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domingo, 12 de março de 2017

A ameaça pode atingir todos nós (estatuadesal)

 

 

(Baptista Bastos, in Jornal de Negócios, 10/03/2017)

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Atingimos um ponto em que temos de nos entender quanto ao significado das palavras honra, dignidade e pátria.


A sociedade portuguesa vive numa condição de atrito moral poucas vezes visto porque raramente assumido. Há um manifesto desprezo pela coisa pública, e o pensamento, esse, parece dominado pela absorção dos valores. Há necessidade de se definir o desenvolvimento e o progresso social, mas as coisas são apenas definidas pelo fim da ideologia. Portugal vive um dos momentos mais gravosos, desde a democracia. Os valores mais fortes têm sido dizimados por uma casta que, nos jornais sobretudo, tenta impor uma nova ordem de pensamento. Estamos a chegar a um período em que os Estados já não são os promotores do desenvolvimento e do equilíbrio social. E a violência tende a substituir a ciência e o desenvolvimento. As guerras de posse atingiram um nível desusado, e a miséria, a fome e a destruição parecem ser os protagonistas de uma nova, e estranha, concepção de violência. O desprezo dos valores assume uma nova esquadria de entendimento, certamente poderoso, mas também certamente oneroso para a humanidade,

O caso Paulo Núncio merece uma reflexão mais prolongada. Recordemos que José Azevedo Pereira, antigo director-geral da Autoridade Tributária e Aduaneira, solicitou, por duas vezes, a Paulo Núncio, autorização para a publicação de dados sobre transferências de dinheiro para "offshores." Não obteve essas autorizações, acaso envolvido em compromissos indesculpáveis. Mas a demissão de Paulo Núncio não desculpa o governo de Passos-Portas, além do que a hipocrisia da direita, neste caso, como em outros, atinge as zonas da obscenidade.

Paulo Núncio afirmou que a responsabilidade da não divulgação de dados foi da Autoridade Tributária, depois culpou os computadores, e só quando Azevedo Pereira o desmascarou assumiu a culpa. Por outro lado, as declarações de Assunção Cristas sobre Paulo Núncio provêm de alguém que entende a dissimulação e o encobrimento como actos necessários em política.

Ouvimos, pelas televisões, as declarações de alguns "comentadores", hoje promovidos a dirigentes da opinião pública, e ficamos hirtos de indignação. No nosso país, a indignidade e a desfaçatez atingiram carta de alforria, e quando se chega à conclusão de que o anterior governo mentiu aos portugueses, o assunto tem de ser investigado até às últimas consequências.

Corremos o risco de começarmos a ser interpretados como componentes de uma república das bananas; mas "há sempre alguém que resiste, alguém que sempre diz não". Disse-o, melhor do que qualquer outro, Manuel Alegre.

As coisas não vão ficar, certamente, por aqui, e atingimos um ponto em que temos de nos entender quanto ao significado das palavras honra, dignidade e pátria. De contrário, corremos o risco de soçobrar ante esta maré sobressaltada de oportunismo e venalidade. Não nos esqueçamos: todos estamos em perigo.

 

Ovar, 12 de Março de 2017

Álvaro Teixeira

Semanada (estatuadesal)

 

(In Blog O Jumento, 12/03/2017)
 
SEMANADA
 
Depois de ter elogiado Paulo Núncio pela sua elevação de carácter, Assunção Cristas descobriu agora que, afinal, não tinha havido qualquer responsabilidade política. Isto é, o tal momento de elevação de carácter de Paulo Núncio foi um tiro de pólvora seca, desnecessário e dado num momento de atrapalhação e na sequência de várias mentiras. Não havendo responsabilidades políticas por que motivo Assunção Cristas não insiste com Paulo Núncio para retirar o seu pedido de demissão dos cargos no CDS? Depois do momento de elevação de carácter de Núncio é a vez de ser Assunção Cristas a ter um momento idêntico.
Passos Coelho já sabe o que precisava de saber sobre as transferências para os offshores, que não tinha ocorrido qualquer situação fiscal e que o fisco ainda estaria a tempo de controlar. O problema agora é perceber por que motivo Paulo Núncio tudo fez para esconder as transferências dos olhos do povo, já que o argumento do “deixa-os pousar” não pegou.
Passos Coelho passou a semana em jantares de mulheres e talvez por isso se tenha transformado num exemplo de boas maneiras, principalmente nos debates parlamentares. Depois de muitas estratégias falhadas parece que a direita ensaiou uma nova versão de Passos, o líder da oposição é um rapaz muito educado e cheio de mesuras, o primeiro-ministro é um rufia mal-educado, reles e soez.
O Caso Marquês vai finalmente parir uma acusação e por incrível que pareça o BES que não serviu para acusar ninguém, serve agora para acusar José Sócrates. O MP deu a volta ao Mundo, mas em vez de ter começado no sentido da Av. Da Liberdade, onde estava a sede do BES, optou por viajar para nascente, deu a volta ao mundo, passou por paragens como Angola e Venezuela, passou uns tempos em Vale de Lobo, na viagem leram o livro de Sócrates e constituíram arguidos todos os que compraram mais de um exemplar e acabaram no CDT, o Culpado Disto Tudo. Estava escrito nas estrelas que a solução do Caso Marquês, a tal prova que levou três anos a encontrar, estava mesmo aqui ao lado.
Zita Seabra aparece num vídeo da Igreja Católica celebrando o 13 de Maio, estabelecendo a relação entre o centenário das aparições e o da revolução russa, para declarar a vitória de Fátima sobre Lenine. Depois de ver um modelo de virtudes proletárias, a mais dura dos comunistas no tempo de Cunhal, convertida numa beata devota da Nossa Senhora de Fátima, sou capaz de acreditar que um dia destes Maria Cavaco Silva ainda se vai inscrever na JCP, fazendo o percurso inverso ao da camarada Zita.
 
Ovar, 12 de Março 2017
Álvaro Teixeira

SÓCRATES e os SUBMARINOS! (estatuadesal)

 

(Joaquim Vassalo Abreu, 12/03/2017)
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“Os Alemães inventaram o submarino que é uma espécie de pepino que anda no fundo do mar”, ouvia eu dizer quando era ainda pequenito!
Era um luxo reservado a países com grandes arsenais bélicos, mas depois, depois tornou-se moeda de troca comercial dos países construtores (como a Alemanha na Europa) e contrapartida “oferecida” a generais, almirantes e outros tratantes, satisfazendo e justificando a sua própria existência, para os manterem calados, quietos e mudos.
Só a Grécia foi “obrigada” a comprar seis, por exemplo, e Portugal dois. Os Gregos parece que vieram com defeito e os Portugueses, mal chegados, precisaram logo de revisão. Porquê? Porque estavam parados. Uns largos milhões, “ouvi” eu escrito.
E houve luvas para os vendedores, luvas para os compradores, luvas para os intermediários e…para Sócrates, claro! Em todos os lugares houve presos, menos em Portugal.
E é claro, como foi Sócrates quem os encomendou, quem os comprou e foi ele, através de um amigo, o beneficiário das tais luvas …foi preso. Eu lembro-me bem quando ele chegou e foi detido ao entrar na manga de saída do avião. Trazia droga escondida, era o que era, presumi eu. Não é por isso que prendem as pessoas, às vezes até por engano, quando se preparam para entrar nas mangas?
Contaram-nos foi uma estória paralela. Que havia indícios de fraude fiscal, de corrupção e outra coisa que já nem me lembro. Mas porquê? Por causa da LENA, a “dealer”, justificaram eles e mandaram-no para Évora, prá cela 44!
Afinal a Lena andava era com outro, com o seu amigo, e ele o que fazia era vida de “bon vivant” “à” Paris pois o amigo, para ele não se lembrar da Lena, emprestou-lhe lá um apartamento de luxo no “sixième” ou “seizième”, não sei bem. E parece que a levou para a Venezuela, para Angola e não sei que mais e, com a inestimável ajuda de um Vara, tentaram comprar um Vale no Lobo. Não no Pulo do Lobo, mas sim no Algarve. E pimba: foram todos presos! Todos menos a Lena. Mas de submarinos…nada! Silêncio sepulcral. Devia ser o trunfo que tinham na manga, um “joker”, ou coisa que o valha.
E tanto despistaram, tanto despistaram, que acabaram despistados, isto é, perdidos. E precisavam de mais tempo para reparar a máquina, dar voltas de treino às pistas, até encontrarem, quais pilotos da Fórmula Um, o equilíbrio certo do motor e o acerto da direcção.
Mas eis que surge o Salgado, a PT, o Bava, o Granadeiro, todos amigados a um Bataglia, que se descobriu ser o verdadeiro “passador”. Mas…e os submarinos? Nada, nadica de nada! E foi-lhes dado mais tempo, mais tempo e mais tempo, até que o tempo esgotou.
O “passador” veio dizer que não passava de um passador, que só fazia favores a pedido do amigo Salgado, para quem um pedido era uma ordem, mas não sabia para quem.
O advogado João Araújo diz que o processo já vai em 93 volumes, mas só conhece 83! E aí eu arregalei os olhos e vi nisso um apoio irrefutável à minha tese: a do trunfo escondido, ou “joker”, tanto faz. E o que será? Só podem ser os submarinos! Não se fala à boca cheia que as “luvas” eram de quase trinta milhões? Bate certo, pensei de imediato.
Porque vamos lá ver: quem era o culpado de tudo, não era o Sócrates? Dos negócios com a Venezuela, da amizade com Chavez, da amizade colorida com a Lena, do Vale no Lobo, de “la vie en rose à Paris”, da filosofia dos livros, da queda da PT, do empréstimo de 900 milhões que o Bava e o Granadeiro, impelidos e obrigados sob a ameaça da caçadeira do Sócrates, resolveram fazer à Rioforte e até à derrocada do Bes. Alguém o terá subornado para abater o Bes? Também seria de mais, não? Ah, até já me esquecia, mas o Passos hoje lembrou-mo: também do crédito malparado da Caixa, reparem.
“Maneiras que” só resta uma hipótese: os submarinos? Dizem que os documentos terão voado! Qual quê: e aqueles 10 volumes que não deram a ler ao Araújo?
Mas também dizem por aí, sem qualquer prova, claro, pois nem arguido foi constituído, que haverá um outro personagem mistério neste enredo, mas…é só fumaça, como dizia o outro.
Portanto, vão por mim: Os Submarinos! Foi o Sócrates, está mais que visto!
Esta é a minha versão actual, isto é, de pessoa mais actualizada.
Mas a memória escrita é aquela que nunca poderemos desprezar ou ignorar porque…está escrita! Mas é a mesma a que quase nenhum comentador ou analista quer voltar pois, de tão certos estavam, nem se querem recordar.
Eu não! Também nem sou analista nem comentador, serei quando muito um “gozador”( mas não no sentido de gozar com a dor, como aquele treinador que dizia que treinava a dor, ou o jogador que jogava a dor, estão a ver?), mas não renego nem me envergonho de nada daquilo que escrevi ou publiquei.
A propósito de Sócrates, por exemplo. Eu nunca votei nele, que fique claro, mas sempre o defendi, até prova em contrário, que fique claro também, e sobre a sua prisão e demais vicissitudes alguns textos escrevi, nomeadamente em Dezembro de 2014. Podem visitá-los no meu BLOG (aesquerdadozero@wordpress.com), tal como este que a seguir partilho e escrito a 6 de Dezembro desse mesmo ano de 2014 e cuja leitura, creiam em mim, aconselho vivamente. Notem só o título no Link…! O verdadeiro serial killer
 
Ovar, 12 de Março de 2017
Álvaro Teixeira

sábado, 11 de março de 2017

PS volta a subir e alarga vantagem sobre PSD para quase 10 pontos

A sondagem da Eurosondagem realizada em Março mantém a tendência de subida do PS e de queda do PSD. Os socialistas têm agora uma vantagem de 9,5 pontos percentuais sobre os social-democratas.

PS volta a subir e alarga vantagem sobre PSD para quase 10 pontos
 
O PS continua a subir e o PSD mantém a tendência de quebra. É esta a principal leitura da sondagem da Eurosondagem para a SIC e o Expresso, divulgada esta sexta-feira, 10 de Março, e que mostra os dois maiores partidos portugueses separados por praticamente 10 pontos percentuais.
Em Março os socialistas subiram meio ponto percentual, a mesma evolução verificada em Fevereiro, para 38,3% das intenções de voto, enquanto o PSD cedeu 0,2 pontos para 28,8%, depois de já no mês anterior ter caído. Ainda assim, e como salienta o jornal Expresso, a descida registada pelos social-democratas em Março (-0,2 pontos) é menor do que a registada em Fevereiro (-0,8 pontos), com o PSD a manter-se abaixo da marca dos 30%.
Já o Bloco de Esquerda manteve as intenções de voto de Fevereiro (9,2%), com os bloquistas a reforçarem a terceira posição, beneficiando da ligeira queda (-0,3 pontos) da CDU (coligação entre PCP e Verdes) que desliza para 8%.
Nota ainda para o CDS, que subiu ligeiramente para 7,2% das intenções de voto, e para o PAN que avançou 0,7 pontos para 1,8%. Esta sondagem reforça também a vantagem do PS sobre PSD e CDS somados, que mesmo juntos estão agora a mais de 2 pontos percentuais dos socialistas. 
Marcelo lidera subida de popularidade com todos os líderes em alta
Depois de ter perdido popularidade em Fevereiro, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a melhorar os níveis de aceitação numa altura em que comemora um ano em funções como Presidente da República. Marcelo foi mesmo o líder político cuja popularidade mais subiu em Março, tendo aumentado 3,8 pontos para uma avaliação global positiva de 58,2 pontos.
Num mês em que a popularidade de todos os líderes dos partidos com presença no Parlamento subiu, também António Costa, primeiro-ministro, viu os seus níveis de aceitação junto da opinião pública subir 2,5 pontos para 31,8 pontos.
Seguem-se Jerónimo de Sousa, com a popularidade do secretário-geral comunista a crescer 2,3 pontos para 10,4 pontos, Passos Coelho, presidente do PSD, que melhora 1 ponto para 10,3 pontos, Assunção Cristas, presidente do CDS, que ganha 1,4 pontos para 9,7 pontos, e Catarina Martins, coordenadora do Bloco, que cresce 1,6 pontos para oito pontos.
Esta sondagem da Eurosondagem foi realizada entre os dias 1 e 8 de Março, sendo que o último dia foi também aquele em que se realizou o mais recente debate quinzenal, marcado pela troca azeda de galhardetes entre o primeiro-ministro e o líder do maior partido da oposição, facto que não parece ter tido grande influências na popularidade de ambos os dirigentes políticos. 
(Jornal Económico)
 
Ovar, 11 de Março de 2017
Álvaro Teixeira













Como as acusações contra Obama ameaçam virar-se contra Trump

 

Logótipo de Diário de Notícias
No Twitter, Trump acusou Obama de ter colocado os seus telefones sob escuta na Trump Tower durante a campanha para as presidenciais

© Reuters No Twitter, Trump acusou Obama de ter colocado os seus telefones sob escuta na Trump Tower durante a campanha para as presidenciais
O porta-voz de Barack Obama garantiu que nem o ex-presidente nem a Casa Branca alguma vez mandaram escutar um cidadão americano. James Clapper, o antigo diretor dos serviços secretos, explicou na NBC que "não houve qualquer atividade de escuta montada" contra Donald Trump durante a campanha presidencial. E o atual diretor do FBI, James Comey, terá pedido ao Departamento de Justiça para rejeitar as acusações do presidente contra o antecessor. Mas quer seja verdade quer não, o tweet em que Trump garante "Acabo de descobrir que Obama mandou escutar os meus telefones na Trump Tower antes da vitória" pode rapidamente virar-se contra ele.
Denunciando um novo Watergate e comparando os métodos de Obama ao macarthismo, a caça às bruxas dos anos 1950, quando o senador Joseph McCarthy perseguia comunistas, Trump não apresentou provas que confirmem as acusações contra Obama. Mas no domingo o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, anunciou que o presidente pediu ao Congresso para investigar se o governo federal ordenou escutas a responsáveis da sua campanha no âmbito do inquérito ao envolvimento russo nas presidenciais.
Os rumores sobre um "golpe silencioso" de Obama contra Trump surgiram primeiro no site de notícias Breitbart News (ligado à extrema-direita e cofundado pelo agora estratega principal da Casa Branca Steve Bannon) e pelo animador de rádio conservador Mark Levin.
As ligações entre a campanha de Trump e a Rússia foram assunto dominante na corrida às presidenciais de 8 de novembro. Fosse pelos negócios do republicano com Moscovo, por o seu então diretor de campanha, Paul Manafort, ter trabalhado para um partido pró--russo na Ucrânia ou por um dossiê organizado por um ex-agente secreto britânico a pedido de opositores ao milionário ter revelado que "o regime russo apoiou Trump durante pelo menos cinco anos".
Apesar de nada ter sido confirmado - e de parte até ter sido negado -, nos últimos meses surgiram notícias, sobretudo na imprensa britânica, de que as autoridades americanas estariam a tentar obter autorização da justiça para investigar membros da equipa de Trump ligados a Moscovo. Em janeiro, o The Guardian escrevia que, no verão de 2016, o FBI teria pedido um mandado ao tribunal FISA (Foreign Intelligence Surveillance Act) para monitorizar as comunicações de quatro membros da campanha de Trump suspeitos de contactos irregulares com responsáveis de Moscovo. O pedido terá sido negado, ao contrário de um segundo, aprovado em outubro e que visava apenas dois bancos russos, suspeitos de transferirem dinheiro para os EUA.
Para emitir um mandado a autorizar escutas a cidadãos americanos, o FISA teria de considerar haver causa provável de que esses indivíduos estavam a agir como "agentes ao serviço de uma potência estrangeira". Por isso, se o mandado de outubro autorizasse escutas aos bancos russos - mesmo que as comunicações envolvessem sujeitos americanos -, isso não contradiz Clapper.
Sendo assim, se Trump estiver correto e o governo federal tiver conseguido um mandado para o escutar, significa que havia suspeitas fundadas de que estaria a agir ao serviço de uma entidade estrangeira. O que obrigaria o Congresso, na investigação que o próprio presidente pediu, a esclarecer os contactos entre a sua campanha e Moscovo. "Será mesmo o que a Casa Branca quer?", interroga-se a New Yorker.
Já se Trump estiver errado e as acusações contra Obama forem falsas, o presidente arrisca-se - segundo a Bloomberg - a ter de responder por abuso de poder.
Um cenário alternativo seria as escutas terem sido feitas ilegalmente. Mas aí estaríamos mesmo diante de um novo Watergate - as escutas à sede democrata na campanha presidencial de 1972 que obrigaram Richard Nixon a demitir-se para escapar à destituição.
Num caso como no outro, não faltam analistas a falar num possível processo de destituição de Trump. Apesar de com um Congresso dominado pelos republicanos as hipóteses de sucesso serem mínimas.
Uma baixa e uma escusa
Já com Trump na Casa Branca, a ligação à Rússia continuou a fazer estragos. Primeiro foi Michael Flynn, o conselheiro para a segurança nacional a ser afastado do cargo. Tudo porque não comunicara ao vice-presidente Mike Pence que nos encontros que mantivera na campanha com responsáveis russos discutira as sanções a Moscovo. Já nesta semana, depois de o Departamento da Justiça ter divulgado que o tenente-general na reserva trabalhara como lobista para o governo turco através de uma empresa sediada na Holanda, a Casa Branca garantiu que Trump "não sabia" que Flynn fora agente de um governo estrangeiro antes de o nomear.
Já o procurador-geral Jeff Sessions pediu escusa de qualquer investigação às alegadas ingerências russas na campanha depois de vir a público que se encontrara com responsáveis de Moscovo na campanha. A oposição democrata pede a sua demissão, acusando-o de mentir sob juramento no Senado.
 
Ovar, 11 de Março de 2017
Álvaro Teixeira