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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017
Convém tirar a carta de “puta”
terça-feira, 21 de fevereiro de 2017
Três anos, dez meses, 28 dias
São apenas 31 dias no cargo, mas os suficientes para que tenha sido criado um contador decrescente que marca a data da sua (eventual) saída. Se não for reeleito, faltam três anos, dez meses, 28 dias e qualquer coisa.
Trump, honra lhe seja feita, está a ser extraordinariamente fiel a si próprio e ao que apresentou durante a campanha eleitoral. A surpresa, para muitos, é que o violento choque com a realidade não tenha sido suficiente para moldar, mesmo que vagamente, o homem mais poderoso do mundo.
O Presidente está a ser, no cargo, o que sempre foi: infantil, precipitado, manipulador, mentiroso, misógino e egoísta. Quando, numa reveladora birra, ataca os tribunais e a imprensa por não agirem como ele quer, é a sua total ausência de espírito democrático que fica bem à mostra. Em termos simples, não é uma pessoa que o mundo possa desejar como líder dos EUA.
Acontece que o mundo não vota para essa eleição, que Donald Trump ganhou muito à sua maneira, contra a opinião publicada de praticamente toda a gente que conta (ou contava) na formação da opinião pública. Os Estados Unidos, esse bicho mutante, complexo e fascinante, é capaz disto e do seu contrário.
O Presidente está a ser, no cargo, o que sempre foi: infantil, precipitado, manipulador, mentiroso, misógino e egoísta. Quando, numa reveladora birra, ataca os tribunais e a imprensa por não agirem como ele quer, é a sua total ausência de espírito democrático que fica bem à mostra. Em termos simples, não é uma pessoa que o mundo possa desejar como líder dos EUA.
Acontece que o mundo não vota para essa eleição, que Donald Trump ganhou muito à sua maneira, contra a opinião publicada de praticamente toda a gente que conta (ou contava) na formação da opinião pública. Os Estados Unidos, esse bicho mutante, complexo e fascinante, é capaz disto e do seu contrário.
Dito isto, Wall Street explode. Os mercados não têm moral, mas mesmo em termos egoístas não é fácil perceber a euforia.
A desregulação da banca e os cortes de impostos deverão suportar uma aceleração económica no curto prazo. Bem como a aposta em obras públicas. No entanto, e são já vários os analistas que para isso alertam, no médio prazo a receita de Trump não tem qualquer sustentabilidade. E trará défices maiores nas contas públicas e uma explosão da dívida.
Perseguir os imigrantes significa aumentar brutalmente os custos da mão-de-obra nos EUA; da mesma forma que o preço dos bens crescerá, quando os automóveis passarem a ser feitos novamente em Detroit em vez de no México. As exportações vão ressentir-se, mesmo que a China não retaliasse numa guerra tarifária. Num mundo económico globalizado, Trump vai em sentido contrário. Mas, por muito que lhe custe, um homem não chega para mudar o modelo mundial, sobretudo quando não tem alternativa credível.
E quanto à guerra? Bem, a guerra costuma ser um bom negócio, desde que não vá longe demais. E, agora, o risco é esse, pela primeira vez em muito tempo.
O Presidente Trump, pelo que mostrou até agora, é politicamente indefensável. Mas as suas ideias poupam-nos ao dilema de eventualmente aceitarmos isso pelos benefícios económicos que delas possam vir. Não há dilema porque não haverá benefícios. A Reaganomics não funcionaria porque o mundo é agora demasiado diferente, ao passo que o Trumponomics não é exactamente uma estratégia. São três ou quatro slogans, e um homem vaidoso e irado a gesticular. A bolha está à vista de todos, vai rebentar e todos vamos pagar.
Faltam três anos, dez meses, 28 dias e qualquer coisa. Se Trump não for reeleito.
A desregulação da banca e os cortes de impostos deverão suportar uma aceleração económica no curto prazo. Bem como a aposta em obras públicas. No entanto, e são já vários os analistas que para isso alertam, no médio prazo a receita de Trump não tem qualquer sustentabilidade. E trará défices maiores nas contas públicas e uma explosão da dívida.
Perseguir os imigrantes significa aumentar brutalmente os custos da mão-de-obra nos EUA; da mesma forma que o preço dos bens crescerá, quando os automóveis passarem a ser feitos novamente em Detroit em vez de no México. As exportações vão ressentir-se, mesmo que a China não retaliasse numa guerra tarifária. Num mundo económico globalizado, Trump vai em sentido contrário. Mas, por muito que lhe custe, um homem não chega para mudar o modelo mundial, sobretudo quando não tem alternativa credível.
E quanto à guerra? Bem, a guerra costuma ser um bom negócio, desde que não vá longe demais. E, agora, o risco é esse, pela primeira vez em muito tempo.
O Presidente Trump, pelo que mostrou até agora, é politicamente indefensável. Mas as suas ideias poupam-nos ao dilema de eventualmente aceitarmos isso pelos benefícios económicos que delas possam vir. Não há dilema porque não haverá benefícios. A Reaganomics não funcionaria porque o mundo é agora demasiado diferente, ao passo que o Trumponomics não é exactamente uma estratégia. São três ou quatro slogans, e um homem vaidoso e irado a gesticular. A bolha está à vista de todos, vai rebentar e todos vamos pagar.
Faltam três anos, dez meses, 28 dias e qualquer coisa. Se Trump não for reeleito.
Ovar, 21 de fevereiro de 2017
Álvaro Teixeira
A culpa é do Marcelo
"Tentar apear Mário Centeno é uma jogada política"
Miguel Sousa Tavares abordou, no seu comentário semanal no ‘Jornal da Noite’ na SIC, a polémica que envolve Mário Centeno, António Domingues e a Caixa Geral de Depósitos.
O PSD e o CDS-PP já anunciaram que vão pedir a constituição de uma comissão de inquérito relativamente à Caixa Geral de Depósitos (CGD) e àquele que foi o acordo estabelecido entre o ministro das Finanças e o agora ex-administrador do banco público.
Para Miguel Sousa Tavares é “extraordinário que três dias depois” de os dois partidos da oposição terem anunciado a sua intenção “ainda estejam a definir o objeto da comissão”.
Mas quanto a isto, o comentador é perentório, assegurando que o “objeto é só um que é o de saber se Mário Centeno mentiu ou não”. Porém, como “isso não se pode escrever preto no branco, andam à procura de um objeto e de testemunhas para conseguir algo que soe mais plausível”.
Quanto à inquirição do primeiro-ministro em sede de comissão de inquérito, Sousa Tavares diz que “o mais provável é ele recusar comparecer” e lembra que nem a Constituição da República, nem o Código Penal foram revistos, razão pela qual diz “não perceber com que autoridade os deputados vão pedir acesso às SMS” trocadas entre o ministro das Finanças e António Domingues, pois o direito à privacidade da correspondência continua a existir.
Nesta senda, o comentador atira farpas ao PSD e ao CDS: “Se eles fossem Governo e confrontados com a situação dramática em que deixaram a Caixa e fossem escolher um administrador que achavam ser topo de gama iriam aceitar estas condições? Essa é que é a questão de fundo”.
Ainda sobre Mário Centeno, Sousa Tavares lembra que é o “primeiro ministro das Finanças a conseguir o défice mais baixo em 42 anos de democracia”, razão pela qual considera que “tentar apeá-lo agora é uma jogada política”.
Ovar, 21 de fevereiro de 2017
Álvaro Teixeira
Novas leis de imigração de Trump vão deportar mais do que nunca 1/15
© Reuters Yuri Gripas
O Departamento de Segurança Interna norte-americano divulgou esta terça-feira as novas normas de imigração que deverão pautar a administração de Donald Trump. As autoridades explicaram que o objetivo não é produzir deportações em massa, mas sim tomar medidas mais fortes em relação à imigração ilegal, e que muitas das medidas precisam de tempo para serem implementadas.Com este plano, o número de imigrantes ilegais deportados vai aumentar, segundo a Reuters, que cita funcionários da Segurança Interna, e os migrantes não mexicanos que atravessaram a fronteira ilegalmente poderão ser enviados de volta para o México.
O memorando assinado pelo secretário de Segurança Interna John Kelly é a materialização dos decretos presidenciais de Trump assinados a 25 de janeiro sobre a imigração e o controlo das fronteiras. Trump prometeu divulgar até ao final desta semana o decreto de imigração que irá substituir o que impedia a entrada no país de pessoas com origem em sete países muçulmanos que está atualmente suspenso por decisão judicial.
No novo plano, explicaram os funcionário da Segurança Interna, apesar de todos os imigrantes ilegais poderem ser deportados, a agência vai priorizar a deportação dos indocumentados que representam uma ameaça. Nesta categoria estão incluídos os imigrantes ilegais que foram condenados por algum crime, os que foram acusados de um crime mas ainda não foram a julgamento e os que entraram no país recentemente.
A agência entende o termo "recentemente" como referindo-se aos imigrantes que não consigam provar que estão nos Estados Unidos há mais de dois anos. Anteriormente esta deportação prioritária apenas era aplicada aos imigrantes encontrados perto da fronteira mexicana que estavam no país há menos de 14 dias.
Os serviços de imigração norte-americanos vão poder ainda deter os migrantes que aguardam uma decisão judicial sobre se são deportados ou recebem asilo, mas ainda é necessário rever a legislação para perceber o tempo máximo que um imigrante pode ficar preso, afirmaram as fontes à Reuters.
Os imigrantes que entraram ilegalmente nos Estados Unidos em criança, conhecidos como "dreamers", vão poder manter a proteção de que gozam nos últimos anos. A deportação dos "dreamers" proposta no decreto inicial de Trump foi um dos pontos que mais controvérsia causou.
Estas medidas dependem da aprovação do congresso e outras autoridades norte-americanas e de conversações com outros países, como o México.
O plano pretende, por exemplo, que o número de imigrantes que é deportado antes de ser ouvido pelos serviços de Fronteiras e alfandegas dos Estados Unidos aumente, mas esta medida não pode ser implementada antes de ser publicada no jornal Federal Register.
Ovar, 21 de fevereiro de 2017
Álvaro Teixeira
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