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segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

o efeito ap-ucd

por rui a.

Há algum tempo que estava para escrever umas linhas sobre isto: o que se passa com o actual PP e o C's espanhóis pode bem ser uma repetição do que aconteceu, há mais de trinta anos, com a UCD - o então partido maioritário da direita espanhola, responsável por sucessivos governos e a que presidiu, por muitos anos, o mítico Adolfo Suarez - e a AP - o partido donde saiu o actual PP, liderado, nessa altura, por Manuel Fraga Iribarne, que não conseguia ganhar eleições. Percebendo isso mesmo, Fraga afastou-se da liderança, remeteu-se para a Galiza, onde ficou até morrer, e «deu» o seu lugar a um jovem que todos consideravam pouco carismático, que era presidente da Junta de Castela e Leão, chamado José Maria Aznar. Ao fim de sete anos, em 1996, o PP ganha as eleições, embora sem maioria absoluta, o que conseguiria nas legislativas do ano 2000. Por sua vez, a  UCD já se tinha extinguido em 1983, ao fim de um longo calvário. Agora, com muitos anos de governo, escândalos diversos de corrupção e um líder cansado, apesar dos sucessos económicos do seu governo, parece que o eleitorado espanhol de direita quer coisas novas. Rajoy que se acautele. E António Costa que ponha os olhos nisto e perceba que, mesmo com a economia a andar bem, em democracia não há governos eternos.

De La Féria a Chopin com um toque de Bach

De La Féria a Chopin com um toque de Bach

por estatuadesal

Um político que não compreenda e, mais grave, não assuma para si mesmo esta disponibilidade para se abrir à mundividência proporcionada pelo fruir cultural, seja através da literatura, do teatro, do cinema, do bailado, da ópera, da frequência de museus ou de concertos, não está apenas a descurar o que constitui a grande herança da tradição humanista europeia. Está a autoexcluir-se de uma perceção do mundo onde haja lugar para a surpresa, ou para o questionamento, pessoal e coletivo, desencadeado pelas múltiplas interrogações contidas nas grandes obras da cultura de todos os tempos.

Fonte: Expresso | De La Féria a Chopin com um toque de Bach

Contas furadas

Eduardo Louro

  • 14.01.18

Foram pagas as quotas de 50 mil militantes do PSD, para que tivessem a possibilidade de votar. Há poucos dias havia 20 mil militantes com capacidade eleitoral. Fechados os cadernos, havia 70 mil militantes em condições de votar.

Votaram pouco mais de 40 mil. Se bem sei fazer contas, a alguém saíram as contas furadas. Pagar quotas de 30 mil militantes e não ganhar nada com isso, é mau negócio. Mas é bem feito!

domingo, 14 de janeiro de 2018

Angola, o Expresso e o Ministério Público

por estatuadesal

(Por Dieter Dillinger, in Facebook, 13/01/2018)

MP_ANGOLA

O Expresso revela hoje que o Ministério Público não confia na Justiça angolana e ao colocar a notícia destacada a vermelho na primeira página, o semanário dirigido por Pedro Santos Guerreiro provoca inutilmente o Estado soberano de Angola e intriga no sentido de perturbar as relações de Portugal com Angola e até os interesses de mais de 100 mil compatriotas que vivem em Angola e possuem lá vastos investimentos.

Por isso, o MP português quer julgar o ex-vice presidente de Angola, Manuel Vicente, sem o ter ouvido e sem que seja arguido. O cidadão em causa nunca devia ser acusado em Portugal por gozar de imunidade institucional, no mínimo superior à dos filhos do embaixador do Iraque que sairam do país sem serem molestados, apesar das agressões que fizeram e o Iraque não tem acordos especiais no âmbito da Justiça e outros como têm Angola e Portugal no quadro da CPLP.

O Expresso não revela a sua fonte, porque os jornalistas a isso não são obrigados, mas se a Procuradora Joana Marques Vidal não vier desmentir essa afirmação e prometer que fará um inquérito dentro do MP para averiguar quem foi o autor e iniciar um processo disciplinar contra o mesmo, teremos de considerar que autoria e responsabilidade é da própria Joana Marques Vidal.

Um cargo de chefia não é um favor para ter um ordenado mais elevado, mas sim uma responsabilização por tudo o que acontece no seu serviço.

O MP não é independente das relações entre Estados e não tem de intrigar contra a soberania angolana, tanto mais que da parte portuguesa não há a mais pequena moral para acusar seja que Justiça for de não confiável.

A PGR recebeu o processo dos submarinos da justiça alemã,  que condenou os dois corruptores alemães a penas de prisão de dois anos cada, confiando que Portugal iria investigar e eventualmente acusar o, ou os corrompidos portugueses, como fez a Grécia que, pelo mesmo motivo, condenou o seu ministro da Defesa a 20 anos de cadeia.

A Justiça portuguesa ilibou Nobre Guedes de ter recebido mais de um milhão de euros a troco de deixar abater uma série de sobreiros no processo Portucale. Para além disso, a PGR protege o mais que presumível réu, Duarte Lima, acusado no Brasil de ASSASSINAR a sua cliente Rosalina para ficar com cinco milhões de euros.

Por outro lado, Portugal viola claramente o Acordo Jurídico e Judiciário subscrito pelos dois países em 1995 (Expresso páginja 15) e a Lei de Cooperação Judiciária Internacional em matéria penal (também Expresso). "Se assim é", revela o Semanário, "Portugal terá então de denunciar os tratados internacionais a que está vinculado".

A Justiça portuguesa recebeu recentemente um casal condenado e fugido à justiça timorense por ter traficado moeda estrangeira ilegalmente.

Até o comentador ocasional da extrema direita Jaime Nogueira Pinto critica a posição do MP português porque existe o acordo judicial no âmbito da CPLP, de que nenhum magistrado é independente.

Joana Marques Vidal prejudica severamente a PÁTRIA com o apoio de Marcelo Rebelo de Sousa e do PPD que a quer ver reconduzida à posição em que pode trair a Nação e os portugueses que vivem em Angola e Timor para não dizer noutros países.

Uma VERGONHA para a Joana e Marcelo, que não compreendem que a PÁTRIA, os interesses dos PORTUGUESES, as leis e os acordos internacionais estão acima das suas estúpidas vontades.

A cidade que foi capital de Portugal por 2 vezes (e não é Lisboa)

Novo artigo em VortexMag


por admin

Acha que a capital de Portugal sempre foi Lisboa? É do conhecimento geral que a primeira capital do país foi Guimarães mas poucos sabem que Portugal teve, ao longo da sua história, 5 capitais distintas, sendo que uma dessas cidades foi capital de Portugal em 2 ocasiões diferentes, ambas muito complicadas: a época da invasão espanhola e consequente domínio filipino e durante as guerras entre absolutistas e liberais. Falamos de Angra do Heroísmo, nos Açores. E caso esteja curioso, antes de lhe contarmos porque razão Angra do Heroísmo foi capital de Portugal, dizemos-lhe desde já que as restantes 4 capitais foram Guimarães, Coimbra, Rio de Janeiro e Lisboa.

Angra do Heroísmo

Esta cidade, situada na ilha Terceira, foi um porto de escala obrigatório desde o século XV até ao aparecimento dos barcos a vapor, no século XIX. As suas imponentes fortificações de São Sebastião e de São João Baptista, construídas há cerca de 400 anos, são exemplares únicos de arquitectura militar. Excelente exemplo de um tipo de construção ou um conjunto arquitectónico, tecnológico ou paisagístico que ilustra um ou mais períodos significativos da história da humanidade.

Angra do HeroísmoAngra do Heroísmo

Vila desde 1474, Angra foi, historicamente, a primeira cidade europeia do Atlântico (1584)[carece de fontes], implantada em consequência da abertura de novos horizontes geográficos e culturais proporcionada pelo ciclo dos Descobrimentos portugueses. Desenvolveu-se a partir de seu porto, que se revestiu de grande importância estratégica entre os séculos XV e XIX, ilustrando a passagem dos modos de viver e de construir da Idade Média para a modernidade proporcionada pelos Descobrimentos e pela Renascença.

Angra do Heroísmo

Ao longo dos séculos esteve ligada à manutenção do Império Português, como escala obrigatória das frotas do Brasil, da África e das Índias. A cidade foi abalada por um forte terramoto em 1 de Janeiro de 1980, sendo então iniciados estudos para a sua restauração e protecção. A classificação pela UNESCO da zona central de Angra do Heroísmo como Património da Humanidade já em 7 de Dezembro de 1983 - a primeira cidade no país a ser inscrita na lista - reflecte a sua importância histórica e cultural.

Angra do Heroísmo

Durante a sua história, Angra do Heroísmo foi capital do reino de Portugal mas, em condições bastante difíceis. A primeira e a mais complicada foram entre o dia cinco de Agosto do ano de 1580 e o dia cinco de Agosto de 1582 aquando da fundação do governo de D. António, Prior do Crato. A segunda foi anos mais tarde, em 1828, quando foi ali instalada a Junta Provisória, em nome da rainha D. Maria II de Portugal, pelo Decreto de 15 de Março de 1830. Os títulos atribuídos a esta cidade no ano de 1641 e em 1837 vieram confirmar a nobreza de carácter e a lealdade das pessoas destas terras.

Angra do HeroísmoAngra do Heroísmo

A cidade de Angra do Heroísmo sempre teve parte activa na história de Portugal: à época da Crise de sucessão de 1580 resistiu ao domínio Castelhano, apoiando António I de Portugal que aqui estabeleceu o seu governo, de 5 de Agosto de 1580 a 6 de Agosto de 1582. O modo como expulsou os espanhóis entrincheirados na fortaleza do Monte Brasil em 1641 valeu-lhe o título de "Sempre leal cidade", outorgado por João IV de Portugal.
Posteriormente, aqui esteve Afonso VI de Portugal, detido nas dependências da fortaleza do Monte Brasil, de 21 de Junho de 1669 a 30 de Agosto de 1684.

Angra do HeroísmoAngra do Heroísmo

Posteriormente Angra constitui-se na capital da Província dos Açores, sede do Governo-geral e em residência dos Capitães-generais, por Decreto de 30 de Agosto de 1766, funções que desempenhou até 1832. Foi sede da Academia Militar, de 1810 a 1832. No século XIX, Angra constitui-se em centro e alma do movimento liberal em Portugal. Tendo abraçado a causa constitucional, aqui se estabeleceu em 1828 a Junta Provisória, em nome de Maria II de Portugal.

Angra do HeroísmoAngra do Heroísmo

Foi nomeada capital do reino por Decreto de 15 de Março de 1830. Aqui, no contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), Pedro IV de Portugal organizou a expedição que levou ao desembarque do Mindelo e aqui promulgou alguns dos mais importantes decretos do novo regime, como o que criou novas atribuições às Câmaras Municipais, o que reorganizou o Exército Português, o que aboliu as Sisas e outros impostos, o que extinguiu os morgados e capelas, e o que promulgou a liberdade de ensino no país.

Angra do HeroísmoAngra do Heroísmo

Em reconhecimento de tantos e tão destacados serviços, o Decreto de 12 de Janeiro de 1837 conferiu à cidade o título de "mui nobre, leal e sempre constante cidade de Angra do Heroísmo", e a Rainha D. Maria II de Portugal condecorou-a com a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito. A cidade sempre teve forte tradição municipalista, e a sua Câmara Municipal foi a primeira do país a ser eleita, já em 1831, após a reforma administrativa do Constitucionalismo (Decreto de 27 de Novembro de 1830).

Angra do HeroísmoAngra do Heroísmo

Em Angra encontraram refúgio Almeida Garrett, durante a Guerra Peninsular, e a rainha Maria II de Portugal entre 1830 e 1833, durante a Guerra Civil Portuguesa (1828-1834). Por aqui passou Charles Darwin, a bordo do "HMS Beagle", tendo aportado a 20 de Setembro de 1836. Darwin partiu daqui para a ilha de São Miguel em 23 de Setembro, após fazer um passeio a cavalo pela ilha, onde entre vários locais visitou as Furnas do Enxofre, tendo na altura afirmado que a nível biológico "nada de interessa encontrar". Mais tarde, e reconhecendo o seu erro, pediu a vários cientistas, nomeadamente a Joseph Dalton Hooker, a Hewett Cottrell Watson e a Thomas Carew Hunt que lhe enviassem espécimes da flora endémica da Macaronésia e também amostras geológicas.