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segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

A pocilga do caciquismo e as directas do PSD

por João Mendes

Pedro Marques Lopes assina um artigo de opinião no DN, Quotas, caciques e eleições internas, que no mínimo merece a reflexão daqueles que se preocupam com a saúde da nossa democracia. O fenómeno do caciquismo, e em particular dos pagamentos em massa de cotas, que antecedem actos eleitorais internos nos partidos do costume, representam uma subversão dos processos democráticos, que devia corar de vergonha todos aqueles que recorrem a estes procedimentos, se tivessem vergonha na cara, que não têm. Nas palavras de Pedro Marques Lopes:

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Raríssima impunidade

por Bruno Santos

Quando o jornal Público deu conta de que as principais IPSS de Vila Nova de Gaia eram totalmente controladas por assessores, familiares e amigos de autarcas da cidade, destacando o facto de a própria mulher do presidente da Câmara ser vice-presidente de uma das principais instituições de solidariedade social do concelho e ter visto o seu salário aumentado 390% em apenas cinco anos, Vítor Rodrigues , actual presidente do Conselho Metropolitano do Porto, veio clamar contra a “cabala” e a “campanha negra”, pedindo aos santinhos, jurando inocência e assegurando absoluta transparência nas relações entre o Município e as IPSS em causa. Dias depois o jornal publicava os documentos que desmentiam o autarca e dava notícia de que uma auditoria tinha sido pedida ao Ministério tutelado pelo Dr. Vieira da Silva. Até hoje.

A impunidade, juntamente com os impostos, é uma das poucas certezas que os cidadãos da República podem ter sobre o governo do seu país. Tudo parece acabar em gavetas sem fundo, onde o tempo cumpre a tarefa de fazer esquecer uma realidade já impossível, contudo, de disfarçar - Portugal é um país com índices de corrupção apenas comparáveis aos de impunidade, e uma parte significativa dos seus recursos são sorvidos pelo poço sem fundo deste tipo de crime, cada vez mais descarado.

Agora é uma reportagem da TVI que traz ao conhecimento público mais um caso grotesto, passado com outra IPSS que se dedica, alegadamente, ao apoio a crianças com doenças raras. O assunto envolve, segundo a TVI, o uso ilegítimo de recursos públicos para fins pessoais, com deslocações fictícias, compra de vestidos de alta costura, carros topo de gama, gastos pessoais em supermercados e, mais uma vez, salários chorudos. Mais uma vez também a IPSS vem defender-se publicamente invocando a tese da “cabala” e da “campanha negra”, os “interesses obscuros” e o “jornalismo de emboscada”, argumentos que se tornaram arma de arremesso sempre que é necessário erguer cortinas de fumo e justificar o injustificável, tentando escapar à responsabilidade civil, política e criminal. Pelos vistos, há até um secretário de Estado envolvido no assunto, que terá andado a receber um ordenado pago com subsídios públicos que se destinavam ao apoio de crianças doentes. Tudo isto é indigesto, indigno e, obviamente, inaceitável. E é também cada vez mais ténue a diferença entre a negligência e a cumplicidade do Ministério que tutela a Economia Social, perante tão evidentes indícios de degradação.

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Haja quem nos limpe o cu

por CGP

O assunto está na moda. Não há think-tank, jornal ou político iluminado que não fale do que aí vem: o progresso tecnológico ameaça acabar com a necessidade de trabalho humano e enviar-nos todos para o desemprego. Os mais excitados falam de um futuro em que estaremos subjugados ao poder do grande capital que deterá os robots com inteligência artificial, escravizando a classe operária. Não falta então quem sugira ideias geniais como a do rendimento básico incondicional (uma espécie de RSI para todos) ou impostos sobre o rendimento dos robots.

Estas teorias catastrofistas assentam em três pressupostos. Primeiro, que estamos a assistir a uma evolução tecnológica sem precedentes que levará à substituição de trabalhadores por máquinas. Em segundo lugar, que esta evolução tecnológica não tem precedentes na história da humanidade, que desta vez é diferente pela rapidez com que acontecerá. Em terceiro lugar, que esta mudança será negativa para a sociedade como um todo, especialmente para os mais pobres.

O problema com estas teorias é a realidade. Comecemos pelo primeiro pressuposto. Se estivéssemos a assistir a uma substituição sem precedentes de trabalhadores por máquinas, isso ficaria evidente nos indicadores de produtividade. A produtividade, grosso modo, corresponde ao volume total de produção dividido pelo número de trabalhadores. Se o dividendo se mantém igual ou cresce e o divisor cai, então a produtividade estaria a aumentar. Infelizmente, não é isso que está a acontecer: as economias desenvolvidas estão num processo de estagnação em termos de produtividade desde o início do século. A produtividade cresce a ritmos cada vez mais baixos, o contrário do que seria de esperar se estivéssemos num processo acelerado de substituição de homens por máquinas.

Mas vamos ignorar isto. Vamos então fingir que a produtividade é mal calculada e que na verdade está a crescer a um ritmo acelerado. Ou então que há outros factores não relacionados que estão a contrabalancear o efeito da automação. Ou ainda que que a automação ainda não começou a substituir trabalhadores humanos, mas que irá começar muito em breve. Não falta quem aponte números: 50% dos empregos irão desaparecer nos últimos 50 anos. Será que isto é novo? Podemos dar um passo atrás. Pensemos no mercado de trabalho nos anos 90: quantos daqueles empregos existem ainda hoje? Quantos trabalhadores em 1992 se fossem transportados no tempo para os nossos dias teriam o seu emprego tal e qual o tinham? Ou, visto de outra forma, quantos trabalhadores hoje estão em empregos que já existiam em 1992? Hoje temos muito menos bancários e mais programadores. Menos empregados de mesa e mais operadores de call center. Menos portageiros e mais hospedeiros. Mesmo os empregos que nominalmente se mantiveram iguais, alteraram-se de forma tão substancial que dificilmente se pode dizer que são o mesmo emprego (pensemos em jornalistas, por exemplo). Se fizermos a análise entre 1992 e 1967 a diferença é ainda maior. No entanto, para além das flutuações conjunturais é difícil identificar uma enorme subida do desemprego em resultado do desaparecimentos daqueles empregos. Se 50% dos actuais empregos desaparecerem nos próximos 25 anos isso não será necessariamente novo. Nem sequer, note-se, deverá causar desemprego temporário, uma vez que 50% dos trabalhadores também deverá reformar-se nos próximos 25 anos. Apesar de tudo, o perfil dos jovens que hoje começam a sua carreira é bastante diferente da média dos actuais trabalhadores. E certamente diferente do que será daqui a 25 anos.

Por outro lado, a substituição de trabalhadores é feita de forma lenta e gradual. O facto de uma tecnologia estar disponível não quer dizer que venha a substituir imediatamente todos os trabalhadores que pode substituir. Pensemos no caso da Via Verde que existe em Portugal há mais de 20 anos. Durante este período, muitos empregos de portageiro desapareceram. No entanto, os portageiros desapareeram do mercado de trabalho mais rapidamente que os empregos nas portagens. Fruto disso, apesar da Via Verde ser uma tecnologia madura, a Brisa ainda hoje contrata portageiros. Ou seja, uma tecnologia simples que substitui empregados de forma directa e com poucos custos de implementação falhou em substituir todos os empregados disponíveis para a profissão. Imaginem agora o que será com tecnologias complicadas.

Para os portugueses que ainda tenham dúvidas, há uma forma ainda melhor de ficar descansado. Portugal, como um país atrasado no conjunto dos países desenvolvidos, tem a capacidade de conseguir de antecipar o futuro, olhando para os países 20 anos à frente. É o caso do Japão, o país com o maior número de robots do Mundo, com um nível de automação a que Portugal só conseguirá chegar daqui a 15-20 anos. E no entanto, o desemprego é praticamente inexistente. Com uma densidade de robots 20 vezes superior à portuguesa, o Japão praticamente não tem desempregados e mesmo os trabalhadores queixam-se mais do excesso e não da falta de trabalho.

O terceiro argumento é de que a automação, substituindo empregos manuais e pouco sofisticados, afectará principalmente os pobres. Mais uma vez, contraria a história: o progresso tecnológico é uma força equalizadora. O progresso tecnológico torna luxos apenas disponíveis para os mais ricos em bens essenciais e generalizados. Pensemos em algo que há umas décadas ainda era um luxo: água canalizada. Um membro do topo da hierarquia no século XV teria acesso constante a água (trazida pelos aguadeiros de serviço). Para pessoas no topo da hierarquia o aparecimento de sistemas de água canalizada trouxe menos benefícios do que para os pobres (que não podiam ter empregados a transportar água). O mesmo acontece com a alimentação, a arte e o entretenimento. O progresso tecnológico (seja ele na forma de água canalizada, máquinas agrícolas, televisões ou aviões) beneficiou sempre desproporcionalmente os mais pobres. A água canalizada tirou emprego a centenas (milhares?) de aguadeiros, mas foi o que permitiu às classes menos afortunadas ter acesso a água

Nesta altura da discussão, há sempre alguém que se levanta e pede exemplos específicos de empregos que irão substituir os actuais. Eu só consigo imaginar o desespero destas mesmas pessoas se em 1930 lhes dissessem que daí a 50 anos, 3% dos trabalhadores seria suficiente para produzir os bens alimentares de toda a população. Consigo imaginar o seu desespero ao tentar imaginar onde trabalhariam os outros 60% de trabalhadores que nessa altura se dedicavam à agricultura. A verdade é que hoje não temos 60% de pessoas desesperadas de enxada na mão de porta em porta à procura de trabalho. Tal como as pessoas em 1930 não conseguiriam imaginar que empregos iriam substituir os empregos na agricultura entretanto automatizados, também para nós será difícil fazê-lo.

Uma boa forma de tentar adivinhar que empregos serão esses é analisar a sua vida e pensar o que é que gostava de ter e não tem. Em 1930 poucas pessoas faziam férias, jantavam fora ou tinham acesso a entretenimento de qualidade. A simples ideia de que estas seriam actividades regulares mesmo entre a classe média baixa seria ridicularizada. Mas isto é hoje uma realidade porque muitos dos recursos humanos utilizados na agricultura foram automatizados e o seu esforço desviado para a prestação deste tipo de serviços.

Em 2017, o que vos falta? A mim salta-me logo uma tremenda necessidade presente e que tenderá a agravar-se no futuro: o cuidado a idosos. O cuidado a idosos com problemas de mobilidade é hoje caro e inacessível à maioria das famílias. Muitos dependem de cuidadores informais ou são abandonados em hospitais. Com o envelhecimento da população, o problema apenas tenderá a agravar-se. Será preciso desviar muitos recursos de outros sectores para suprir todas estas necessidades nas próximas décadas.

Nos anos 60 muitos previam que as viagens espaciais se tornariam comuns no final do século. As pessoas da minha idade cresceram a ver os Jetsons com a certeza de que quando fossem adultos não teriam que realizar tarefas domésticas básicas. A verdade é que hoje as viagens à lua são extremamente raras e lavar a louça extremamente frequente. Enquanto tantos economistas se preocupam com a legião de desempregados que a automação e robotização irão criar, talvez nós, pessoas na casa dos 20-40 anos, devêssemos estar mais preocupados em que o progresso tecnológico liberte recursos suficientes para um dia termos quem nos limpe o cu. Ou então que nos próximos 40 anos apareça um robot capaz de o fazer. Suavemente.

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Semanada

por estatuadesal

(In Blog O Jumento, 10/12/2017)

zeca

Portugal parece ter um Presidente da República que analisa os anos como se pertencesse à Confraria do Vinho do Porto e estivesse a avaliar a qualidade do vinho, para decidir se o vinho da colheita é ou não um vintage. Agora parece que há anos bons para o país tomar decisões e anos maus porque nesses ou é impossível tomar decisões ou essas serão más, porque são anos eleitorais.

Primeiro veio dar palpites sobre o OE para 2019, dando a entender que há orçamentos eleitoralistas, agora foi junto dos autarcas teorizar sobe as qualidades de 2018, por não ser ano eleitoral. Não seria má ideia se o Presidente da República evidenciasse mais confiança na democracia e nas virtudes das eleições, a não ser que considere que as eleições devam ser tratadas como meras passagens de modelos, que nada têm para dizer.

A direita portuguesa está viciada no jogo, só que as apostas não são em corridas de cavalos, na raspadinha ou no jogo do bicho, o que está a dar são os palpites sobre o fim da geringonça. Desde que Passos decidiu esperar um ano para que o governo caísse que toda a direita condiciona a sua agenda política no pressuposto de que António Costa vai cair. Agora foi a vez de Santana Lopes animar as suas hostes, e para o fazer nada melhor do que se armar em Santinha da Ladeira e prometer um milagre, a Geringonça vai cair.

Marcelo Rebelo de Sousa fez a sua melhor aquisição para a casa Civil, foi buscar o Zeca Mendonça, o homem que durante décadas serviu os líderes do PSD e ficou conhecido pela tendência para pontapear jornalistas. Marcelo tem dado tanta importância ao futebol, uma das suas mais generosas fontes de likes, a seguir aos incêndios e ao jantar dos sem-abrigo, que para tratar com a comunicação social foi buscar alguém com jeito para dar chutos.

Catarina Martins decidiu chamar s si todo o protagonismo político, quase apagando um Jerónimo de Sousa; os seus ataques ao governo e a linguagem que usa é bem mais violenta do que os artigozinhos da Assunção Cristas que tanto irritam António Costa. Mas os ataques de Catarina ao governo também fazem lembrar o estilo de governação do PSD, normalmente este partido desempenha o papel de governo e de líder da oposição. A verdade é que as críticas do BE ao governo apagaram a direita.

Se Centeno pertencesse a um governo de direita a esta hora já teriam descoberto as suas origens rurais, com um avô num dos concelhos mais isolados do país. O meio agreste e a rudeza da vida do campo seriam um sinal das qualidades superiores de um ministro das Finanças que se quer rigoroso, com qualidades da aldeia, a lembrar Salazar.

Mas como Centeno é da esquerda já foi esquecido, uma semana depois já não se fala da sua escolha para presidir ao Eurogrupo, Marcelo, por exemplo, prefere falar de receios de que o OE de 2019 seja eleitoralista ou de que o ministro não se possa dedicar ao país.

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Diversos

Posted: 10 Dec 2017 11:03 AM PST

Ainda não tinha visto esta explicação:

«This woman was partially cropped out of the cover to symbolize "all those who could not speak out”. (…) The woman (…) is a young hospital worker from Texas who told her story anonymously to protect her family's livelihood.»

Trump farto de história(s)

Posted: 10 Dec 2017 03:19 AM PST

«“Os presidentes que me precederam fizeram [da mudança da embaixada dos EUA de Telavive para Jerusalém] uma das suas principais promessas eleitorais, e não a cumpriram. Hoje, eu estou a cumprir a minha.” É assim, com lógica puramente eleiçoeira, que Donald Trump justificou outro dos seus gestos incendiários em política externa. Esta era uma velha e repetida promessa eleitoral e uma decisão do Congresso que nenhum dos presidentes, desde 1995, tinha concretizado, e Trump, o conseguidor, deu o passo "corajoso" que ninguém tinha dado. “Vocês sabem que este é um governo único. Que toma medidas ousadas", terá dito Trump ao governo israelita (The Guardian, 8.12.2017). Que o fogo se propague pelo Médio Oriente e que, dentro de meses, se contem provavelmente por milhares os palestinianos mortos, tudo isso é secundário. Estamos habituados. E tanto melhor se, já agora, a decisão ajuda um aliado, Netanyahu, outro encenador de testosterona, a conseguir ser o primeiro dirigente israelita a dispor desta consagração do aliado americano e a desviar as atenções das acusações de corrupção que impendem sobre ele e vários membros do seu staff. Mais do que verificarmos o fracasso de negociações de paz israelo-palestinianas, o que vemos é não haver sequer processo algum desde há anos - não por responsabilidade das duas partes, como se gosta de salomonicamente dizer, mas porque Israel, tratado com toda a condescendência pelo Ocidente e pela Rússia, nem precisa de fingir querer negociação alguma.

PUB Duas parecem-me ser as motivações de Trump. Ambas decorrem de extraordinárias leituras históricas. A primeira de natureza religiosa, com objetivos políticos: agradar aos 81% de evangélicos norte-americanos que votaram Trump em 2016 e que acreditam que a sua decisão relativamente a Jerusalém ajudará ao desencadeamento da "Batalha do Armagedão", na qual "Cristo regressará à Terra e vencerá os inimigos de Deus", antes de mais os infiéis palestinianos que povoam a cidade há séculos. "Para alguns evangélicos", lembra a Diana Butler Bass, historiadora das religiões, "este será o clímax da história. E Trump está a conduzi-los até ele. Ao Juízo Final, à vitória certa." A quem parecer desolador que semelhante retórica religiosa possa ter peso na formação de opinião política de muita gente, Bass faz notar que "milhões de cristãos americanos acreditam nisto e nisto basearam a sua fé e a sua identidade.” (Haaretz, 8.12.2017) Os que estão ainda convencidos que o islamismo político é a fonte de todos os perigos, não se esqueça de acrescentar à lista os delírios políticos que se reclamam do cristianismo e do judaísmo.

Augúrios bíblicos destes podem parecer alheios a um empresário com a ética de predador sexual. Seguramente mais associável à sua mundivisão é aquela que me parece ser a segunda motivação: a da "adoção da política da vitória de Israel" como base, não mais implícita, mas absolutamente explícita, da posição dos EUA no Médio Oriente. Essa é a batalha há muito do lobista pró-israelita Daniel Pipes, cujo "objetivo é convencer Washington a deixar Israel vencer" e deixar os israelitas "decidir livremente como atingir este objetivo". Pipes sabe bem que "quebrar a vontade palestiniana de ir à luta não será nem fácil, nem agradável" - como, aliás, já se está a comprovar. Mas se ela não for "quebrada", a "única alternativa é o desaparecimento de Israel", retórica que há muito se tornou hegemónica entre os israelitas e que se traduz na determinação em não aceitar qualquer Estado palestiniano. Que lição tira Pipes da história? A de que "o compromisso e 'concessões dolorosas' não acabam conflitos; pelo contrário, a história mostra que tal só se consegue com a desistência de um dos lados" (Pipes, Israel National News, 14.5.2017).

De "lições" destas se fez a história do belicismo. De resto, e como o genro de Trump, Jared Kushner, foi apanhado há meses a dizer sobre a Palestina, "não queremos mais lições de história. Já lemos livros suficientes. É altura de perceber como resolver a situação” (The Guardian, 8.12.2017). Pois aí está. Cem anos depois do arranque da aventura sionista na Palestina, os outros que desistam dos seus direitos, da sua terra, da sua vida. E que Trump, armado em árbitro, julgue poder proclamar o vencedor.»

Manuel Loff

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