta semana, o Secretário-Geral da NATO, Mark Rutte, anunciou preocupação de que tropas norte-coreanas estejam lutando na região de Kursk. Esta foi a primeira vez que a NATO fez a afirmação, oficialmente. Durante semanas houve especulações e rumores sobre tropas norte-coreanas, que se teriam juntado às forças russas. A mídia americana e europeia publicaram manchetes sugerindo que as alegações da NATO eram factos. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou: “Soldados norte-coreanos estão a ser enviados para dar suporte à guerra de agressão da Rússia. É uma grave escalada nesta guerra e uma ameaça à paz global.” Mas, um ceticismo saudável justifica-se. Rutte, da NATO, não forneceu nenhuma evidência para apoiar sua alegação. Ele, simplesmente, referiu-se às suas discussões com oficiais da inteligência militar sul-coreana. O ditador ucraniano, de facto, Vladimir Zelensky (ele cancelou as eleições há uns meses atrás) vem há meses alegando que milhares de tropas norte-coreanas estão a juntar-se às fileiras da Rússia na Ucrânia. Parece significativo que Zelensky se tenha encontrado com o presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, no ano passado na cimeira do G7 em Hiroshima. Foi o primeiro encontro deles. Imediatamente após esse encontro, a Coreia do Sul prometeu mais ajuda militar e financeira à Ucrânia. A esposa de Zelensky também fez viagens suspeitas à Coreia do Sul para comparecer em “eventos de mídia”. O índice de aprovação do presidente Yoon, entre o público sul-coreano, atingiu o fundo do poço devido a uma série de queixas, incluindo o alto custo de vida. Yoon é um falcão nas relações com a Coreia do Norte. Pyongyang criticou Seul por incrementar deliberadamente as tensões. Durante a presidência de Yoon, a Coreia do Sul tornou-se uma grande exportadora de armas, tendo vendido cerca de US$ 20 biliões em armas nos últimos dois anos. A Coreia do Sul está alertando que aumentará os seus fornecimentos militares para a Ucrânia, com base nas alegações de que as tropas norte-coreanas estão a ser enviadas para a Rússia. Parece haver muita dramatização sobre o suposto contingente norte-coreano. O regime de Kiev está amplificando as alegações como uma forma de envolver mais os Estados Unidos e a NATO na guerra por procuração em curso. A Casa Branca expressou preocupações sobre as alegações da suposta participação de Pyongyang. Para o presidente Yoon, a Ucrânia apresenta oportunidades para impulsionar os seus investimentos em investigação, agora em declínio, e os seus ganhos económicos com o aumento das exportações de armas. A mídia ocidental está afirmando, ilusoriamente, que o envio de tropas norte-coreanas é um sinal de desespero do presidente russo, Vladimir Putin, em relação às supostas perdas militares na Ucrânia. Essa alegação não faz sentido. As forças russas estão a avançar rapidamente para assumir o controlo total da região de Donbass, na Ucrânia. O lado apoiado pela NATO está a perder território agora, a um ritmo tão elevado que nunca ocorreu em mais de dois anos de conflito. A ideia de que a Rússia precisa de ajuda militar norte-coreana é implausível, se não absurda. Moscovo assinou um pacto de defesa mútua com Pyongyang no início deste ano. Se soldados norte-coreanos forem enviados para a Rússia, talvez para treino, isso é uma questão inteiramente legal, de acordo com o direito internacional. Não é a Rússia que está “desesperada”. A mobilização de mercenários americanos, e de outros países da NATO para a Ucrânia, é um sinal real de desespero de que o regime de Kiev ficou sem carne para canhão e está a envolver-se em provocações transfronteiriças. É claro que a NATO, e os líderes ocidentais, preferem fantasiar sobre a Coreia do Norte do que admitir a verdade da sua “grave escalada” nas fronteiras da Rússia, e da sua ameaça imprudente à paz mundial. |
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