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quarta-feira, 28 de março de 2018

Sergei Skripal pode ter sido envenenado à porta de casa, diz polícia britânica

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Os investigadores britânicos encontraram uma grande concentração do composto químico usado para envenenar Sergei e Yulia Skripal à porta de sua casa, na cidade inglesa de Salisbury.

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Os detetives britânicos responsáveis pela investigação da tentativa de homicídio do ex-agente russo da filha acreditam que Sergei e Yulia Skripal podem ter sido envenenados à porta da sua casa, na cidade inglesa de Salisbury. Foi aí que os investigadores encontraram uma maior concentração do composto químico usado para envenenar os Skripal. O agente nervoso já tinha sido detetado noutras zonas da moradia, mas nunca em tão grande quantidade.

Dean Haydon, comissário-adjunto, explicou que, “nesta altura”, os investigadores acreditam “que os Skripal entraram em contacto com o agente nervoso na porta de entrada”. “Estamos a concentrar muitos dos nossos esforços na casa e nos seus arredores. Aqueles que vivem no bairro dos Skripals podem contar com a presença de agentes da polícia que vão continuar as investigações”, afirmou o comissário, citado pelo The Guardian, garantindo que o risco para quem vive nas redondezas é muito baixo.

Segundo o jornal, a polícia britânica vai manter o foco da investigação na casa de Sergei e Yulia Skripal. “As circunstâncias únicas desta investigação significam que os agentes vão muito provavelmente manter-se na área durante várias semanas e meses”, disse ainda Dean Haydon. Há 250 agentes a trabalhar no caso.

Como é o mundo aquático que investigadores portugueses descobriram para lá do Sistema Solar

HÁ 33 MINUTOS

Fica a 350 anos-luz daqui, é quase três vezes maior do que a Terra e pode ser composto por 50% de água. Uma equipa liderada por portugueses descobriu um mundo aquático para lá do Sistema Solar.

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Os portugueses deram mais um novo mundo ao mundo: uma equipa internacional de portugueses liderada pelo Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço descobriram dois pequenos exoplanetas a orbitar uma estrela a 350 anos-luz do Sistema Solar. E um deles é especialmente curioso: é que, tanto quanto puderam os cientistas apurar, um deles pode ser composto por 50% de água e 50% de material rochoso. Se assim for, o HD 106315b é um verdadeiro mundo aquático que pode vir a ser sondado pelo Telescópio Espacial James Webb, que será lançado em 2019.

Os dois planetas foram encontrados através do método de transição, uma ferramenta que permite descobrir a presença de corpos celestes a girar em torno de estrelas sempre que eles passem na face que está virada para outros: se a quantidade de luz que chega até à Terra diminuir de forma cíclica, então é possível que haja planetas a orbitar essa estrela. Foi graças a esse método que o instituto português descobriu que HD 106315b tem um período de translação equivalente a nove dias e meio terrestres e um diâmetro 2,44 vezes maior do que a Terra; e que um ano em HD 106315c, que é 4,35 vezes maior do que Terra, tem 25 dias terrestres.

Descobrir as massas destes planetas foi só por si uma aventura. Susana Barros, que assina o estudo, explicou em comunicado de imprensa porquê: “Pensava-se que a variabilidade da HD 106315 provocava demasiado ruído para a medição de velocidades radiais e por isso não seria possível determinar a massa dos dois planetas”. E era importante fazê-lo porque sem saber a massa dos planetas, mesmo sabendo a velocidade radial dos corpos celestes, o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço não teria descoberto que o planeta mais pequeno tem 12,6 vezes a massa da Terra e uma densidade de 4,7 g/cm3 e que o maior tem 15,2 vezes a massa do nosso planeta e uma densidade de 1,01 g/cm3.

Estes dados foram descobertos graças ao High Accuracy Radial Velocity Planet Searcher, um espectógrafo montado no telescópio do Observatório Europeu do Sul no Chile. Os detalhes recolhidos por essa máquina permitiu revelar alguns detalhes sobre como são esses planetas longínquos: HD 106315c, o maior, está revestido por uma atmosfera espessa e rica em hidrogénio e hélio; e HD 106315b, o mais pequeno, terá 50% de materiais rochosos e entre 9% e 50% de água, como desvendam os modelos interiores de planetas desenhados pelo Instituto.

Descobertas desta natureza são importantes porque estudar atmosferas com estes mecanismos “irá permitir uma melhor compreensão acerca da composição do HD 106315 b, já que o planeta está no limite entre os planetas rochosos e os planetas gasosos”, explica o comunicado. “Este sistema planetário demonstra a diversidade da composição destes planetas, e como a estrela que estes transitam é bastante brilhante, será ainda possível estudar as suas atmosferas. Com instrumentação atual é possível observar a atmosfera do planeta c, mas para o planeta b será necessário esperar por instrumentos como o Telescópio Espacial James Webb”, concretiza Susana Barros. Temos de esperar um ano para saber mais sobre este mundo aquático.

Não é o facebook o nosso verdadeiro inimigo

  por estatuadesal

(Jorge Rocha, in Blog Ventos Semeados, 28/03/2018)

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Para os principais defensores das direitas um mundo perfeito neste cantinho à beira-mar plantado seria aquele em que as únicas fontes de informação, que chegariam aos eleitores, seriam os canais de televisão e de rádio atuais (quer os públicos, quer os privados, porque em nada se distinguem no seu alinhamento com tais áreas políticas) e os jornais e revistas remanescentes da crise geral da imprensa (quase) todos da propriedade dos mesmos suspeitos do costume.

Sem outro contraditório que não fosse o da militância dos partidos de esquerda através das, então, pouco noticiadas ações de divulgação das suas ideias, chegaríamos a um situação parecida com a da Polónia ou a da Hungria em que os resultados eleitorais contemplam maiorias robustas às forças políticas já no governo e de cujos mecanismos se servem para imporem uma ditadura de facto, que só ingénuos ou mal-intencionados continuam a qualificar de democracia.

No entanto essa é tese que não impressiona os antissocialistas primários, que vituperam a Venezuela de Maduro, mas esquecem facilmente as práticas dos partidos europeus parceiros do PSD e do CDS no PPE. Um dos nossos leitores até veio com a tese peregrina de que, se os povos do Leste, tinham eliminado os seus partidos comunistas, justificava-os a memória de quanto eles lhes tinham desagradado. Para quem defende tais teses não existiram contínuas ações da CIA no sentido de desestabilizarem esses países, financiando-lhes muitos dos seus «opositores» e, depois, através do controlo dessa (des)informação, instilar-lhes ideias manipuladas sobre o que é a Democracia, a Liberdade de Imprensa ou qualquer dos demais direitos fundamentais.

Quem anda tão ciosamente a defender os multipartidarismos do tipo de Democracia implantado por  todo o Ocidente compraz-se com essas supostas liberdades - usufruídas decerto pelos que detêm a propriedade, e por inerência, o poder, mas sonegadas à grande maioria silenciada e explorada.

Não pondo em causa que a Democracia socialista deva ser multipartidária, deve-se porém denunciar o quanto o modelo atualmente existente só aceita essas regras de respeito pelas maiorias se elas coincidirem de facto com os interesses dessa minoria, cuja natureza é explorar as mais valias da enorme maioria. Porque, como se vê na Catalunha, acaso essa compatibilidade se não verifique, logo avançam os tribunais para condenar, as prisões para encarcerar, e os tratados internacionais para extraditar quem sair do redil pretendido.

Nos últimos anos as redes sociais têm permitido disseminar vozes alternativas ao dar o direito à palavra, e quantas vezes à indignação, dessas minorias silenciadas nos órgãos de comunicação tradicionais. Por isso importa silencia-las e é nesse quadro que se constata a guerra atualmente declarada contra o Facebook.

O que se espera venha a ser compreendido por Zuckenberg é quanto os métodos empreendidos pela Cambridge Analytica correspondem a esse ataque: embora detestando a democracia global quanto à afirmação da liberdade do pensamento, os plutocratas, que financiaram as ações de sabotagem agora expostas, tiveram a inteligência de explorar-lhe as fragilidades, estando à vontade para a conseguirem calar depois de terem levado a Grã-Bretanha a votar no Brexit e Trump a ocupar a Casa Branca.

Nós precisamos das redes sociais para contrariar o cerco mediático, que nos quer obrigar a pensar todos pela bitola dos mesmos valores e conceitos, que só interessam a quem nos explora. Que o Facebook se reformule e volte a ser aquilo que urge converter-se: no grande instrumento de discussão e de partilha de ideias, que facilite o advento de uma sociedade efetivamente democrática.

ALINHAR COM BANDALHOS?

  por estatuadesal

(In Blog O Jumento, 28/03/2018)

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Há uns tempos atrás Boris Johnson, ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, era apresentado como um louco, um pouco à semelhança de Trump, gente extremista e irresponsável que tinha ascendido ao poder com a ajuda de golpes, da Rússia e da extrema-direita. Nem um nem outro escondem a antipatia pela EU e são seus adversários assumidos.

De Trump sabe-se que foi ajudado por interesses russos e mais recentemente chegou ao conhecimento mundial o golpe dado com a informação do Facebook. Também há quem garanta que sem o financiamento da extrema direita e a utilização de informação o Brexit nunca teria ganho o referendo. Tanto Trump como a primeira ministra britânica se revelaram dois desastres, perderam credibilidade e estão em dificuldades internas.

Não é a primeira vez que ingleses e americanos em dificuldades usam o argumento das armas químicas para desencadear manobras internacionais. Da outra vez invadiram o Iraque, iniciando a destruição de vários países do Médio oriente, processo que ainda não terminou, com guerras civis descontroladas no Iémen e na Síria. Agora acusam a Rússia de ter matado um espião russo, que em tempos se vendeu aos ingleses, com recurso a armas químicas. Nada provam e como não dá muito jeito invadir a Rússia, invertem o ónus da prova e exigem aos russos que provem a sua inocência.

Garantem que o químico usado só existe na Rússia, mas nada se prova quanto ao químco usado e, tanto quanto se sabe, não é do conhecimento público os químicos que podem existir nos laboratórios secretos de grandes potências como o Reino Unido. Se o Putin não é flor de cheiro, quem nos garante que gente como Trump, Boris Johnson ou Theresa May o são. Porque motivo cabe aos russos provar a sua inocência se o espião ao serviço de quem melhor paga morreu no Reino Unido?

Porque será que a EU alinha com um governo que não escondeu o desejo de a ver desintegrada e apoia um Trump que não tem escondido o seu apoio à extrema-direita em todas as eleições realizadas na Europa, como sucedeu no Brexit ou nas eleições francesas? Não será ridículo a Europa alinhar numa aventura contra a Rússia ao lado de um Trump que chegou ao poder com o apoio dos russos? Uma crise internacional não será um preço demasiado elevado para apoiar dois lideres bandalhos e apoiados pela extrema-direita?

Peço imensa desculpa, mas com gente oportunista, irresponsável e sem grandes princípios como o Trump, o Boris e a Theresa até o Putin parece ser boa gente.

Banco de Portugal estima que taxa de desemprego desça até 5,6% em 2020

28 mar 2018 11:07

MadreMedia / Lusa

Economia

O Banco de Portugal (BdP) estima que a taxa de desemprego desça para 7,3% este ano e até 5,6% em 2020, devido a um aumento do emprego e subidas ligeiras na população ativa.

Banco de Portugal estima que taxa de desemprego desça até 5,6% em 2020

Hoje, o BdP atualiza as projeções económicas que apresentou no Boletim Económico de dezembro, melhorando as estimativas da taxa de desemprego em cada um dos anos até 2020.

O banco central espera agora que a taxa de desemprego desça de 8,9% em 2017 para 7,3% este ano, para 6,3% no próximo e para 5,6% em 2020.

Em dezembro, o banco central estimava taxas de desemprego ligeiramente superiores: 7,8% este ano, 6,7% em 2019 e 6,1% em 2020.

A redução da taxa de desemprego deve-se ao crescimento do emprego ao longo dos próximos anos, "conjugado com aumentos ligeiros da população ativa", associados ao regresso de algumas pessoas inativas ao mercado de trabalho e à subida progressiva da idade de reforma.

O BdP revê ligeiramente em alta o aumento do emprego este ano, de 1,6% para 1,9% e mantém as estimativas de melhoria para os anos seguintes: 1,3% em 2019 e 0,9% em 2020.

"Depois de, em 2017, ter crescido mais do que o PIB [3,3% contra 2,7%], o emprego continuará a aumentar até 2020, ainda que a um ritmo progressivamente mais baixo ao longo do horizonte de projeção", afirma o BdP.

Ainda assim, refere o banco central, em 2020 "o nível médio anual do emprego situar-se-á cerca de 12% acima do mínimo registado em 2013, embora permaneça 1,6% abaixo do nível em 2008", antes da crise económica.

Segundo o BdP, esta projeção do emprego tem implícita um "crescimento fraco do produto por trabalhador", o que se deverá traduzir "num aumento contido dos salários reais, mais pronunciado em 2018 devido à atualização do salário mínimo".

É nesse sentido que o BdP admite também que o consumo privado desacelere, "em linha com a evolução do rendimento disponível real", e antecipa que a taxa de poupança das famílias se mantenha em níveis "historicamente baixos".

Banco de Portugal mantém estimativa de crescimento económico nos 2,3% em 2018

O Banco de Portugal (BdP) mantém-se ligeiramente mais otimista do que o Governo, esperando que a economia cresça 2,3% em 2018, admitindo vir a rever em alta a previsão de crescimento do PIB deste ano.

O BdP  manteve a estimativa do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) que tinha feito na altura: a economia portuguesa deverá crescer 2,3% este ano, abrandando nos dois próximos, ao crescer 1,9% em 2019 e 1,7% em 2020.

O banco central mantém-se assim ligeiramente mais otimista do que o Governo, que prevê um crescimento do PIB de 2,2% este ano, e admite rever em alta a projeção do crescimento para 2018.

"Enquadradas por uma envolvente económica e financeira favorável, as atuais projeções apontam para a gradual maturação do processo de expansão da economia portuguesa no período 2018-20, aproximando-se progressivamente do seu atual ritmo de crescimento potencial. Neste contexto, identificam-se riscos ligeiramente em alta no curto prazo associados à possibilidade de um impulso cíclico mais forte do que o antecipado", lê-se nas Projeções para a Economia Portuguesa: 2018-2020 publicadas hoje.

No relatório, o BdP recorda que há cerca de um ano previa um crescimento de 1,8% no conjunto de 2017, um valor que acabou por ficar 0,9 pontos percentuais acima (2,7%). Hoje, o BdP admite que subestimou as exportações, "em particular do ganho de quota de mercado", bem como o investimento e o consumo privado (embora numa dimensão inferior).

O BdP explica que o crescimento do PIB entre 2018 e 2020 está sustentado no "forte desempenho" das exportações de bens e serviços, no "dinamismo" do investimento, ou Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), e no crescimento do consumo privado.

As exportações devem crescer 7,2% em 2018, 4,8% em 2019 e 4,2% em 2020, com o BdP a antecipar novos ganhos de quota de mercado, "ainda que mais moderados ao longo do horizonte de projeção".

A estimativa do banco central aponta para "um ritmo de crescimento significativo ao longo dos próximos anos" do investimento, embora mais moderado do que o observado em 2017. Depois de ter aumentado 9% em 2017, a FBCF deverá crescer 6,5% em 2018, 5,6% em 2019 e 5,4% em 2020, aponta o BdP.

Já o consumo privado "continuará a crescer de forma moderada", a um ritmo ligeiramente inferior ao da atividade. "Ao longo do horizonte de projeção, o consumo privado desacelera, em linha com a evolução do rendimento disponível real, crescendo 2,1% em 2018, 1,9% em 2019 e 1,7% em 2020", projeta a instituição liderada por Carlos Costa.

Comparando com 2008, o ano anterior ao início da crise financeira internacional, o PIB "deverá ser 4,7% superior em 2020", com o consumo privado a aumentar 4%, o investimento empresarial a subir 6,4%.

Por sua vez, as exportações vão representar mais 70% do que o observado antes da crise financeira internacional, sendo que "as exportações de turismo mais do que duplicam", observa o banco central.

"Esta evolução contribui para o aumento do grau de abertura da economia portuguesa, que é acompanhado pela manutenção de um excedente da balança corrente e de capital de cerca de 2% do PIB, em média, no período 2018-2020", nota.

Em 2018, as contas externas deverão apresentar um excedente de 2,1% do PIB, superior em 0,7 pontos percentuais ao registado no ano passado (1,4%).

O BdP afirma que "a economia portuguesa vai continuar a beneficiar de um enquadramento económico e financeiro favorável, incluindo um crescimento robusto da procura externa, em torno de 4%, uma orientação acomodatícia da política monetária da área do euro – num quadro de redução gradual dos estímulos –, bem como uma manutenção das condições de financiamento dos agentes económicos".

Quanto à inflação, depois dos preços no consumidor terem aumentado 1,6% em 2017, o BdP estima subidas inferiores este ano e nos dois próximos (1,2% em 2018, 1,4% em 2019 e 1,5% em 2020).

Por outro lado, a instituição afirma que "persistem fragilidades estruturais que não podem ser ignoradas" e que têm penalizado o potencial de crescimento da economia portuguesa, como o elevado endividamento das empresas e das famílias, o envelhecimento da população e a produtividade ainda limitada.

No médio prazo, o BdP considera a existência de riscos descendentes, sobretudo o aumento de tensões nos mercados financeiros, o agravamento de tensões geopolíticas a nível internacional e a adoção de medidas protecionistas a nível global.