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sábado, 23 de julho de 2016

Mais um massacre na Europa (Munique – Alemanha–22/07/2016)

Ali David Sonboly

Talvez o título deste post não devesse ser este, mas não me ocorreu outro.
Mais dez mortos e algumas dezenas de feridos, pouco tempo depois do tresloucado e horrendo massacre de Nice, faz a  Europa começar a entrar em pânico. Estes dois actos não foram reivindicados pelo DAESH, nem parece haver qualquer relação com esta organização terrorista. É chegado o tempo de nos começarmos a debruçar sobre as razões que levam estas pessoas a cometerem estas barbaridades. Isto já não tem nada a ver com religiões, mas com o modo como está a ser governada a nossa sociedade global.
Não foi a religião que levou o Breivik a matar 77 jovens, há cinco anos, num acampamento
numa ilha da Noruega. Não foi por motivação religiosa que o piloto alemão fez embater o avião contra uma encosta no Alpes, arrastando para a morte mais de duzentas pessoas, nem, muito provavelmente, o desaparecimento do avião da Malaysian Airlines em pleno Oceano Índico.



Nos EUA, os Republicanos elegeram um candidato às presidenciais de Novembro sem qualquer experiência política e cujas principais ideias que se conhecem são a de construir um muro na fronteira com o México e o direito de todos os americanos terem uma arma (será que vai abrir lojas de armas à porta das maternidades?).

Na Turquia as prisões em massa continuam, a reintrodução da pena de morte vai ser
discutida no Parlamento e as razões do “golpe de estado” continuam sem se perceberem, quem foram os seus mandantes, etc. Tudo nisto é muito obscuro, não se percebendo que a condenação do “golpe” até tenha sido apoiada pelos curdos que têm sido combatidos ferozmente pelo regime do Erdogan.

A mensagem que os governantes europeus têm passado para os seus governados é a de que estes não devem mostrar medo, porque é disso que se alimentam os terroristas, mas as suas atitudes desmentem a mensagem que querem passar. Vejamos: a França decretou o estado de emergência por mais três meses, a Áustria, atolada no extremismo de direita, decretou vigilância máxima em todo o país, especialmente na fronteira com a Alemanha, e a Senhora Merkel convocou de urgência o Conselho de Segurança Nacional. E ainda querem, com estas atitudes, que o povo não alimente receios?.

Vamos aguardas pelas cenas dos próximos capítulos.

Ovar, 23 de Julho de 2016
Álvaro Teixeira