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sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Suicídio colectivo

Novo artigo em Aventar


por João Mendes

Segundo o Jornal de Negócios, a agência de notação norte-americana Fitch deverá pronunciar-se hoje sobre o rating do Estado português. Analistas citados pelo matutino esperam uma revisão em alta, que retire a divida pública portuguesa do famoso "lixo", abrindo portas a novos investidores e oportunidades, até aqui vedadas ao nosso país.

Posto isto, a pergunta para um milhão de euros: alguém me sabe dizer onde terá lugar o suicídio colectivo dos profetas do apocalipse e da imprensa e respectivos comentadores ao serviço da elite ressabiada que patrocinou a lenga-lenga dos resgates e da Venezuela? Quem souber que me mande a morada, que eu vou só ali fazer pipocas e já venho.

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Mudam as Moscas Mas a Porcaria é a Mesma

por Cristina Miranda

Com o terramoto que rebentou a escala de Ritcher provocado pela Raríssima, começaram a rolar cabeças no governo. Pois é. Parece que além do uso indevido de dinheiros públicos, a política e interesses privados andavam a dormir juntos e pagos com donativos particulares e subsídios do Estado. Gravíssimo sem dúvida mas pergunto-me se não tivesse sido descoberto esta promiscuidade com fotos, o desfecho seria o mesmo.

Porque já todos conhecemos o modus operandi desta gente: assim que estala um escândalo, seja na CGD com favorecimento a futuros administradores, seja em Tancos com furtos mistério, seja na ANPC com a ALTA mortandade nos fogos por falta de assistência, seja na Galp uma empresa de litígio com o Estado a pagar viagens ao fisco, com a legionella no hospital público e tantos outros casos, imediatamente assobia-se para o lado fingindo que não se passa nada! Demissões é coisa que não assiste este governo que se comporta como uma divindade eleita por Deus que não deve qualquer prestação de contas senão a Ele. Estilo Nicolás Maduro, estão a ver? Julgam-se acima de qualquer um, sobretudo do cidadão, a quem respondem com indiferença quando lhes é pedido explicações.

Mas, se o caso for mesmo cabeludo - isto é - tremendamente escandaloso, lá vem uma substituiçãozita. Por alguém com méritos, competência e experiência comprovados?Não. Por alguém da FAMÍLIA. Ao jeito da "Cosa Nostra Siciliana", vai-se buscar gente da "confiança" destes governantes que possam dar "continuidade" ao "trabalho" já desenvolvido pelos anteriores.

Por isso com a saída do Secretário de Estado Manuel Delgado foram buscar a esposa de Zorrinho que no dia da tomada de posse parecia uma miúda de 10 anos a receber a sua primeira barbie. A opção por esta "ilustre" figura de certeza que teve por base um "trabalho" muito apreciado pelo PS durante a sua Presidência do Conselho Directivo da Administração na ARS do Alentejo onde  foram adquiridos produtos a preços exóticos como 14 módulos de  3 cadeiras em viga e 10 módulos de 2 cadeiras em viga por a módica quantia de  375,6 mil euros. Ainda um armário persiana, duas mesas de computador, três cadeiras com rodízios, braços e costas altas por 97 560 euros. Mas não se fica por aqui. A registar ainda  reparações de duas fotocopiadoras por 45,1 mil euros . Obviamente que por este manifesto "bom trabalho de gestão" era a raposa ideal para tomar conta do galinheiro de Delgado como Secretária de Estado da Saúde. Tudo em família claro.

Eduardo Cabrita aquele que pôs os policias na rua porque incomodavam os cães da sua propriedade que eles vigiavam, foi também uma substituição magnífica para Ministro da Administração interna depois do puxão de orelhas - que forçou a saída de Constança -  do nosso presidente da República ao escândalo de Pedrógão e fogos de 15 Outubro.  Além de ser amigo do peito de Costa e esposo da Ministra do Mar (muito importante no currículo)  desempenha um trabalho notável a dormir. Louvor lhe seja feito porque esta habilidade é um "super poder" que não é para qualquer um. Além disto tem grande mestria em roubo de microfone  onde lhe vimos a arrogância autoritária que só um grande amigo e braço direito do Costa o podia ser.

Ao estilo das máfias em que Costa é o "Padrinho", esta governação assenta toda ela em laços de consanguinidade e amizade exactamente como nos regimes comunistas/socialistas da Venezuela, da Coreia do Norte e Cuba que transita de pais para filhos, de irmã os para irmãos, de marido para esposa, de amigo de infância para amigo do peito, para se protegerem uns aos outros. Tudo perfeitamente legal porque ao contrário de França, não se legisla para acabar com esta promiscuidade de laços afectivos e familiares na gestão do país. Uma GRANDE  FAMÍLIA sustentada por nós contribuintes onde a única garantia que nos é dada por eles é ter mais e mais impostos TODOS OS ANOS para os sustentar a troco de  quase NADA. Porque NADA fazem senão orientar a vidinha desta... família e com o que sobra atirar uns trocos ao chão às clientelas para lhes assegurar votos.

Por isso, somos os Nórdicos do SUL do Século XXI ( e não Nórdicos de Século XXI como afirmou o PR) ou seja um produto adulterado do original.

Porque se fossemos efectivamente dos nórdicos, as "moscas" não seriam substituídas. Seriam extintas.

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A imaginação do centro no poder + Distinguir

A imaginação do centro no poder

Posted: 15 Dec 2017 01:35 AM PST

A chamada eleição de Mário Centeno para a chamada Presidência do chamado Eurogrupo revela a actualidade de um diagnóstico feito por Boaventura de Sousa Santos na década de noventa. Nele denunciava a “imaginação do centro”, ou seja, o hábito elitista de se pensar em Portugal como se fosse globalmente um país rico, ocultando as realidades de uma sociedade semiperiférica e as suas necessidades específicas de política. Desde então cresceu o fosso entre essa imaginação e a realidade económica de uma sociedade globalmente em processo de periferização. Esse crescimento deveu-se também às opções de política inspiradas por essa imaginação, incluindo a catastrófica adesão ao Euro, privando-nos de instrumentos necessários para o desenvolvimento nos nossos democráticos termos. O que explica então que essa imaginação, da qual não está ausente um complexo de inferioridade em relação aos países ricos e a tradicional superioridade em relação aos concidadãos populares, continue a ter influência?
O resto do artigo pode ser lido no Público.
Este é o meu último artigo no âmbito da parceria entre o Centro de Estudos Sociais e o Público. Desde Março, cinco investigadores alternaram semanalmente, à sexta-feira, na secção de opinião do jornal: Conceição Gomes, Hermes Costa, José Manuel Mendes, Marta Araújo e eu. No próximo ano será a vez de outros investigadores do CES escreverem no âmbito desta parceria. Pela minha parte, gostei da experiência. Em nove artigos, transportei para o Público temas sobre os quais vou escrevendo por aqui e por ali: das origens europeias da pós-verdade e da crise da social-democracia, passando pela economia política de quem trabalha ou pela defesa de um populismo que pode ser uma saudável reacção democrática ao neoliberalismo.

Distinguir

Posted: 14 Dec 2017 12:12 PM PST

«A ver se nos entendendemos: toda a gente que conhecia a Raríssimas tinha a melhor opinião sobre o seu trabalho. As empresas que generosamente a patrocinavam (mais do que o Estado) e que estão a retirar os seus apoios, a anterior primeira-dama que lá levou a rainha de Espanha, Marcelo Rebelo de Sousa que lá foi, Vieira da Silva que aceitou o lugar de vice-presidente da Assembleia Geral, o deputado do PSD que tinha aceite integrar a vice-presidência da próxima direção, os serviços que decidiriam o financiamento (que corresponde a 25% dos recursos da Raríssimas, abaixo da média das IPSS, que andará pelos 50%). A não ser que se prove má-fé na ajuda que deram, a caça a quem ajudou uma IPSS que trabalha numa área tão difícil é absurda. Até porque a boa opinião que todos tinham do trabalho junto dos utentes dos serviços da Raríssimas não era injustificada. A instituição foi premiada em Portugal e no estrangeiro porque, ao que parece, faz mesmo um bom trabalho naquela área. Preocupa-me, aliás, a situação em que se encontra agora, pondo em risco as pessoas que dependem dela. Isso, por mais estranho que pareça, não é incompatível com uma presidente arrivista, abusadora e que maltrata o dinheiro que não é seu. As coisas na vida são mais contraditórias do que este tipo de polémicas faz pensar. O que revela muito sobre a fragilidade da nossa sociedade civil é sermos incapazes de fazer qualquer debate - incluíndo o do funcionamento do terceiro sector - sem que ele se transforme, mesmo quando isso é manifestamente forçado, num mero confronto partidário. Mas é natural. A maioria dos portugueses sabe o que são os partidos mas nunca meteu os pés numa associação. E essa anemia da nossa sociedade civil ajuda a explicar muito do que deveríamos estar discutir com este caso.»
Daniel Oliveira (facebook)

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quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Making America Whatever Again

Novo artigo em Aventar


por j. manuel cordeiro

Roy Moore é um político norte-americano que está a ser acusado de coerção sexual sobre miúdas dos 14 aos 17 anos, quando ele andava na casa dos 30 anos. Moore declarou não ter feito nada de errado e que Deus o julgará, o que lhe daria jeito, dado que não sofreria as consequências. Já o seu assessor de imprensa, perante os factos incriminadores, não negou os actos de Roy Moore, tendo, como defesa, alegado que este não fizera nada sem o consentimento das mães das miúdas. Pelos vistos, esta posição não chocou os vitorianos conservadores, sempre prontos para a defesa da decência e dos altos valores.

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Ministra da Justiça: Cabo Verde vai começar a fazer testes de paternidade brevemente

14 dez 2017 09:52

A ministra da Justiça e Trabalho, anunciou que o Governo já contratualizou o fornecimento de reagentes para realização de testes de paternidade, que irá dar respostas a 5 mil processos de investigação de paternidade pendentes.

RTC

Janine Lélis lançou esta informação em declarações à imprensa após ter presidido à abertura do seminário sobre o “desenvolvimento de núcleos pilotos de investigação forense e reforço da rede de cooperação regional para uma luta eficaz contra a droga no África Ocidental”, que decorre na Cidade da Praia até sexta-feira, 15.

Conforme explicou a ministra, tendo em conta as dificuldades a nível do funcionamento do laboratório da Polícia Judiciária, o Governo está engajado e firme na promoção de mais actividades para uma melhor eficácia da investigação criminal a nível da polícia cientifica.

“É neste sentido que conseguimos contratualizar o fornecimento de reagentes para podermos dar respostas aos inúmeros processos de investigação de paternidade que estão pendentes nas procuradorias, e por se tratar de um procedimento longo e moroso contamos recebe-los brevemente para em articulação com o Ministério Público possamos trabalhar nesta matéria”, realçou.

Na ocasião, adiantou que de acordo com o relatório do Ministério Público apresentado ao Parlamento em Setembro deste ano, existem no país cerca de 5 mil processos de investigação de paternidade, o que significa que 5 mil crianças estão sem protecção, sem direito a pensão de alimentação, não têm uma tutela paternal, o que no seu entender são factores fundamentais e essencial para promover uma educação e um desenvolvimento saudável.

Entretanto, avançou que o encontro que conta com a participação de representantes dos laboratórios das polícias científicas de Cabo Verde, Gana e Cote d´Ivoire vai contribuir para a capacitação dos profissionais a nível de investigação e o desenvolvimento da cooperação.

“A Polícia Judiciária terá um papel muito importante e de destaque nessa questão, daí a necessidade de dar respostas a todos esses complexos problemas que demandam à instituição, e que estejam dotados de instrumentos, meios e mecanismos modernos que viabilizem um combate cada vez mais eficaz e eficiente à criminalidade”, sublinhou.

Segundo a ministra, a ideia é ter uma estrutura da PJ minimamente habilitada para dar respostas aos desafios que se colocam à instituição, frisando que um dos setores onde há necessidade de reforço e de modernização é o laboratório da polícia científica.

O encontro financiado pela União Europeia no âmbito do projeto de “Apoio ao Plano de Ação Regional da CEEAO sobre o tráfico ilícito de drogas, crime organizado e abuso de drogas na África Ocidental”, visa definir as modalidades de funcionamento dos núcleos pilotos permitindo assim à ONUDC a prestação de assistência técnica efetiva a toda a sub-região através das ações de treinamento e validação pelos Estados membros do modelo relevante.

O seminário que é promovido pelo Escritório das Nações Unidas sobre a Droga e o Crime (ONUDC) serve de preparação para a conferência forense regional na África Ocidental, prevista para próximo ano, reunindo forenses, parceiros internacionais, países membros da CEDEAO e da Mauritânia.