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segunda-feira, 16 de abril de 2018

Voltemos então às coisas ditas sérias!

por estatuadesal

(Jorge Rocha, in Ventos Semeados, 16/04/2018)

marcelo_espanha

Agora que já se fechou mais um parêntesis holandês na minha quotidianidade, eis-me disponível para acompanhar com mais atenção as frivolidades de que vão sendo feitas as cenas políticas nacionais e internacionais. Começando pela capa do «Público» de hoje, a escolher ´como notícia principal a produção horária de 29 «T-Roc» na fábrica da Autoeuropa, dando gás às exportações e enervando um pouco mais as impotentes direitas, que veem o governo surfar agilmente as ondas, sem que nada o venha propriamente perturbar. Não tivessem sido os incêndios do verão passado - e o aproveitamento oportunista de Marcelo para com eles entalar António Costa - e a popularidade deste último pediria claras meças ao demagogo das selfies e dos abraços. Razão acrescida para tomar medidas cautelares muito eficientes contra os incendiários, que uma reportagem mostrada na TVI nos últimos dias, comprova serem como as bruxas espanholas: «que los hay, hay…»

Passemos oportunamente para Espanha e para a mais recente «pérola» presidencial, pois correspondendo ao convite do símbolo maior da opressão por que passam hoje em dia os catalães, Marcelo pôs o patriotismo de férias e disse-se muito apegado aos «nuestros hermanos» desde que tinha seis anos. Vale então a pena lembrar Almada Negreiros (saudação especial daqui ao Gustavo Morais da Marinha Grande!) que dizia se o Dantas era português, antes quereria ser espanhol. Podemos atualizar a máxima e invertê-la adequadamente: se o Marcelo gosta tanto de se sentir espanhol, mais uma razão bem forte para nos sentirmos arreigadamente portugueses!

Continuando nas notícias da primeira página do matutino da Sonae, dá para sentir algum prazer com os aborrecimentos do pato bravo dos ferries do Douro, que quereria construir um hotel em leito de cheia. Se Passos Coelho e Aguiar Branco lhe proporcionaram a escandalosa negociata, que dele fez o intermediário do «Atlântida» entre os ainda públicos Estaleiros de Viana e o seu comprador final, talvez os seus esquemas encontrem bem menos acolhimento neste governo do seu descontentamento.

Concluindo, enfim, com o propósito de Centeno em ser o campeão europeu da redução da dívida - e o que isso poderá implicar para que a qualidade de vida dos portugueses não melhore tão substantivamente quanto as condições atuais justificariam - sobretudo na saúde - mantenho a dúvida quanto ao verdadeiro objetivo do ministro das Finanças: provar que a dívida é resolúvel sem qualquer revisão nas suas periodicidades ou juros? Ou tudo fazer para objetivos pessoais, que já se conjeturam, mesmo justificando-se a máxima prudência para com as tergiversações do semanário de Balsemão?

Vistos Gold: a elite que flutua acima dos comuns mortais que vão presos por roubar mercearias em supermercados

16/04/2018 by João Mendes

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Fotografia: Mário Cruz/Lusa

Durante as alegações finais do julgamento de António Figueiredo, antigo presidente do Instituto dos Registos e Notariado, preso desde 2014 no âmbito do caso Vistos Gold e acusado dos crimes de corrupção passiva, peculato, branqueamento de capitais e tráfico de influência, o conhecido advogado Rogério Alves, citado pelo jornal Público, alegou que Figueiredo não devia sequer ser condenado por tráfico de influência na medida em que era “incapaz de dizer que não” aos pedidos que recebia, viessem eles de onde viessem.

Colocado desta forma, ficamos com a sensação de estar perante um bravo justiceiro, preparado para contornar o sistema para facilitar a vida ao mais comum dos mortais. Claro que, individualidades como o antigo jogador do Benfica, David Luiz, o barão social-democrata, Marques Mendes, ou a esposa do turbo-licenciado Miguel Relvas não são simples mortais. Fazem (ou faziam, no caso de David Luiz) parte da elite mais poderosa e endinheirada deste país. Da elite que flutua acima dos comuns mortais que vão presos por roubar mercearias em supermercados.

Imagine-se, caro leitor, numa situação em que depende do favor de uma alta patente da Administração Pública para resolver um determinado problema. Acredita verdadeiramente que o presidente do IRN, ou de outra entidade pública qualquer, vai atender o telefone para lhe fazer um favor, por mais simples que seja? É claro que não. Terá muita sorte se conseguir chegar até ao assistente ou secretário, mas dali, garantidamente, não passa. E nem tem que ser de outra forma, que o presidente de uma entidade pública está ali para trabalhar e para garantir que todos são tratados de igual forma, não para fazer favores a quem quer que seja, aristocrata ou plebeu.

Claro que, no improvável caso de estar a ser lido por um jogador de futebol de classe mundial, pela esposa de um influentíssimo político ou por um advogado de um dos maiores escritórios a operar em Portugal, famoso por ter acesso privilegiado a todo o tipo de informação, o caso muda de figura. Como sabem, vossas excelências fazem parte da privilegiada elite, a tal que, como anteriormente referido, flutua acima dos comuns mortais. É natural que os favores aconteçam, porque hoje é um poderoso político que precisa de um Visto Gold para ontem, amanhã um António Figueiredo que precisa de outro frete qualquer.

Não queria terminar sem aqui aventar um apelo, que me parece da maior importância nestes tempos conturbados em que a imprensa nacional se encontra capturada pelo regresso do mais nefasto e atroz estalinismo: parem de azucrinar Miguel Macedo! Já chega de tanta notícia, tanto debate, tanto artigo de opinião. A perseguição política promovida contra este general do saudoso Passos Coelho já ultrapassou o limite do razoável e é tempo de dizer basta. Não é aceitável. Já chega o que fizeram a Marco António Costa, Miguel Relvas, Maria Luís Albuquerque e Pedro Passos Coelho, seus comunistas de uma figa!


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Magia no meio da serra
E agora, já se pode respirar? (a crónica possível dos sete golos, três penáltis e do muito VAR que houve no Belenenses-Sporting)
Eis a pergunta: é ou não penálti sobre Zivkovic? Duarte Gomes explica este “lance muito cinzento”

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“Viktor, desaparece! Nós somos a maioria”: manifestação histórica na Hungria
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O VAR voltou ao jogo no Restelo e assinalou mais um penálti: 3-4
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Temos mesmo jogo: 3-3 no Restelo

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«Só havia quatro marquesas...»
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Adeptos do Benfica aplaudiram no fim apesar da derrota
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Atraso de 15 minutos no início do Belenenses-Sporting para ajudar adeptos no trânsito
Ganhou quem jogou para ganhar...
O Belenenses-Sporting visto à lupa: Jogo frenético
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Rastreios da voz para artistas e população em geral no Hospital Egas Moniz em Lisboa
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Japão e China retomam laços económicos suspensos há quase oito anos
Síria: Organização para Proibição das Armas Químicas discute hoje ataque a Douma
Síria: Chefes de diplomacia da União Europeia reúnem-se hoje no Luxemburgo
Moçambique em reuniões com FMI, Banco Mundial e negociadores das dívidas ocultas

O tio Quim está de volta

Novo artigo em BLASFÉMIAS


por vitorcunha

A vida era dura, naquele tempo. O tio Abel, perante todas as adversidades anteriores às alterações climáticas – naquela altura nevava sempre –, lá conseguia levar o rebanho a pastar no declive adjacente ao terreno do Morgado. O tio Quim, mais velho, ocupava-se da horta, das batatas e do combate ao flagelo do míldio. Por muito que se esforçasse, sem os pesticidas modernos, não havia colheita que agradasse à matriarca da família, uma mulher roliça de meia-idade que, apesar de viver a mais de mil quilómetros de homens, vivia deprimida entre assédios imaginários e a visão diária de um rabo a murchar como laranja azeda em Março. O tio Abel era o preferido dela. Feminista dos sete costados, fez-se acompanhar das cabras viçosas que enchiam de orgulho a mãe, e, maricas que chegue, dedicou-se ao comentário político (ou assim).

Farto de ser preterido pela mãe em favor do azeiteiro do irmão, que isto de ter cabras lindas à conta de lhe comerem as melhores batatas já há muito o enjoava, o tio Quim, enfurecido, matou o tio Abel. Foi triste. Enfim, até foi exagerado, que bastava matar-lhe uma ou outra cabra à paulada e coisa ficava por ali, sem violência desnecessária. Porém, o receio de acusações de racismo por matar bicho de outra raça falaram mais alto e a justiça social, a igualdade e as restantes lérias progressistas imperaram: “vais mesmo tu, meu querido irmãozinho”.

Isto tudo para dizer que, até ontem, nunca soube o que tinha acontecido ao tio Quim. Diz-se que fugiu para França ou para outro deserto qualquer, mas não posso confirmar. Foi com bastante surpresa que o vi então, ontem, a apresentar o projecto de um novo partido liberal. Força, tio Quim! A tua família apoia-te.

Vampiros

Ladrões de Bicicletas


Posted: 15 Apr 2018 04:16 PM PDT

Via Tiago De Lemos Peixoto.
Ligação para a notícia da Associated Press.
Entretanto, numa pesquisa muito rápida, parece que, a 'notícia' do Expresso se eclipsou do domínio público mas, à hora que escrevo, DN e TSF mantêm a tese segundo a qual os Sírios festejam euforicamente de tão satisfeitos que estão com os bombardeamentos de que são alvo.
O Tiago chama-lhe consentimento manufacturado: estou de acordo, embora propaganda rasca me pareça também muito operativo.
Poupem-me, por favor, a caixa de comentários, que a pergunta é apenas retórica: a Entidade Reguladora para a Comunicação Social terá alguma coisa a dizer?
A trágica farsa repete-se. É revoltante.