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terça-feira, 16 de janeiro de 2018

E era assim

por helenafmatos

Entre as brumas da memória


Dica (696)

Posted: 15 Jan 2018 12:58 PM PST

Restoring King (Thomas J. Sugrue)

«There is no figure in recent American history whose memory is more distorted than Martin Luther King Jr.»

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Faria hoje 89 anos

Posted: 15 Jan 2018 09:35 AM PST

Não vos posso prometer que não vos batam,
Não vos posso prometer que não vos assaltem a casa,
Não vos posso prometer que não vos magoem um pouco.
Apesar disso, temos que continuar a lutar pelo que é justo.
Martin Luther King
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Tremor de terra em Arraiolos?

Posted: 15 Jan 2018 06:18 AM PST


Pode ter sido um sinal de recusa do diabo, a quem Manuela Ferreira Leite quer vender a alma.  

«"Da mesma forma que o Bloco de Esquerda e o PCP têm vendido a alma ao diabo, exclusivamente com o objetivo de pôr a direita na rua, eu acho que ao PSD lhe fica muito bem se vender a alma ao diabo para pôr a esquerda na rua", declarou Manuela Ferreira Leite, na TSF.»

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As duas últimas inovações na política em Portugal...

Posted: 15 Jan 2018 03:04 AM PST

«…tiveram um único autor, o PS e António Costa. Por muito que custe ao PSD, foi o partido rival que as trouxe para a vida política e, em ambos os casos, saiu beneficiado com elas. Refiro-me à abertura eleitoral do PS ao voto dos não militantes nas eleições internas que opuseram Costa a Seguro, e a "geringonça". Nenhuma tinha qualquer precedente sério e a segunda mudou definitivamente o ciclo político e o sistema de alianças, e, mesmo que acabe mal, o mundo à esquerda nunca mais vai ser o mesmo. A primeira foi importada de algumas experiências europeias e verificou-se ser um êxito quando existem candidaturas fortemente competitivas, a segunda foi feita em contraciclo da política oficial da União Europeia.

O PSD ganha em discutir a sua política de alianças no contexto de 2018-19, seja com o CDS, seja com a possibilidade de apoiar um governo minoritário do PS ou vice-versa, mas a sucessão de tabus que o partido vai coleccionando e a discussão simplista e primitiva destes problemas bloqueia essa discussão. Portas percebeu, quando se afastou depois do fim do PAF, que, no contexto pós-troika, ou havia uma maioria absoluta de "direita" ou esta nunca chegava a governar mesmo tendo um dos seus partidos como mais votado. O dilema que até então existia à esquerda foi superado com a solução da "geringonça". Por outro lado, não é de menosprezar a dinâmica relacional que a aliança PS-PCP-BE gera, e que está longe de estar esgotada mesmo que haja metamorfoses no PCP.

Já a mudança do processo eleitoral no PSD para um modelo próximo do que o PS utilizou e que é cada vez mais comum na Europa, tal não só seria possível nestas eleições internas como era desejável. Era expectável que o confronto Rio-Lopes viesse a ser duro e que tivesse todas as potencialidades para mobilizar eleitores e simpatizantes do PSD, que em grande número se têm afastado do partido. As razões por que isso não tenha acontecido são todas más, e o fechamento do partido num aparelho que, fora das autarquias, não tem dimensão nem influência social é um péssimo sinal para o futuro.

O medo da discussão

O que esta campanha eleitoral interna no PSD está a mostrar é o peso crescente de tabus, de matérias que não se podem discutir sob pena não só de um aproveitamento demagógico e eleitoral por parte dos candidatos, como também de uma pseudodiscussão feita de anátemas e esconjuros, sem nada de substantivo para mostrar. Por exemplo, o PSD nunca discute o que fez, nem as orientações políticas do passado, a não ser quando os seus protagonistas já estão mortos, ou perderam completamente o poder político dentro do partido. É o caso de Balsemão, Mota Pinto, Cavaco e Manuela Ferreira Leite.

Sobre Luís Filipe Meneses há um enorme silêncio envergonhado, e sobre Marques Mendes e Nogueira um sentimento de irrelevância. Quanto a Marcelo, a sua posição actual, institucionalizou uma forma de ambiguidade, que impede a discussão do seu interregno. Santana, como é candidato, torna a discussão do seu governo "das trapalhadas" imediatamente instrumental. Mas é Passos que era essencial discutir e é dele e dos seus que vem a imposição de um grande silêncio, que é para Rio um grande óbice. Mas ele aceitou-o, sob a chantagem de Santana e do aparelho "passista", logo a culpa é dele. Colaborou para castrar a campanha eleitoral da discussão que era mais importante ser tida no PSD.

Na verdade, a discussão mais útil era a dos anos de Passos, desde o chumbo do PEC IV ao governo com a troika. Esses anos estão muito menos esclarecidos do que se pensa – por exemplo, há uma ocultação deliberada do que foi "autoria" da troika e do PSD – e é vital discutir o enorme desvio programático e político à história e tradição do PSD em direcção a um partido "de direita" entendido como neoliberal. Muito da crise actual de influência do partido, assim como muita da margem de manobra do PS e da "geringonça" devem-se à herança dos anos de Passos, e sem a sua discussão (do meu ponto de vista, ruptura), o PSD perderá relevância e função.»

José Pacheco Pereira

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Dica (695)

Posted: 14 Jan 2018 02:17 PM PST

Celebrity politicians are a sign of our political decline (Cas Mudde)

«In a political system where money and name recognition are key factors in winning elections, celebrities are well positioned to do well, particularly within a field of uninspired and uninspiring professional politicians.»

É preciso nascer duas vezes para ser mais sério do que Rio?

por estatuadesal

(Daniel Oliveira, in Expresso Diário, 15/01/2018)

Daniel

Daniel Oliveira

As denúncias que têm surgido sobre irregularidades eleitorais (é disso que se trata) em Ovar, envolvendo o diretor de campanha de Rui Rio, Salvador Malheiro, são um mau começo para o novo líder do PSD. Não acho que Rio tenha tido qualquer envolvimento no assunto. Aconteceu-lhe o que acontece a todos os que querem chegar à liderança dos grandes partidos: tiveram de contar com o apoio de aldrabões. Esta é uma das razões pelas quais as eleições diretas, abertas ou fechadas, nunca me convenceram. O Observador (Ver aqui), especialmente empenhado na disputa interna do PSD (Santana Lopes dava mais espaço interno ao Tea Party nacional que o jornal de José Manuel Fernandes representa), filmou tudo. Dirão, e eu suspeito que têm razão, que são assim todas as disputas internas no PSD. Mas para quem quer “limpar” o partido uma vitória “suja” não é o melhor começo.

Quando eu era dirigente do Bloco de Esquerda houve um camarada que, no meio de um debate acalorado, se saiu com esta frase vernácula: “Aqui não temos filhos da puta.” Eu não consegui deixar de o interromper: “Se não os temos é mau sinal, quer dizer que não contamos para nada.”

Em todos os comboios que podem dirigir-se ao poder entram oportunistas pouco honestos. E serão sempre os mais solícitos a ajudar aquele que apoiam a chegar ao poder por atalhos. Sempre assim foi. O currículo de grandes heróis, como Lincoln e Kennedy, está manchado com fraudes para vencer disputas eleitorais.

Só que a grande vantagem competitiva de Rio não são as suas propostas, não é um projeto para o país. A grande vantagem é a sua imagem de homem íntegro e independente do aparelho partidário. Para estreia de mandato, não podia haver pior do que isto. O problema de Rio é que, sem grandes capacidades oratórias nem grande sofisticação política, o seu único ponto forte será o seu calcanhar de Aquiles. Quem faz depender tudo do seu caráter é sempre mais escrutinado. E, nem que seja por causa dos seus colaboradores mais próximos, acaba sempre por ser tramado. Rio pode ter os seus Relvas? Cavaco estava rodeado deles e mesmo assim achava que era preciso nascer duas vezes para ser mais sério do que ele. Mas os tempos são outros.

O caso de Ovar e de Salvador Malheiro pode, no entanto, dar a Rio a oportunidade de mostrar que a promessa de “limpar” o partido não é, como por vezes parece, a ameaça de acabar com a oposição interna. Se Rio fizer deste um caso exemplar, demonstra que a moralização da vida partidária é mesmo um assunto sério para ele. Claro que isto levanta dois problemas. Ao fazê-lo reduz a legitimidade da sua própria vitória, enfraquecendo a sua posição até para essa moralização. E ao iniciar o seu mandato com um processo destes concentra ainda mais o foco da sua liderança na demanda moralizadora, tornando-se ainda mais vulnerável a este tipo de ataques. A política é tramada. E ainda mais tramada para quem tem pouca proposta política para apresentar.

PSDiabo

por António Fernando Nabais

Apesar da minha inclinação esquerdista, não vivo entusiasmado com um governo ainda demasiado inclinado para uma direita austeritária, pouco amiga dos direitos laborais e nada defensora dos desprotegidos. O PS, na realidade, tem aplicado alguma cosmética de cedências ao BE e ao PCP, que, por sua vez, cedem ao PS em nome do mal ainda maior representado pela aliança Passos e Portas, que se limitaram, por sua vez, a aproveitar servilmente a oportunidade concedida pela troika bancos/agências de notação/multinacionais, que se babam por salários baixos e pela extinção de políticas sociais.

O engraçado, no entanto, está no facto de que Passos Coelho, que se julga demasiado bom para ser deputado, andou, nos últimos dois anos, a dizer que vinha aí o diabo e que isto iria de mal a pior, de cavalo para burro, do paraíso para as caldeiras infernais. O problema é que, com base nos mesmos indicadores endeusados pela PAF, o país melhorou, causando mossa nas bancadas de direita, que, depois de garantirem Satanás, chegaram a declarar que a Boa Nova de Costa era mérito absoluto de Coelho.

Agora, com a vitória de Rui Rio, o diabo deixou de ser a possibilidade de os indicadores económicos piorarem e passou a ser uma entidade virtuosa que poderá retirar o PS das garras da esquerda. Efectivamente, Manuela Ferreira Leite declarou, em concordância com o novo presidente do PSD, que o partido deverá “vender a alma ao diabo para pôr a esquerda na rua”. Depreende-se, até, que o próprio PS poderá ser o demónio e conclui-se que a esquerda é ainda mais diabólica que Lúcifer, o que, teologicamente, não deixa de ser interessante: quem é de Esquerda não pode ser filho de Deus.

Emprego da retoma em debate amanhã


Emprego da retoma em debate amanhã

Posted: 15 Jan 2018 02:29 PM PST

Foi também convidada a deputada comunista Rita Rato, mas por dificuldades de agendamento parlamentar não vai ser possível contar com a sua presença, o que muito se lamenta.
Este vai ser o Barómetro que vai estar em debate. E este também sobre a estagnação da produtividade. E que teve já uma reacção do próprio primeiro-ministro no último debate quinzenal de 2017. Disse António Costa, em resposta a uma pergunta do Bloco de Esquerda:

"Os números do INE não consentem duas interpretações. 70% dos novos contratos de trabalho são contrato sem termo, não são contratos precários, são contratos de trabalho definitivos. O estudo que cita é um estudo que deve ser analisado, primeiro porque não se refere apenas ao período destes dois anos, mas mais extenso; e segundo pela metodologia própria com que trabalha que é uma metodologia onde não identifica contratos de trabalho, mas trabalhadores e em que por isso há porventura uma empolação daquilo que são os contratos precários por via da multiplicação de contratos na mesma pessoa. Agora os dados oficiais, formais, do INE dizem que, nestes dois anos, são 76%. E mais: tem vindo a melhorar porque os dados de 2017 já dizem que 78% do emprego existente em Portugal é sem ser contrato a termo e portanto emprego com maior qualidade. Não está tudo acabado, claro que não. E é por isso que disse que o desígnio para este ano tem de ser o melhor emprego. Porque além de ter mais emprego, temos de ter melhor emprego. Um emprego mais digno, com salário mais justo e de maior qualidade. É esse emprego para que vamos trabalhar."

Como se vê, há muito para debater. Apareçam!