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sexta-feira, 20 de abril de 2018

Ladrões de Bicicletas


Parabéns

Posted: 20 Apr 2018 01:50 AM PDT

O PS faz 45 anos. Parabéns. O Público dedicou-lhe várias páginas ontem. Em primeiro lugar, deu destaque aos acordos em modo bloco central de Costa e de Rio. Em segundo lugar, deu destaque aos secretários-gerais que fizeram carreira lá fora, como Constâncio: da preparação da revisão constitucional de 1989 ao BCE é todo um percurso que muito terá beneficiado o país, sobretudo nestes anos de chumbo do euro, em que a natureza ruinosa das privatizações também ficou clara para todos. Em terceiro lugar, o jornal trazia vários artigos de opinião de responsáveis políticos do PS. Destaco a opinião do eurodeputado Francisco Assis e do muito mais influente Augusto Santos Silva.
Assis confirma que quer ver a social-democracia europeia morrer nos braços de Macron, tal como já aconteceu em França, destacando algo que é verdadeiro: a convergência europeia entre Macron e o governo do PS. E, note-se, ambos já convergiram com Trump, indicando como o enquadramento neoliberal dos abertos e dos fechados é uma fraude intelectual que se destina a esconder as várias faces do imperialismo nos dois lados do Atlântico.
Santos Silva, no fundo ideologicamente alinhado com Assis, confirma que não se aprende nada, recusando “renegar” e “enterrar” “a renovação e a modernização operadas no final do século XX”, ou seja, a “Terceira Via”, até porque a crise da social-democracia não passaria por estes processos, mas antes por vagas “condições objectivas”, incluindo as que estariam associadas aos processos de “financeirização”. Corbyn, implicitamente rejeitado por Santos Silva, é a face da ampla recusa subjectiva desta trajectória, de resto bastante sórdida, como o enriquecimento imobiliário do criminoso de guerra Blair simbolicamente atesta.
A financeirização do capitalismo, ou seja, o aumento do peso dos actores, mercados e agentes financeiros, é um processo já estudado. Creio que se podem dizer duas ou três coisas sobre a responsabilidade dos modernizadores (ou destruidores...) da social-democracia no seu decisivo aprofundamento cá dentro e lá fora.
Em primeiro lugar, lembremos como, no mundo anglo-saxónico, Blair e Clinton aceitaram as reformas neoliberais anteriores e as aprofundaram, contribuindo para instalar um nexo, no capitalismo maduro, entre finança, globalização, construção, desindustrialização e desigualdade que se revelaria fatal com a crise. Thatcher, com a sua famosa habilidade, declarou que Blair era a sua melhor herança.
Em segundo lugar, este nexo têm uma história nacional que começa na viragem dos anos oitenta para os noventa, de Cavaco a Guterres, indissociável da integração europeia realmente existente, em particular desde Maastricht: das privatizações bancárias à abolição dos controlos de capitais e a outras formas de liberalização financeira, passando pela chamada independência política do Banco de Portugal e depois pela sua redução a uma sucursal de Frankfurt, a financeirização do capitalismo em Portugal é inexplicável sem o europeísmo feliz de que Santos Silva se há-de lembrar bem.
Em terceiro lugar, todos nos lembramos o que foi feito dos governos de Sócrates, num país transformado, também graças a uma moeda forte, num indicador avançado do fenómeno da estagnação, sem instrumentos de política, maciçamente endividado em euros, ou seja, em moeda estrangeira, e logo vítima da grande crise da financeirização.
Em quarto lugar, todos temos a obrigação de saber que o aparente fôlego actual do social-liberalismo nesta periferia assenta em grande parte numa nova fase da financeirização, à boleia da especulação imobiliária nos grandes centros urbanos, em parte alimentada por poupança externa incapaz de encontrar nos seus países de origem oportunidades de investimento suficientemente lucrativas e por um sector bancário ainda por reformar, com maciços apoios públicos nacionais (mais de 17 mil milhões de euros no período 2007 - 2017) e com controlo cada vez mais estrangeiro. A regressão estrutural já diagnosticada continua, igualmente à boleia do turismo, garantindo força acrescida a uma coligação patronal reaccionária, porque dependente de relações laborais precárias e de baixos salários.
Entretanto, as juras recorrentes de fidelidade à integração europeia são a face subjectiva desta realidade objectiva, oleada por decisões de política que responsabilizam e que estiveram e ainda estão associadas à perda de soberania. Se depender de Santos Silva, influente ideólogo e dirigente político, resta-nos aguardar, com nervos de aço e programa alternativo de desfinanceirização, os próximos episódios da (auto)destruição da social-democracia. O caminho entre a pasokização e a syrização é estreito, mas existe. É o caminho do socialismo.
Parabéns, uma vez mais.

O medo é um país distante

Posted: 19 Apr 2018 05:33 PM PDT

De acordo com um recente estudo do Eurobarómetro, a maioria dos europeus (67%) é favorável a políticas de apoio aos refugiados. Sendo certo que se verifica uma significativa discrepância de valores por Estado-membro, os padrões regionais que emergem à escala da UE são evidentes. Nos países do norte e centro europeu, a média de resultados atinge os 80%, seguindo-se os países do sul, com 71% dos seus cidadãos a expressar apoio a políticas favoráveis aos refugiados. Distanciando-se destes dois conjuntos, os países do leste europeu não vão além de uma média de resultados de 44% (com a Hungria e a República Checa a não atingir sequer os 30% de residentes que concordam com medidas de apoio a refugiados).

Curiosamente - e ao contrário do que se poderia supor à partida - existe uma correlação entre estes resultados e a percentagem de residentes estrangeiros em cada país. Ou seja, os Estados-membros menos favoráveis a políticas de apoio a refugiados são também, em regra, os que têm menos residentes estrangeiros, em termos relativos (como mostra o gráfico aqui em cima). É o que sucede, por exemplo, com a Bulgária, a Eslováquia ou a Hungria (com percentagens de residentes estrangeiros inferiores a 2%) ou, no extremo oposto, em países como a Alemanha, o Chipre e a Irlanda, com níveis de simpatia por políticas de apoio aos refugiados superiores a 80%, a par das elevadas taxas de população residente estrangeira (superiores a 10%).
Um segundo inquérito, também do Eurobarómetro e igualmente recente, confirma estas tendências. Questionados sobre como encaram a possibilidade de ter refugiados como amigos, a média de resultados dos Estados-membros situa-se em 46%, um valor bastante inferior aos 67% registados no estudo anterior. Contudo, os padrões regionais, à escala da UE, são praticamente os mesmos: é nos países com um maior peso relativo de residentes estrangeiros que se encara também com total naturalidade a ideia de ter refugiados como amigos (norte e centro da Europa e parte do sul), voltando os países do leste europeu, com menor proporção de estrangeiros residentes, a diferenciar-se pela escassa adesão a essa ideia (menos de 30%, com a Bulgária e a Hungria a atingir valores inferiores a 15%).

Estes dados transmitem uma noção bastante clara: quanto menos um país se relaciona, dentro das suas fronteiras, com os que provém de outras paragens, maior a propensão para deixar instalar o medo do desconhecido. Uma sociedade que acolhe o «outro» e incorpora a diferença protege-se melhor do efeito dos discursos xenófobos e dos simplismos que associam - sem fundamento - a imigração ao desemprego ou a chegada de refugiados à insegurança. É deste medo, tantas vezes incutido e reforçado por uma comunicação social ávida de notícias alarmistas (ou que adere intencionalmente a campanhas de ódio), que se alimentam, sobrevivem e reforçam o seu poder, figuras sinistras e perigosas como Victor Orbán, na Hungria.

Notas soltas ainda a propósito do artigo de Centeno - Parte II

Posted: 19 Apr 2018 03:42 AM PDT

Ainda a propósito do artigo de opinião que Centeno publicou no jornal Público no passado dia 9 de Abril.
Centeno afirma que “[p]odemos tomar como exemplo a experiência da Bélgica que reduziu o rácio da dívida pública de 130,5% em 1995, um valor próximo do registado em Portugal em 2016, para 94,7% em 2005”.
Analisemos, pois, a evolução da dívida pública Belga no período 1995 -2005 e procuremos perceber qual é caminho que Centeno propõe ao país.

Em 10 anos a Bélgica fez decrescer a sua dívida pública em 35,8 pontos percentuais.
No período referido, em termos de média anual, para uma diminuição da dívida pública de 3,6 pontos percentuais, foram necessários saldos primários de 5,2% do PIB e operações de stock (operações que afetam a dívida, mas não o défice, tais como privatizações, diminuição dos depósitos públicos e alteração do perímetro orçamental) de 1,2% do PIB. Ou seja, entre saldos primários e operações de stock a economia Belga utilizou 6,4% PIB para fazer decrescer a dívida em 3,6 pontos percentuais.
Para quem gosta de metáforas familiares (sempre mau caminho, é certo, como tentei explicar aqui) para ilustrar situações macroeconómicas, é assim como estar a pagar a casa ao banco e ver a conta de depósitos à ordem ser mensalmente debitada por 640 euros e o valor da dívida a ser abatido apenas em 360.
E isto aconteceu porquê? Porque, como se sabe, a dinâmica fundamental na evolução da dívida pública resulta da relação (r-g) entre taxa de juro nominal (r) e crescimento nominal (g) e a política orçamental que sustentou esta opção de gestão da dívida pública colocou a economia a crescer em todos os anos do período em consideração, exceto em 2004, abaixo da taxa de juro e isto (efeito bola de neve) acrescentou, anualmente e em média, 2,8 pontos percentuais ao stock de dívida.
Não é isto que Centeno tem em mente ou será?
Aqui chegados, surge a questão da alternativa: uma política orçamental menos restritiva, que tivesse possibilitado mais crescimento, não teria obtido melhores resultados? Para responder a esta pergunta, evitando o terreno sempre controverso da análise contrafactual, não conheço melhor ferramenta do que a História.
Tomemos, os Estados Unidos da América (EUA) como exemplo e vejamos:
De 1954 a 1973, o período de menor instabilidade e maior prosperidade do capitalismo, o orçamento público dos EUA foi, em média, deficitário em cerca de 2%; durante este período a dívida pública em valor cresceu sempre exceto durante um breve período de 6 meses em 1956. No entanto, no período em causa, a dívida pública medida em percentagem do PIB caiu de 70% para 40%. Porquê? Porque a taxa de crescimento da economia (4%, descontada a inflação) foi superior à taxa de crescimento da dívida (1,72%).
De modo mais geral, recordemos agora como, para além das políticas de austeridade, têm os países economicamente mais avançados reduzido o quociente dívida/PIB. O que observamos? – crescimento da economia, default explícito ou restruturação do endividamento público e/ou privado, inflação não antecipada e repressão financeira.
Dir-me-ão que tudo isto é muito bonito mas que o desempenho dos EUA e as políticas alternativas à austeridade foram o resultado de um contexto político e institucional muito particular que acabou algures na primeira metade dos anos 70 do século passado; que vivíamos num regime regulatório internacional onde as taxas de câmbio eram ajustáveis (Bretton Woods), o comércio internacional era conduzido com a preocupação de assegurar balanças de pagamentos equilibradas, o espectro do comunismo sustentava robustas políticas de emprego e de redistribuição de riqueza, os bancos centrais não pretendiam ser independentes e mantinham fortes ligações aos tesouros nacionais, a inflação não estava diabolizada, existiam restrições à circulação de capitais etc., etc.. É verdade. O menu das opções económicas dos governos está hoje fortemente restringido pela integração monetária europeia e pela globalização.
O que concluo, então, relativamente à questão das vantagens para a Bélgica de uma opção por maior crescimento? Reafirmo que não sabemos porque a História não é um laboratório onde a experiência possa ser repetida depois de um parâmetro ser alterado.
O que a meu ver sabemos porque a História ilustra é que, numa economia capitalista, se o problema é a insustentabilidade do endividamento, a viabilidade económica das alternativas à destrutiva austeridade depende em grande medida do quadro político-institucional em que a questão se coloca.
O que a meu ver a História também ilustra é que, numa economia capitalista, se o problema é a insustentabilidade do endividamento, a questão fundamental resultante é a da repartição de perdas entre devedores e credores. E que a viabilidade política das alternativas depende também da avaliação que cada um destes grupos faz dos ganhos e perdas em que potencialmente incorre e do poder de que dispõe para impor as suas preferências na sociedade.
No Reino Unido de 2012, por exemplo, um governo conservador ordenou ao Banco de Inglaterra que apagasse do seu balanço uma parte dos juros que teoricamente lhe tinha pago. Assim, sem mais, a dívida pública ficou mais compostinha em 35 mil milhões de libras sem que isso tivesse significado mais impostos e/ou menos serviços ou investimento públicos. Contextos políticos-institucionais e opções políticas.

Diminuir a democracia*

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

  • Eduardo Louro
  • 20.04.18

Resultado de imagem para diminuir a democracia

A história é apenas mais uma, e é conhecida - os deputados com residência nos arquipélagos da Madeira e dos Açores, que a pretexto da insularidade recebem todos os meses no seu salário 500 euros destinados a pagar-lhes a viagem semanal de avião, apresentam, depois, o respectivo bilhete para receberem, também, o subsídio que o Estado paga a todos os cidadãos insulares.

Ou seja, como foi primeira página no semanário que no sábado passado deu a notícia, os deputados insulares vão cobrar do Estado aquilo que não pagaram.

Nada que deixe ninguém surpreendido, tal é a habituação que já temos a estas coisas. Foram as viagens falsas, aqui há uns anos, são as residências do avô ou de um tio distante que dão jeito para mais um subsídio, são as deslocações aos círculos que os elegeram, mas onde nunca põem os pés se não em campanha…

Tudo isto porque ganham mal. Não é por não terem vergonha. Se toda a gente que ganha mal em Portugal se portasse dessa maneira, queria ver onde é que parávamos…

Como se essa justificação não fosse suficientemente abjecta, arranjaram-lhe ainda um complemento, ou não estivéssemos em pleno território de complementos. E, então, falar destas coisas com que os senhores deputados se complementam, é alimentar o populismo, e matar a democracia.

Não são os deputados, e os políticos em geral que, usando e abusando de estratagemas para tratar da sua vidinha, e da dos seus, à margem dos mais elementares princípios da ética, da vergonha e até em muitos casos da lei, ludibriando a eito nos seus graus académicos, atropelam e destroem a democracia?

Pelos vistos, não. Pelos vistos, como se viu pelas palavras do Presidente da Assembleia da República, àqueles deputados nem ilegalidade nem falta de ética, não há nada a apontar. Apontar-lhes o dedo é que é diminuir a democracia!

Depois, admirem-se…

* A minha crónica de hoje na Cister FM

    Jornais do Dia

    Capa do Correio da Manhã

    Correio da Manhã  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
    Taxa de inflação em Macau sobe em março
    Timor-Leste/Eleições: Xanana Gusmão em reunião na ONU a meio da campanha
    Tribunal de Chicago rejeita medidas de Trump contra "cidades santuário"
    Amizade improvável entre raposa e texugos
    Bolsa de Xangai recua 0,38% nas primeiras transações
    Encontra mulher nua na banheira
    Gabinetes políticos gastam mais dois milhões de euros

    Capa do Público

    Público  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
    Num antigo quartel da ditadura "o futuro de Cuba está assegurado"
    Uma Cultura para todos
    Cartas ao director
    Vídeo viral leva homem a reencontrar irmão 40 anos depois
    David Copperfield obrigado a revelar truque em tribunal
    Giuliani reforça equipa que defende Trump no inquérito da Rússia
    António Costa anuncia aumento do salário mínimo em 2019

    Capa do i

    i  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
    Jesus, Ricciardi e Paulo Abreu em almoço no Ritz
    Síria. Ainda sem cientistas, Assad volta à vitória
    Concorrência. Guerra nos transportes por abuso de posição dominante
    Turquia. Fenerbahce-Besiktas suspenso | VÍDEO
    Coreias. Seul diz que Kim oferece condições aceitáveis
    Ex-coelhinha da Playboy já pode falar sobre caso que manteve com Trump
    Câmara de Setúbal aprova estacionamento pago na praia da Figueirinha

    Capa do Expresso

    Expresso  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
    “A guerra da esquerda contra a ciência”, por Henrique Raposo
    Puigdemont e os seus aliados não usaram dinheiro público no referendo
    Ferreira Leite sobre acordos PS-PSD: “É uma forma diferente de fazer política e os tiffosi do PSD não gostam”
    Costa anuncia aumento do salário mínimo em 2019
    Lesados do BES: “Surpresa” e “sucesso”. Mais de 99% aderiram ao fundo

    Capa do Jornal Económico

    Jornal Económico  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
    Síria, um cocktail de terrorismo e interesses
    Ética e legalidade não são sinónimos
    Avaliação do ‘stock’ da sardinha não avança e Portugal pode perder quota de pesca, diz a Federação Sindical
    PS e PSD à conquista do centro
    Reforço do apoio social para trabalhadores independentes em breve no Conselho de Ministros
    Crónicas da resistência em Portugal
    Quando a Justiça entra na política

    Capa do Jornal Negócios

    Jornal Negócios  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
    Portugal ainda tem margem para reduzir prémio de risco
    Costa afirma que todos os antigos líderes honraram o PS. Desde Soares a Seguro
    Honda Civic Type R #18 Tiago Monteiro
    Honda Civic: Novo motor 1.6 i-DTEC Turbo
    Costa define PS como a força do "equilíbrio" e do "diálogo" em Portugal
    Ministra do Mar defende aposta na navegabilidade dos rios em Portugal
    Bloco lança repto ao PS para mudança profunda nas rendas

    Capa do Diário de Notícias

    Diário de Notícias  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
    Cinco mil auxiliares precários sem luz verde para entrar nos quadros
    Linha de apoio para famílias dos militares no exterior
    Party-Sleep-Repeat. Um festival que transformou a morte do Luís em vida
    "Se os sábios concluírem que a regionalização é o melhor, os partidos que decidam"
    CDS desmente Costa: governo não falou com os centristas sobre descentralização
    Quantos são ao todo, quantos podem entrar?
    "Os nossos bairros são campos de treino de polícias"

    Capa do Jornal de Notícias

    Jornal de Notícias  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
    Centrais portistas de olhos postos na Europa
    Senadora leva filha de dez dias para votação após alteração das regras
    Fêmea de lince-ibérico morreu atropelada na A22
    Primeira Página em 60 segundos: Milhares de precários não docentes sem concurso à vista
    Corrupção na A32 e A41 deu lucro de 12 milhões
    Vítimas perdoam burlão das notas de 50
    Corte total de linhas no Metro do Porto na próxima semana

    Capa do Destak

    Destak  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
    Primeiro-ministro aceita debate sobre fronteiras após voto
    Caracas pede à UE que desbloqueie fundos e transações do Estado
    Taxa de inflação em Macau sobe em março
    Xanana Gusmão em reunião na ONU a meio da campanha
    Tribunal de Chicago rejeita medidas de Trump contra "cidades santuário"
    Bolsa de Xangai recua 0,38% nas primeiras transações
    Bolsa de Tóquio desce 0,2% na abertura

    Capa do Expresso Economia

    Expresso Economia  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
    Coreia do Norte disposta a abdicar de armas nucleares “sem exigir condições” aos EUA
    “O novo Centeno sempre existiu”, por Ricardo Costa
    O homem que vai ter de provar que não é invisível
    “Quando sabes que não fizeste nada de errado como é que é suposto reagires?”
    Michael Phelps e a luta contra a depressão: “Chegou a um ponto em que não queria estar vivo”

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    A Bola  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
    «Quando do outro lado está o Benfica...»
    «Deve ser este tipo de rivais bons e fortes que Vieira quer»
    «Diziam que Guardiola só teria sucesso no Barcelona…»
    Com Paula Manzanal o Peru tem apoio garantido no Mundial...
    «De Gea é fantástico, mas Ederson…»
    Presidente do Estoril lança visita do Benfica à Amoreira n’A BOLA DO MEIO-DIA (11h55)
    «Ronaldo pediu-nos para irmos para o United»

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    Record  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
    Seferovic a perder terreno
    Ricardo na mira che
    Os casos clínicos do leão
    Antigo técnico de Marco Túlio e a mudança do jogador para Alvalade: «Ele está muito animado»
    Bilhetes à venda para o dérbi com o Benfica
    Chiquinho: Um médio criativo com tiques de Deco
    Nova academia tem a bênção da Câmara

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    O Jogo  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
    Timor-Leste/Eleições: Primeiro-ministro aceita debate sobre fronteiras após voto
    ONG moçambicana lança hoje manual sobre projetos mineiros no país
    Vasco Cordeiro quer política a acompanhar a identidade no reforço de laços entre os Açores e Santa Catarina
    Venezuela: Caracas pede à UE que desbloqueie fundos e transações do Estado
    PSD quer parlamento a pronunciar-se sobre reprogramação dos fundos comunitários
    Governo apresenta hoje Programa Nacional de Reformas aos parceiros sociais
    BPI reúne hoje acionistas para aprovar contas e apresenta resultados até março

    O eterno pára-arranca da Educação

    Novo artigo em Aventar


    por Autor Convidado

    Santana Castilho*

    1 . Como é sabido, está a ser testado em 235 escolas, desde Setembro transacto, um projecto de autonomia que lhes permite definirem estratégias diferentes de ensino em 25% da carga curricular. Não se conhece qualquer avaliação consistente sobre a experiência. Mas o Governo aprovou a generalização da autonomia e flexibilidade curricular a todas as escolas do ensino básico e secundário. E para completar o quadro surreal de tudo isto, a generalização é … facultativa.

    Do mesmo passo, foi igualmente aprovada a reintrodução no currículo oficial da área de Cidadania e Desenvolvimento, que Nuno Crato, sob a designação de Formação Cívica, havia abolido em 2012. E foram definitivamente extintos os cursos vocacionais, a partir do 5º ano, igualmente instituídos por Nuno Crato, para alunos que manifestavam repetidos insucessos em sede de currículo regular.

    Finalmente, o quadro de mudanças eliminou aquilo a que o Governo chamou “requisitos discriminatórios” para acesso ao ensino superior dos alunos dos cursos profissionais e artísticos (dois exames nacionais, um dos quais de Português). Recorde-se que, até agora, apenas 16% dos alunos desta via prosseguiram estudos superiores: 10% em cursos de especialização tecnológica ou cursos de técnicos superiores profissionais, que não outorgam o grau de licenciado, e apenas 6% em cursos de licenciatura.

    2 . O Governo nomeou Jaime Carvalho e Silva, da Universidade de Coimbra, para dirigir um grupo de trabalho que deverá mudar os programas de Matemática introduzidos por Nuno Crato. Está reaberta a discórdia entre a Sociedade Portuguesa de Matemática e a Associação de Professores de Matemática. Jorge Buescu, presidente da primeira, perguntou (Público de 10.4.18):

    “Não tem sido, afinal, opinião unânime dos agentes do sistema educativo que todos os indicadores de sucesso em Matemática têm vindo a melhorar, alguns deles espectacularmente, na última década e meia? Como é possível que, da noite para o dia, se descubra que afinal se vive um estado de emergência e que, mais uma vez, é preciso mudar tudo?”

    Lurdes Figueiral, presidente da segunda, lamentou (Correio da Manhã de 5.4.18) o "tempo perdido", defendendo que os programas já deviam ter mudado.

    Ora, para além do anterior, que é essencial, há o complementar, que torna o problema algo caricato. Admitem os intervenientes (e o próprio secretário de Estado também o afirmou) que não haverá novos programas para 2018/19. Sendo assim, só em Setembro de 2019 qualquer alteração poderá ser operada, donde a pergunta óbvia: admite-se que uma mudança deste tipo, com a polémica que lhe está associada, seja decidida por um Governo em final de mandato?

    3 . A incompetência, que virou obstinação, de Alexandra Leitão, foi corrigida pelo Parlamento (votos a favor do PSD, CDS-PP, PCP, PEV e BE, abstenção do PAN e voto contra do PS), ao decidir realizar este ano um concurso de mobilidade para os docentes dos quadros, por ela grosseiramente prejudicados em Agosto de 2017. Perdeu-se um ano para corrigir os danos causados a, pelo menos, 799 professores. Mas desmentiu-se o ministério, que sempre afirmou tratar-se de um conjunto residual de docentes. Entretanto, o tempo que decorreu para corrigir o erro provocou e vai provocar prejuízos graves. Quem os compensará?

    4 . Falta-me espaço para falar sobre o monumento ao “eduquês” que é o Parecer do CNE sobre o Regime Jurídico de Educação Inclusiva. De todas as tolices que aí estão impressas, retiro a paradigmática substituição da velha sigla NEE (Necessidades Educativas Especiais) pela ultra moderna CJNMMASAI (Crianças e Jovens com Necessidades de Mobilização de Medidas Adicionais de Suporte à Aprendizagem e à Inclusão). É de tirar o folego a qualquer. Mas é útil para alimentar o caos da gestão pedagógica do ministério, preparar para o que se seguirá e desviar as atenções, como convém, do reposicionamento e recuperação do tempo de serviço dos professores.

    *Professor do ensino superior (s.castilho@netcabo.pt)

    quinta-feira, 19 de abril de 2018

    Entre as brumas da memória


    25 Abril – Faltam 6 dias

    Posted: 19 Apr 2018 02:04 PM PDT

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    Mistificações e rigor no debate sobre a despenalização da eutanásia

    Posted: 19 Apr 2018 09:42 AM PDT

    «A primeira [mistificação] é a de que, havendo despenalização da eutanásia, virá aí uma vaga de eutanásias involuntárias, de eutanásias de crianças, de eutanásias de doentes mentais, de eutanásias por motivos fúteis. É o conhecido argumento da rampa deslizante: começado o caminho, a descida é imparável. É o argumento do medo: o receio de descontrolo deveria impedir a despenalização, mantendo tudo como está. Sejamos, porém, claros: em todos os projetos de lei até agora apresentados, a eutanásia involuntária, a eutanásia de crianças, a eutanásia de doentes mentais ou a eutanásia por motivos fúteis são pura e simplesmente crimes. Porque todas essas situações são claramente excluídas do elenco de casos em que os projetos admitem despenalização.»

    José Manuel Pureza

    Ler também: Eutanásia: É tempo de respeitar a autonomia de todos nós.

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    TV: o serviço público que temos

    Posted: 19 Apr 2018 07:00 AM PDT

    No telejornal das 20:00 de ontem, na RTP1, este senhor anunciou nos seguintes termos a sucessão de Raul Castro em Cuba: «O novo DITADOR deverá ser agora o actual vice-presidente, Miguel Diaz-Canel».

    Que o cidadão José Rodrigues dos Santos use os termos que quiser nos seus romances de sucesso é lá com ele. Que use os microfones que nós pagamos para o fazer, é inadmissível. Fico à espera de que um dia destes se refira ao «LOUCO que é presidente dos EUA», ou ao «BEIJOQUEIRO de Belém».

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    E a ala esquerda do PS onde está?

    Posted: 19 Apr 2018 02:58 AM PDT

    «Ontem António Costa e Rui Rio assinaram dois acordos. Na substância, não há muito de novo: PS e PSD sempre se entenderam sobre as prioridades a dar aos fundos europeus (e a reclamar que o país não perca dinheiro). Na forma, é uma viragem de 90 graus, porque António Costa só chegou a primeiro-ministro porque teve o acordo da esquerda, mas agora encontrou um parceiro para aplicar o que à esquerda não lhe interessa discutir.

    A viragem ao centro não chega em momento neutro — porque Mário Centeno fez uma revisão do défice que a esquerda não queria, porque catalogou a receita da esquerda como um regresso “ao pesadelo”.

    Por outro lado, a viragem ao centro chega no momento certo, porque o PS está prestes a ir para um congresso, no qual lançará as bases para o seu próximo programa eleitoral — e a estratégia para todas as próximas eleições. É o momento certo, portanto, porque é altura de ouvir o Partido Socialista, para saber onde está e para onde quer ir.

    Não é segredo para ninguém que o PS não é um, alberga dois. E que cada vez tem nele maior peso uma ala esquerda que já não é só dos históricos Manuel Alegre e António Arnaut — é também de jovens que ambicionam um dia comandar o partido que tantas vezes governa Portugal. Hoje, esses dois partidos convivem num só barco, liderado pelo que alguém chamava “o último dos moderados no PS”, António Costa.

    Para a ala esquerda, Costa tem a autoridade de quem chegou e derrubou um muro, levando o Bloco e PCP para a responsabilidade da governação. Mas autoridade não é unanimidade — sobretudo não, se ficar aberta no congresso uma porta, mesmo que só uma janela, para governar com o apoio do PSD.

    Os caminhos não são neutros. Costa, por exemplo, assumiu ontem com clareza que a sua prioridade é reduzir a dívida. E ala esquerda deixou cair a reestruturação?

    Costa assumiu que falará com o PSD onde a esquerda não colabora — e o seu Governo pediu a Maria de Belém uma lei de bases da Saúde. E a ala esquerda? Prefere essa ou a do Bloco, que António Arnaut está a preparar?

    Costa já abriu a porta, com o acordo de ontem, para ter um programa comum com o PSD, nas próximas legislativas, sobre a segunda fase da descentralização — que já inclui novos poderes e a eleição de líderes supramunicipais. E a ala esquerda o que acha disso?

    Na moção ao congresso, Costa promete outros temas: a nova economia, as mudanças nas relações de trabalho, o desafio demográfico. Em tudo isto, há dois caminhos. A dúvida é se a ala esquerda aparece no congresso — ou deixa Costa fazer como mais gosta: navegar ao meio, para depois escolher.»

    David Dinis