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quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

O desagravo do pastel de bacalhau

Novo artigo em Aventar


por Autor Convidado

Santana Castilho

Fui à minha galeria de grotescos inscrever o despacho nº 11391, do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, publicado no D.R. de 28 de Dezembro do ano findo. O verbete anterior é de Abril de 2015 e regista que, em consultas compulsivas de saúde ocupacional, as mulheres tinham de apertar as mamas até esguicharem leite, se queriam continuar a ter reduções de horário para amamentação dos filhos. Concedo que, comparado com isto, o Ministério da Saúde melhorou. Agora, apenas decidiu proibir a venda de uma extensa lista de produtos em bares que funcionam em instalações suas.

Do cortejo imenso de carências e problemas do SNS, o iluminismo do Governo escolheu os malefícios dos rissóis e dos pastéis de bacalhau e, do ano saboroso, na proclamação do seu cardeal, o governo do PS retirou o gosto da mortadela e congéneres. Numa pressurosa lista de sinal bom, recomendam-se sandes de alface e cenoura ralada e fixa-se “a disponibilização obrigatória de água potável gratuita”, não passasse pelos neurónios politicamente desalinhados de algum comerciante disponibilizar versões de água com suspensões de coliformes de terceira geração. Ler mais deste artigo

Entretanto, na Alemanha...

Fonte: Quinta Emenda

  • Eduardo Louro
  • 09.01.18

Resultado de imagem para eleições na alemanha

É verdade! Na Alemanha - quem diria? - continuam à espera de um governo. As eleições foram em Setembro, para quem ainda se lembra...

Parece que, agora, é que é. Ou é esta semana ou já não vai ser, e lá terão que ir a eleições de novo. Se assim for, este ano não vai ficar atrás do último, já com eleições em Itália, República Checa e Hungria. E na Rússia, que não é bem a mesma coisa...

Capitalismo imobiliário

Ladrões de Bicicletas


Posted: 09 Jan 2018 04:43 PM PST

A habitação é um tópico relativamente pouco estudado pelos economistas. Parte deste desinteresse deve-se mais à escassez de dados comparáveis, entre economias e para horizontes temporais latos, do que a uma menor relevância económica do sector.
Òscar Jordá e colegas têm vindo a compilar de uma forma sistemática informação estatística para um conjunto significativo de países e para longos horizontes temporais que confirma a extraordinária importância da habitação no capitalismo.
Em estudo anterior já haviam sublinhado que o forte crescimento da dívida agregada privada, observada nas principais economias capitalistas na segunda metade do século XX, se deveu ao crescimento do crédito à habitação, que se tornou a principal atividade da banca, crescendo de um terço para dois terços, substituindo a sua tradicional vocação de financiamento às empresas.
Num novo estudo, para uma amostra de 16 países e cobrindo um período de 150 anos, de 1870 a 2015, Jordá e colegas mostram que a habitação é o ativo com a maior taxa de rendibilidade em termos reais (isto é, sem o efeito da inflação), superando a taxa de rendibilidade das ações na generalidade dos países, apesar da sua menor volatilidade, contrariando assim as previsões da teoria económica convencional. Em termos médios, para o conjunto dos países, a taxa de rendibilidade da habitação é 8.0%, enquanto a taxa de rendibilidade das ações é de 6.7%, sendo a taxa de rendibilidade das Obrigações do Tesouro de 2.5%. Estes valores são, respetivamente, 8.5, 7.1 e 2.8 para Portugal.

Suportando a conclusão de Piketty, o mesmo estudo mostra que a taxa de rendibilidade do capital tem sido sistematicamente superior à taxa de crescimento do PIB em todos os países (exceto durante as duas Grandes Guerras), o que significa que a riqueza cresce proporcionalmente mais que o PIB. Como esta está concentrada nos mais ricos, o crescimento desproporcional da riqueza (6.8%) face ao PIB (2.9%) significa o aumento continuado da desigualdade. Portugal não é exceção, registando um crescimento do PIB de 3.4% e uma taxa de rendibilidade de 7.6%.

A inclusão da habitação na análise da evolução das taxas de rendibilidade de longo prazo dos vários tipos de capital não só reforça as conclusões de outros estudos, como mostra que a habitação é parte integral do processo de geração de desigualdade. No atual contexto de baixas taxas de crescimento e de baixas taxas de juro é cada vez mais evidente a metamorfose da habitação em ativo financeiro, ganhando peso crescente nos portfólios de investimento dos muito ricos.
No caso português, estes incluem estrangeiros que enriquecem não só por se tornarem proprietários, mas também porque beneficiam de importantes apoios do Estado, ou seja, enriquecem à custa daqueles que vivem do rendimento do trabalho desigualmente distribuído.

Et voilá

por helenafmatos
Nous défendons une liberté d'importuner, indispensable à la liberté sexuelle

Le viol est un crime. Mais a traição insistante ou malabarismo não é um delito, nem a galanterie une agression machiste.

A la suite de l'affaire Weinstein a eu lieu un légitime prêmio de consciência das violências sexuais exercícios sobre as mulheres, nomeadamente no campo profissional, onde certos homens abusivos de seu poder. Elle foi necessária. Mais essa liberação da liberdade em nosso contrário: em nós intime de parler comme il faut, de taire ce qui fâche, e achar que é recusado de se plier à final de instruções, de acordo com as especificações.

Ou é o serviço do bem-estar, os argumentos da proteção das mulheres e da sua expulsão para melhor os enchamados a um estado de saúde, as pequenas coisas sous l'emprise de phallocrates démons, como au bon vieux temps de la sorcellerie.
Délations et mises en accusation

De fait, #metoo a entraîné na imprensa e nos meios de comunicação social de uma campanha de degressos e de postos em acusação de pessoas privadas de direito, de pessoas sem fins lucrativos, Sur le même plan que des agresseurs sexuels. Esta justiça expeditiva a déjà ses victimes, des hommes sanctionnés no exercício de seu métier, contraints à la démission, etc., então não são suficientes para um único tort que de um touro de trabalho, tenté de voler un baiser, parlé de choses «intimes», de um jantar profissional ou de um envio de mensagens à connotation sexuelle à une femme chez qui l'attiance n'était pas réciproque.


Esta é uma tradução para os "porcs" à l'abattoir, o longe d'aider les femmes à s'autonomiser, servir en réalité les intérêts des ennemis de la liberté sexuelle, des extrémistes religieux, des pires reactions et de ceux qui estiment, au nom d'une conception substantielle du bien et de la moral.

Rússia: em Moscovo alguém decidiu construir uma casa inspirada no Palácio da Pena

Novo artigo em VortexMag



por admin
Ohomem sonha e a obra nasce. Este artigo poderia começar com esta célebre frase. Ou então poderia começar com uma alusão à loucura de quem tem dinheiro a mais e bom senso a menos. Ou bom gosto... depende do ponto de vista. Se está a pensar visitar Moscovo e precisa de sugestões, descubra este pequeno tesouro que vai fazê-lo sentir-se num local familiar. O Palacete de Arsénio Morozov (em russo Особняк Арсения Морозова), situado na centro histórico de Moscovo, na rua Vozdvizhenka 16, foi construído entre 1895 e 1899 pelo arquitecto Víctor Mazyrin para o milionário Arsénio Morozov. Ao combinar elementos do Art nouveau e o Ecletismo, o edifício representa, no contexto arquitectónico moscovita, uma exótica amostra sui generis da brilhante estilização inspirada no Manuelino e o Neomourisco.
Palacete de Arsénio MorozovPalacete de Arsénio Morozov
História da criação do Palacete
No início dos anos 1890, Arsénio Morozov (1873—1908), descendente de uma família rica de comerciantes russos, estava a viajar por Portugal e Espanha, acompanhado pelo seu amigo, Víctor Mazyrin (1859—1919). O milionário, bem como o arquitecto, ficaram tão profundamente impressionados com o Palácio da Pena, em Sintra, que Arsénio Morozov se entusiasmou com a ideia de erguer em Moscovo uma casa-castelo que recriasse em traços gerais o estilo do Palácio de Sintra.
Palacete de Arsénio MorozovPalacete de Arsénio Morozov
Pouco tempo depois, sobre o terreno com o qual a mãe de Arsénio, Varvara Alekséyevna, presenteou o filho no seu vigésimo aniversário, em vez de uma casa neoclassicista dos princípios do século XIX elevou-se um edifício de aspecto estranho. Ainda em fase de construção, o palacete tornou-se alvo dos boatos e gracejos da população moscovita, assim como das críticas por parte dos jornais. A opinião pública da época recebeu o palacete extravagante com quatro pedras na mão, qualificando-o como expressão de uma exorbitante excentricidade.
Palacete de Arsénio MorozovPalacete de Arsénio Morozov
Esta situação foi reflectida, por exemplo, por Leon Tolstói no seu romance “Ressurreição” (publicado em 1899): o príncipe Nekhliúdov, passando por uma rua vizinha à mansão de Morozov, raciocina sobre a construção “de um palácio tolo e supérfluo para um ser humano estúpido e inútil.” Existe ainda uma lenda que conta que a mãe de Arsénio, uma senhora muito recta e satírica, logo após ter visitado, em Dezembro de 1899, a casa recém-construída do seu filho, exclamou desesperadamente: “Antes fui só eu quem conhecia que és parvo, mas agora todo Moscovo vai aperceber-se disso!”
Palacete de Arsénio Morozov
O estilo neomourisco manifestou-se da maneira mais expressa na concepção do portal principal flanqueado por duas torres. O vão arqueado da entrada acentuado por duas colunas torsas, as conchas moldadas sobre as torres, a cornija e o ático rendilhados brindam ao palacete um colorido irrepetível. Noutras partes do edifício pode-se vislumbrar elementos de diferentes estilos. Assim, há janelas que estão ladeadas por colunas classicistas. O desenho geral da casa, com pronunciada assimetria das partes do edifício, remonta-se aos modelos típicos da arquitectura do Art nouveau.
Palacete de Arsénio MorozovPalacete de Arsénio Morozov
O acabamento interior também reflectiu um amplo leque de interesses do proprietário do palacete. A sala de jantar, o denominado Salão dos Cavaleiros, foi ornamentada em estilo do Revivalismo Gótico. O salão de gala, no qual se ofereciam bailes, estava concebido em estilo Império. O boudoir da esposa de Arsénio Morozov apresentava elementos do estilo Barroco. Igualmente, houve interiores decorados em estilos árabe e chinês.
Palacete de Arsénio Morozov
Arsénio Morozov, afamado boémio e farrista, não teve sorte de viver durante muitos anos no luxo da sua residência exótica. Um dia, em 1908, apostou em que o ser humano é capaz de aguentar qualquer dor e, para prová-lo, deu-se um tiro na perna. Passados três dias, faleceu com a idade de 35 anos, vítima de uma septicemia.
O Palacete durante a época soviética
Após a Revolução de Outubro de 1917, no palacete albergou-se, durante um curto espaço de tempo, o estado-maior dos anarquistas. Mas já em Maio de 1918, estabeleceu-se lá a Primeira companhia operária móvel do teatro Proletkult, com a qual, no início dos anos 1920, colaborou Serguéi Eisenstein, realizando na ex-mansão de Morozov vários espectáculos vanguardistas.
Palacete de Arsénio MorozovPalacete de Arsénio Morozov
Em 1928, o edifício foi entregue ao Comissariado do Povo para as Relações Exteriores. Entre 1928 e 1940, era a sede da Embaixada do Japão; de 1943 a 1945, a redacção do jornal inglês em russo “Britanski Soiuznik” ( “O Aliado Britânico” ); a partir de 1952 durante dois anos, a Embaixada da Índia. Em 1959, o palacete passou à União das Sociedades Soviéticas de Amizade e Relações Culturais com os Povos dos Países Estrangeiros. Na Casa da Amizade, como o palacete começou a ser chamado comummente, efectuavam-se conferências, encontros com personalidades do mundo da cultura estrangeiras, projectavam-se filmes, etc.
Estado actual do Palacete
Em 2003, a Direcção de Assuntos Gerais da Presidência da Rússia empreendeu a reconstrução, a restauração e o reequipamento do edifício. Em Janeiro de 2006, no palacete foi inaugurada a Casa de Recepções do Governo da Federação da Rússia. Actualmente, a antiga mansão de Morozov utiliza-se para levar a efeito encontros entre delegações governamentais, negociações diplomáticas e outros eventos internacionais. É um monumento arquitectónico inscrito no Registo de Património Cultural da Federação da Rússia.