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sábado, 14 de abril de 2018

Faixa do horror

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

  • Eduardo Louro
  • 13.04.18

Foi divulgado e está a correr mundo um vídeo que mostra um militar israelita  a matar, a frio, um jovem palestiniano desarmado, com um tiro na cabeça, em imagens de exaltação de desumanidade, de corrupção humana e de impunidade. A impunidade do Estado Israelita num massacre com a conivência da comunidade internacional!

Mas quando as imagens e as evidências não são suficientemente chocantes, há sempre um governante israelita capaz de fazer ainda mais pela indignação das nossas consciências. Como foi agora o caso do ministro da Defesa, Avigdor Lieberman que, depois de ter visto as imagens, declarou que o soldado que deu o tiro deveria ser condecorado. E, o que divulgou as imagens, despromovido

"Grande parte” do arsenal químico da Síria foi destruído

A informação está a ser avançada pela agência de notícias AFP.

"Grande parte” do arsenal químico da Síria foi destruído

© DR

Notícias ao Minuto

HÁ 7 MINS POR PATRÍCIA MARTINS CARVALHO

��Grande parte” do arsenal químico da Síria foi destruído com os mais de 100 mísseis que os Estados Unidos da América, Reino Unido e França lançaram, numa ofensiva conjunta, na madrugada deste sábado.

Segundo a mesma fonte, que a AFP ainda não identificou, terão sido os serviços secretos sírios a estarem por detrás do ataque químico levado a cabo no sábado passado na cidade de Douma.

[Notícia em atualização]

"Não conheço quem defenda eutanásia que não defenda cuidados paliativos"

Deputada socialista é a favor da despenalização da eutanásia, um projeto que a bancada do PS pretende aprovar até junho.

"Não conheço quem defenda eutanásia que não defenda cuidados paliativos"

© Global Imagens

Notícias ao Minuto

08:00 - 13/04/18 POR PATRÍCIA MARTINS CARVALHO

POLÍTICA ISABEL MOREIRA

No dia em que o presidente do PS disse que a bancada socialista planeia aprovar, até junho, um projeto para a despenalização da eutanásia, afastando a possibilidade da realização de um referendo, a deputada Isabel Moreira expressou, mais uma vez, o seu ponto de vista nas redes sociais.

Numa publicação feita na sua página do Facebook, a deputada socialista diz acreditar que se houvesse um referendo o “sim à eutanásia sairia vencedor”. No entanto, frisa que “não é boa ideia referendar direitos fundamentais”.

Nesta senda, Isabel Moreira faz questão de frisar que cuidados paliativos e eutanásia “são questões diferentes”.

“Não conheço nenhum defensor da eutanásia em circunstâncias excepcionais que não defenda os cuidados paliativos”, escreve, defendendo que o “doente deve ser informado de todos os cuidados ao seu dispor caso queira pedir auxílio para morrer numa situação de doença fatal e com mais requisitos que estarão previstos na lei (se for aprovada)”.

Posto isto, a deputada do PS considera que “não há duas barricadas imaginárias constituídas por quem defende e por quem não defende os cuidados paliativos”, e explica que a sua “insistência” nesta questão prende-se com o facto de saber que “esta vai ser a forma de tentar confundir o debate”.

Começou a guerra contra as armas químicas. Síria está sob fogo

Tornaram-se reais as ameaças de Trump, que esta noite, juntamente com o Reino Unido e a França, protagonizaram um ataque conjunto contra o regime de Bashar Al Asad.

Começou a guerra contra as armas químicas. Síria está sob fogo

© Reuters

Notícias ao Minuto

HÁ 2 HORAS POR NOTÍCIAS AO MINUTO

Tornaram-se reais, esta noite, as ameaças que o Estados Unidos já vinham protagonizando há vários dias, e que visavam a Síria.

Esta noite, EUA, Reino Unido e França lançaram uma ofensiva contra o Governo de Bashar Al Asad e que consistiu em três ataques contra instalações utilizadas para produzir e armazenar armas químicas, informou o Pentágono.

O primeiro dos ataques, perto de Damasco, teve como objetivo um centro de investigação científica utilizada, segundo o chefe de Estado Maior Conjunto dos EUA, general Joseph Dunford, para a "investigação, desenvolvimento, produção e testes de armas químicas e biológicas".

O segundo objetivo dos EUA e aliados europeus foi um depósito de armas químicas situado a oeste de Homs, que segundo Dunford armazenava as principais reservas de gás sarin nas mãos do governo de Asad.

Por último, os três países atacaram um outro armazém de armas químicas e um "importante centro de comandos", ambos situados perto do depósito de armas químicas a oeste de Homs.

Os ataques dos aviões foram feitos depois de se ter confirmado que aquela base militar era usada pelo regime de Assad "para guardar precursores de armas químicas que estavam a ser armazenados infringindo as obrigações da Síria pela Convenção de Armamento Químico".

O presidente francês, Emmanuel Macron, confirmou ter ordenado as forças armadas a intervir na Síria, num ataque conjunto com o Reino Unido e os EUA. referindo que "não podemos tolerar a banalização do uso das armas químicas".

Rússia alerta para consequências

Em resposta ao ataque, o embaixador da Rússia em Washington, Anatoli Antónov, avisou hoje que o ataque lançado contra a Síria pelos EUA, Reino Unido e França "não ficará sem consequências".

"Os piores presságios cumpriram-se. Não ouviram as nossas advertências. Voltaram a ameaçar-nos. Tínhamos advertido de que estas ações não ficarão sem consequências. Toda a responsabilidade recai em Washington, Londres e Paris", afirmou Antonov numa declaração oficial difundida pela embaixada, em que considera, ainda, "inadmissíveis" as palavras do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a responsabilidade de Vladimir Putin no suposto ataque com armas químicas contra a cidade síria de Douma.

Já o ministério da Defesa russo indicou que foram disparados mais de 100 mísseis nas últimas horas sobre a Síria, tendo sido intercetados "um número significativo destes".

Segundo a agência oficial síria SANA, o regime sírio criticou a "agressão bárbara e brutal" do ocidente, após os ataques realizados pelos EUA, França e Reino Unido contra bases militares.

A agência síria cita uma fonte do ministério dos Negócios Estrangeiros que acusa o ocidente de procurar assim esconder "as suas mentiras".

Ataque recebe apoio da NATO

Entretanto, o secretário geral da NATO, Jens Stoltenberg, mostrou o seu apoio ao ataque conjunto dos EUA, Reino Unido e França a instalações de armas químicas na Síria.

Stoltenber considerou que tal "reduzirá a capacidade do regime" de Asad de voltar a atacar a população com este tipo de armas, sublinhando também que o uso de armas químicas "é inaceitável" e os seus responsáveis devem ser responsabilizados por isso.

Por sua vez, o secretário-geral da ONU, António Guterres, exortou os estados membros a exercerem moderação e se absterem de qualquer ação que possa levar a uma escalada após os ataques contra a Síria.

Apesar de considerar que "qualquer uso de armas químicas é horrível", Guterres apelou a "todos os Estados membros para que exerçam contenção nestas circunstâncias perigosas e para evitar todos os atos que possam agravar a situação e agravar o sofrimento do povo sírio".

Síria já reagiu

A presidência da Síria reagiu, entretanto, na rede social Twitter, garantindo que "boas almas não serão humilhadas".

Imediatamente após o ataque, centenas de sírios começaram a reunir-se na histórica praça Omayyad da capital síria. Muitos acenaram bandeiras sírias, russas e iranianas e outros bateram palmas e dançaram.

A televisão síria adiantou que três civis ficaram feridos num dos ataques liderados pelos Estados Unidos contra uma base militar em Homs, embora a incursão tenha sido alegadamente intercetada.

Enquanto ainda estamos vivos

por estatuadesal

(Miguel Sousa Tavares, in Expresso, 14/04/2018)

fogo_tavares

1 Nos dias que correm, é preciso seguir o mundo hora a hora para saber se a terceira guerra mundial já começou. A avaliar pela despreocupação aparente com que os habitantes de Damasco, ouvidos ontem de manhã pela Sky News, esperavam pelos mísseis “lindos e inteligentes” anunciados por Donald Trump, o mundo não está para acabar. Mas nunca se sabe onde esta escalada de estupidez pode conduzir. Porque sustenta Putin este carniceiro de Assad, se qualquer outro fantoche menos sanguinário e mais aceitável para o Ocidente resolveria o problema e lhe serviria perfeitamente para a ocupação estratégica de uma Síria que Trump lhe deixou livre? Porque o negócio feito entre os dois vai-se tornando cada vez mais claro: Hillary era a candidata anti-Putin e por isso este deu uma ajuda decisiva à campanha de Trump, espalhando milhões de fake news estrategicamente distribuídas via Facebook entre os eleitores certos. Em troca, Trump deu-lhe mãos livres no Médio Oriente, onde só lhe interessa Israel e o supermercado de armas da Arábia Saudita. Só que a investigação do FBI à intromissão da Rússia nas eleições americanas, que Trump sempre julgou poder controlar, vai-se apertando cada vez mais, ao ponto de ele já estar a ponderar demitir o procurador especial que nomeou, Robert Mueller. E, nesta fase do processo, em que já não precisa dos serviços de Putin, nada melhor do que um conflito com a Rússia para desviar as atenções do escândalo interno e proclamar-se, afinal, inimigo da Rússia, mesmo que ponha o planeta a ferro e fogo. É louco o suficiente para isso. Tenham medo, tenham muito medo.

2 Se ainda estamos vivos, passemos então a outros assuntos. Lula e o Brasil, por exemplo. Por aqui e por lá, já todos disseram de sua justiça e as posições são claras: a direita acha que a esquerda quer politizar a justiça e a esquerda acha que é a justiça que tomou conta da política e que, aliada à direita e sob ameaça militar, quer afastar de vez qualquer hipótese de a esquerda regressar ao poder. Assim extremados os campos, a discussão nem é sobre justiça nem sobre política: é sobre poder. No rescaldo, já lançou o Brasil num clima de guerra civil, tornou inviável qualquer reflexão sobre a origem profunda do mal brasileiro, e, no limite, pode fazer o país regredir décadas ou até trazer de volta os militares — que, ninguém, se iluda, são iguais ao que eram há cinquenta anos e de todo não se recomendam.

Fiquemos apenas pelas verdades sem contestação séria. Quando Lula chegou ao poder, o Brasil era, talvez, o país mais escandalosamente desigual e corrupto do mundo. Tudo estava à venda e todos se vendiam, desde os polícias que deviam controlar os vendedores de droga das favelas até aos barões da droga, que financiam as escolas de samba, os clubes de futebol e vários congressistas. Como qualquer Presidente, todavia eleito por sufrágio universal, Lula não conseguiria nunca ver a sua agenda política aprovada no Congresso — onde o PT era uma minoria face aos 24 partidos presentes, mais os interesses organizados por ramos de negócio (fazendeiros, vendedores de armas, grandes construtoras, Petrobras, banca, etc.), e ainda as bancadas estaduais — se não seguisse a recomendação de José Dirceu: comprar votos entre os deputados. Foi assim que nasceu o ‘Mensalão’. Nisso, Lula não inovou, apenas se rendeu ao inevitável: todos os Presidentes antes dele fizeram o mesmo, incluindo Fernando Henrique Cardoso, que comprou votos no Congresso para conseguir uma revisão constitucional que lhe permitiu cumprir um segundo mandato, não previsto constitucionalmente. Em contrapartida, segunda verdade inquestionável, Lula arrancou à miséria e ao gueto social mais de 15 milhões de brasileiros, a quem deu pão, casas, escolas, vacinas, luz, assistência médica e um mínimo de dignidade.

Nesta fase do processo, em que já não precisa dos serviços de Putin, nada melhor do que um conflito com a Rússia para desviar as atenções do escândalo interno em que Trump está mergulhado

Mas o pior veio depois, como se, tendo provado do veneno, o PT já não fosse capaz de lhe resistir. O ‘Lava Jato’ é coisa completamente diferente: já não se tratava apenas de comprar votos no Congresso para conseguir governar com o programa aprovado pelo povo, mas de, para assegurar a manutenção do poder, garantir o financiamento do partido através da corrupção financeira, pura e simples. Em abono da verdade, diga-se porém que a Odebrecht, líder destacado do esquema, corrompeu quem quer que estivesse disponível, políticos e partidos — em especial esse maldito PMDB, verdadeiro centro e escola do crime político no Brasil. Quando Lula saiu do Planalto tinha 80% de aprovação popular, hoje tem 40% — a diferença foi todo o prestígio que se volatilizou no ‘Lava Jato’. Há muita, muita gente, que votou nele e no PT, que não lhe perdoa a traição aos ideais de regeneração ética proclamados quando chegou ao poder. Sérgio Moro tentou de todas as formas possíveis conseguir uma delação premiada que envolvesse Lula e Dilma Rousseff no ‘Lava Jato’, mas não conseguiu — foi o seu maior falhanço. Dilma, um dos raríssimos políticos brasileiros contra quem nunca houve uma suspeita criminal, acabou destituída por um Congresso onde um terço dos votantes que a destituíram estavam implicados no ‘Lava Jato’ ou outros crimes de corrupção, a começar pelo presidente do Congresso, o notório bandido Eduardo Cunha, agora na prisão, mancomunado com o vice-presidente Michel Temer, agora na Presidência, apesar de implicado até aos cabelos, e a continuar até no ex-Presidente Collor de Mello, que se demitira anos antes para não ser destituído, por roubo de dinheiros públicos, e que depois de um exílio dourado em Miami, regressara, eleito como senador, para presidir à Comissão de Relações Externas do Senado, e agora também implicado no ‘Lava Jato’. Este notável trio integrou a turba dos que destituíram um Presidente por uma simples irregularidade orçamental, comum a qualquer governo do mundo, numa sessão parlamentar que cobriu de vergonha o Brasil.

Quanto a Lula, Sérgio Moro teve de ir à volta. Em vez da Odebrecht e do ‘Lava Jato’, descobriu outra construtora, a OAS, e um negócio exclusivo que implicasse Lula: a oferta de um triplex na praia em troca de favorecimento num concurso público. Problema nº 1 — Moro não conseguiu apresentar uma única prova: uma escritura, um contrato-promessa, um e-mail, uma escuta, um testemunho, um papel, uma conta bancária, uma só data em que Lula ou a mulher tenham dormido uma noite no dito apartamento. Condenou-o a nove anos de cadeia com base numa única “delação premiada”, que outra coisa não é do que um testemunho comprado — a antecâmara do testemunho arrancado sob tortura. Para aqueles para quem tal é suficiente, chamo a atenção apenas para isto: com a delação premiada, que o nosso Ministério Público suspira por introduzir aqui, ficamos com a certeza apenas de que um criminoso certo é deixado em paz para que um hipotético criminoso mais importante possa ser preso. Problema nº 2: só por grande generosidade se pode entender num Estado de direito que Lula alguma vez tenha sido julgado em primeira instância. De facto, o que aconteceu no Tribunal de Curitiba é que um só magistrado, Sérgio Moro, abriu a investigação do processo, dirigiu a instrução, deduziu a acusação, conduziu sozinho o julgamento (onde foi acusação e juiz) e, no final, decretou a sentença e a pena. Onde aqui seriam necessários cinco magistrados diferentes, garantindo o contraditório, lá, no que chamam primeira instância, bastou um. Enfim, problema jurídico nº 3: o habeas corpus julgado tangencialmente contra Lula pelo Supremo Tribunal Federal, não obstante as longas e doutíssimas, embora confusíssimas, alegações dos condenantes, decidiu contra lei expressa e clara da Constituição brasileira: “Ninguém pode ser preso sem trânsito em julgado da sentença”. Como em qualquer país civilizado.

Politicamente, Lula está morto, o PT está morto. E, se tiverem juízo e algum pudor, deviam agora conformar-se em atravessar o deserto e meditar naquilo que traíram e fizeram de errado e naquilo que o Brasil precisa de mudar, começando por uma reforma urgente do seu sistema político-constitucional. Mas, por favor, não venha a direita invocar a justiça para ganhar nos tribunais o que perdeu nas urnas. Em termos de justiça, a condenação de Lula, assim como a destituição de Dilma não passou de uma fantochada.

3 A mensagem de Mário Centeno não podia ser mais clara: temos agora uma oportunidade única de nos livrarmos do défice e de nos começarmos a livrar do sufocante fardo da dívida e respectivos juros. Antes que a conjuntura externa dê a volta e nos apanhe outra vez desarmados. Queremos aproveitar ou não?

P.S. — Resposta de MST à Celtejo

  1. Como é óbvio, referi-me à multa aplicada à Celtejo e posterior revisão judicial com base em notícias vindas na imprensa e que, essas, não vi a Celtejo contestar.
  2. A Celtejo “exerce a sua actividade no Tejo... de acordo com as melhores práticas” e “é alheia ao fenómeno de poluição manifestado no rio Tejo em janeiro passado” (e cujas conclusões da investigação o Ministério Público de Castelo Branco resolveu surpreendentemente colocar sob segredo)? Deixem-me rir antes que me esqueça.

Miguel Sousa Tavares escreve de acordo com a antiga ortografia