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sábado, 17 de março de 2018

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Correio da Manhã  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Presidente do CCB quer transformá-lo numa "cidade aberta" para o público
"Valeu a pena resistir aos ataques" sobre a construção do CCB -- Cavaco Silva
Advogado de Trump pede 20 milhões de dólares a atriz porno por violar pacto de silêncio
Procurador-geral dos Estados Unidos da América demite número dois do FBI
Xi Jinping reeleito Presidente da China por unanimidade
Engenheiro de ponte que colapsou nos EUA alertou para fissura dois dias antes
Procurador da Austrália rejeita processo contra Nobel da Paz por crimes contra a humanidade

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Público  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Vêm aí as start-up da 2.ª ruralidade
Tur4all, uma plataforma de turismo mais acessível para todos
Montepio, a casa de papel
Um vinho sentimental e da velha Bairrada
Cartas ao director
A Sogrape regressou às origens para mostrar o novo Legado
Duas almas perdidas no Sião

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Expresso  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Presidente da Academia que atribui os Óscares investigado por assédio sexual
Standard & Poor's mantém rating de Portugal em escalão de investimento
Guterres: manifestações de racismo, xenofobia e ódio anti-muçulmano não chegaram à vida política portuguesa
Business as usual
Singularidades da política portuguesa

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Jornal Económico  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
PGR está a investigar divulgação ‘online’ do processo do caso ‘e-toupeira’
Santana Lopes confirma que vai presidir à Fundação Ricardo Espírito Santo
Governo reage à S&P com garantia de políticas para um modelo económico sólido
Wall Street fecha no verde, numa semana de perdas
Standard and Poor’s mantém ‘rating’ e perspetiva de Portugal inalterados
Euromilhões dá um segundo prémio a Portugal
Subsídio de férias deve ser pago antes do início do período de férias, lembra Fórum

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Jornal Negócios  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Eurosondagem: PS à beira da maioria absoluta
S&P mantém rating e perspectiva de Portugal
Carlos Tavares nomeado presidente do banco Montepio em assembleia-geral
Guterres: Investimento de Portugal na diversidade tem de continuar com "grande persistência"
Governo quer duplicar receita do turismo em dez anos
Sector financeiro e energia dão ganhos a Wall Street
João Vieira Lopes reeleito presidente da Confederação do Comércio e Serviços

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Diário de Notícias  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Rui Rio à espera da demissão de Barreiras Duarte da secretaria-geral
"Quero contribuir para que quando se pensar em aviação se pense em Portugal"
Diplomas pré-Bolonha equiparados a graus superiores nos concursos
Ligações politicas de Nádia Piazza causam mal-estar em associação
Marcelo em dois continentes e três países em dez dias
Jovens ganham menos do que em 2007 e têm dificuldades em ter casa
Distribuidoras querem remédios para VIH e cancro disponíveis nas farmácias

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Jornal de Notícias  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Incêndio numa habitação em Beja causa três feridos
Presidente da Academia que atribui Oscars suspeito de assédio sexual
Primeira Página em 60 segundos: Toupeira do Benfica recebeu dez mil euros suspeitos
Violência conjugal deixa dez menores órfãos a cada ano
Quase 900 funcionários vacinados à pressa no Santo António
Toupeira do Benfica recebeu dez mil euros suspeitos
PGR está a investigar divulgação online do processo e-toupeira

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Sol  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS

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Expresso Economia  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Em defesa dos diplomas falsos, contra os primitivos reais falsificadores de diplomas
Do contra
A bomba atómica
E se a ‘geringonça’ falasse de pré-distribuição?
A cartografia cor de rosa

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A Bola  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
TAD reduz pena a Bruno de Carvalho no ‘caso do túnel’
A BOLA TV transmite este sábado meias-finais da Taça de Portugal
Será este o novo equipamento da Seleção para o Mundial-2018? (fotos)
Imprensa italiana não queria reencontrar Ronaldo
Esta Kiki é um Passo para o céu...
«Morata não foi convocado? Não me diz respeito»
Ewerton conduzido ao hospital após entrada dura (vídeo)

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Diogo Gonçalves na mira do Leeds
Confrontos com adeptos colchoneros em 2010 obrigam a maior segurança
Um goleador em 'saldo'
Stan Collymore: «Renato Sanches precisa de um lar para 3 ou 4 anos»
Emoções do Jamor no top dos 100 jogos de Hassan
Um mês sem treinar no estádio
Marçal pede desculpas ao treinador

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Exposição "WAH!" em Évora mostra obras de 20 mulheres artistas portuguesas
Oposição venezuelana organiza concentrações contra eleições presidenciais antecipadas
Procurador da Austrália rejeita processo contra Nobel da Paz por crimes contra a humanidade
António Ventinhas recandidata-se a presidente do Sindicato dos Magistrados do MP em lista única
CCB festeja 25 anos com exposições, música e uma nova peça de teatro
"Valeu a pena resistir aos ataques" sobre a construção do CCB -- Cavaco Silva
ENTREVISTA: Presidente do CCB quer transformá-lo numa "cidade aberta" para o público

sexta-feira, 16 de março de 2018

Entre as brumas da memória


Lonjuras

Posted: 15 Mar 2018 03:00 AM PDT

Não andarei por aqui, em cozinhados caseiros, nos próximos muitos dias. A primeira paragem será em Hong Kong, depois irei contando se a internet ajudar. Pousarei em várias Chinas, mas também nalguns vizinhos, por mares desde há muito navegados: o Amarelo e não só.

Prometo não pôr isto no meu CV, mas espero respirar outros ares noutros mundos.

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Dica (737)

Posted: 14 Mar 2018 02:51 PM PDT

How To Defeat The Populist Progression (Kostas Botopoulos)

«The fact that populism is irrational, dangerous for democracy and harmful to the many does not mean that it will be made to disappear by the force of things and that there is no need to try and explain the fundamental problems it creates. It is only by understanding the alienation that makes citizens of the world turn their back on democracy, and by speaking up without arrogance but with passion, that those who rebel against populism can distinguish themselves from the very populists they condemn.»

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Carlos Alexandre e o seu quintal

por estatuadesal

(Por Valupi, in Blog Aspirina B, 14/03/2018)

juiz-carlos-alexandre

Carlos Alexandre voltou à ribalta a propósito de mais um encobrimento da Justiça, a recusa de afastamento pelo Tribunal da Relação de Lisboa pedido pela defesa de Sócrates, e com as suas declarações sobre Orlando Figueira no tribunal por causa da “Operação Fizz”. Esta pacóvia e tenebrosa pessoa já tem obra publicada que chegue para se declarar um estado de vergonha nacional.

Sobre a recusa de afastamento, e esquecendo os motivos precisos apresentados nesta ocasião, fica a esperança de que um dia alguém faça uma tese de doutoramento numa faculdade de Direito (ou/e de Psicologia, ou/e de História, ou/e de Antropologia) à pala deste espectáculo de vermos um juiz a dar uma entrevista onde ataca um arguido cujo processo está à sua responsabilidade e depois assistirmos a tal conduta, tão imoral quanto ilícita, ser validada pelo Conselho Superior da Magistratura. Quer dizer que a doença não é só nem principalmente de um indivíduo isolado, antes fica indelevelmente como uma disfunção aberrante da própria Justiça como instituição pilar da República – logo, uma disfunção aberrante do regime, posto que a soberania está a ser usada para permitir a violação dos direitos de um cidadão e da própria comunidade.

Sobre as declarações em tribunal a respeito de Orlando Figueira, estamos face a um vendaval de libertinagem. Recordemos: este Figueira é o tal amigo que emprestou, em 2015, dinheiro ao tal juiz que, em 2016, declarava pimpão a um canal de TV não ter amigos que lhe emprestassem dinheiro. Registemos: a situação, por si admitida, é exactamente igual àquela que Sócrates descreve na sua relação com Santos Silva, ao ponto de nos relatos de ambos se apontar para a longevidade das amizades em causa e para o nível de vida desafogado de quem emprestou como razões para justificar os pedidos ou a aceitação dos empréstimos. Com esta diferença, ter um juiz com essa tipologia de promiscuidade com um procurador e a mentir deliberadamente a um órgão de comunicação social no acto mesmo de abandonar a sua imparcialidade sobre um dado arguido à sua responsabilidade judicial é muito mais grave do que qualquer eventual mentira de um político envolvido em processos judiciais.

A libertinagem torna-se feérica ao sabermos que o mesmo Figueira recorreu à mulher do juiz vedeta incensada no esgoto a céu aberto, a qual trabalha nas Finanças, para obter um qualquer favor fiscal, enquanto o currículo do jovem Alexandre ia parar ao amigo Figueira para este lhe encontrar trabalho em Angola, a mesma Angola donde veio dinheiro para o Figueira levantar em Andorra. Mas esta rede de cumplicidades, favores e segredos não consegue beliscar a perfeição moral do orgulho de Mação. Ele desenvolveu uma teoria que se baseia num método infalível: “Almoçávamos juntos muitas vezes. Conheço-o bem.” E quão bem conseguiu Carlos conhecer Orlando após o ver tantas vezes de boca aberta? Bom, que cada um julgue por si: “Quero assegurar ao tribunal que nunca encontrei um traço na personalidade dele que coloque em causa a sua confiabilidade e honradez.” Ou seja, este juiz está munido de uma concepção que relaciona a “personalidade” e seus “traços” com a “confiabilidade” e a “honradez”, e vai para os tribunais apregoar essa insanidade matriz de todos os despotismos. Pior, aplica-a no trabalho diário que lhe foi confiado pelo Estado.

A par da entrevista à SIC, há uma peça deste grotesco simulacro de isenção que expõe o tortuoso labirinto onde a sua perdida integridade se arrasta: O discurso de Carlos Alexandre inspirado no antigo presidente do PS. O tema é “corrupção”. Eis como começa:

«Antes de mais, quero esclarecer quem me escuta sobre a forma como aqui apareci. Há quase um ano, um amigo meu, Rogério Jóia [quadro da PJ], referiu-me ir sugerir o meu nome, para figurar neste painel, aos distintos organizadores. Embora sejamos oriundos das serranias, lá onde 'até as silvas dão rosas', ele da campina de Idanha, eu de Mação, na que era do pinhal, tentei dissuadi-lo. Disse-lhe, e é o que mantenho, que tem razão a senhora, perdão têm razão todos os que dizem que sou uma mente simples, um homem 'sem mundo'.

Na altura eu não sabia, não intuía, quem eram as pessoas que vinham apresentar comigo neste evento. Sendo eu um cidadão comum que deve à divina providência a graça de ter chegado até aqui, muito por força e em razão do lugar onde, já há mais de doze anos, exerço funções e ao favor dos média, pensando eu que esse favor dos média, dos tablóides como alguém já disse, só pode ocorrer porque traduzo e postulo as preocupações dos meus co-cidadãos perante o passado e o presente de cada um deles. Eu em mim não sou nada!

Mas enfim. Dizia Francisco Serrano um velho maçanico letrado: 'Quem muito quiser saber corra o mundo ou aprenda a ler!' As minhas condições materiais de existência, conhecidas da generalidade dos interessados porque eu próprio as divulguei e nada oponho a que sejam públicas, não me permitem correr mundo. Vou como Xavier de Maistre 'ali até ao quintal'. E leio, ouço, vejo.»

Que caralho é isto? É uma ameaça genérica embrulhada num autopanegírico. Carlos Alexandre, o justiceiro que vê nos tablóides a prova de estar ao serviço do povo, imita os aviões de combate que lançam flares para despistar eventuais mísseis inimigos enquanto se dedicam ao bombardeamento dos alvos. Ele é o super-juiz que tudo lê, tudo ouve e tudo vê lá na sua saleta do DCIAP, e que depois não se esquece de nadinha, nem as alcunhas da malandragem apanhada no seu quintal escapam.

Saltemos para o fim da charla:

«Minhas Senhoras e meus Senhores. Este pequeno contributo não é auto promocional. Tenho estado sujeito a muita exposição pública, que não fomento.

Tomei boa nota da principiologia e regulamentação, quer a nível de leis atinentes, quer de critérios interpretativos sobre o que disse em espaço público noutras ocasiões. Ao longo da consulta dos livros que referi, encontrei muitas situações e capítulos de vida que parecem ser figurino comum.

Nada do que disse, no meu espírito, nas minhas palavras, pode ser assacado a um caso concreto qualquer que tenha em mãos!»

Não se pense que se trata da manifestação de um primarismo chocante numa figura com a sua função e responsabilidades a conclusão autoreferencial e rasteira do seu discurso. O que aqui temos é antes uma exibição de ironia soberba (mas não de soberba ironia), a qual atravessa todo o discurso e que explica a escolha de Almeida Santos como veículo de colagem do tema da corrupção a Sócrates e ao PS. Carlos Alexandre diverte-se a exibir um poder que declara radicar não na Constituição, não no Estado e não no Soberano mas na “divina providência” e sua “graça”. É por isso que não quer abandonar o combate ao mal que o entusiasma tanto, lá onde lhe dão a conhecer diariamente e com todos os detalhes a podridão dos corruptos da política e da banca (mas só se esta cair em desgraça, atenção, nada de disparates). E ele há tanta porcaria por aí, tanta, que se não fosse a força divina que o anima e guia nada mais teríamos para nos salvar do que o corrupto Estado de direito democrático e sua satânica defesa da liberdade.

um novo partido

Novo artigo em BLASFÉMIAS


por rui a.

É também evidente que, por pior que corram as coisas a Rio, este não sairá da liderança do PSD. Rio esteve mais de quinze anos para chegar a esse lugar, adiou sucessivas entronizações que estavam mais do que asseguradas, pelo que, agora que se decidiu a arrepiar caminho, não será com duas tretas, isto é, com maus resultados eleitorais, que ele cederá voluntariamente o seu cargo a outro. Acresce que o homem é teimoso, faz gala em cumprir mandatos e tem os seus planos. Consequentemente, se a derrota para o PS já está devidamente preparada, um mau resultado face ao CDS só o abalará se for excessivamente mau - com resultados muito próximos ou, no limite do dificilmente concebível, com o partido de Cristas a ultrapassar o PSD. Menos do que isso não o fasrá sair do lugar. Mas se o resultado for péssimo, também Passos é capaz de sair chamuscado, porque foram os seus dois péssimos anos na oposição que, de facto, abriram alas a Assunção Cristas, e os «rioistas» não deixarão de lho lembrar. Deste modo, de os resultados de Rio forem insatisfatórios mas derem para aguentar, a Passos e aos seus só restará um caminho: criar um novo partido. Em França foi o que Macron fez.

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Ladrões de Bicicletas


Terror

Posted: 15 Mar 2018 08:32 AM PDT

«Ontem à noite, estava no twitter quando li a notícia da morte de Marielle Franco. Na conta dela, o último tuite tinha duas horas. Estava numa sessão com activistas negras. Foi morta quando saiu: 4 tiros na cabeça, disparados de um carro que se pôs ao lado do dela. O motorista também foi morto. Escapou a assessora, cujo estado desconheço. Terão sido disparados pelo menos 9 tiros.
Nunca ouvira falar de Marielle. Mas o simbolismo terrível da execução impôs-se imediatamente. Uma mulher negra e feminista, política de esquerda, vereadora do Rio nascida numa favela, lutando pelos direitos dos pobres e denunciando a violência de Estado e, soube hoje, gay. Um jackpot do ódio de direita. Nas respostas ao ultimo tuite dela, manifestações de dor, terror, mas também ódio e gozo. E uma pergunta pungente: por que dizem que você está morta?
Por que dizem que você está morta. A pergunta de alguém que não pode acreditar em algo tão terrível, que aquela mulher sorridente que momentos antes nos relatava, vibrante e combativa, uma sessão de resistência, tenha acabado, não seja mais. Noutra thread sobre a morte de Marielle, há mulheres a dizer que não conseguem mais ver "Handmaid’s Tale", porque sentem que é aquilo que vai acontecer no Brasil.
Sim, é terror o que esta execução declara. Foi isso mesmo que eu, que não sou brasileira nem grande conhecedora da realidade do Brasil, senti ontem: que se entrou numa outra dimensão. Um assassinato político como este é uma mensagem clara, sem hipótese de confusão. É um acto de terrorismo. E, no entanto, vejo as aberturas dos telejornais portugueses e nenhuma menção. Se tivesse sido um muçulmano a esfaquear ou atropelar alguém numa rua da Europa ou dos EUA era a primeira notícia; se fosse um político europeu ou americano assassinado desta forma, ou mais um tiroteio numa escola dos EUA, seria das primeiras. Mas uma política brasileira da oposição executada a tiro no tumulto que é o Brasil "nosso irmão" não merece menção. Não é nada de especial, pelos vistos.»
Fernanda Câncio (facebook)

Mudança de pele

Posted: 15 Mar 2018 04:15 AM PDT

Houve um momento de ruidoso riso no fim do último programa "O Outro lado", da RTP.
Foi quando vice-presidente do CDS Adolfo Mesquita Nunes escolheu um video. Veja-se ominuto 46'30' e depois o que aconteceu, com as explicações do dirigentes do CDS. E depois volte-se aqui.
Adolfo Mesquita Nunes é dado como a cara modernizadora do CDS. Se bem se percebe do debate público, porque enquanto secretário de Estado promoveu Portugal no estrangeiro (a explosão do turismo dever-se-ia a ele...) e porque assumiu a sua orientação homossexual. Adolfo dá mostras de ser um jovem à-vontade, com abertura de espírito e sincero. Mas no resto ele revela-se um típico militante do CDS: em momentos de aperto, envereda pela palavra fácil, inconsistente.
Veja-se os seus argumentos noutra parte do programa. A questão em debate era se Assunção Cristas não seria penalizada politicamente por ter sido ministra de um governo que cerceou a despesa pública, quando hoje critica o governo PS por não fazer investimento público.

"AMN: Se há partidos que têm problemas com ministros do governos anteriores é o Partido Socialista. Os ministros socratistas estão lá todos. Se há algum governo que deveria ter vergonha de se voltar a pôr a eleições era a maior parte dos ministros socialistas.

João Adelino Faria: Mas eu estou a falar da troica e da austeridade que foi impostas aos portugueses...

AMN: Pois, os portugueses sabem como é que a troica cá chegou. Precisamente na sequência dos ministros socialistas que estão todos lá..."


Parece uma típica manobra de diversão. Mas não é séria.  É enganadora. E pressupõe um mau-viver não assumido com o que foi feito, até porque, na realidade, não se mudou de opinião.
1. A dívida pública nunca foi o problema da dívida bruta nacional. A dívida privada correspondeu ao dobro da pública e conviria explicar porquê;
2. Mesmo a dívida pública começou a crescer sobretudo a partir de 2000 e isso talvez diga muita coisa, mais do que o mandato de José Sócrates. Cresceu mesmo no mandato PSD/CDS de 2002/4. Mas mais que tudo subiu desde 2009 e isso coincide com o início da percepção em Portugal dos efeitos da crise internacional. O Governo Sócrates teve uma gestão orçamental eleitoralista, sim, mas poderia coincidir com uma política de ataque à crise, aliás incentivada por Bruxelas até Março de 2010;
3. A partir de Março de 2010, a orientação europeia foi de austeridade, o que aprofundou ainda mais a recessão e provocou a volatilidade dos mercados. Nessa altura, a direita - CDS inclusivé - defendia o fim dos sacrifícios sociais.
4. O CDS foi para o Governo em Maio de 2011 e aplicou a pior das austeridades que tanto criticara. Havia outras políticas, mas foram essas as opções. Essas políticas foram mais além da troica e explicam a profunda e histórica recessão em 2012 que fez o desemprego atingir níveis recordes de 1,5 milhões de pessoas. O ministro do CDS deu a cara pela política de aperto salarial e desprotecção dos desempregados num momento em que a política seguida mais os atingia, contribuindo para uma maior precariedade e maior pobreza entre trabalhadores e sem resultados orçamentais visíveis. O CDS poderia ter defendido outras políticas, mas não. Assumiu-as até 2013. Depois quis fugir irrevogavelmente, mas não pôde. E ficou amarrado. E agora quer escapar-se outra vez. Com novas caras e algumas lavadas.
Mesquina Nunes poderá ser uma boa alma. Mas nada lhe retira a sensação de ser aquilo que é necessário para o "velho CDS" mudar de pele.