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terça-feira, 27 de março de 2018

Puigdemont “não se renderá” e pede unidade dos soberanistas

CATALUNHA

HÁ 2 HORAS

O advogado de Carles Puigdemont diz que o ex-presidente do Governo catalão "não se renderá", apela à unidade dos soberanistas e afirma que confia na justiça alemã.

Getty Images

  • Agência Lusa

O ex-presidente do Governo catalão Carles Puigdemont “não se renderá” e apela à unidade dos soberanistas, disse hoje o seu advogado, após visitá-lo pela primeira vez na prisão em Neumuenster (Alemanha). “Confiamos na justiça alemã”, afirmou o advogado, Jaume Alonso-Cuevillas, aos meios de comunicação concentrados em frente ao recinto penitenciário onde se encontra Puigdemont desde que foi detido no domingo, pouco depois de cruzar a fronteira alemã vindo da Dinamarca, em aplicação do mandado de captura europeu emitido por Espanha.

Segundo o advogado, o ex-presidente da Generalitat está consciente de que tanto o processo de extradição como a sua situação de “privação de liberdade” podem “prolongar-se”, mas está tranquilo. “Foi um motivo de euforia vê-lo” assim com “tanta determinação e coragem”, assegurou Alonso-Cuevillas, após relatar que Puigdemont se encontra “em perfeita forma anímica” e “em excelentes condições físicas”. O advogado também transmitiu uma mensagem de Puigdemont para que os separatistas na Catalunha se mantenham unidos e que os protestos não sejam violentos.

Alonso-Cuevillas assegurou que o seu cliente, que se considera um preso político, agradece as demonstrações de apoio que tem recebido. O processo de extradição de Puigdemont para Espanha começou esta segunda-feira, com a decisão do tribunal de primeira instância de Neumuester de manter o antigo governante na prisão enquanto é analisada a ordem de detenção. O ministério público de Schleswig deve estudar o pedido espanhol e solicitar ou não à audiência territorial que execute a extradição.

O processo demorará “alguns dias”, segundo a procuradoria alemã, e durante este período, no mínimo, Puigdemont permanecerá na prisão. Na sexta-feira, o Supremo Tribunal espanhol acusou de delito de rebelião 13 separatistas pela sua participação no processo de independência da Catalunha, entre os quais o ex-presidente do executivo regional Carles Puigdemont, fugido na Bélgica. Carles Puigdemont é acusado de ter organizado o referendo de autodeterminação de 01 de outubro de 20017 apesar de este ter sido proibido por violar a Constituição espanhola.

A 27 de outubro de 2017, Madrid decidiu intervir na Comunidade Autónoma, através da dissolução do parlamento regional, da destituição do executivo regional e da convocação de eleições regionais que se realizaram a 21 de dezembro último. O bloco de partidos independentistas manteve uma maioria de deputados no parlamento regional e está a ter dificuldades para formar um novo executivo.

Fibroglobal garante ter toda a rede afectada pelos incêndios operacional

A troca de palavras entre operadores nas telecomunicações continua. Agora é a Fibroglobal que garante ter a rede operacional.

Fibroglobal garante ter toda a rede afectada pelos incêndios operacional

Raquel Wise

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Alexandra  Machado

Alexandra Machado

amachado@negocios.pt

27 de março de 2018 às 19:33

As palavras de Miguel Almeida, presidente da Nos, ao Expresso continuam a motivar reacções. Depois de a Meo ter reagido logo no sábado, agora é a vez de a Fibroglobal dizer que as declarações do presidente da Nos foram, em alguns casos, "falsas e caluniosas".

E, por isso, diz que as desmente. "A Fibroglobal tem todos os trabalhos de reposição da rede afectada pelos incêndios, com impacto nos acessos dos clientes à rede, finalizados, não existindo quaisquer situações de indisponibilidade de serviço por esse motivo", realça em comunicado a empresa gestora de uma rede rural de nova geração.
A empresa assume que os incêndios "tiveram de facto um impacto significativo na rede da Fibroglobal", já que foram afectados 32 dos 42 concelhos nos quais a Fibroglobal tem rede com mais de 620 quilómetros de traçados de fibra óptica da empresa afectados. O custo de reconstrução foi de cerca de 1,5 milhões de euros. Mas estão concluídos, segundo afirma a Fibroglobal, que diz ter uma cobertura de 84 mil lares de residência habitual.

Miguel Almeida, ao Expresso, garantiu que grande parte dos clientes que ainda não têm serviço, depois dos incêndios, são servidos pela rede da Fibroglobal. "É preciso perceber porque é que estes clientes continuam sem serviço. Porque grande parte destes locais é servida pela rede da Fibroglobal, que foi paga com dinheiro públicos e que está a ser usada de forma privada. O que constitui uma fraude".
Mais tarde em comunicado, e no seguimento de um despique com a Altice, a Nos reafirmou que "a Fibroglobal é uma fraude, pois foi construída com dinheiros públicos para servir todo o mercado, à semelhança das outras redes rurais no Norte e no Sul do País e que são usadas pelos diversos operadores", considerando que "o caso da Fibroglobal continua por resolver, havendo apenas um operador que a usa".

A Fibroglobal diz que estas declarações são falsas, até porque acrescenta que desde 2016 serve não apenas a Meo, mas também a Nos e a Oni, dizendo praticar "uma gestão criteriosa dos seus recursos, praticando preços inferiores aos inicialmente previstos no contrato com o Estado e em linha com as ofertas publicadas pelo operador DST".

Os Offshores

Jorge Fonseca de Almeida

Jorge Fonseca de Almeida

27 de março de 2018 às 20:00

A ideia transmitida por certos meios de comunicação social de que os offshores se situam em ilhas paradisíacas sem lei e sem controlo não passa de um mito.

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Nascidos na fase avançada do capitalismo, a que vários autores denominaram de imperialismo e outros de mundialização ou primeira globalização, os offshores são um refugio fiscal disponível para as multinacionais e as grande fortunas, uma poderosa arma de guerra económica que priva alguns Estados das suas receitas fiscais canalizando-as parcialmente para outros, um instrumento de pressão sobre os sistemas de proteção social limitando-lhes as receitas e uma forma de reciclagem e branqueamento das receitas colossais do mundo do crime e do trafego internacionais.

Não admira assim que os principais offshores do mundo, estejam situados em países muito desenvolvidos. A ideia transmitida por certos meios de comunicação social de que os offshores se situam em ilhas paradisíacas sem lei e sem controlo não passa de um mito.

O Reino Unido é o país que oferece uma lista mais completa e diversificada de offshores (Ilhas Virgens Britânicas, Jersey, Gibraltar, Ilha de Mann, Ilhas Caimão, Guernsey, Montserrat e outros). De facto a estabilidade política e a segurança dos bens são essenciais nos offshores e devem poder ser defendidos por um Estado forte capaz de manter um sistema legal seguro, rápido, eficiente e de grande alcance.

Lançado recentemente o livro "Offshores do nosso quotidiano" do Professor Carlos Pimenta, professor da Faculdade de Economia do Porto e membro fundador do OBEGEF (Observatório de Economia e Gestão de Fraude) vem colocar ao dispor do grande público uma obra introdutório de grande qualidade, clareza e didatismo.

Um contributo muito oportuno, que reintroduz na ordem do dia este tema insuficientemente discutido em Portugal, um dos países que é vítima desta teia internacional, um dos Estados expropriado das suas legítimas receitas fiscais em favor de outros estados, muitos deles ditos "amigos" e "aliados" mas que se apropriam abertamente das rendimentos fiscais portuguesas.

Toda uma crise de sustentabilidade do Estado social português deriva desta imoral utilização dos offshores para sonegar as receitas necessária à solidariedade e coesão social do país. Todo um insuficiente equipamento militar, que debilita a nossa defesa, resulta dessas diminuídas cobranças fiscais.

Um ditado português reza que "Casa assaltada, trancas nas portas", isto é falhada a prevenção inicial é preciso reforçar a atenção e as defesas para que não voltemos a ser vitimas.

Absurdo seria depois de assaltados deixarmos as portas abertas e que mandássemos remover as fechaduras para facilitar o trabalho aos larápios. No entanto a atitude do Estado português parece em linha com esta última atitude, descuidando das medidas preventivas e punitivas que impeçam ou dificultem estes comportamentos de Estados terceiros.

Economista

Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico

Nvidia, Facebook e Tesla: o trio que ajudou a derrubar Wall Street

As bolsas norte-americanas regressaram às perdas, na sessão desta terça-feira, 27 de Março. O alívio em torno das tensões comerciais EUA-China, que tanto agradou às praças asiáticas e europeias, não foi suficiente para manter Wall Street no verde, já que os dissabores da Nvidia, Facebook e Tesla ofuscaram tudo o resto.

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Reuters

Carla Pedro

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Carla Pedro

Carla Pedro

cpedro@negocios.pt

27 de março de 2018 às 21:09

Os principais índices bolsistas do outro lado do Atlântico, que ontem recuperaram das fortes perdas de sexta-feira e fecharam com os ganhos mais expressivos desde Agosto de 2015, voltaram hoje ao tapete.

O K.O. foi dado pelas tecnológicas Nvidia e Facebook, que abalaram o Nasdaq e o S&P 500, bem como pela fabricante de veículos eléctricos Tesla.

O Dow Jones fechou a ceder 1,43% para 23.857,71 pontos e o índice Standard & Poor’s 500 recuou 1,92% para se estabelecer nos 2.607,45 pontos.

Também o Nasdaq Composite negociou em queda, sendo o índice que teve a descida mais acentuada, a perder 2,93%, para 7.008,81 pontos.

As tecnologias, que no início do ano estavam entre as maiores subidas, têm sofrido com os reveses da empresa liderada por Mark Zuckerberg depois de se saber que a rede social permitiu que os dados de 50 milhões de utilizadores caíssem nas mãos de uma empresa de consultoria política.

Assim, o Faceboook esteve entre as cotadas que mais pressionaram Wall Street, a afundar 4,90% para 152,22 dólares. Isto no dia em que se soube que Zuckerberg terá aceitado depor no Congresso dos EUA sobre as falhas na protecção de privacidade dos dados dos utilizadores da rede social.

De resto, todas as FANG – Facebook, Amazon, Netflix e Google – estiveram a negociar em baixa na sessão de hoje, pressionadas por um forte movimento de vendas.

A gigante do streaming de filmes e séries de TV Netflix depreciou-se em 6,14% para 300,69 dólares, a acompanhar o mau momento dos seus pares.

Mas os desaires das tecnológicas não se ficaram por aqui. A Nvidia, fabricante de microchips para jogos, computadores de alto desempenho, inteligência artificial e carros autónomos, também deu um cartão vermelho à bolsa, ao mergulhar 7,76% para 225,52 dólares.

Os dissabores da Nvidia foram trazidos pela sua suspensão temporária dos testes aos veículos de condução autónoma, área onde tem vindo a expandir-se.

Ainda no mesmo sector, o Twitter perdeu 12,02% para 28,07 dólares, depois de a Citron ter anunciado que apostou na queda das acções – com as chamadas "posições curtas" – da empresa que gere a rede social das micromensagens. Isto porque a considera mais vulnerável à "regulação da privacidade" do que os seus pares, numa altura em que se debate a protecção de dados.

Por outro lado, o sector automóvel pesou sobretudo devido à fabricante de veículos eléctricos Tesla. A empresa liderada por Elon Musk afundou 8,22% para 279,18 dólares, devido ao facto de vários analistas recearem que a Tesla não consiga atingir as suas metas de produção no que diz respeito ao sedan Model 3.

Além deste cepticismo em torno do ritmo de produção do Model 3, a Tesla foi ainda pressionada pelo anúncio da Comissão norte-americana de Segurança dos Transportes de que está a realizar a segunda investigação deste ano a acidentes com veículos da Tesla.

António Costa afasta hipótese de Bloco Central e diz que não se demite em caso de mais incêndios

ANTÓNIO COSTA

HÁ 32 MINUTOS

Em entrevista à Visão, o primeiro-ministro afastou a hipótese de formação de um "Bloco Central" com o PSD na próxima legislatura, por considerar que esse tipo de solução é "negativa para a democracia"

AFP/Getty Images

Autor
  • Agência Lusa

    O primeiro-ministro afirma em entrevista à revista “Visão” que se mantém contra um “Bloco Central” PS/PSD e afasta o cenário de demitir-se da chefia do executivo caso no próximo Verão se repitam tragédias com os incêndios florestais. Estas posições foram assumidas por António Costa durante uma entrevista à revista Visão, que será publicada na íntegra na quarta-feira e durou uma hora e 13 minutos, período durante o qual o primeiro-ministro respondeu a 55 perguntas formuladas pelos jornalistas Filipe Luís (editor executivo) e Octávio Lousada Oliveira.

Questionado sobre a possibilidade de se formar um “Bloco Central” PS/PSD na próxima legislatura, agora que os sociais-democratas têm um novo líder, Rui Rio, o secretário-geral socialista volta a afastar esse cenário. “Temos de distinguir o que são soluções de Governo – e isso sempre achei que soluções tipo ‘Bloco Central’ são negativas para a democracia, porque a empobrecem, diminuem a escolha que os eleitores têm para procurar caminhos alternativos. Num sistema partidário como o que temos em Portugal, necessariamente as soluções de Governo serão polarizadas ou pelo PS ou pelo PSD e, portanto, a junção dos dois diminuía a possibilidade de geração de alternativas”, sustenta.

Em relação à nova liderança dos sociais-democratas, António Costa considera que “está manifestamente a incomodar grande parte do PSD e da chamada direita inorgânica, aquilo que alguns costumam designar a direita do Observador”. Afastado o cenário de uma coligação de Governo com o PSD, António Costa insiste na tese de que, após as eleições legislativas de 2019, será viável reeditar a actual plataforma de forças de esquerda que suporta executivo minoritário socialista na Assembleia da República (PS, Bloco de Esquerda, PCP e PEV).

António Costa também desdramatiza as crescentes críticas que têm sido feitas pelo PCP ao seu Governo. “Acho legítimo e natural que o PCP queira também, conforme se vai concluindo a legislatura e se vai aproximando das eleições, sinalizar quais são as suas marcas identitárias e diferenciadoras relativamente ao PS”, alega. Já sobre a possibilidade de o PS apoiar a recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa nas presidenciais de 2021, o líder socialista remete essa questão para 2020. “Para já é preciso saber se [Marcelo Rebelo de Sousa] é candidato presidencial, visto que ele próprio já disse publicamente que ainda não tomou a decisão sobre essa matéria. O PS sempre teve como tradição apoiar candidatos e não propor candidatos. Portanto, aguardemos para ver quem são os candidatos em 2021 e, depois, o PS seguramente tomará a sua decisão”, responde.

Nesta entrevista, o primeiro-ministro foi também questionado se admite demitir-se caso se repitam no próximo verão tragédias com os incêndios – um cenário que afastou. “Demitir-me, se houver mais incêndios? Quando há um problema, a solução não é demitirmo-nos, é estarmos prontos para resolver o problema. É isso que temos feito e é isso que vamos continuar a fazer”, responde. António Costa demarca-se também da ideia de que haja politização da justiça, advogando que não lhe parece que esse juízo seja partilhado pela sociedade portuguesa, “nem que haja motivos para o fundamentar”. Interrogado sobre as pressões para uma eventual recondução da procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, o líder do executivo desdramatiza e aponta que “é da tradição o Governo não fazer propostas, nessa matéria, que o Presidente da República não possa aprovar”.

No que diz respeito ao Governo, no momento próprio falaremos com o senhor Presidente da República e concertaremos com ele a proposta que faremos”, sublinha. Já sobre os protestos das autoridades políticas angolanas contra a intenção de a justiça portuguesa julgar o seu ex-vice-presidente Manuel Vicente em Portugal, o primeiro-ministro afirma compreender a pressão diplomática e económica que está a ser exercida no sentido de transferir o processo para Angola. “Se num Estado estrangeiro fosse levantado um processo-crime contra o nosso Presidente da República, contra o primeiro-ministro ou contra deputados, muito provavelmente Portugal também diligenciaria no sentido de preservar as imunidades de que essas entidades gozam no nosso país”, argumenta.

Ainda em matéria de justiça, nesta entrevista à revista Visão, António Costa demarca-se também dos casos que envolvem o Benfica, frisando que não é adepto do clube por causa dos seus dirigentes”. “Num Estado de Direito, ninguém, está acima da lei”, salienta. Em matéria económico-financeira, o primeiro-ministro reconhece mudanças no Conselho de Finanças Públicas, organismo presidido por Teodora Cardoso. “O Conselho de Finanças Públicas ganhou nova confiança na estratégia que temos vindo a adopar. Significa que água mole em pedra dura tanto dá até que fura. Os factos impuseram-se aos preconceitos”, diz.

No que respeita à questão da eutanásia, o secretário-geral do PS defende que a legislação não deve limitar a liberdade de opção individual, embora o seu “arreigado optimismo” lhe coloque “dificuldades em aceitar a prática da eutanásia como uma boa solução”.