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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Um atoleiro de fatos e defeitos

Novo artigo em Aventar


por Francisco Miguel Valada

To talk of Nicaragua as a security threat [to the United States and to the hemisphere] is a bit like asking what security threat Luxembourg poses to the Soviet Union.

Noam Chomsky

These beings seem completely indifferent to my progress. In fact I might just as well not be here at all as far as they're concerned, I've tried talking them into banishing me entirely—then at least I'd be rid of them. Excommunication. But they don't speak my language. They don't speak no language at all. They just hover and moan. Water and blow. Like I'm not here at all.

Sam Shepard, "The One Inside" (p. 141)

***

Há quase dois anos, indiquei o tratamento dado pela Assembleia da República à ortografia como um excelente exemplo de assimetria entre a vontade do eleitor e a atitude do eleito. Felizmente, no dia em que o Projecto de Resolução do Partido Comunista Português estava a ser discutido, encontrava-me já longe de Chicago, estrada fora, a conduzir na América profunda, em direcção a Bloomington, Indiana, para apresentar uma comunicação numa conferência de Fonologia. Assim, para minha imensa alegria, andei a ouvir a WASK, a WBPE, a WLIT (*) e a WBOW e a abastecer-me de víveres no excelente Pilot Travel Center de Remington.

US Highway 24, Remington, IN, 22 de Fevereiro de 2018

Por isso, fui poupado quer a mais este acto, quer às consequèncias que advêm deste acto e de actos semelhantes a este.

Efectivamente, ovação de pé para o PCP, para o PEV e para Filipe Lobo d'Avila e Ilda Araújo Novo, deputados do CDS-PP. Exactamente: "um atoleiro".

***

(*) Curiosamente, ao chegar à estação de serviço de Remington, era esta a canção que a 93.9 Lite FM transmitia. E a Ann Wilson cantou imenso este clássico:

Não são as famílias, são as empresas

por estatuadesal

(Marco Capitão Ferreira, in Expresso Diário, 28/02/2018)

capitaoferreira

(A direita sempre nos quis convencer que as causas da crise e da vinda da troika tinham residido no comportamento despesista do Estado e das famílias que tinham vivido acima das suas possibilidades. Sempre esqueceram e quiseram ocultar que, às empresas, se devia e deve o grosso do endividamento do país. E mais, agora que a economia está a recuperar, a maior parte do crédito que não é pago aos bancos é da responsabilidade das empresas. Em suma, para a direita só temos "grandes empresários", quando na verdade o que temos é "grandes caloteiros". E mesmo assim, quando se fala em aumentos do salário mínimo, choram baba e ranho. Cambada!

Comentário da Estátua, 28/02/218)


O problema do crédito malparado é um dos maiores desafios que resta à Banca e à Economia portuguesa, mas ao contrário da narrativa corrente, que faz passar a ideia de que as famílias se endividaram demais, e que são elas as responsáveis pelos incumprimentos, os dados contam outra história (dados do Banco de Portugal, apresentados pelo IGCP aos investidores internacionais).

Primeiro, o problema não se está a agravar, está a melhorar.

Segundo, a taxa de incumprimento das famílias continua bem abaixo dos 10% seja para os créditos ao consumo (9% este ano) seja no crédito à habitação (6,2% este ano).

Terceiro, o incumprimento no crédito ao consumo caiu 25% desde 2015 e na habitação quase 20%. Vamos na direção certa, não na errada.

É nas empresas, e dentro destas as ligadas ao sector da construção, que os incumprimentos são mais expressivos, com um valor que tem sido sempre acima dos 25% nos últimos anos.

Também não é verdade, já agora, que esteja a haver alguma explosão descontrolada na concessão de novo crédito às famílias ou às empresas. Pelo contrário, novamente os dados, esses maçadores, dão conta de uma realidade bem mais prosaica:

Por fim, e como seria de esperar, não, o crescimento do PIB não só não se está a fazer com base no consumo privado, que teve um papel importante de percursor, mas que tem vindo a ser substituído pelo investimento e pelas exportações como motor do crescimento, nem esse consumo privado está a aumentar à custa de um aumento do endividamento.

A soma das exportações e do investimento pesa mais no crescimento do PIB que o aumento do consumo privado. Quanto a isso, são bons sinais.

Então quer dizer que podemos aumentar o crédito de forma despreocupada? Não. Mas também não precisamos de inventar um problema que não existe, o que só pode contribuir para decisões erradas e errantes. Fazemos muito isto no País, aceitar narrativas políticas no lugar dos factos e depois agirmos em cima das narrativas. Costuma acabar mal.

Rui Rio: na cama de António Costa já no verão?

João Lemos Esteves

27/02/2018

João Lemos Esteves


opiniao@newsplex.pt
 

Rio parece desconhecer o partido que lidera: optou por seguir o padrão dos líderes falhados do PSD, preferindo à "unidade real" a "unidade fingida"

1. O PSD não consegue deixar de estar nas bocas do mundo. É assim a natureza do maior partido político português: é bacteriologicamente incompatível com qualquer tranquilidade, sossego democrático ou mesmo aparência de concórdia. Antes de Pedro Passos Coelho anunciar a sua não recandidatura, o cerne da controvérsia interna consistia em saber quando e quem iria protagonizar a sua sucessão, perfilando-se logo para a tarefa um extenso conjunto de personalidades (como habitualmente, na hora da verdade, desertaram: ser candidato putativo nos tempos que correm é a mais eficaz e habilidosa manobra de promoção pessoal); depois de Passos Coelho anunciar a sua resolução, eis que se passou a discutir o vazio e o regresso ao passado associado aos dois candidatos oficiais. Eleito o novo líder, o PSD já prepara a sua sucessão, mesmo antes de o homem sequer ter feito ou dito o que quer que seja: Rui Rio é “rei posto, rei morto” para muitos entre as hostes sociais-democratas. Confirma-se, pois, que o PSD tem uma espécie de afinidade reforçada com o pensamento anarquista: se algum militante é poder, o PSD é contra esse militante.

2. Mesmo que esse mesmo militante, no passado, tenha sido reputado como “competente”, “pessoa altamente credível”, o “futuro do partido”, uma vez chegado à liderança do partido passa a merecer epítetos depreciativos como “passadista”, “aparelhista”, “ganancioso”, “ amante dos grandes interesses e dos mais poderosos”. Se publicássemos uma daquelas montagens fotográficas em que se confrontam versões do “antes” e “depois” da pessoa, teríamos certamente elogios porventura imerecidos no período anterior à conquista da liderança do PSD - e críticas porventura excessivas no “depois” de ser eleito líder dos sociais-democratas portugueses. A história do PSD confirma esta tendência anárquica, de efervescência constante em torno da escolha de um rumo político (ou tão-só de um protagonista): focando-nos somente nas últimas duas décadas, apenas Durão Barroso e Pedro Passos Coelho lograram manter minimamente coeso (ou devemos apenas dizer pacífico?) o partido: Marcelo Rebelo de Sousa, Pedro Santana Lopes, Luís Marques Mendes, Luís Filipe Menezes e Manuela Ferreira Leite foram líderes permanentemente sobre brasas. A história mostra um padrão: lideranças excessivamente conflituosas, tumultuosas, em permanente rutura com uma parte importante dos militantes ou que reduziram a sua atuação política a uma guerrilha permanente com a bancada parlamentar redundaram em rotundos insucessos. Rui Rio, para já, parece querer seguir pelo caminho erróneo.

3. Pergunta-se: o que fizeram Durão Barroso e Passos Coelho para conseguir o que treinadores de bancada como Marcelo Rebelo de Sousa, Luís Marques Mendes ou Manuela Ferreira Leite não alcançaram? Aliaram o controlo do partido à conquista rápida do poder, assente numa estratégia de confrontação com o PS. Durão Barroso foi abençoado com a dupla sorte de Marcelo Rebelo de Sousa inexplicavelmente ter abandonado a liderança do PSD em vésperas de eleições e de se ter tornado líder da oposição numa fase de progressivo (e evidente) declínio de António Guterres; Pedro Passos Coelho derrotou José Sócrates poucos meses após ter assumido a liderança da oposição ao governo mais trágico da história política portuguesa. Mesmo Pedro Passos Coelho, quando ainda pairava a ameaça do cenário de reeleição de José Sócrates, sofreu na pele o inconformismo crónico dos militantes sociais-democratas: a pressão para derrubar Sócrates era intensa (e justificada) e dissonante da disposição mais conciliatória revelada inicialmente pela anterior direção do PSD (que viabilizou três pactos de estabilidade e crescimento socráticos antes da recusa do quarto que precipitou a realização de eleições legislativas antecipadas).

4. Ora, Rui Rio parece, destarte, desconhecer o partido que agora lidera: optou por seguir o padrão de comportamento dos líderes falhados do PSD. Porquê? Porque à “unidade real” preferiu a “unidade fingida”, trazendo Pedro Santana Lopes para o seu lado, ao mesmo tempo que declarava guerra ao grupo parlamentar do seu partido (e com o qual terá de contar para fazer oposição a António Costa). E em detrimento de procurar uma demarcação política e programática clara face ao governo geringonçado de Costa, Rui Rio preferiu ir a correr para os braços do mesmo homem que levou os comunistas e os trotskistas vencidos da vida para o poder. Dir-se-á que o encontro entre Rui Rio e António Costa faz parte de uma relação institucional saudável. Certo. Contudo, como compreender que o primeiro gesto de Rui Rio seja uma conversa de duas horas (leu bem, duas horas!) com o primeiro-ministro geringonçado - e que até mereceu o comentário, entre o irónico e o crítico, de Pedro Santana Lopes sobre se os dois convivas partilharam sandes ao almoço…

4. Responderão os rioistas mais fanáticos que não podemos confundir iniciativas políticas institucionais, quase protocolares, com discurso e ação política de fundo. Rui Rio é leal com Costa institucionalmente, mas marcará a diferença no que respeita a opções políticas de fundo já desde o início do seu mandato. Nada disso: Rui Rio quer ser um aliado de Costa em termos protocolares e em termos de política efetiva. Senão, como compreender que Feliciano Barreiras Duarte, secretário-geral do partido, tenha passado para um jornal semanário português a notícia de que Rio e Costa querem firmar dois pactos até ao verão, independentemente do mérito do conteúdo de tal acordo? Ou seja: na visão da nova direção do PSD, o essencial é assinar um papel com António Costa o quanto antes! Mesmo que o acordo seja um desastre, que seja prejudicial para Portugal e para os portugueses, o PSD de Rui Rio quer assinar um papel com António Costa (ou com a geringonça? ou com os dois?) até ao verão.

5. António Capucho afirmou ao “SOL” do último sábado que a bancada parlamentar do partido anda a “fazer a cama a Rui Rio”, tal como António Capucho quis fazer a cama a Passos Coelho no passado (e acabou por se deitar na cama que fizera…). Ora, o que António Capucho, em abono da verdade e do rigor, deveria ter dito era que Rui Rio está desejoso de ir para a cama de António Costa - e o encontro já está marcado para o verão, talvez para aproveitar a fogosidade própria do calor que marca tal estação do ano. E já prometeu dose dupla: um duplo acordo com o PS para o verão! Rui Rio, que ainda não sabe o que deve defender em cada área, já sabe, no entanto, que quer chegar a acordo com o PS, dê por onde der! Até ao verão! É obra! Normalmente, as partes iniciam negociações e só depois fixam prazo para a sua conclusão; com Rui Rio, é ao contrário: primeiro fixa-se prazo para concluir o acordo com António Costa e só depois se pensa no conteúdo do acordo… Um mundo de pernas para o ar, portanto.

6. Acabaram-se, pois, as dúvidas: Rui Rio, pelo menos até 2019, não quer saber do PSD, de Portugal ou dos portugueses; quer saber apenas de si próprio. Da manutenção do seu poder pessoal, leia-se da sua perpetuação como líder do PSD após as legislativas. Como já abdicou de ganhar as eleições, Rui Rio preocupa-se em assegurar o seu lugar na cama (lá está!) de António Costa, qual amante desesperada para substituir as atuais “noivas do Santo António”, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa, em 2019. Se depender de Rui Rio, o PSD, até às legislativas, fará de morto. Qual é a nossa esperança? Fernando Negrão.

7. É um homem inteligente, perspicaz, que conhece os meandros do parlamente e do sistema partidário português como ninguém. E que não se vergará perante a capitulação do PSD a António Costa e ao PS. Espera-se, portanto, que o novo líder da bancada parlamentar do PSD seja capaz de fazer oposição à geringonça, apesar de Rui Rio. Porque se Negrão se impuser a Rui Rio perante as suas opções políticas erradas, se conseguir imprimir à oposição um tom aguerrido e responsável, mesmo perante os silêncios da direção, aí conquistará a legitimidade de exercício que reforçará a sua legitimidade formal. Já se Fernando Negrão for apenas o ventríloquo de Rui Rio, caucionando a estratégia de poder pessoal, mesmo que tal signifique prejudicar Portugal e o PSD - aí, Fernando Negrão deverá ser corresponsabilizado pelo desastre que se prenuncia. Por favor, Fernando Negrão: não partilhe a cama de Rui Rio e António Costa… Haja decência!

BEBER ÁGUA COM O ESTÔMAGO VAZIO

Carlos Lebre e Fernando Lamas partilharam a foto de Trem Baum.

Foto de Trem Baum.

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27 de Setembro de 2015 ·

BEBER ÁGUA COM O ESTÔMAGO VAZIO
Quanto mais se sabe, maiores hipóteses de sobrevivência...
Um cardiologista diz que se todos que receberem esta mensagem, a enviarem a pelo menos uma das pessoas que conhecem, pode ter a certeza de que, pelo menos, poderá salvar uma vida.

Beba água com estômago vazio.
Hoje é muito popular, no Japão, beber água imediatamente ao acordar. Além disso, a evidência científica tem demonstrado estes valores. Abaixo divulgamos uma descrição da utilização da água para os nossos leitores.
Para doenças antigas e modernas, este tratamento com água tem sido muito bem sucedido....
Para a sociedade médica japonesa, uma cura de até 100% para as seguintes doenças:
Dores de cabeça, dores no corpo, problemas cardíacos, artrite, taquicardia, epilepsia, excesso de gordura, bronquite, asma, tuberculose, meningite, problemas do aparelho urinário e doenças renais, vómitos, gastrite, diarreia, diabetes, hemorróidas, todas as doenças oculares, obstipação, útero, câncer e distúrbios menstruais, doenças de ouvido, nariz e garganta.

Método de tratamento:
1. De manhã e antes de escovar os dentes, beber 2 copos de água.
2. Escovar os dentes, mas não comer ou beber nada durante 15 minutos.
3. Após 15 minutos, você pode comer e beber normalmente.
4. Depois do lanche, almoço e jantar não se deve comer ou beber nada durante 2 horas.
5. Pessoas idosas ou doentes que não podem beber 2 copos de água, no início podem começar por tomar um copo de água e aumentar gradualmente.
6. O método de tratamento cura os doentes e permite aos outros desfrutar de uma vida mais saudável.

A lista que se segue apresenta o número de dias de tratamento que requer a cura das principais doenças:
1. Pressão Alta - 30 dias
2. Gastrite - 10 dias
3. Diabetes - 30 dias
4. Obstipação - 10 dias
5. Câncer - 180 dias
6. Tuberculose - 90 dias
7. Os doentes com artrite devem continuar o tratamento por apenas 3 dias na primeira semana e, desde a segunda semana, diariamente.

Este método de tratamento não tem efeitos secundários. No entanto, no início do tratamento terá de urinar frequentemente.
É melhor continuarmos o tratamento mesmo depois da cura, porque este procedimento funciona como uma rotina nas nossas vidas. Beber água é saudável e dá energia.
Isto faz sentido: o chinês e o japonês bebem líquido quente com as refeições, e não água fria.
Talvez tenha chegado o momento de mudar seus hábitos de água fria para água quente, enquanto se come. Nada a perder, tudo a ganhar!

Para quem gosta de beber água fria.

Beber um copo de água fria ou uma bebida fria após a refeição solidifica o alimento gorduroso que você acabou de comer. Isso retarda a digestão.
Uma vez que essa 'mistura' reage com o ácido digestivo, ela reparte-se e é absorvida mais rapidamente do que o alimento sólido para o trato gastrointestinal. Isto retarda a digestão, fazendo acumular gordura em nosso organismo e danifica o intestino.
É melhor tomar água morna, ou se tiver dificuldade, pelo menos água natural.

Nota muito grave - perigoso para o coração:
As mulheres devem saber que nem todos os sintomas de ataques cardíacos vão ser uma dor no braço esquerdo.
Esteja atento para uma intensa dor na linha da mandíbula. Você pode nunca ter primeiro uma dor no peito durante um ataque cardíaco.
Náuseas e suores intensos são sintomas muito comuns.
60% das pessoas têm ataques cardíacos enquanto dormem e não conseguem despertar. Uma dor no maxilar pode despertar de um sono profundo...
Sejamos cuidadosos e vigilantes.
Quanto mais se sabe, maior chance de sobrevivência...
Um cardiologista diz que se todos que receberem esta mensagem, a enviarem a pelo menos uma das pessoas que conhecem, pode ter a certeza de que, pelo menos, poderá salvar uma vida.

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Lucros do Benfica crescem mais de sete vezes com vendas de Semedo e Mitroglou

DESPORTO

A redução dos rendimentos da UEFA foi compensada por alienações de jogadores entre Julho e Dezembro. O capital próprio subiu com uma redução do passivo superior à do activo.

Lucros do Benfica crescem mais de sete vezes com vendas de Semedo e Mitroglou

Cofina Media

Diogo Cavaleiro

Diogo Cavaleiro

diogocavaleiro@negocios.pt

28 de fevereiro de 2018 às 18:09

Os lucros do Benfica – SAD ascenderam, nos primeiros seis meses da época 2017/2018, a 19,1 milhões. Um número mais de sete vezes superior aos 2,6 milhões alcançados um ano antes. Os rendimentos operacionais caíram, mas foram compensados pelo aumento das vendas de direitos de jogadores.

De acordo com os números divulgados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os rendimentos operacionais recuaram 6,9% para se cifrarem em 64,6 milhões de euros. Neste campo, a perda foi pressionada pela diminuição dos prémios da UEFA, que ficaram em 14,9 milhões, face aos 21,6 milhões um ano antes.

As receitas de televisão somaram 10% para 21,3 milhões, uma subida que não compensou a perda de receita da participação nas competições europeias. Este ano, o clube da Luz não saiu da fase de grupos, e no ano passado tinha transitado para os oitavos de final da Liga dos Campeões.

No campo as receitas, as operações com atletas avançaram de 18,9 milhões de euros, na primeira metade da época passada, para 45 milhões de euros, um ano depois, de acordo com a apresentação de resultados. O crescimento de 24% explica-se "essencialmente pelo crescimento dos rendimentos com transacções de direitos de atletas (Nélson Semedo, Mitroglou e Rui Fonte)".

Semedo foi vendido ao Barcelona por 30,5 milhões de euros. O grego Mitroglou rumou a Marselha por 15 milhões de euros, e com o compromisso de receber metade dos proveitos de uma venda futura. Rui Fonte foi do Braga para o Fulham, mas a SAD encarnada teve direito a receber metade dos 9 milhões da transacção.

Ao todo, os rendimentos (somando os proveitos operacionais e as receitas com operações de altetas) da SAD presidida por Luís Filipe Vieira subiram 16% de 88,3 milhões para 109,6 milhões.

Ao mesmo tempo, também os gastos operacionais agravaram-se 15,6% para 59, 3milhões de euros, nomeadamente com os encargos com pessoal (subiram 16% para 35,3 milhões). Aqui, a SAD explica a inclusão de compensações pela cessação contratual com Júlio Cesar. Já as amortizações e perdas de imparidades com atletas cederam 2,3% para 19,6 milhões. Ao todo, esta rubrica de gastos cresceu 10,6% para 78,9 milhões de euros.

O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, apreciações e amortizações) cresceu 43% e fixou-se em 49,9 milhões de euros nos primeiros seis meses da época actual.

Activo cai mas cede menos que passivo

Em relação ao balanço, o activo da SAD das águias cedeu 6,5% para 473 milhões de euros em relação ao final da época passada. Foi a rubrica de activos intangíveis que mais perdeu, uma "diminuição justificada pelas alienações realizadas e pelo menor investimento em aquisições de jogadores face ao forte investimento realizado no exercício anterior".

Por sua vez, o passivo recuou 12,1% para 385,4 milhões de euros. A "diminuição da rubrica de fornecedores e outros credores" foi a grande ajuda. Também a dívida bancária caiu e ajudou a este desempenho. A SAD tem argumentado que a diminuição da dependência do sector bancário nacional é um dos caminhos a seguir.
Benfica optimista, PwC deixa ênfase

Em resultado, os capitais próprios passaram de 20,9 milhões, no final da época 2016/2017, para 87,6 milhões, em Dezembro. Cumpre-se, assim, diz o Benfica, o estipulado pelo artigo 35º do Código das Sociedades Comerciais que obriga a pensar em reduções ou injecções de capital quando o capital próprio é inferior a metade do capital social, que é de 115 milhões.