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sábado, 20 de janeiro de 2018

Loriga: a vila que tem orgulho em ser a Suiça portuguesa


por admin

Uma estrada serpenteante e magnifica para o turismo, bem lançada em audaciosas curvas pelas encostas da serra onde a engenharia moderna pôs todos os seus recursos, leva‐o a Loriga onde ao chegar contemplará embevecido o casario branco para, de imediato, lhe dar a impressão de que assenta sobre um trono onde a Natureza parece ser soberana num verdadeiro reino de esplendor. Estes montes que a circundam e lhe ornam a fronte, oferecem aos visitantes surpreendentes paisagens, ao mesmo tempo o abismando na miragem dos cerros íngremes, cortados a pique, ou na ondulação caprichosa de vales e montes, onde a água cristalina brota e desliza, como cantando numa rumorejante melancolia por todo o lado e, as suas ribeiras, de braços abertos essas águas recebem para oferecerem aos rios e estes as levarem ao mar.

Loriga

Loriga é uma das terras serranas mais formosas, bem digna da visita dos turistas, onde, entre os mais diversos predicados naturais e artísticos, decerto encontrará também o descanso e a paz de que necessita. A gente desta Vila é hospitaleira, simpática e, acima de tudo, amiga desse seu torrão. A evidenciá‐lo, encontram‐se dispersos pelas ruas da vila marcos fontanários e outras recordações que atestam bem o vincado amor desse seu povo à terra natal.

LorigaLoriga

Loriga é, pois, como uma noiva revestida de encantos. Ataviada com as suas melhores galas, rainha destas gigantescas montanhas que a circundam tem, como diadema, uma coroa que se eleva quase a arranhar os céus, como que sorrindo ao abrir seus braços e parecendo dizer para os seus filhos espalhados pelo mundo:

‐ Sede Benvindos!…

Loriga parece saber da saudade que esses seus filhos albergam em seus corações e não é demais, uma vez cada ano, senti‐los à sua volta, viver com eles dias felizes, sentir os seus anseios, e depois, repartir sua bênção aos que partem e aos que ficam. Mas não é só aos seus filhos que quer acarinhar, é também aos povos vizinhos e amigos, forasteiros e turistas, que ela deseja receber no mesmo abraço de saudade e amizade. Nesta beleza de socalcos verdejantes, lindos de verdade que mais parece um trono à Virgem, encontrará o visitante este panorama que o fará exclamar:

‐ Belo!… Sim belo!..

…ficando para sempre gravado na retina do seu olhar, para não mais se apagar. Visite Loriga e decerto vai gostar dela como nós. E, na hora da partida, esta Vila se exultará de comoção e lhe dirá:

‐ Eu vos saúdo, hoje, amanhã e depois.

Se pretender passar umas férias de verdadeiro descanso, principalmente para aqueles que vivem e trabalham na buliçosa vida citadina pois, segundo alguns as cidades cansam e envelhecem, parece nada haver melhor do que passar esses dias numa vila ou aldeia serrana, onde decerto encontrará a paz e a tranquilidade que tanto necessita para, ao mesmo tempo, rejuvenescer do desgaste que possa ter após um ano de trabalho.

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Ao escolher Loriga, situada nas faldas da Serra da Estrela, irá encontrar uma localidade virada para o futuro, com todas as infra‐estruturas necessárias, situada no meio de altos montes como que a protegendo de supostas forças descomunais, onde a vida decorre como acalmia e onde nada parecer acontecer. Percorrendo estradas serpenteadas que o levam a Loriga, à medida que dela se vai aproximando, poderá admirar a abrupta fisionomia das montanhas ornamentadas com alguma vegetação que escolheram a vida martirizante das grandes altitudes para, de imediato, lhe dar a sensação que começa a viver já de perto com as maravilhas que Deus criou na terra.

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Quando ao virar uma das muitas encosta que teve de encontrar, vislumbrará a Vila de Loriga, assente num pequeno planalto, como que um trono à Virgem, abraçado por duas ribeiras de onde saem uma quantidade imensa de courelas parecendo degraus verdejantes que sobem até à localidade propriamente dita para, nesse momento, um bem estar lhe começar a percorrer o corpo, como que a dizer‐lhe, que para passar as suas férias escolheu o local certo.

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Faça por conhecer a Vila, passeando pelas suas ruas todas elas pavimentadas a granito e que, apesar de estreitas, são típicas, limpas e verdadeiramente acolhedoras, e será certo que ficará fascinado com a abundância das águas límpidas e frescas que caem nas fontes e que correm pelos regos das ruas que, vindo do alto da serra, passam primeiro pela povoação para a refrescar, para voltarem às ribeiras e delas aos rios que as levam para o mar.

História de Loriga

Loriga é uma vila e freguesia portuguesa do concelho de Seia, distrito da Guarda. É conhecida como a “Suíça Portuguesa” devido à sua extraordinária paisagem e localização geográfica. Rodeada por montanhas, das quais se destacam a Penha dos Abutres (1828m de altitude) e a Penha do Gato (1771m), é abraçada por dois cursos de água: a Ribeira de Loriga ou “Courelas ou “Nave”, e a Ribeira de S.Bento. A Ribeira de Loriga, é um dos maiores afluentes do Rio Alva.

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Os socalcos e sua complexa rede de irrigação são um dos grandes ex-libris de Loriga, uma obra construída ao longo de centenas de anos e que transformou um vale rochoso num vale fértil. É uma obra que ainda hoje marca a paisagem, fazendo parte do património histórico da vila e é demonstrativa do génio dos seus habitantes.

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Crê-se que o nome veio da localização estratégica da povoação, do seu protagonismo e dos seus habitantes nos montes Hermínios (actual Serra da Estrela) na resistência lusitana, o que levou os romanos a porem-lhe o nome de Lorica, designação geral para couraça guerreira romana; deste nome derivou Loriga, designação iniciada pelos Visigodos, que tem o mesmo significado.

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Loriga tinha a categoria de sede de concelho desde o século XII, tendo recebido forais em 1136 (João Rhânia, senhorio das Terras de Loriga durante cerca de duas décadas, no reinado de D. Afonso Henriques), 1249 (D. Afonso III), 1474 (D. Afonso V) e 1514 (D. Manuel I). Apoiou os Miguelistas contra os Liberais na guerra civil portuguesa. Deixou de ser sede de concelho em 1855 após a aplicação do plano de ordenação territorial levada a cabo durante o século XIX, curiosamente o mesmo plano que deu origem aos Distritos.

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O sismo de 1755 provocou enormes estragos na vila, tendo arruinado também a residência paroquial e aberto algumas fendas nas robustas e espessas paredes do edifício da Câmara Municipal construído no século XIII. Um emissário do Marquês de Pombal esteve em Loriga a avaliar os estragos mas, ao contrário do que aconteceu com a Covilhã (outra localidade serrana muito afectada), não chegou do governo de Lisboa qualquer auxílio.

Margarida, estou contigo. Deixem-me sair, vocês são estúpidas

por estatuadesal

(Ana Sousa Dias, in Diário de Notícias, 20/01/2018)


nanny

O menino Nelito foi uma das criações geniais de Herman José. Um menino de bibe a destruir tudo à passagem, a fazer perguntas embaraçosas e a ser encantador. Aí estão três características das crianças. Destroem muita coisa à passagem, fazem perguntas embaraçosas e são encantadores. Fazem e são muitas outras coisas, todos os dias, a todas as horas, e o sossego muitas vezes só chega quando adormecem. Como anjos, não é?

Esforcei-me por ver aquela coisa chamada Supernanny da SIC, mas várias vezes parei, desliguei, respirei fundo e voltei atrás por me sentir obrigada a ver até ao fim. Estou à procura de uma expressão. Enojada, indignada, cheia de pena daquela criança e daquela mãe que consentiu na devassa da vida da sua filha e dela própria e de caminho levou também a avó. Aquela criança e aquela mãe, aquela família, identificadas e com a morada evidenciada, não podem ficar melhor depois de aquilo ter sido emitido.

(Talvez eu esteja a ver mal, a portar-me mal e, portanto, vou ver se descubro aqui em casa um banquinho onde me sinta suficientemente humilhada e culpada. Mas talvez isso não resulte sem uma câmara a filmar a minha humilhação, talvez não seja suficientemente cruel. E dada a minha idade, um minuto por cada ano vai dar uma conta bem demorada, ultrapassando todos os máximos recomendáveis.)

Ter filhos é uma experiência em que saímos sempre a ganhar e a perder ao mesmo tempo. Não tem regras que sirvam para todos e para tudo, erramos muitas vezes e gritamos e cedemos e fazemos muitas daquelas coisas que, quando os não tínhamos, sabíamos com toda a certeza: nunca hei de fazer isto. Ou comes a sopa ou etc. Gritei de fúria e desespero. Fiquei farta muitas vezes e disse-o. Era o que estava a sentir. Muitas vezes fiquei feliz, encantada, aconchegada, recompensada, mais completa. Na maior parte do tempo, é a vida como ela é, a correr de um lado para o outro, a fazer contas e a dizer não faças isto não faças aquilo, a afligir-me com as doenças e os acidentes, a rir de disparates, a contar tropelias aos amigos. Nesse processo aprendi imensas coisas e eles também, e não o digo porque fica bem dizer isto em momentos-chave para pacificar a conversa e diminuir a culpa. Digo-o porque é verdade.

Depois do que vi naquele episódio, respondo aquele que tem sido o mote de muitas intervenções sobre o tema: o direito da criança à privacidade não é respeitado. Não é um programa de informação, invocar o Código Deontológico dos Jornalistas pode parecer deslocado, mas cito-o porque é, também, uma súmula de regras de sensatez e respeito pelos outros: o jornalista "deve proibir-se de humilhar as pessoas ou perturbar a sua dor".

Não é aceitável expor o comportamento de uma menina de 7 anos que está a ser filmada em casa (mesmo quando ela está a dormir há uma câmara de vigilância), num contexto que finge ser uma sessão de ensinamentos sobre boas práticas de educação numa casa de família. Vai contra vários direitos das crianças e, estou segura, contra as normas éticas dos psicólogos.

A Margarida não é o Nelito nem uma personagem ficcionada de This Is Us, é uma criança que tem direito a ser protegida. E é falacioso o argumento de que se pretende ajudar os pais a lidar com filhos difíceis, sobretudo os que não têm dinheiro para pagar psicólogos. Se os adultos querem autoflagelar-se em público, façam-no, mas não ponham à frente as crianças. Se uma psicóloga quer ganhar dinheiro e notoriedade, faça-o sem usar cobaias humanas.

Com isto concluo, citando a menina que faz uma birra de sono e está de castigo no banquinho: "Deixem-me sair, vocês são estúpidas." Quer dizer. Quem de certeza não é estúpido é quem está a ganhar dinheiro e outras benesses no processo.

(Aproveito para dizer que se uma criança com cabelo revolto chora quando a penteamos: 1) tem razão; 2) podemos cortar-lhe os caracóis para ser mais fácil; 3) há uns produtos que ajudam a desembaraçar os nós. É só uma dica para a miúda de cabelos compridos daquele primeiro e funesto episódio, ou para a mãe dela, ou para quem fez aquele programa e usou os gritos da menina a ser penteada para ilustrar a grave acusação: ela grita!)

A Internet, uma nova religião

por estatuadesal

(António Guerreiro, in Público, 19/01/2018)

Guerreiro

António Guerreiro

Evgeny Morozov é o autor de um bestseller publicado em 2013, nos Estados Unidos, intitulado To Save Everything, Click Here. Este especialista das implicações políticas e sociais da tecnologia nasceu na Bielorrússia, viveu em Berlim e instalou-se depois nos Estados Unidos. Morozov é um crítico, com muito humor, da tecno-utopia e denuncia no seu livro aquilo que ele classifica como uma “ideologia” com duas feições complementares: uma é o “Internet-centrismo” e outra é o “solucionismo”. A primeira consiste na visão da Internet como um credo para a vida, uma filosofia da existência em que até se perde de vista que se trata de uma ferramenta criada por seres humanos falíveis; a segunda consiste na ideia de que a Internet fornece soluções para tudo e promete o melhoramento incessante. Nesta visão que faz da Internet um centro absoluto, é como se ela, que nasceu há tão pouco tempo, já estivesse fora da história, elevada à condição de um deus supremo. Partindo de um prudente e racional tecno-cepticismo (que não se confunde com uma atitude passadista e reaccionária), Morozov critica a ideologia da transparência e a busca compulsiva da certeza e da perfeição, ao mesmo tempo que nos adverte de que devemos desconfiar das “soluções” com as quais os “problemas” são identificados, já que a faculdade suprema da Internet é a de inventar  os problemas que ela parece resolver. Os promotores da “ideologia” analisada por Morozov projectam na Internet certos valores que eles imaginam que são como uma “natureza” própria dela - valores intrínsecos, em suma, e imperativos de eficiência. Para a ideologia do “Internet-centrismo” o conhecimento é criado através da recolha de dados e da análise algorítmica; e a quantificação minuciosa da existência é o caminho para a autoconsciência. Os médicos são provavelmente a classe profissional que mais se confronta com os malefícios e perigos desta “ideologia”: os doentes chegam à consulta já com o diagnóstico feito, bastou ir à Internet e fazer uma busca pelos sintomas.

Podemos mesmo deduzir desta nova forma cumulativa de conhecimento uma concepção da história que não anda longe de um certo hegelianismo. Deste modo, Silicon Valley, que é o lugar sagrado para onde se voltam, nas suas orações, os devotos do credo de que fala Morozov, pode ser visto como o lugar de realização do Espírito Absoluto, na época em que ele se realiza sob a forma de sociedades tecnológicas. Silicon Valley integra actualmente as cinco empresas mais rentáveis do mundo. E conseguiu este milagre, do qual também fala Morozov: enquanto Wall Street se tonou um alvo do descontentamento público dos cidadãos, símbolo da corrupção institucional e sinónimo de práticas de exploração desenfreada, Silicon Valey é uma verdadeira indústria “Teflon”, essa matéria plástica que repele tudo: por muito grande que seja a quantidade de porcaria que lhe seja lançada, nada lhe fica colado à pele. Os patrões destas empresas têm uma imagem pública que hesita entre dois pólos: são anarcas e heterodoxos ou os máximos representantes da nova ordem? São filantropos ou máquinas tão poderosas de absorção que estão para além de todos os fins que possamos conceber para a riqueza e tornaram-se a medida do incalculável e exemplos do sublime matemático?

A verdade é que as empresas de tecnologia funcionam cada vez mais segundo o modelo do tecno-populismo (do qual, a chamada “economia da partilha” é um exemplo eloquente): apresentam-se como puras e virgens, cultivam uma imagem de benfeitoras. E até se dão ao luxo de nos convencer que têm um efeito de “disrupção” (como se diz hoje) do capitalismo mundial.

6 aldeias de sonho para visitar no Parque Nacional Peneda Gerês


por admin

O Parque Nacional da Peneda Gerês é um dos últimos santuários da Natureza em Portugal e está repleto de pequenos recantos por descobrir. É muito difícil escolher os melhores locais para visitar na Peneda Gerês porque isso depende, sobretudo, daquilo que cada pessoa gosta de ver e visitar. Alguns preferem as deslumbrantes cascatas do Gerês, outros preferem fazer longas caminhas nos vários percursos pedestres sinalizados e outros preferem ver e sentir o dia-a-dia das populações que ainda habitam este maravilhoso recanto. As aldeias do Parque Nacional Peneda Gerês são locais onde pode viajar no tempo e sentir a ligação das suas gentes à terra, à agricultura, aos animais e às estações do ano. Aqui pode, por exemplo, visitar aldeias onde ainda hoje se pratica a transumância, que consiste em movimentar o gado para zonas mais altas das montanhas durante os meses de Verão para aproveitar as pastagens.

Descubra alguns dos tesouros desta área protegida: estas são as melhores aldeias para visitar no Parque Nacional Peneda Gerês.

1. Lindoso

Lindoso, na freguesia com o mesmo nome do concelho de Ponte da Barca, é uma aldeia turística conhecida e visitada por muitas pessoas. O castelo e o conjunto de espigueiros que apresenta aprimoram este núcleo rural, inserido no Parque Nacional da Peneda-Gerês, do qual se vislumbra uma sublime paisagem sobre a albufeira do Lindoso.

Lindoso

Além do castelo, a aldeia do Lindoso apresenta um valioso património edificado, que inclui o pelourinho, espigueiros e eiras comunitárias, o cruzeiro do Castelo, a ponte medieval e os moinhos de água de Parada, calçadas medievais, o castro de Cidadelhe e as igrejas paroquiais de São Mamede, Santa Maria Madalena e Santo André, além do Parque Nacional da Peneda-Gerês.

2. Val de Poldros

Vale de Poldros ou Val de Poldros ou ainda Santo António de Vale de Poldros é uma jóia que urge preservar. Este povoado situado na Serra da Peneda parece uma aldeia do tempo do Astérix ou dos famosos Hobbits do filme "Senhor dos Anéis". Vale de Poldros é um dos exemplos de brandas no Alto Minho, povoados de montanha apenas habitado durante os meses de Verão. Nos restantes meses, os habitantes desciam à inverneira Riba de Mouro, a sede da freguesia, uma transumância humana que hoje poucos praticam.

Vale de Poldros

Como abrigo para o frio cortante de Val de Poldros, os pastores utilizavam as cardenhas, construções rudimentares de granito, com tecto baixo para preservar o calor, de que ainda ali existe um conjunto muito significativo e possível de preservar. A Branda de Santo António de Vale de Poldros é, pois, um conjunto arquitectónico de inestimável valor patrimonial, constituindo um óptimo exemplo de povoamento de transumância: povoados de montanha para onde os vigias (brandeiros) levavam o gado durante os meses de verão, descendo novamente às suas povoações de origem, as inverneiras, a partir de Setembro.

3. Soajo

O Soajo, uma das mais típicas aldeias portuguesas, pertence ao concelho de Arcos de Valdevez e situa-se numa das vertentes da serra da Peneda, inserida no Parque Nacional da Peneda-Gerês. A aldeia foi vila e sede de concelho entre 1514 e meados do século XIX mas, a sua história, começa muito antes, como o comprovam o Santuário Rupestre do Gião, na serra do Soajo, e as inúmeras antas e mamoas que existem nesta zona.

EspigueirosEspigueiros do Soajo

Possui um grandioso conjunto de espigueiros (classificados como imóvel de interesse público) erigidos sobre uma gigantesca laje granítica e que, ainda hoje, são utilizados para secar o milho, pelas gentes da terra. Enquanto caminha pelas ruas pavimentadas com lajes de granito repare nas casas típicas construídas no mesmo material. Aprecie a Casa da Câmara, a Casa do Enes, a Igreja Paroquial de São Martinho do Soajo, o moinho em ruínas e o pelourinho. Atente na calçada medieval que proporciona uma vista panorâmica da aldeia. As inúmeras casas de turismo aqui existentes nasceram da recuperação de edifícios antigos. São espaços muito bem restaurados que mantiveram a traça tradicional e que proporcionam estadias confortáveis em pleno Parque da Peneda-Gerês.

4. Castro Laboireiro

A aldeia possui ainda um milenar e riquíssimo legado histórico, arqueológico e arquitectónico, designadamente os monumentos megalíticos, o Castelo de Castro Laboreiro – classificado como monumento nacional -, as pontes e igrejas medievais, os fornos comunitários, os moinhos, a actividade agro-pastoril e as singulares brandas, inverneiras e lugares fixos, testemunhos, também aqui, da prática da transumância.

Castro Laboreiro - Luís Borges

As florestas da região são dominadas por carvalhos. Encontram-se também o medronheiro, o azevinho, o azereiro, o pinheiro e o vidoeiro. Os matos arbustivos são característicos de zonas mais elevadas e são constituídos principalmente por tojos, urzes e giestas. As espécies animais com maior representatividade são o javali, o veado, o texugo e a lontra. Na aldeia, os visitantes podem encontrar alojamento resultante da recuperação de casas típicas castrejas e moinhos.

5. Pitões das Júnias

Localizada em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês, no bonito concelho de Montalegre, Pitões das Júnias é uma das mais tradicionais e pitorescas aldeias transmontanas, que tem conseguido manter ao longo dos séculos a sua pequena população e o aspecto medieval, de construções em pedra, sendo um dos principais atractivos turísticos desta região nos meses de Verão, contando já com algumas unidades de turismo ecológico.

locais para visitar no interior de PortugalPitões das Júnias

A origem desta aldeia origem confunde-se com a do Mosteiro de Santa Maria das Júnias, localizado num vale isolado, consagrado à Senhora das Unhas que acabou por se tornar Senhora das Júnias. O ano de 1147 será a data provável da fundação do mosteiro das Júnias, como atesta a data gravada no muro da igreja. Sabe-se que a incorporação na importante Ordem de Cister ocorreu no séc. XIII, sendo este o estabelecimento cisterciense mais isolado que se tem conhecimento.

6. Sistelo

A aldeia de Sistelo situa-se no concelho de Arcos de Valdevez, em pleno Parque Nacional da Peneda-Gêres, junto à nascente do rio Vez. Famosa pelas suas paisagens em socalcos, onde se cultiva o milho e pasta o gado, a aldeia encontra-se muito bem preservada, tendo sido recuperadas as casas típicas de granito, os espigueiros e os lavadouros públicos. O Castelo de Sistelo, ex-líbris da aldeia, merece uma cuidadosa visita: trata-se de um palácio de finais do século XIX onde viveu o Visconde de Sistelo. Deambule pelas ruelas de Sistelo e aprecie a Igreja Paroquial, a Casa do Visconde de Sistelo, a Ponte Romana e o Moinho, a ponte de Sistelo de jusante, a Ermida de Nossa Senhora dos Aflitos e as Capelas de Santo António, de São João Evangelista, da Senhora dos Remédios e da Senhora do Carmo.

SisteloSistelo

Não deixe de subir ao miradouro do Chã da Armada para admirar a magnífica vista panorâmica! Se é apreciador de caminhadas na natureza, percorra o Trilho das Brandas de Sistelo (10 km), que tem início na aldeia, e fique a conhecer as brandas de Rio Covo, em Sistelo, do Alhal, no Padrão, e da Cerradinha, terrenos que, durante o verão, serviam de apoio à pastorícia. O artesanato característico da aldeia é composto pelas meias redondas de lã e pelos aventais de lã. Aproveite e traga algumas peças de recordação!

Os 12 melhores locais para visitar em Santiago de Compostela

por admin

Património da Humanidade desde 1985, há séculos que Santiago de Compostela atrai visitantes e peregrinos do mundo inteiro. É a cidade mais cosmopolita da Galiza, mas toma isto com naturalidade, por isso, logo a partir do primeiro momento sente-se que se faz parte da mesma. Aqui há de tudo. No centro histórico, a Catedral e o Pórtico da Glória. Praças emblemáticas como a do Obradoiro, a Quintana e a d’O Toural. Dezenas de igrejas, conventos e palácios. Românico, gótico e barroco. E também lojas, bares, restaurantes e um bonito Mercado Hortícola a transbordar de produtos frescos.

Além disso, em pleno centro, a Alameda com as suas árvores de camélias e o Passeio da Herradura, com uma estupenda vista da catedral. E nas margens do Sar, a Colexiata de Santa María e as suas impossíveis colunas inclinadas. Santiago é grande. E assim nos faz sentir. O visitante de Santiago não deve perder a oportunidade de subir às coberturas da Catedral. A visita aos telhados do templo era já recomendada no Códex Calixtinus para se poder apreciar a sua esplêndida beleza. O que nós podemos acrescentar é que das mesmas se pode ver grande parte do conjunto histórico e da parte nova da cidade, bem como dos arredores de Santiago, do Monte Pedroso ao do Gozo, tornando-se num miradouro excepcional.

Vista de cima, Santiago pode-se compreender melhor, tornando-se ao mesmo tempo mais verdadeira e mais mítica. Das coberturas, podemos ver a Cruz dos Farrapos, aos pés da qual os peregrinos medievais queimavam as roupas velhas do caminho, numa espécie de ritual purificador. É também um sítio óptimo para apreciar as fases de construção do templo e os diversos estilos arquitectónicos empregues até se conseguir o faustoso resultado final. Se está a pensar fazer a peregrinação até Santiago de Compostela, também pode ver as melhores dicas para fazer o Caminho de Santiago.Descubra os 12 melhores locais para visitar em Santiago de Compostela, na Galiza!

1. Catedral de Santiago de Compostela

No séc. IX, o bispo Teodomiro de Iria Flavia identifica um pequeno templo romano como o túmulo do Apóstolo Santiago. A raiz desta descoberta, o rei Afonso II, o Casto, manda erigir um modesto templo em torno a dita construção pagã. O aumento das peregrinações e uma certa estabilidade depois dos ataques árabes conduzem a uma nova construção que se inicia em 1075, durante o reinado de Afonso VI e sob a direção arcebispal de Diego de Peláez. Inicia-se, assim, a construção da catedral românica que continua durante o arcebispado de Diego Gelmírez e que já não parará até converter-se no grande templo que hoje podemos contemplar.

galizaSantiago de Compostela

A catedral foi construída em silharia de granito coberta com lajes do mesmo material. Construção românica com planta de cruz latina, braço longitudinal e transepto de três naves, deambulatório na cabeceira e tribuna que percorre todo o perímetro; capelas laterais que se dispõem em ordem ao longo de todo o templo e possuem um espaço com individualidade própria, de época românica só se conservam algumas do deambulatório. Naves laterais cobertas com abóbada de aresta, nave central com abóbada cilíndrica peraltada e sustentada por arcos de reforço e trifório com quarto cilíndrico. A fachada da Acibechería é neoclássica (Ventura Rodríguez e Lois Monteagudo). A fachada das Praterías é românica e paradigma da iconografia medieval. A Porta Santa, barroca (1611), só se abre nos anos santos. A fachada do Obradorio (Fernando Casas y Novoa, 1738-1750) é uma combinação de pedra e vidro, destacando-se as grandes janelas do corpo central, das maiores anteriores à Revolução Industrial.

2. Praça do Obradoiro

A Praça do Obradoiro está entre as maiores praças da Galiza e é um símbolo importante de Santiago de Compostela. Os quatro lados da praça são cercados de prédios históricos e cada um deles representa um estilo diferente de arquitectura e uma faceta distinta da vida local. Uma vez que a Catedral de Santiago atrai peregrinos e turistas e há eventos ao ar livre realizados o ano todo, você sempre encontrará actividades nesta praça majestosa. A praça é dominada pela Catedral de Santiago de Compostela, que começou a ser construída no século XI. Admire o seu exuberante exterior barroco e confira o Pórtico de la Gloria, do século XII, do lado de dentro, que é um exemplo excepcional de trabalho romanesco de escultura.

Praça do ObradoiroPraça do Obradoiro

Admire a maravilhosa entrada do século XVI do Colexio de San Xerome, que fica no lado sul da praça. Esta instituição, um importante local de ensino desde o século XVI, foi fundada para estudantes que não tinham dinheiro para frequentar uma universidade. No lado norte da praça, encontre o Hostal dos Reyes Católicos. Fundado no século XVI, esta fabulosa construção renascentista já foi um santuário para os peregrinos que visitavam a Catedral de Santiago de Compostela. Agora a construção faz parte da rede hoteleira espanhola Parador. Não é necessário ser hóspede para visitar o seu interior. No lado oeste da praça, o Palácio de Raxoi é imperdível. Este palácio neoclássico inicialmente era um seminário para futuros padres. Hoje, ele abriga a sede da prefeitura e o governo local. Procure o busto do Arcebispo Bartolomé de Raxoi, com o seu lema gravado: "Viva como se fosse morrer esta noite, trabalhe como se fosse continuar neste mundo para sempre".

3. Museu do Povo Galego

O Museu do Povo Galego (em galego: Museo do Pobo Galego) abriu suas primeiras salas em 1977 no antigo Convento de San Domingos de Bonaval, na cidade de Santiago de Compostela, Galiza, Espanha, no lugar conhecido como Porta do Caminho. A 22 de maio a de 1993, a Junta da Galiza reconheceu o Museu do Povo Galego como "centro sintetizador dos museus e colecções antropológicas da Galiza", considerando que "não somente age de fato como referente e estímulo para a criação de outros museus e colecções de carácter semelhante em toda a Galiza, senão que pode ser considerado como essa cabeceira espiritual e simbólica da rede de museus antropológicos da Galiza".

Museu do Povo GalegoMuseu do Povo Galego

O Museu conta com as seguintes salas permanentes: O Mar, O Campo, Os ofícios, Música, Traje, Habitat e Arquitectura e Sociedade, memória e tradição. Estas oferecem uma visão sintética da sociedade galega tradicional, um compêndio da diversidade da Galiza. Dispõe ainda de espaços de exposição temporária, de um auditório e dos serviços de biblioteca, videoteca, arquivo gráfico e sonoro, administração e departamento de educação e acção cultural. Foi-lhe outorgado em 2008 o Prémio Nacional de Cultura tradicional e de base, um dos prémios que integram os Prémios Nacionais da Cultura Galega.

4. Centro Histórico

Seguimos pela rua Valle Inclán até à de San Roque, onde está situado o antigo Hospital barroco, com um belo pórtico e um sedutor claustro, localizado ao lado da antiga Porta da Pena, pela qual entramos na zona velha. Seguimos pela rua Algalia de Arriba (nesta e nas paralelas situavam-se a maior parte das pensões de estudantes até bem entrado o séc. XX). À altura do n.º 27, detemo-nos em frente de uma torre gótica (s. XIII) de quatro alturas e ar majestoso que dispõe de elementos decorativos nalgumas das suas janelas.

Centro Histórico de Santiago de CompostelaCentro Histórico de Santiago de Compostela

Entramos à esquerda no beco dos Truques e tomamos a rua Algalia de Abaixo, área de animada vida nocturna juntamente com as ruas dos arredores, onde o número 29 surge como a casa mais antiga da cidade, do séc. XI ou XII, boa amostra da arquitectura medieval com paredes salientes. Precisamente em frente encontra-se o paço barroco de Amarante. Passeamos pela Compostela mais tradicional: Entremuros, Rua da Oliveira e Praça dos Irmáns Gómez, para chegar finalmente à porta da Igreja de San Agustín, à qual falta uma torre, derrubada por um raio no séc. XV.