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terça-feira, 7 de novembro de 2017

Traição


ladroes de bicicletas

Posted: 06 Nov 2017 03:54 AM PST


"A defesa nacional é um dos pontos nevrálgicos da soberania de cada país." (Teresa de Sousa, Público 5 Nov. 2017)
Ao assinarem o Tratado de Maastrchit e suas actualizações até ao Tratado de Lisboa, as elites portuguesas entregaram a soberania de Portugal com toda a tranquilidade, sem discussão pública e sem referendo para que o povo não percebesse o passo histórico, suicida, que estavam a dar. Precisamente o contrário do que fizeram os povos mais desenvolvidos da Europa.
Hoje, com a crise financeira, o progressivo declínio da nossa economia, a venda de empresas e infraestruturas estratégicas (bancos, telecomunicações, rede eléctrica, portos, aeroportos) e a perda total dos instrumentos de política económica, os portugueses minimamente instruídos têm obrigação de já ter percebido que pouco falta percorrer para que Portugal se torne uma província decadente de um continente dominado pela Alemanha. Agora sem ter precisado de usar armas.
E se for preciso usar a força militar contra uma rebelião no seio do império? Sim, falta um passo para a dominação se consolidar, pelo menos assim pensam os federalistas europeus. É por esse passo que Teresa de Sousa anseia, tornar a UE irreversível (à força), sob pretexto de que precisamos de um exército para enfrentar inimigos externos. Agora ou nunca.
Para esta gente, falta um exército "comum" que, protegido pela legalidade dos tratados - mas sem a legitimidade que só pode ser dada pelos portugueses a quem nada se perguntou expressamente - possa intervir também no interior da Europa, sob comando de um Estado-Maior desenhado pela Alemanha e de cujo controlo não vai prescindir através da nomeação da sua quota de generais e da institucionalização das missões e formas de intervenção. O BCE foi feito à imagem e semelhança do Bundesbank. O exército da UE será constituído da mesma forma, não tenho a menor dúvida.
A nota do governo português, em que recomenda à AR a entrega definitiva da soberania de Portugal (com uns floreados de retórica para embrulhar o essencial), é um acto com dimensão histórica. Significa traição.