Há algumas semanas, uma leitora notou (num simpático email) que esta newsletter dizia, erradamente, que o primeiro iPhone tinha sido lançado em 2017. A intenção era escrever 2007. O lapso tinha seguido para dezenas de milhares de caixas de correio, sem qualquer possibilidade de correcção. Provavelmente já todos os leitores passaram pelo embaraço de enviar um email problemático. O caso mais clássico é a ausência de anexo, que obriga logo de seguida a um segundo email apressado, este sim com o indispensável ficheiro. De tão comum, tornou-se um erro pouco grave. Gralhas, nomes trocados e destinatários errados são outras possibilidades, umas mais embaraçosas do que outras. Há palavras que são inócuas (e muito legíveis) com menos uma letra, ao passo que outras podem provocar ataques de pânico (apenas uma letra separa a palavra “pedido” de uma gaffe terrível). A caixa de email de um jornalista parece propensa a emails que são um potencial embaraço. Um caso recorrente é o do convite que chega dirigido a um jornalista de outra publicação, porque quem o enviou se esqueceu de mudar o nome no topo. Tem mais piada quando se trata de uma promessa de um qualquer exclusivo. Como bem nota esta coluna do Financial Times, uma das piores coisas que se pode fazer é pedir para recuperar o email (trata-se de uma funcionalidade recôndita de alguns sistemas de email, como o Outlook, da Microsoft). Estes pedidos de recuperação – que são eles próprios um email – têm a inevitável consequência de atrair a atenção do receptor para um email que se calhar nem teriam aberto. Existem soluções melhores. No Gmail há uma opção nas definições (acessíveis através de um ícone com uma roda dentada no topo superior direito) que cria um compasso de espera: depois de carregar no botão “enviar” passa a haver uma janela de alguns segundos que permite anular o envio (entre cinco e 30 segundos, ao gosto do utilizador). Já no Outlook (na versão de programa para computador) é possível criar uma regra que atrasa o envio dos emails durante um qualquer número de minutos. Os emails passam então a ficar na caixa de saída a aguardar envio e podem tranquilamente ser apagados. Digno de nota- Um investigador belga descobriu uma falha num protocolo de segurança muito usado nas redes wi-fi. A técnica permite que o atacante descodifique os dados que normalmente circulam encriptados na rede. As versões mais recentes do sistema operativo Android são particularmente vulneráveis. - Para alguns, um carro é um veículo. Para outros, um símbolo de estatuto. E há também quem se afeiçoe aos carros, companheiros de viagens e aventuras, por vezes ao longo de milhares de quilómetros. A Toyota acredita que a inteligência artificial pode tornar esta relação mais forte. “Ao usar tecnologia de inteligência artificial, queremos expandir e melhorar a experiência de condução, tornando os carros outra vez num objecto de afecto”, afirmou à agência Reuters um executivo da marca. - O PÚBLICO conversou com Martin Cooper, o engenheiro que inventou o telemóvel. Apesar de toda a evolução, Cooper não parece satisfeito com os aparelhos actuais: “Faz sentido que quando queres comunicar tenhas de levantar um braço, mantê-lo numa posição desconfortável e tenhas de colocar este telefone plano numa face curva?" Um brinco, diz, talvez fosse uma melhor solução. 4.0 é uma newsletter semanal dedicada a tecnologia, inovação e empreendedorismo. O conteúdo patrocinado nesta newsletter não é responsabilidade do jornalista. Críticas e sugestões podem ser enviadas para jppereira@publico.pt. Espero que continue a acompanhar. |