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sexta-feira, 20 de abril de 2018

RTP - O Essencial

O Essencial

20 Abril, 2018

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Sérgio Alexandre
Jornalista
Sérgio Alexandre

Bem-vindo

ETA pede perdão pelo passado de terror. Quase 200 queixas diárias dos utentes da Saúde, em 2017. Costa promete (de novo) subir ordenado mínimo nacional em 2019, mas não fala de outros aumentos salariais. Zona central de Berlim evacuada para desarmar bomba da II Guerra. Arsène Wenger vai sair do Arsenal, 22 anos depois de chegar a Londres.


ETA pede perdão

ETA pede perdão

Em fase de dissolução, a outrora extremamente ativa ETA pede desculpa pelo passado de violência terrorista que semeou em Espanha. A organização separatista basca emitiu um comunicado em que assume ter provocado um “sofrimento desmedido” ao longo de décadas, em vez de contribuír para “uma solução democrática e justa” para o conflito político com Madrid. Seis anos depois do fim da violência e um ano depois da entrega das armas, a ETA termina o comunicado, publicado nos jornais bascos Gara e Berria, com um olhar para o futuro: trabalhar para a “reconciliação do País Basco”, pela via democrática.


Queixas contra hospitais e médicos continuam a crescer

Queixas contra hospitais e médicos continuam a crescer

Mais de 70 mil reclamações, relativas a serviços públicos e privados, deram entrada em 2017 na Entidade Reguladora da Saúde. É uma média de quase 200 queixas por dia, o que corresponde a um acréscimo de quase um quinto, em comparação com o ano anterior. Os utentes queixam-se primordialmente da burocracia, dos tempos de espera e da atenção prestada pelos profissionais de saúde.


Costa promete subir SMN em 2019, mas não fala de outros aumentos

Costa promete subir SMN em 2019, mas não fala de outros aumentos

O primeiro-ministro reitera o compromisso de aumentar o ordenado mínimo em 2019, mas não se pronuncia sobre eventuais aumentos salariais na Função Pública. Ontem à noite, nas celebrações dos 45 anos do Partido Socialista, foi também louvado o acordo alcançado com o PSD sobre descentralização e fundos comunitários.


Giuliani junta-se à defesa de Trump

Giuliani junta-se à defesa de Trump

Rudolph Giuliani tornou-se numa figura mundialmente conhecida pela sua atuação assertiva como mayor de Nova Iorque na ressaca dos atentados às Torres Gémeas. O republicano é um dos três novos advogados chamados a reforçar a equipa de defesa do Presidente dos Estados Unidos no processo do alegado conluio com Moscovo. Resolver “rapidamente” a investigação liderada pelo procurador especial Robert Mueller é o objetivo assumido pelos representantes de Donald Trump.


Zona central de Berlim evacuada para desarmar bomba da II Guerra

Zona central de Berlim evacuada para desarmar bomba da II Guerra

Um cenário que se tem repetido periodicamente ao longo dos anos nos países europeus mais assolados pela II Grande Guerra: em Berlim, foi encontrada um bomba não deflagrada, que obrigou a uma operação de segurança para a desativar. Em resultado disso, cerca de 10 mil pessoas foram temporariamente deslocadas do centro da cidade, de modo a criar um perímetro que permita proceder aos trabalhos de remoção da bomba de meia tonelada, que foi encontrada na estação central de caminhos de ferro da capital da Alemanha.


Coreias unidas por telefone vermelho

Coreias unidas por telefone vermelho

A uma semana da cimeira entre os líderes da Coreia do Norte e da Coreia do Sul, um telefone vermelho (expressão dos tempos da Guerra Fria que é sinónimo para uma linha de comunicação direta) foi  instalado para que Kim Jong-un e Moon Jae-in possam comunicar sem intermediários. Espera-se que uma primeira conversa entre os Presidentes de ambas as Coreias aconteça nas próximas horas.


Wenger e Arsenal anunciam divórcio

Wenger e Arsenal anunciam divórcio

Momento histórico no Arsenal. O clube londrino anunciou esta manhã que vai prescindir dos serviços de Arsène Wenger, treinador que orientou os gunners nas últimas 22 temporadas. Atualmente com 68 anos, o técnico francês teve os seus tempos de glória na viragem do século, altura em que orientouequipas fabulosas onde pontificavam super-craques como Bergkamp, Henry ou Vieira e conquistou três Campeonatos de Inglaterra, mas transportará consigo o anátema de nunca ter conseguido oferecer uma Liga dos Campeões aos adeptos.


A NÃO PERDER

Tess, o caça-planetas

Tess, o caça-planetas

TESS é o acrónimo de Transiting Exoplanet Survey Satellite, um super-telescópio espacial que foi posto em órbita pela NASA esta quarta-feira. Daqui por dois meses, quando todos os instrumentos estiverem a funcionar em pleno, o Tess iniciará a missão de procurar exoplanetas que tenham potencial para albergar a vida tal como a conhecemos. A nossa ajuda é bem-vinda: as quantidades colossais de informação que vai ser recolhida ao longo dos dois anos que se prevê durar o projeto serão postas à disposição do público em geral, para que possamos auxiliar na prospeção de planetas.

A utopia terá que esperar

Novo artigo em Aventar


por Bruno Santos

A última tentativa levada a cabo para influenciar, a partir do interior, as políticas da União Europeia, no que se refere ao seu modelo financeiro, social e económico conhecido por TINA (There Is No Alternative), foi feita pela Grécia, quando era seu Ministro das Finanças Yanis Varoufakis.

Essa tentativa falhou redondamente.

Varoufakis tinha a ciência, a coragem e a legitimidade democrática para provocar no seio da União Europeia, e na sua linha de pensamento único, um abalo com potencial suficiente para se estender a outros países, nomeadamente do sul, conferindo-lhes um poder negocial muito superior ao que hoje detêm, com o apoio, eventualmente, do bloco dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Mas, como é sabido, num momento crítico da sua estratégia, para a qual estava mandatado pelo seu Primeiro-Ministro, Varoufakis perdeu o apoio de Tsypras e foi demitido. Não se sabe o que terá levado o Primeiro-Ministro grego a assumir a derrota, mas é possível que não tenha garantido o apoio internacional necessário ao sucesso da sua “rebelião”, ou que esse apoio tivesse custos superiores aos de uma capitulação ante o Eurogrupo.

Sabe-se que em Portugal se passou algo semelhante. Numa visita relâmpago que fez ao nosso país, antes do pedido de resgate financeiro, o Presidente da República Popular da China propô-se pagar toda a dívida pública portuguesa, sendo provável que tenha pedido em troca nada menos que toda a economia. A sua proposta foi recusada.

Vivemos, assim, no fio da navalha, entre a espada e a parede. Somos obrigados a uma estratégia de política externa que não é muito diferente daquela que seguimos ao longo da História, principalmente após a morte do Rei D. Sebastião. Somos uma nação postiça, um povo sem nervo, uma pasta civilizacional que vive de pequenos arranjos diplomáticos, cujo fim é, mais do que favorecer a posição do país e o ânimo do seu povo, alimentar a estrutura burocrática que os representa politicamente. Isso não é desígnio digno da nossa História.

A derrota de Varoufakis não foi apenas a derrota da Grécia. Foi a derrota de uma linha de pensamento político que se opõe à Ordem global vigente, esta da degradação cavalgante dos direitos sociais, dos valores fundamentais da Democracia e do primado da pessoa humana. Com a derrota da Grécia perderam todos os países que vivem sob o jugo da dívida e ambicionavam alcançar, no concerto das nações, condições justas de desenvolvimento. Essa utopia terá que esperar.

Ladrões de Bicicletas


Parabéns

Posted: 20 Apr 2018 01:50 AM PDT

O PS faz 45 anos. Parabéns. O Público dedicou-lhe várias páginas ontem. Em primeiro lugar, deu destaque aos acordos em modo bloco central de Costa e de Rio. Em segundo lugar, deu destaque aos secretários-gerais que fizeram carreira lá fora, como Constâncio: da preparação da revisão constitucional de 1989 ao BCE é todo um percurso que muito terá beneficiado o país, sobretudo nestes anos de chumbo do euro, em que a natureza ruinosa das privatizações também ficou clara para todos. Em terceiro lugar, o jornal trazia vários artigos de opinião de responsáveis políticos do PS. Destaco a opinião do eurodeputado Francisco Assis e do muito mais influente Augusto Santos Silva.
Assis confirma que quer ver a social-democracia europeia morrer nos braços de Macron, tal como já aconteceu em França, destacando algo que é verdadeiro: a convergência europeia entre Macron e o governo do PS. E, note-se, ambos já convergiram com Trump, indicando como o enquadramento neoliberal dos abertos e dos fechados é uma fraude intelectual que se destina a esconder as várias faces do imperialismo nos dois lados do Atlântico.
Santos Silva, no fundo ideologicamente alinhado com Assis, confirma que não se aprende nada, recusando “renegar” e “enterrar” “a renovação e a modernização operadas no final do século XX”, ou seja, a “Terceira Via”, até porque a crise da social-democracia não passaria por estes processos, mas antes por vagas “condições objectivas”, incluindo as que estariam associadas aos processos de “financeirização”. Corbyn, implicitamente rejeitado por Santos Silva, é a face da ampla recusa subjectiva desta trajectória, de resto bastante sórdida, como o enriquecimento imobiliário do criminoso de guerra Blair simbolicamente atesta.
A financeirização do capitalismo, ou seja, o aumento do peso dos actores, mercados e agentes financeiros, é um processo já estudado. Creio que se podem dizer duas ou três coisas sobre a responsabilidade dos modernizadores (ou destruidores...) da social-democracia no seu decisivo aprofundamento cá dentro e lá fora.
Em primeiro lugar, lembremos como, no mundo anglo-saxónico, Blair e Clinton aceitaram as reformas neoliberais anteriores e as aprofundaram, contribuindo para instalar um nexo, no capitalismo maduro, entre finança, globalização, construção, desindustrialização e desigualdade que se revelaria fatal com a crise. Thatcher, com a sua famosa habilidade, declarou que Blair era a sua melhor herança.
Em segundo lugar, este nexo têm uma história nacional que começa na viragem dos anos oitenta para os noventa, de Cavaco a Guterres, indissociável da integração europeia realmente existente, em particular desde Maastricht: das privatizações bancárias à abolição dos controlos de capitais e a outras formas de liberalização financeira, passando pela chamada independência política do Banco de Portugal e depois pela sua redução a uma sucursal de Frankfurt, a financeirização do capitalismo em Portugal é inexplicável sem o europeísmo feliz de que Santos Silva se há-de lembrar bem.
Em terceiro lugar, todos nos lembramos o que foi feito dos governos de Sócrates, num país transformado, também graças a uma moeda forte, num indicador avançado do fenómeno da estagnação, sem instrumentos de política, maciçamente endividado em euros, ou seja, em moeda estrangeira, e logo vítima da grande crise da financeirização.
Em quarto lugar, todos temos a obrigação de saber que o aparente fôlego actual do social-liberalismo nesta periferia assenta em grande parte numa nova fase da financeirização, à boleia da especulação imobiliária nos grandes centros urbanos, em parte alimentada por poupança externa incapaz de encontrar nos seus países de origem oportunidades de investimento suficientemente lucrativas e por um sector bancário ainda por reformar, com maciços apoios públicos nacionais (mais de 17 mil milhões de euros no período 2007 - 2017) e com controlo cada vez mais estrangeiro. A regressão estrutural já diagnosticada continua, igualmente à boleia do turismo, garantindo força acrescida a uma coligação patronal reaccionária, porque dependente de relações laborais precárias e de baixos salários.
Entretanto, as juras recorrentes de fidelidade à integração europeia são a face subjectiva desta realidade objectiva, oleada por decisões de política que responsabilizam e que estiveram e ainda estão associadas à perda de soberania. Se depender de Santos Silva, influente ideólogo e dirigente político, resta-nos aguardar, com nervos de aço e programa alternativo de desfinanceirização, os próximos episódios da (auto)destruição da social-democracia. O caminho entre a pasokização e a syrização é estreito, mas existe. É o caminho do socialismo.
Parabéns, uma vez mais.

O medo é um país distante

Posted: 19 Apr 2018 05:33 PM PDT

De acordo com um recente estudo do Eurobarómetro, a maioria dos europeus (67%) é favorável a políticas de apoio aos refugiados. Sendo certo que se verifica uma significativa discrepância de valores por Estado-membro, os padrões regionais que emergem à escala da UE são evidentes. Nos países do norte e centro europeu, a média de resultados atinge os 80%, seguindo-se os países do sul, com 71% dos seus cidadãos a expressar apoio a políticas favoráveis aos refugiados. Distanciando-se destes dois conjuntos, os países do leste europeu não vão além de uma média de resultados de 44% (com a Hungria e a República Checa a não atingir sequer os 30% de residentes que concordam com medidas de apoio a refugiados).

Curiosamente - e ao contrário do que se poderia supor à partida - existe uma correlação entre estes resultados e a percentagem de residentes estrangeiros em cada país. Ou seja, os Estados-membros menos favoráveis a políticas de apoio a refugiados são também, em regra, os que têm menos residentes estrangeiros, em termos relativos (como mostra o gráfico aqui em cima). É o que sucede, por exemplo, com a Bulgária, a Eslováquia ou a Hungria (com percentagens de residentes estrangeiros inferiores a 2%) ou, no extremo oposto, em países como a Alemanha, o Chipre e a Irlanda, com níveis de simpatia por políticas de apoio aos refugiados superiores a 80%, a par das elevadas taxas de população residente estrangeira (superiores a 10%).
Um segundo inquérito, também do Eurobarómetro e igualmente recente, confirma estas tendências. Questionados sobre como encaram a possibilidade de ter refugiados como amigos, a média de resultados dos Estados-membros situa-se em 46%, um valor bastante inferior aos 67% registados no estudo anterior. Contudo, os padrões regionais, à escala da UE, são praticamente os mesmos: é nos países com um maior peso relativo de residentes estrangeiros que se encara também com total naturalidade a ideia de ter refugiados como amigos (norte e centro da Europa e parte do sul), voltando os países do leste europeu, com menor proporção de estrangeiros residentes, a diferenciar-se pela escassa adesão a essa ideia (menos de 30%, com a Bulgária e a Hungria a atingir valores inferiores a 15%).

Estes dados transmitem uma noção bastante clara: quanto menos um país se relaciona, dentro das suas fronteiras, com os que provém de outras paragens, maior a propensão para deixar instalar o medo do desconhecido. Uma sociedade que acolhe o «outro» e incorpora a diferença protege-se melhor do efeito dos discursos xenófobos e dos simplismos que associam - sem fundamento - a imigração ao desemprego ou a chegada de refugiados à insegurança. É deste medo, tantas vezes incutido e reforçado por uma comunicação social ávida de notícias alarmistas (ou que adere intencionalmente a campanhas de ódio), que se alimentam, sobrevivem e reforçam o seu poder, figuras sinistras e perigosas como Victor Orbán, na Hungria.

Notas soltas ainda a propósito do artigo de Centeno - Parte II

Posted: 19 Apr 2018 03:42 AM PDT

Ainda a propósito do artigo de opinião que Centeno publicou no jornal Público no passado dia 9 de Abril.
Centeno afirma que “[p]odemos tomar como exemplo a experiência da Bélgica que reduziu o rácio da dívida pública de 130,5% em 1995, um valor próximo do registado em Portugal em 2016, para 94,7% em 2005”.
Analisemos, pois, a evolução da dívida pública Belga no período 1995 -2005 e procuremos perceber qual é caminho que Centeno propõe ao país.

Em 10 anos a Bélgica fez decrescer a sua dívida pública em 35,8 pontos percentuais.
No período referido, em termos de média anual, para uma diminuição da dívida pública de 3,6 pontos percentuais, foram necessários saldos primários de 5,2% do PIB e operações de stock (operações que afetam a dívida, mas não o défice, tais como privatizações, diminuição dos depósitos públicos e alteração do perímetro orçamental) de 1,2% do PIB. Ou seja, entre saldos primários e operações de stock a economia Belga utilizou 6,4% PIB para fazer decrescer a dívida em 3,6 pontos percentuais.
Para quem gosta de metáforas familiares (sempre mau caminho, é certo, como tentei explicar aqui) para ilustrar situações macroeconómicas, é assim como estar a pagar a casa ao banco e ver a conta de depósitos à ordem ser mensalmente debitada por 640 euros e o valor da dívida a ser abatido apenas em 360.
E isto aconteceu porquê? Porque, como se sabe, a dinâmica fundamental na evolução da dívida pública resulta da relação (r-g) entre taxa de juro nominal (r) e crescimento nominal (g) e a política orçamental que sustentou esta opção de gestão da dívida pública colocou a economia a crescer em todos os anos do período em consideração, exceto em 2004, abaixo da taxa de juro e isto (efeito bola de neve) acrescentou, anualmente e em média, 2,8 pontos percentuais ao stock de dívida.
Não é isto que Centeno tem em mente ou será?
Aqui chegados, surge a questão da alternativa: uma política orçamental menos restritiva, que tivesse possibilitado mais crescimento, não teria obtido melhores resultados? Para responder a esta pergunta, evitando o terreno sempre controverso da análise contrafactual, não conheço melhor ferramenta do que a História.
Tomemos, os Estados Unidos da América (EUA) como exemplo e vejamos:
De 1954 a 1973, o período de menor instabilidade e maior prosperidade do capitalismo, o orçamento público dos EUA foi, em média, deficitário em cerca de 2%; durante este período a dívida pública em valor cresceu sempre exceto durante um breve período de 6 meses em 1956. No entanto, no período em causa, a dívida pública medida em percentagem do PIB caiu de 70% para 40%. Porquê? Porque a taxa de crescimento da economia (4%, descontada a inflação) foi superior à taxa de crescimento da dívida (1,72%).
De modo mais geral, recordemos agora como, para além das políticas de austeridade, têm os países economicamente mais avançados reduzido o quociente dívida/PIB. O que observamos? – crescimento da economia, default explícito ou restruturação do endividamento público e/ou privado, inflação não antecipada e repressão financeira.
Dir-me-ão que tudo isto é muito bonito mas que o desempenho dos EUA e as políticas alternativas à austeridade foram o resultado de um contexto político e institucional muito particular que acabou algures na primeira metade dos anos 70 do século passado; que vivíamos num regime regulatório internacional onde as taxas de câmbio eram ajustáveis (Bretton Woods), o comércio internacional era conduzido com a preocupação de assegurar balanças de pagamentos equilibradas, o espectro do comunismo sustentava robustas políticas de emprego e de redistribuição de riqueza, os bancos centrais não pretendiam ser independentes e mantinham fortes ligações aos tesouros nacionais, a inflação não estava diabolizada, existiam restrições à circulação de capitais etc., etc.. É verdade. O menu das opções económicas dos governos está hoje fortemente restringido pela integração monetária europeia e pela globalização.
O que concluo, então, relativamente à questão das vantagens para a Bélgica de uma opção por maior crescimento? Reafirmo que não sabemos porque a História não é um laboratório onde a experiência possa ser repetida depois de um parâmetro ser alterado.
O que a meu ver sabemos porque a História ilustra é que, numa economia capitalista, se o problema é a insustentabilidade do endividamento, a viabilidade económica das alternativas à destrutiva austeridade depende em grande medida do quadro político-institucional em que a questão se coloca.
O que a meu ver a História também ilustra é que, numa economia capitalista, se o problema é a insustentabilidade do endividamento, a questão fundamental resultante é a da repartição de perdas entre devedores e credores. E que a viabilidade política das alternativas depende também da avaliação que cada um destes grupos faz dos ganhos e perdas em que potencialmente incorre e do poder de que dispõe para impor as suas preferências na sociedade.
No Reino Unido de 2012, por exemplo, um governo conservador ordenou ao Banco de Inglaterra que apagasse do seu balanço uma parte dos juros que teoricamente lhe tinha pago. Assim, sem mais, a dívida pública ficou mais compostinha em 35 mil milhões de libras sem que isso tivesse significado mais impostos e/ou menos serviços ou investimento públicos. Contextos políticos-institucionais e opções políticas.

Diminuir a democracia*

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

  • Eduardo Louro
  • 20.04.18

Resultado de imagem para diminuir a democracia

A história é apenas mais uma, e é conhecida - os deputados com residência nos arquipélagos da Madeira e dos Açores, que a pretexto da insularidade recebem todos os meses no seu salário 500 euros destinados a pagar-lhes a viagem semanal de avião, apresentam, depois, o respectivo bilhete para receberem, também, o subsídio que o Estado paga a todos os cidadãos insulares.

Ou seja, como foi primeira página no semanário que no sábado passado deu a notícia, os deputados insulares vão cobrar do Estado aquilo que não pagaram.

Nada que deixe ninguém surpreendido, tal é a habituação que já temos a estas coisas. Foram as viagens falsas, aqui há uns anos, são as residências do avô ou de um tio distante que dão jeito para mais um subsídio, são as deslocações aos círculos que os elegeram, mas onde nunca põem os pés se não em campanha…

Tudo isto porque ganham mal. Não é por não terem vergonha. Se toda a gente que ganha mal em Portugal se portasse dessa maneira, queria ver onde é que parávamos…

Como se essa justificação não fosse suficientemente abjecta, arranjaram-lhe ainda um complemento, ou não estivéssemos em pleno território de complementos. E, então, falar destas coisas com que os senhores deputados se complementam, é alimentar o populismo, e matar a democracia.

Não são os deputados, e os políticos em geral que, usando e abusando de estratagemas para tratar da sua vidinha, e da dos seus, à margem dos mais elementares princípios da ética, da vergonha e até em muitos casos da lei, ludibriando a eito nos seus graus académicos, atropelam e destroem a democracia?

Pelos vistos, não. Pelos vistos, como se viu pelas palavras do Presidente da Assembleia da República, àqueles deputados nem ilegalidade nem falta de ética, não há nada a apontar. Apontar-lhes o dedo é que é diminuir a democracia!

Depois, admirem-se…

* A minha crónica de hoje na Cister FM

    Jornais do Dia

    Capa do Correio da Manhã

    Correio da Manhã  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
    Taxa de inflação em Macau sobe em março
    Timor-Leste/Eleições: Xanana Gusmão em reunião na ONU a meio da campanha
    Tribunal de Chicago rejeita medidas de Trump contra "cidades santuário"
    Amizade improvável entre raposa e texugos
    Bolsa de Xangai recua 0,38% nas primeiras transações
    Encontra mulher nua na banheira
    Gabinetes políticos gastam mais dois milhões de euros

    Capa do Público

    Público  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
    Num antigo quartel da ditadura "o futuro de Cuba está assegurado"
    Uma Cultura para todos
    Cartas ao director
    Vídeo viral leva homem a reencontrar irmão 40 anos depois
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    António Costa anuncia aumento do salário mínimo em 2019

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    i  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
    Jesus, Ricciardi e Paulo Abreu em almoço no Ritz
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    Concorrência. Guerra nos transportes por abuso de posição dominante
    Turquia. Fenerbahce-Besiktas suspenso | VÍDEO
    Coreias. Seul diz que Kim oferece condições aceitáveis
    Ex-coelhinha da Playboy já pode falar sobre caso que manteve com Trump
    Câmara de Setúbal aprova estacionamento pago na praia da Figueirinha

    Capa do Expresso

    Expresso  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
    “A guerra da esquerda contra a ciência”, por Henrique Raposo
    Puigdemont e os seus aliados não usaram dinheiro público no referendo
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    Lesados do BES: “Surpresa” e “sucesso”. Mais de 99% aderiram ao fundo

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    Jornal Económico  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
    Síria, um cocktail de terrorismo e interesses
    Ética e legalidade não são sinónimos
    Avaliação do ‘stock’ da sardinha não avança e Portugal pode perder quota de pesca, diz a Federação Sindical
    PS e PSD à conquista do centro
    Reforço do apoio social para trabalhadores independentes em breve no Conselho de Ministros
    Crónicas da resistência em Portugal
    Quando a Justiça entra na política

    Capa do Jornal Negócios

    Jornal Negócios  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
    Portugal ainda tem margem para reduzir prémio de risco
    Costa afirma que todos os antigos líderes honraram o PS. Desde Soares a Seguro
    Honda Civic Type R #18 Tiago Monteiro
    Honda Civic: Novo motor 1.6 i-DTEC Turbo
    Costa define PS como a força do "equilíbrio" e do "diálogo" em Portugal
    Ministra do Mar defende aposta na navegabilidade dos rios em Portugal
    Bloco lança repto ao PS para mudança profunda nas rendas

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    Diário de Notícias  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
    Cinco mil auxiliares precários sem luz verde para entrar nos quadros
    Linha de apoio para famílias dos militares no exterior
    Party-Sleep-Repeat. Um festival que transformou a morte do Luís em vida
    "Se os sábios concluírem que a regionalização é o melhor, os partidos que decidam"
    CDS desmente Costa: governo não falou com os centristas sobre descentralização
    Quantos são ao todo, quantos podem entrar?
    "Os nossos bairros são campos de treino de polícias"

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    Jornal de Notícias  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
    Centrais portistas de olhos postos na Europa
    Senadora leva filha de dez dias para votação após alteração das regras
    Fêmea de lince-ibérico morreu atropelada na A22
    Primeira Página em 60 segundos: Milhares de precários não docentes sem concurso à vista
    Corrupção na A32 e A41 deu lucro de 12 milhões
    Vítimas perdoam burlão das notas de 50
    Corte total de linhas no Metro do Porto na próxima semana

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    Destak  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
    Primeiro-ministro aceita debate sobre fronteiras após voto
    Caracas pede à UE que desbloqueie fundos e transações do Estado
    Taxa de inflação em Macau sobe em março
    Xanana Gusmão em reunião na ONU a meio da campanha
    Tribunal de Chicago rejeita medidas de Trump contra "cidades santuário"
    Bolsa de Xangai recua 0,38% nas primeiras transações
    Bolsa de Tóquio desce 0,2% na abertura

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    Expresso Economia  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
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    Record  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
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    O Jogo  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
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