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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Sócrates acusa Cavaco de “mentir” e “conspirar” contra o PS

Nuno Fox

Antigo primeiro-ministro foi à TVI ser entrevistado e respondeu de forma muito dura a Cavaco Silva, que lançou há semanas a autobiografia "Quinta-feira e outros dias"

Martim Silva

Martim Silva

Diretor-Executivo

José Sócrates acusou, esta segunda-feira à noite, Cavaco Silva de "mentir" e "conspirar" contra si e contra o PS nas eleições de 2009 com o propósito de prejudicar os socialistas.

"Há memórias e há bisbilhotice política. O problema não é só revelar as conversas de quinta-feira, é deturpá-las. (No caso das escutas) o Presidente mente no seu livro. Houve uma conspiração do Presidente da República", afirmou José Sócrates em entrevista a Judite de Sousa, devolvendo a acusação recente feita por Cavaco.

O antigo Presidente da República afirmou no livro recentemente lançado (e que abarca a primeira parte dos seus mandatos em Belém) que o chamado 'caso das escutas de Belém', que incendiou o verão político de 2009, foi uma manipulação do Partido Socialista para o tentar envolver na campanha eleitoral.

Agora, Sócrates devolve a acusação.

"Confrontei-o. Disse-lhe que não podia aceitar que não desmentisse aquelas notícias", afirmou Sócrates esta noite na TVI, relembrando o que, nas suas palavras, se passou nos encontros entre o primeiro-ministro e Presidente no verão de 2009.

"Um homem que é capaz de fazer isto, de inventar uma história e colocá-la nos jornais, é capaz de tudo. Usou métodos infâmes. Sobre isto não há duas versões", continuou Sócrates.

O antigo líder do PS ainda aproveitou a entrevista para acusar Cavaco Silva de também ter estado por trás da queda do seu governo em 2011 e consequente crise política e pedido de ajuda financeira internacional, processo que levaria o PSD e Passos Coelho ao poder.

Sobre o seu envolvimento na Operação Marquês, Sócrates repetiu acusações já várias vezes feitas em relação ao comportamento do Ministério Público. Disse, por exemplo, que este "lançou uma campanha contra mim" e mostrou-se convicto no arquivamento do caso sem acusação.

Sócrates abordou ainda o envolvimento de Zeinal Bava e Henrique Granadeiro no caso, depois dos antigos gestores da PT terem sido constituídos arguidos na semana passada.

"Tudo isto é tão infundado como eram as suspeitas com o Grupo Lena ou com Vale do Lobo", afirmou. "Zeinal e Granadeiro foram trazidos para este caso para ver se o MP enche este caso, que está vazio.

 

Ovar, 28 de fevereiro de 2017

Álvaro Teixeira

UNITA acusa Governo angolano de "chantagem e ingerência nos assuntos de Portugal"

 

/LUSA
© LUSA / /LUSA
Luanda, 28 fev (Lusa)
A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) classificou hoje como "chantagem e ingerência nos assuntos de Portugal" a reação do Governo angolano à divulgação da investigação do Ministério Público português ao vice-Presidente, Manuel Vicente.
A posição do maior partido da oposição em Angola foi expressa hoje, em declarações à agência Lusa, pelo porta-voz da UNITA, Alcides Sakala, que pediu igualmente "responsabilização" para que Portugal deixe de ser um "santuário financeiro" dos dirigentes angolanos.
"Consideramos excessivas as palavras usadas no comunicado do Ministério das Relações Exteriores de Angola, que configuram chantagem e ingerência nos assuntos internos de um país independente que é Portugal, por sinal amigo de Angola e dos angolanos", disse o deputado Alcides Sakala.
O Governo angolano classificou na sexta-feira como "inamistosa e despropositada" a forma como as autoridades portuguesas divulgaram a acusação do Ministério Público de Portugal ao vice-Presidente de Angola e alertou que essa acusação ameaça as relações bilaterais.
O Ministério Público português acusou formalmente, há pouco mais de uma semana, entre outros, o vice-Presidente de Angola (e ex-presidente da Sonangol) Manuel Vicente, no âmbito da "Operação Fizz", relacionada com corrupção e branqueamento de capitais, quando ainda estava na petrolífera estatal.
De acordo ainda com o político da UNITA, para o bem das relações entre os dois estados e dos angolanos, Angola devia permitir que estes processos decorressem para apurar as verdades dos factos.
"Significa que os dinheiros desviados são investidos em Portugal e nós achamos que tem de haver transparência nesse processo", assinalou, encorajando às investigações em Portugal.
"De forma a que os dirigentes angolanos deixem de fazer de Portugal uma espécie de santuários financeiro", acusou.
A UNITA, segundo Alcides Sakala, defende a manutenção de boas relações entre Portugal e Angola, considerando que o Governo angolano, liderado desde 1975 pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), "tem dificuldades de entender" que a separação de poderes em Portugal "é evidente".
"Os órgãos judiciais têm a sua independência e é isto em que o Governo angolano tem muita dificuldade em entender. Portanto, Angola quer projetar a sua imagem em função daquilo que é a situação interna do país e não pode ser", rematou.
 
Ovar, 28 de fevereiro de 2017
Álvaro Teixeira

Sócrates acusa Cavaco de mentir e diz que livro é “traiçoeiro e vil ataque”

Lisboa, 27 fev (Lusa)

O ex-primeiro-ministro José Sócrates acusou hoje o antigo Presidente da República Cavaco Silva de ter mentido no livro que não passa de um "traiçoeiro e vil ataque", encontrando consonância entre insinuações levantadas e suspeitas do Ministério Público.

ANDRE KOSTERS/LUSA© EPA / ANDRE KOSTERS ANDRE KOSTERS/LUSA
"Este livro não passa de um traiçoeiro, de um vil e de um mesquinho ataque contra mim. Isto não se trata de nenhuma prestação de contas, isto trata-se de um ataque político a um adversário", disse José Sócrates em entrevista à TVI hoje à noite, a propósito do livro lançado recentemente pelo antigo chefe de Estado "Quintas-feiras e outros dias".
O antigo primeiro-ministro acusou, por mais do que uma vez, Cavaco Silva de ter mentido neste livro e, a propósito de um capítulo sobre a autoestrada transmontana foi mais longe: "comecei a reparar numa certa consonância entre as insinuações do senhor Presidente da República e as suspeitas do Ministério Público".
 
Ovar, 28 de fevereiro de 2017
Álvaro Teixeira

"Caso Barroso". Provedora de Justiça da UE abre inquérito à atuação da Comissão Europeia

Emily O'Reilly, anuncia que decidiu dar provimento a uma queixa que lhe foi apresentada este mês por um grupo de atuais e antigos funcionários das instituições da União Europeia

A Provedora de Justiça Europeia decidiu abrir um inquérito à atuação "alegadamente insuficiente" da Comissão Europeia no quadro da polémica ida do anterior presidente do executivo comunitário Durão Barroso para o banco de investimento Goldman Sachs.
Numa carta dirigida ao presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, à qual a Lusa teve acesso, a Provedora, Emily O'Reilly, anuncia que decidiu dar provimento a uma queixa que lhe foi apresentada este mês por um grupo de atuais e antigos funcionários das instituições da União Europeia e solicita desde já uma inspeção do seu gabinete à Comissão com vista a ter acesso a toda a documentação referente ao parecer emitido pelo comité de ética 'ad hoc' da Comissão Europeia sobre este caso.
Emily O'Reilly lembra que os queixosos lançaram uma petição "online" em julho de 2016, a solicitar uma tomada de posição forte da Comissão na sequência do anúncio da ida de José Manuel Durão Barroso para o Goldman Sachs, que entregaram na Comissão a 12 de outubro passado, juntamente com uma carta.
Segundo o grupo de funcionários da UE, denominado "EU employees", a Comissão não respondeu à sua carta de 12 de outubro relativa à petição, que reuniu mais de 150 mil assinaturas, e também não tomou qualquer decisão formal relativamente à nova atividade profissional do seu anterior presidente.
"Vou informar os queixosos que a sua queixa é admissível e que decidi inquirir sobre a mesma", escreve O'Reilly na carta, datada de 24 de fevereiro.
Relativamente à primeira queixa, a Provedora solicita a Juncker que responda à carta de outubro passado, e em relação à segunda queixa indica que, efetivamente, tanto quanto sabe a Comissão nunca publicou uma decisão formal após o parecer do seu comité de ética, e as minutas públicas das reuniões do colégio do executivo comunitário não contêm qualquer indicação de que este caso foi discutido pelo colégio.
A Provedora questiona então o presidente da Comissão se, no caso de efetivamente não ter sido adotada qualquer decisão, "por que é que a Comissão não considerou necessário ou apropriado tomar uma decisão formal", e, se foi tomada, que faça chegar uma cópia da mesma ao seu gabinete.
Por entender ser importante perceber o papel do comité de ética no quadro da abordagem que a Comissão decidiu dar a este caso, Emily O'Reilly sugere então uma inspeção de representantes do seu gabinete e pede a "cooperação da Comissão", sugerindo mesmo uma data, "na última semana de março".
A 13 de fevereiro passado, o grupo "EU employees" anunciou que entregou uma queixa à Provedora de Justiça da UE contra a Comissão Europeia devido ao que classificam como passividade face à ida de Durão Barroso para o Goldman Sachs, o episódio mais famoso da chamada "porta giratória" em Bruxelas (a passagem de antigos comissários para cargos no setor privado que coloquem em causa a reputação das instituições da UE).
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Considerando que a ida do antigo presidente da Comissão para o banco de investimento norte-americano, diretamente envolvido na crise financeira, "desonra a função pública europeia e a UE no seu conjunto", os funcionários europeus reclamam que o executivo comunitário leve o caso ao Tribunal de Justiça da UE, designadamente para que José Manuel Durão Barroso perca o direito à pensão como antigo presidente da Comissão.
Face à polémica provocada pelo anúncio da ida de Durão Barroso para o Goldman Sachs, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, solicitou no ano passado um parecer ao comité de ética 'ad hoc' do executivo comunitário, que concluiu, em final de outubro, que o antigo presidente não violou as regras dos, ainda que tenha demonstrado falta de "sensatez".
Segundo o comité de ética, Durão Barroso "não demonstrou a sensatez que se poderia esperar de alguém que ocupou o cargo de presidente durante tantos anos", mas "não violou o seu dever de integridade e discrição".
No mesmo dia, a Provedora de Justiça europeia, Emily O'Reilly, faz alguns reparos às conclusões e advertiu que iria "refletir" sobre os próximos passos a tomar, "incluindo um possível inquérito", que agora decidiu concretizar.
Entretanto, no final de novembro passado, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, propôs alterações ao código de conduta da Comissão, designadamente o aumento do 'período de nojo' (durante o qual antigos membros do executivo comunitário não podem exercer novos trabalhos), defendendo que deve passar dos atuais 18 meses (que Durão Barroso respeitou) para dois anos no caso dos comissários e para três anos para o chefe do executivo.
 
Ovar, 28 de fevereiro de 2017
Álvaro Teixeira

Trump diz que já conseguiu reduzir dívida dos EUA. Será que é verdade?

 


 
 
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As polémicas de Donald Trump nas redes sociais são já uma imagem de marca da nova era que se vive na Casa Branca. Praticamente todos os dias, o presidente dos Estados Unidos da América usa o Twitter para falar sobre os assuntos que interessam na sua agenda política e lança no ar suspeitas e acusações sobre os media, a política e a economia norte-americana. 
No passado sábado, Trump aproveitou para partilhar os dados sobre a dívida norte-americana, reclamando o mérito de ter reduzido o valor em falta perante os credores me apenas um mês de trabalho: "Os media não divulgaram que a dívida nacional no meu primeiro mês de governação caiu 12 mil milhões de dólares vs um aumento de 200 mil milhões de dólares no primeiro mês de Obama". 
Como salienta a Bloomberg, Trump está matematicamente correto: entre o primeiro e o 30º dia do novo presidente na Casa Branca, a dívida norte-americana caiu 12 mil milhões de dólares (11,3 mil milhões de euros), uma redução de cerca de 0,006% na dívida de 19,9 biliões de dólares (18,8 biliões de euros). 
No entanto, como lembra o MarketWatch, o argumento de Donald Trump cai pela base quando se olha para as flutuações normais da dívida. Visto que a dívida norte-americana é contabilizada diariamente, os gastos e as receitas têm influência imediata nos números: num dia de grandes gastos a dívida dispara e num dia de muitas receitas, o valor cai a pique. 
Tomando como exemplo o dia 21 de fevereiro, data em que se completou um mês desde a inauguração de Trump, os números apresentados estão corretos. Mas apenas um dia depois, as variações normais de receitas e despesas fez disparar a dívida norte-americana em cerca de mil milhões de dólares (945 milhões de euros). 
"Aplaudimos o presidente por utilizar a dívida como um medidor importante do sucesso e da riqueza, mas lembramos que qualquer melhoria neste ponto tão prematuro do seu mandato deve-se a flutuações normais dos gastos e receitas e não a novas políticas que ele tenha implemantado", garante Maya McGuineas, presidente do Comité para o Orçamento Federal Responsável. 
Segundo o professor Laurence Kotlikoff, da Universidade de Boston, "tudo o que aconteceu em relação à dívida tem estado em piloto automático desde que Obama saiu" e portanto, o anterior presidente dos Estados Unidos será ainda o responsável pelas melhorias ou agravamentos registados na dívida norte-americana. "No máximo, Trump está a tentar ter os louros de algo que Obama fez", garantiu Kotlikoff em declarações à Bloomberg. 
A agência de notícias norte-americana tentou contactar a Casa Branca para obter uma reação oficial, mas a equipa de Donald Trump preferiu não comentar o tema.
 
Ovar, 28 de fevereiro de 2017
Álvaro Teixeira