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terça-feira, 27 de março de 2018

O SILÊNCIO DOS VELHACOS

  por estatuadesal

(In Blog O Jumento, 27/03/2018)

riam

Desta vez não protestaram porque o défice chegou aos 3%, não acusaram os portugueses de gastarem acima das possibilidades, nem mesmo a "múmia" do regime veio lembrar-nos o que já nos tinha avisado algures num qualquer discurso ou livro. Ficaram todos em silêncio, não mandaram o Bento teorizar sobre os excessos dos portugueses, o Costa do BdP nem se deixou ver, nem mesmo a incansável Teodora apareceu.

Já não precisa da ajuda do FMI para forçarem uma alteração na distribuição dos rendimentos, já não lhes convém que o rating da dívida desça e arraste o rating da banca, nem se repara no representante da associação de bancos, o senhor do BCP fugiu das televisões, nem mesmo o pessoal do Passos Coelho terá reparado no défice.

Ficaram todos em silêncio, terão pensado com os seus botões que foi bom o Centeno ter sido cuidadoso, indo além do previsto no orçamento, desta forma precaveu-se de ultrapassar os 3%, reabrindo o procedimento por défices excessivos. Não convém criticar porque mexer na merda aumenta o mau cheiro, também não se pode elogiar porque não seria de bom tom elogiar a esquerda. Todos ficaram calados, até a Cristas deve ter preferido ir limpar mato a saber das novidades orçamentais.

Todos os velhacos ficaram calados, eles sabem o que fizeram, sabem que não foram os seus que pagaram os 17.000.000 de euros com que a banca foi ajudada e agora que tudo passou o melhor é esquecer. Esquecer os que iam a Belém e a São Bento preocupados com a saída dos centros de decisão e depois decidiram afundar o país. Os que faziam ameaças aos governos e forçaram a intervenção do FMI para encobrir os seus podres e corrupção.

O défice não ultrapassou os 3%, a dívida vai descendo, o Estado vai poupando, tudo corre bem, até já correram com o Passos e meteram o Rio para ajudar a esquecer. Os bancos começam a apresentar lucros, o Macedo meteu a CGD na linha e já é um banco como qualquer outro, o crédito ao consumo volta a dar lucros como nunca deu. Tudo corre bem e o melhor é ficarem em silêncio.

Perderam-se os anéis mas ficaram com os dedos, aos poucos vão voltar a ter os anéis, vão aparecer novos Ricardos, qualquer dia haverá outro BPN para vender ações a oportunistas, até pode ser que apareça um BANIF ou que o Ricardo ou o Ricciardi resgate o negócio da família; os que dantes faziam sarrabulho optam agora pelo silêncio, é o silêncio dos velhacos.

Aumento da extrema pobreza faz Brasil retroceder 10 anos em 2

Aumento da extrema pobreza faz Brasil retroceder 1...

Aumento da extrema pobreza faz Brasil retroceder 10 anos em 2

No final de novembro do ano passado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os resultados do “Módulo Rendimento” de todas as fontes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) referente ao ano de 2016. A repercussão dos dados junto à opinião pública foi pontual, sem corresponder à gravidade do que eles revelaram: a persistência e o agravamento da desigualdade no Brasil.

Vejamos: se for considerada a massa do rendimento mensal real domiciliar per capita1, de R$ 255,1 bilhões, em 2016, verifica-se que os 10% da população com maiores rendimentos concentraram 43,4% desse total, ao passo que os 10% com menores rendimentos ficaram somente com 0,8%. Em um país onde o rendimento médio mensal do trabalho, em 2016, foi de R$ 2.149,00, esse grau de desigualdade fica mais nítido se for observado que o 1% de maior rendimento do trabalho recebeu em média, mensalmente, R$ 27.085,00, o que corresponde a 36,3 vezes daquilo que recebeu a metade de menor renda e, pior ainda, 371 vezes daquilo que receberam os 5% de menor rendimento.

Também na divisão regional, os resultados atestam o desequilíbrio na repartição do total dos rendimentos, que somaram R$ 255 bilhões, mesmo considerando os diferentes pesos populacionais das regiões. Considerando-se todas as fontes de renda (trabalho e outras), o valor médio no Brasil é de R$ 2.053. Regionalmente, revela-se o desequilíbrio, com o Sudeste apresentando uma média de R$ 2.461; R$ 2.249 no Sul; R$ 2.292 no Centro-Oeste; R$ 1.468 no Norte e R$ 1.352 no Nordeste.

Da renda domiciliar per capita, 25,2% são provenientes de fontes não relacionadas com o trabalho, sendo 18,7% delas relativas a aposentadoria e pensão; 2,2% a aluguel e arrendamento; 1,1% de doação e mesada de não morador e 3,2% de outras fontes. A pesquisa mostrou que 24% da população receberam rendimento de outra fonte. O Nordeste foi a região com menor diferença entre os dois índices, com 35,7% das pessoas recebendo rendimento de algum tipo de trabalho e 27,6% de outras fontes, o que denota menor percentual de pessoas trabalhando e, possivelmente, maior percentual daqueles que buscam o sustento por outras fontes, especialmente nos programas de transferência de renda.

A PNAD Contínua foi lançada pela primeira vez em 2012. Diferente da antiga PNAD, ela permite acompanhar as variações de curto prazo do emprego da força de trabalho, da renda e de outras variáveis essenciais para a compreensão do desenvolvimento socioeconômico do país. Além do “Módulo Rendimento”, o IBGE também divulga, anualmente, os módulos referentes a habitação, migração, fecundidade, características dos moradores, trabalho infantil, outras formas de trabalho, educação e acesso a internet, TV e celular.

Os dados fornecidos pelo módulo divulgado em novembro contribuem também para atualizar a verificação da situação das pessoas em condição de pobreza e extrema pobreza. A metodologia adotada classifica como extrema pobreza a situação daqueles que viviam com R$ 70,00 em junho de 2011, equivalente a US$ 1,25 (com paridade de poder de compra com os Estados Unidos) – mesmo parâmetro adotado pelo “Plano Brasil Sem Miséria”. Esse também era o parâmetro adotado pelo Banco Mundial para a linha internacional de extrema pobreza e correspondia a valores próximos da linha de indigência para o Nordeste Rural, apresentados por Sônia Rocha (1998) na publicação Desigualdade Regional e Pobreza no Brasil: a Evolução – 1981/95. Ainda que seja necessário algum esforço metodológico para compatibilizar metodologias diferentes aplicadas na antiga PNAD e na PNAD Contínua, os resultados recentes sobre a pobreza e extrema pobreza apontam na direção esperada (gráfico 1).

Reconhecemos que a pobreza e a extrema pobreza não são determinadas apenas pela renda que cada indivíduo dispõe para fazer frente ao atendimento de suas necessidades básicas, mas acreditamos que essas séries possibilitam uma identificação bastante real desse público.

Observa-se que, em 22 anos, o Brasil viveu dois períodos em que a pobreza e a extrema pobreza passaram por reduções mais significativas. O primeiro, em 1995, o que pode ser atribuído ao efeito da estabilização da moeda, mas cuja inflexão se restringiu a um único ano, já sendo registrada nos anos seguintes novamente uma tendência ascendente do número de pessoas naquela condição. Situação bem diferente é a que se identifica entre 2003 e 2014, nos dois mandatos do ex-presidente Lula e no primeiro mandato da presidenta Dilma. Nesse período, os números revelam que ocorreu uma contínua redução das duas variáveis, mesmo após a crise econômica internacional de 2008. Diferente também pela continuidade da queda, alcançando os bolsões mais distantes do Brasil profundo. A virtuosa combinação de uma política de desenvolvimento com inclusão por meio de programas e ações especificamente voltados para grupos sociais mais vulneráveis explica essa trajetória histórica de redução da pobreza e da extrema pobreza.

Em 2015 parece haver a sinalização de que esse ciclo se interrompe e, em 2016, com os dados recém-divulgados pela PNAD Contínua, assiste-se a um agudo empobrecimento de parte da população, retrocedendo a patamares que tinham sido superados. É muito preocupante que, no que diz respeito à extrema pobreza, o Brasil voltou, em apenas dois anos, ao número de pessoas registradas dez anos antes, em 2006. Entre 2014 e 2016 o aumento desse contingente foi de 93%, passando de 5,1 milhões para 10 milhões de pessoas. Em relação aos pobres, o patamar de 2016 – 21 milhões – é o equivalente ao de oito anos antes, em 2008, e cerca de 53% acima do menor nível alcançado no país, de 14 milhões, em 2014. Entre tantas consequências, o espectro da fome, que havia sido superado nesse período, como constatou a FAO, pode estar voltando com maior rapidez do que se possa imaginar.

A avaliação desses resultados deve levar em conta o contexto bastante particular pelo qual passa o Brasil desde 2015 e mais marcadamente em 2016, quando vive aguda crise econômica e política, culminando com a queda da presidenta eleita e a reversão das prioridades que tinham sido confirmadas pelas urnas. Em nome do restabelecimento do equilíbrio fiscal, a partir de maio de 2016, radicalizam-se as medidas recessivas tomadas pelo novo governo. Um dos custos mais altos para o país, derivado dessa lógica de enfrentamento da crise, foi o acelerado aumento do desemprego. E quem pagou a conta mais cara foi a camada de menor renda das regiões com mercado de trabalho mais estruturado.

De fato, a reversão dos patamares de pobreza se verifica com maior intensidade nas regiões mais desenvolvidas, como consequência do aumento do desemprego, da perda de ocupações com carteira e da estagnação do rendimento do trabalho. O quantitativo de pessoas em extrema pobreza aumentou, entre 2014 e 2016, 204% na região Centro-Oeste, mais do que o dobro da média do país. No Sudeste e Sul, o quadro é igualmente desalentador, com ampliação de 140% e 189%, respectivamente. A evolução da extrema pobreza no Rio de Janeiro foi das mais intensas: de 209 mil pessoas em 2014 passou para 481 mil pessoas em extrema pobreza em 2016, ou seja, 2,3 vezes maior.

O cenário só não foi pior porque o aumento da extrema pobreza nas duas áreas de forte concentração de pobres – Nordeste e Norte – não seguiu o mesmo ritmo, o que mostra a importância da ampliação do escopo e escala dos programas sociais desde 2003. Não fosse a criação do Programa Bolsa Família e a ampliação da cobertura do Benefício de Prestação Continuada e da Aposentadoria Rural, o quadro seria certamente diferente. Na realidade, o efeito protetor dessas políticas pode rapidamente se exaurir pela falta de correção do valor real dos benefícios assistenciais, pelo descredenciamento de beneficiários e pelas mudanças nos critérios de acesso a esses programas, como indicado na presente proposta de Reforma da Previdência.

Tudo leva a crer que a piora nos indicadores relacionados à pobreza e à extrema pobreza não se alterou em 2017, haja vista o agravamento do desemprego que ocorreu nesse ano, o que poderá ser confirmado pelo próximo módulo de rendimento médio, previsto para ser tornado público em abril. A divulgação dos resultados da PNAD Contínua trimestral, no final do último mês de fevereiro, que trouxe informações acerca do emprego até o final de 2017, contribui para o entendimento desse contexto, ao mesmo tempo em que indica uma incipiente e precária recuperação do emprego, reafirmam-se elementos de desigualdade. Tendo fechado o ano com 12,3 milhões de desempregados, persistem as desigualdades entre homens e mulheres e entre brancos, pardos e negros. Para uma taxa de desemprego de 11,8%, ela se reduz para 10,5% para os homens, enquanto atinge 13,4% para as mulheres. Ao lado disso, o desemprego de brancos fica em 9,5%, chegando a 13,6% para pardos e 14,5% para negros. E pardos e negros representam 63,8% do total de desempregados.

As políticas de enfrentamento da crise, dentro do modelo que foi adotado, trouxeram um pesado fardo para o país, revertendo o período auspicioso de desenvolvimento com forte inclusão social. O ajuste fiscal que vem sendo realizado contrai o crescimento, restringe a receita, gera desemprego e acelerada ampliação da pobreza, como foi demonstrado. Reverte, também, o movimento que vinha sendo realizado de diminuição da desigualdade, o que tende a se acelerar com as restrições orçamentárias, através de cortes e contingenciamentos sobre programas e ações que poderiam atenuar as perdas sofridas pelos mais pobres.

Por Francisco Menezes e Paulo Jannuzzi | Texto original em português do Brasil

Exclusivo Editorial PV – RBA / Tornado

Curto, para tamanhos objectivos ...

Eduardo Louro

  • 27.03.18

A selecção nacional concluiu esta dupla jornada na Suiça, com mais uma exibição imprópria do título que ostenta e do prestígio de que desfruta. Se no primeiro jogo, na passada sexta-feira, com o Egipto, ainda conseguiu salvar o resultado nos quatro minutos da compensação, hoje não conseguiu fugir a uma derrota copiosa com a Holanda, com uma primeira parte assustadora.

Ao intervalo estava feito o resultado (0-3) e montado um cenário futebolisticamente apocalíptico. A selecção holandesa, que entrara convencida que ia defrontar a campeã europeia e uma equipa do top do futebol mundial, a que historicamente pertence mas do qual está agora afastada, acantonada lá atrás, com toda a gente a defender, demorou tempo a perceber que estava enganada. Só percebeu quando os golos começaram a surgir na baliza portuguesa a cada oportunidade que criava, sem que nada se passasse na sua grande área.

Claro que Fernando Santos tem tudo a ver com isto. Ao mudar radicalmente a equipa, com jogadores que nunca tinha jogado juntos, sem um trinco, nem ninguém nessa posição nevrálgica do jogo, o seleccionador nacional devia estar à espera de mais um milagre. A fé tem destas coisas...

O seleccionador não esteve apenas mal na constituição da equipa de hoje. Esteve mal na convocatória, esteve mal nas dispensas e nas substituições que não fez. E esteve mal, como normalmente está, em permanentemente adaptar a equipa e a estratégia de jogo ao adversário. Uma selecção campeã da Europa, cujo objectivo declarado é o título mundial, tem que ser impositiva. Tem que ter o seu padrão de jogo, e não pode partir para cada jogo à procura das armas para se defender do adversário. Tem que o atacar, não tem que se defender dele.

Quem não perceber isto, se não viu, vá ver o Alemanha-Espanha da passada sexta-feira, em Dusseldorf. Duas grandes equipas que não abdicaram nunca do seu futebol. E foi ina fidelidade às suas ideias que cada uma encontrou o caminho para alternadamente se superiorizar à outra.

Dos jogadores que hoje alinharam de início, à excepção do Cristiano Ronaldo, nenhum está condições para ser titular no mundial. E poucos, muito poucos, estarão em condições de incluir nos 23. De toda a defesa apenas o estreante Mário Rui, o lateral esquerdo do Nápoles, mostrou condiçoes para ir à Rússia. Do meio campo, apenas o Bruno Fernandes e no ataque, pelo que é, não pelo que jogou (como poderia?), Cristiano Ronaldo. E Quaresma, que dá sempre jeito ter no banco...

João Cancelo, hoje expulso, perde para a concorrência. E José Fonte e Rolando não têm lugar nesta selecção. Adrien, André Gomes e João Mário podem ter lugar cativo. Mas estão muito longe da condição mínima aceitável, e o que não faltam é jogadores para os substituir. André Silva é outro caso de perda de espaço na selecção. Não revela o entendimento que se tem pretendido fazer crer com CR7. Nem com ninguém. Gonçalo Paciência é hoje um ponta de lança bem mais capaz.

Muita coisa pode ainda acontecer mas, a pouco mais de dois meses do início do campeonato do mundo, não vejo como aqueles sete jogadores possam recuperar condição para estar à altura dos objectivos - não é dos sonhos - de Fernando Santos. Irrealistas, mas enfim...

Última vítima de anti-semitismo em França: uma judia que em 1942 se refugiou em Portugal

por helenafmatos

Em Paris, uma mulher de 85 anos foi assassinada. O seu corpo semi-carbonizado foi encontrado sexta-feira passada. Mireille Knoll era uma das sobreviventes das rusgas que no ano de 1942 levaram à prisão e deportação de milhares de judeus mais precisamente escapou à chamada rusga do Vél d’Hiv que teve lugar em Julho de 1942. Fugiu com a mãe para Portugal.
Setenta e seis anos depois não escapou ao anti-semitismo que varre a França.

Venha então a lepra

Novo artigo em BLASFÉMIAS


por vitorcunha

O “partido da Sofia” e os “liberais ALDE” são discos riscados sob a agulha da esquerda progressista. Ao som de hinos modernaços que substituem o ruído de fundo de um PCTP/MRPP para o fundo de ruído da outra esquerda, a progressista, limitam-se a procurar tacho no sistema corrupto da fátua insustentável leveza lusitana, adoptando as mesmas causas de obliteração social que cheirem a tradicionais ou — Stephen Hawking nos livre — civilizacionais. Beatos da laicidade cibertosca, recauchutadores da linguagem de Chomsky, têm a oferecer casamentos entre pilas, adopção de crianças equiparadas a animais de estimação, drogas leves (eles lá decidem o peso das cenas) e homicídio sancionado dos velhos que atrapalham o sacrossanto estado social, o que escrevem com maiúscula, como portadores da Palavra, a única fé que pretende o sacerdócio por via de quotas de divorciadas em crises de meia-idade. Falam do “género” como quem sente o cerebelo entumecido e cheiram a bafio por entre os poros desprovidos de bloqueadores-beta de mensagens de modernidade. Acrescentam uma redução de impostos ao discurso, uma léria consensual que se recusa a especificar como se consegue, que o estado social (com maiúsculas) é necessário para esculpir vulvas a partir de velhos testículos peludos. É esse o género.

Direitos. Mais uns para a erosão democrática da religião dos direitos.

Antigamente comprava-se um Porsche e abria-se a porta em frente à faculdade de letras. Agora colocam-se likes e corações em posts de Facebook e cria-se a necessidade crescente das pessoas de bem se tornarem ermitas. É isto que eu penso se o tentar exprimir de forma simpática. Não me peçam é para o exprimir sem um filtro de cortesia.