Translate

terça-feira, 1 de maio de 2018

Ladrões de Bicicletas


1º de Maio

Posted: 01 May 2018 01:51 AM PDT

Do filme Matrix Revolutions

Revista Manifesto: lançamento em Lisboa

Posted: 30 Apr 2018 05:34 PM PDT

«Começar de novo era uma expressão frequentemente utilizada por Miguel Portas, quando se tratava de dar impulso a um processo político ou um projeto editorial, demonstrando dessa forma o seu entusiasmo e a vontade de o semear em seu redor. Talvez por isso seja também apropriado encarar a série que agora se inicia como um certo recomeço. Curiosamente, apesar das diferentes conjunturas em que a revista Manifesto existiu – nos anos 90 dirigida por Ivan Nunes, em formato jornal; nos anos 2000, pelo Miguel Portas – os propósitos de fundo mantêm-se, porventura, pouco alterados. Com novos problemas e outros desafios, certamente, continuamos interessados nos debates plurais à esquerda, nas discussões sobre o seu futuro e o seu papel no contexto português, e nos possíveis processos de convergência entre as diferentes sensibilidades que a constituem, incluindo pessoas e movimentos que não integram nenhuma formação partidária
Do editorial do primeiro número da segunda série da Revista Manifesto, que será lançada a 9 de maio em Lisboa, às 18:30h, na Livraria Linha de Sombra, na Cinemateca Portuguesa (Rua Barata Salgueiro, 39). A apresentação estará a cargo de Helena Roseta, José Neves e Ana Drago. Apareçam.

O folclore e a fragilização da democracia

Posted: 30 Apr 2018 07:01 AM PDT

Há dias foi a votos no Parlamento o Programa de Estabilidade do Governo.
Espanta que, ao fim de dez anos sobre o desencadear da crise internacional, ainda se pugne por mais austeridade. E no entanto é isso que a direita e a direita do PS sustentam como programa. E mais tarde ou mais cedo vão ter de assumi-lo.
A direita do PS terá de assumi-lo porque essa é consequência prática da ideia vazia de quem quer "mais Europa", a qual se baseia nas vantagens do cumprimento estrito do Tratado Orçamental, até que alguém poderoso o reforme. Em privado, são capazes de se lastimar, mas em público aplaudem essas regras que mais não representam do que o dispositivo que força governos de esquerda (por muitos votos que tenham) a aplicar políticas de direita. Ir além das metas pode parecer uma ideia cautelosa, mas redunda apenas em ir além de um programa de direita traçado em Bruxelas.
A direita à direita do PS assume hoje aquela posição bipolar: acusa o governo apoiado à esquerda de praticar a austeridade - por cortar no SNS, nas escolas e na segurança, no investimento público, etc. - e grita que o "Estado está a falhar". Mas os deputados contorcem-se em resoluções que gostariam de aprovar no Parlamento em que se esquivam para não dizer que querem ainda mais "menos despesa" (caso do CDS) ou em que condenam o governo por "agravar a despesa corrente permanente do Estado", porque é feita sem um "qualquer exercício de racionalização da despesa corrente" (caso do PSD)...
Ora, ao ponto a que chegaram os serviços públicos ao fim de dez anos de austeridade, é impossível continuar com jogos: ou se quer "menos Estado" e, por isso, "menos despesa pública" e, por isso, "mais austeridade"; ou se quer "menos austeridade" e, por isso, "mais despesa pública" e, por isso, "mais Estado".
Mas esta esquizofrenia hipócrita é apenas um epifenómeno com causas profundas.
A direita e a direita do PS alimentam este falso dilema de curtas visões, porque querem evitar tocar na ferida do problema. E a ferida do problema é que essa política representa um mecanismo de transferência de rendimento - em cada país dos mais pobres para os mais ricos e, na Europa, dos países mais pobres para os países mais ricos, vulgo Alemanha - que está a favorecer a ascensão da extrema-direita e a fragilização da democracia.
E nada fazer para o evitar é levar a Europa ao abismo, com a cumplicidade até de um partido de esquerda. Como há décadas atrás. Mas talvez seja isso que se pretende, porque só isso justifica que se mantenha de pé todos os mecanismos que estão a alimentar essa vaga de fundo. Para quê mais democracia, se vai ser possível ter menos? "Mais Europa" vai significar "menos democracia".

A direita - e a direita do PS - sabem que, desde 1992, que a moeda única é coxa. Vítor Constâncio sempre o disse, sem que nunca a tenha deixado de defender, tanto em Portugal como em Frankfurt. E sabem que, sendo-o, enriquece os países mais ricos e empobrece os mais pobres, porque as economias fracas têm uma moeda forte, enquanto as economias fortes têm uma moeda fraca.
Essa esquizofrenia - ao mesmo tempo que se deu a liberalização da globalização - favorece a desigualdade e acentua-a. Favorece a tomada de activos pelos países ricos nos países pobres, acentuando a concentração da riqueza. Cria défices comerciais nas economias fracas, enquanto faz aumentar superávites nas economias fortes.
Esses défices têm de ser pagos e traduzem-se na subida de dívida privada. Essa dívida privada caminha no mesmo sentido da progressiva perda de competitividade externa da economia, que se transforma em menores crescimentos económicos, que se reflectem num maior desemprego estrutural, que se traduz em menores receitas fiscais para pagar maiores despesas públicas, decorrentes do aumento do desemprego, do empobrecimento e do envelhecimento relativo da população. Ou seja, tudo se transforma em maiores défices públicos que se transformam em maiores dívidas públicas.
A dívida vai rolando. Mas quando se dá uma crise, então os "mercados" - ou seja, quem nos países ricos está a financiar esses défices dos países pobres - exigem os seus retornos rapidamente. Agravam os "prémios do risco país"e tudo se torna impossível de pagar.
Então, os credores tudo fazem para evitar perder dinheiro. Sensibilizam quem está à frente dos Estados dos países ricos credores, que também não querem que nada mude e, muito menos, que tenham de cobrir essas perdas dos financiadores privados. Então tudo fazem para evitar a falência dos Estados pobres devedores porque sabem que isso corresponderia a penalizar quem emprestou aos Estados devedores. Para o evitar, zangam-se publicamente. Começam por culpar os Estados pobres devedores - que viveram acima das suas possibilidades, que foram gastadores, que não foram formiguinhas como no Norte, que não sabem gerir a sua casa, que não foram como uma dona de casa. E depois, no clímax da pressão (ajudada pelo BCE, com o corte do financiamento aos bancos nacionais), com os ditos "mercados" a pressionar nas taxas de juro, "resgatam" esses Estados dos países pobres.
Com o dinheiro do "resgate", os Estados dos países pobres pagam de imediato a quem lhes emprestou levianamente, que assim se escapam da aflição de perder dinheiro. Ficam sempre a ganhar, antes e após a crise. Dessa forma, passam a sua potencial perda (que adviria com uma reestruturação ou corte da dívida) para o Estado pobre, que dessa forma acumula mais dívida, a qual terá de pagar tudo. Mais não seja porque se repete à exaustão - e a comunicação social repete igualmente - aquelas leviandades de quem é pobre mas honesto, que está disposto a honrar todas as suas dívidas, independentemente de quem esteja no Governo.
Mas como pagar? Com políticas de austeridade sobre toda a população.
A dívida pública dos Estados dos países pobres aumenta, os encargos públicos com a dívida aumentam e fazem pressão para que o Estado encolha, cortando-se no investimento público e nas suas despesas correntes - serviços de Saúde, de Educação, de protecção social, na Segurança, etc. - , degradando-se em consequência a sua economia, o que prejudicará ainda mais as contas públicas, o que faz com que o Estado se encontre cada vez mais fragilizado, a necessitar de novos "resgates" num momento de crise...
O "resgate" é o mecanismo de redistribuição invertida de rendimento em favor de quem mais tem e em prejuízo de quem menos tem.
É desta forma que a austeridade se auto-alimenta e reproduz. Como um vírus. O vírus não pára até matar o hospedeiro. Só que tudo está controlado: se o hospedeirofor bem comportado, o dono do vírus abranda o aperto; se for mal comportado, mantém a pressão, nunca soltando a trela apertada, com acentuados conselhos para que faça reformas estruturais.
A direita e a direita do PS sabem isto. A direita e a direita do PS contam ser bem comportados. Mas sabem que não podem fazer nada para colocar em perigo este ciclo de exploração dos países pobres pelos países ricos e, com ele, os rendimentos de quem lucra com isto. E por isso evitam discutir este imbróglio. Preferem submeter-se e fazer com que todos paguemos a quem tem interesse nisso.
Possivelmente, as pessoas honestas de direita ou da direita do PS pensam que assim protegem melhor os portugueses. Que evitam o fecho dos bancos e as bichas à frente de um Multibanco. Mas se os portugueses soubessem que é assim que pensam, tenderiam - acho - a votar de outra forma. Como o fizeram na Grécia, no referendo. Aliás, é por isso que, de cada vez que isso se torna possível, todas as instituições dos poderosos países chantageiam os povos para que não adoptem uma posição de força, de rompimento, que faria o carrocel parar de repente, com prejuízo para todos, mas também para os emprestadores... E há povos que se deixam chantagear e outros não.
Aliás, o problema é que cada vez menos o fazem. E tendem a votar na Europa, só que nos ditos populismos que tanto parecem - repito, parecem - assustar o status quo. Em face disso, e em desespero, defende-se uma reforma do sistema político - vulgo eleitoral - para que a direita - e a social-democracia de direita - vençam sempre. Nada de novo. Em Portugal, tivemos isso durante 48 anos.
Ora, se isto assusta realmente, mais valia que se actuasse sobre as causas do problema. E nos deixássemos de folclore. Porque se repetirmos as mesmas políticas, é provável que tenhamos os mesmos resultados.
Mas tanta teimosia em nada fazer, faz pensar se não é isso mesmo que se pretende: uma fragilização da democracia.

Entre as brumas da memória


Dica (753)

Posted: 30 Apr 2018 01:46 PM PDT

Morte Assistida: “É chegado o tempo de alargar o campo dos direitos e da tolerância” (José Manuel Pureza)

«Bloco de Esquerda, PS e PAN propõem debate no parlamento sobre a despenalização da morte assistida para 30 de maio. “Os nossos projetos de lei são diferentes, mas são convergentes naquilo que é essencial: a despenalização da morte medicamente assistida”.»

.

Taxista amigo...

Posted: 30 Apr 2018 10:00 AM PDT

.

30.04.1975 – O fim da Guerra do Vietname

Posted: 30 Apr 2018 06:11 AM PDT

No dia 30 de Abril de 1975, a rendição de Saigão (actual Ho Chi Minh) pôs fim à Guerra do Vietname que durou quase duas décadas e se saldou, como se sabe, por uma estrondosa derrota dos norte-americanos.

Foi motivo para grandes contestações enquanto durou, despertou para a política toda uma geração, nos Estados Unidos e não só, esteve na origem de protestos um pouco por toda a parte. Até em Portugal, em tempos de fascismo e apesar de proibidas, tiveram lugar pelo menos duas manifestações em Lisboa, em 1968 e em 1970. Quem lá esteve lembra-se certamente da polícia a pé e a cavalo, na Duque de Loulé (era lá que se situava então a Embaixada dos EUA), a dispersar tudo e todos à bastonada. Mas confesso que só interiorizei verdadeiramente a dimensão do que foi o conflito em questão quando estive no Vietname.

Nunca esquecerei o War Remnants Museum, um dos mais terríveis que conheço, onde se encontram muitas imagens, instrumentos de tortura e outros pavorosos testemunhos da ferocidade de que o homem foi e é capaz. Foi muito difícil percorrê-lo depois de ter visitado Cu Chi, «Terra de ferro, cidadela de bronze», como se autodenomina, localidade a 60 quilómetros a Noroeste de Ho Chi Minh, que se orgulha de ter contribuído de um modo muito especial para a vitória da «Guerra anti-Yankees». É lá que se encontram 200 quilómetros de túneis que serviram de vias de comunicação, de esconderijo, de hospitais, e até de salas de parto, para os resistentes vietnamitas. Se tinha lido varias descrições, o que vi toca os limites do inacreditável.

E, para além de tudo isto, é quase impossível perceber como é que os americanos alguma vez acreditaram que podiam ganhar aquela guerra, apesar dos dois milhões de mortos que ficaram para trás.

Dois vídeos, um sobre o Museu, outro sobre os túneis de Cu Chi:



E de preferência com bonecos

Posted: 30 Apr 2018 03:19 AM PDT

(Hugo van der Ding no Facebook)

segunda-feira, 30 de abril de 2018

3 000 000

por estatuadesal

(Por Estátua de Sal, 30/04/2018)

MAGrx 

Estátua de Sal

O blog Estátua de Sal, atingiu hoje 3 000 000 de visualizações, número acumulado, desde 26 de Setembro de 2014, segundo as estatísticas do WordPress. O primeiro texto aqui publicado “O Coelho no País das Maravilhas” (1), era uma espécie de fábula à La Fontaine que pretendia desmontar os malefícios das políticas de austeridade da governação de Passos Coelho, executadas supostamente em benefício do País, quando na verdade, eram e sempre foram executadas em benefício de interesses muito específicos, a começar pela corte que o rodeava e pelos lote de súbditos laranjas do PSD e fiéis apaniguados.

Comecei com o blog numa tarde em que achei que devia dar voz à minha insatisfação com a situação política, social e económica que o País estava a seguir na época. Não podemos, sozinhos, fazer grande coisa, mas por pouco que façamos é sempre mais que fazer coisa nenhuma. O objetivo inicial era publicar textos meus, sempre que tivesse vontade e oportunidade de os escrever. Contudo, como manter uma continuada regularidade é extremamente difícil e desgastante, e como uma regularidade diária só é possível se fizermos da escrita profissão a tempo inteiro, desde cedo passei a republicar textos que vão surgindo na comunicação social institucional ou noutros sites e páginas da blogosfera.

É evidente que sou selectivo. Nem sempre concordo com a totalidade dos argumentos que os textos que publico apresentam, mas subscrevo, no essencial a substância dos mesmos. Alguns dos autores que aqui publiquei durante meses, por exemplo, passaram a ter, por aqui, apenas esporádica hospitalidade. É o caso de Clara Ferreira Alves, a qual, produzia prosas com as quais me sintonizava no tempo do Governo de Passos, mas que, após a entrada em funções do governo atual, revelou, de facto, que não passa de uma lídima defensora do Bloco Central de interesses que durante décadas governou o País com os resultados que se conhecem. Para ela, atacar Passos Coelho, era apenas uma forma de atingir uma desejada aliança PSD/PS, governando o País por décadas, sem oposição, de acordo com as ordens de Bruxelas, dos mercados, do Grupo de Bilderberg, ou de quaisquer outros mandantes.

Aliás, podem ver, se consultarem o Leitor, que se encontra no canto superior esquerdo da página, quais os sites e blogs que sigo e dos quais é frequente republicar muitos dos textos que aqui apresento.

Três milhões é um número muito grande. Claro que é inferior à dívida pública do País, mas é bem superior ao número de desempregados registados, e como se sabe, toda a gente diz que temos um desemprego elevado. E o número é tanto maior tendo em conta a temática das publicações.

Textos de carácter marcadamente político e económico, sempre numa perspectiva que não é a da manutenção do status quo, mas da alteração do status quo. E como não debato as chuteiras ou as namoradas do Ronaldo, nem as intrigas dos reality show, nem os enredos das telenovelas ou as novas receitas para fazer bacalhau, é óbvio que os que visitam a Estátua de Sal, não são, infelizmente, uma amostra maioritária daquilo que é a população do país ou correspondem ao perfil maioritário da população internauta, e isto tanto é válido para os que concordam quer para os que discordam daquilo que aqui é publicado.

E sobre a concordância ou discordância, é sempre possível e desejável que os visitantes deixem os comentários que acharem por bem. Todos eles foram e continuarão a ser publicados (independentemente da minha posição sobre eles), desde que obedeçam ao mínimo de civilidade na linguagem e no formato. Após a primeira aceitação de um comentário de um dado visitante, o sistema publica automaticamente os seguintes do mesmo autor, sem eu ter que dar qualquer aprovação.

A Estátua de Sal irá continuar com a mesma orientação e a prosseguir os mesmos fins. Usando a crítica, a liberdade de expressão e a escrita como arma, pugnando por uma sociedade melhor e mais justa como objetivo, porque, citando Vítor Hugo, “As palavras tem a leveza do vento e a força da tempestade”.

Estamos a atravessar tempos perigosos, de incerto rumo, e duvidoso norte. E só a capacidade coletiva de refletirmos sobre eles e sobre as tortuosas veredas por onde nos querem conduzir, agindo antecipadamente em conformidade, poderá evitar cenários de previsível catástrofe e retrocesso civilizacional.

Como proclama o lema da minha página do Facebook, “Entre as fendas dos dias e os sons feéricos dos vídeos dos novos tempos. Entre as palmas digitais dos novos mensageiros”, a Estátua de Sal continuará por aqui.

A todos os que me leem e me seguem e que por aqui tem passado, só me resta deixar uma palavra final: obrigado e regressem.


(1) O referido texto pode ser visto acedendo ao seguinte link:

https://estatuadesal.com/2014/09/26/o-coelho-no-pais-das-maravilhas/

A “MINHA” VERDADE (Sobre o Suicídio Voluntário)!

por estatuadesal

(Joaquim Vassalo Abreu, 30/04/2018)

suicidio1

No passado fim de semana, mais propriamente de quinta a domingo, tive o prazer de estar em Paredes de Coura e assistir ao REALIZAR POESIA, evento que há três anos vem acontecendo nessa Vila Minhota à qual estou muitíssimo ligado (a minha Esposa era de lá e lá casei e vivi quase toda a época de oitenta).

É um fantástico evento dedicado às artes Poéticas, com Poesia nas ruas e nas Escolas, lançamento de livros, entrevistas, leituras e performances. Lá têm estado os nomes maiores da Poesia em Portugal, os melhores “diseurs” e figuras relevantes da nossa Cultura, sob o alto patrocínio do seu incontornável Presidente, o meu mui Amigo VITOR PAULO PEREIRA, e com a competente organização e programação do também meu mui Amigo ISAQUE FERREIRA, a quem eu apelido do “Sr. Poesia”!

E este ano, para além dos Escritores, dos Poetas e também de alguns “performers”, à semelhança dos anos anteriores, também houve espaço para a intervenção de personalidades ligadas a outras áreas mas, como a Poesia é Vida, ligados a essa mesma Vida! Foi o caso de Miguel Newton, dos Mata Ratos, de António Castro Caeiro e de David Pontes, falando da Poesia no Punk (Rui Reininho à última da hora não conseguiu comparecer), de Camané falando da Poesia no Fado, cantando mesmo e do Prof. EDUARDO PINTO DA COSTA, reconhecido Médico Legista, para falar da Poesia na Morte!

E falou, conversando com Francisco José Viegas, dando uma autêntica Aula, com uma clareza, uma simplicidade, uma sabedoria e uma ironia tais que conseguiu deixar toda a gente, para além de boca aberta, completamente extasiada! O Homem é mesmo um comunicador e um Cientista estratosférico!

A sua conferência, porque entrevista pouco foi, pois o Viegas quase se limitou a ouvir (acho que só lá foi ver o ambiente e a bola!), foi sobre um tema de sempre mas agora na agenda política: a apelidada de “Morte Clinicamente Assistida” ou, como ele prefere dizer, o “Suicídio Autorizado” ou “Suicídio Voluntário”. A chamada “Eutanásia”!

Lá do meio da assistência, depois dele ter afirmado ter apenas por uma vez participado num debate na TV, num Prós e Contras penso, e que não mais foi chamado porque a “Sua Verdade” era incómoda, eu perguntei-lhe : Qual é a “Sua” Verdade?

Ele não deve ter ouvido bem e terá percebido apenas “Qual é a Verdade”? E discorreu sobre o tema e, depois de explanar sobre diversas teorias, concentrou-se no tal “Suicídio Voluntário”.

O Suicídio Voluntário existe e, todos o sabemos, é um facto. Mas, ao contrário do que acontecia antigamente, em que o suicida não tinha direito a enterro e era entregue às aves e outros animais necrófilos para ser esfacelado e comido e via todos os seus bens confiscados pelo Estado, hoje é socialmente aceite. Isto é, não sendo o seu corpo profanado nem os seus bens extorquidos, permanece apenas como resultante de uma decisão individual e voluntária. E a Lei aceita-a assim mesmo: uma decisão voluntária e individual. E eu acrescento, com o meu maior respeito.

Mais tarde, já fora e no fim da sua explanação, abeirei-me dele e disse-lhe: Sr. Professor, eu perguntei-lhe não pela Verdade mas pela “Sua” Verdade. Ele respondeu-me muito solicitamente: Mas a “Minha” Verdade é aquela de que falei e assumi como minha! Agradeci, despedi-me e calei-me!

E fiquei a pensar: Mas, afinal quem manda na minha Vida? É um voto de um Deputado, como afirmou o Prof? Mas, afinal, se eu até já posso acabar com a minha Vida, porque razão não o poderei fazer em circunstâncias de sofrimento extremo e sem vontade de mais viver de um modo mais, direi, nobre? Porque deverei eu morrer abandonado num Hospital e não no seio da minha Família e do modo que eu definir? Porque deverei eu penalizar, sobrecarregar e fazer sofrer ainda mais a minha Família, e mesmo o erário público, quando já cá nada estou a fazer senão adiar o inevitável fim que, como também disse o Prof. Eduardo Pinto da Costa, faz parte da nossa mesma Vida? Porquê adiar esse fim sofrendo?

Estas são apenas algumas das perguntas essenciais que nenhuma qualquer comissão de Ética pode subvalorizar porque o que nisto deve prevalecer é a LIBERDADE INDIVIDUAL! O direito de fazer da minha vida o que eu entender desde que não prejudique ninguém! E não julgar a Liberdade dos outros…

O que se deve legislar é sim, e apenas, a Liberdade de inscrever a nossa vontade no Testamento Vital! Esta é a “minha” verdade!

Mas, não vou ser hipócrita, pode-nos ser muito difícil, pelos mais diversos motivos, fazer cumprir a decisão de um Familiar. Vai fazer no próximo dia onze de Maio um ano que a minha esposa Graciete partiu, depois de anos e anos de um processo doloroso e irreversível em que foi paulatinamente perdendo todos as suas capacidades normais e vitais. Mas, felizmente, manteve até quase ao fim o dom de, mesmo que a partir de certo momento de modos mais periclitantes, comunicar e expressar os seus sentimentos, sentimentos esses que davam para bem perceber o quanto agarrada à Vida estava, apesar do seu sofrimento, mitigado pelo acesso à Morfina , à Lidocaína e a todos os cuidados continuados sempre no nosso domicílio.

E foi para mim um enorme alívio, apesar dela ainda consciente da sua situação várias vezes me ter dito que não queria sofrer, não ter sido colocado nunca perante esse enorme dilema que era o de me perguntar “Que Faço”? Mas sempre disse que era em casa que queria estar e nunca num Hospital…

O mesmo também pensa outra figura ilustre da nossa Cultura e da nossa cidadania, o Dr. Francisco George, actual Presidente da Cruz Vermelha Portuguesa e anterior Director Nacional da Saúde Pública que, numa entrevista que há pouco tempo dele ouvi no Porto Canal dada ao Júlio Magalhães, tudo o que eu disse ele afirmou.

Entendo assim que, ao invés de uns quantos legislarem colocando um “sim” contra um “não” numa simples representação numérica, se deve perseguir um amplo consenso que, no fundo, apenas servirá para ratificar uma situação há muito existente e aceite: a do “SUICÍDIO VOLUNTÁRIO”!

Rui Rio quer transformar o PSD na Liga do Norte portuguesa?

PSD

29/4/2018, 0:08

Rui Rio apenas tem uma preocupação: ficar na liderança do PSD, independentemente do que acontecer em 2019, usando as distritais do “seu Norte”. Arrisca-se a transformar o PSD num partido regional.

A liderança de Rui Rio no PSD está a deixar muita gente perplexa. Já foi eleito líder dos sociais democratas há mais de três meses e ainda não começou a fazer oposição ao governo.  Aliás, desde a eleição de Rio, vive-se uma situação bizarra na política portuguesa. O maior partido da oposição, o PSD, é o que tem melhores relações com o governo. Os partidos que apoiam o PS na Assembleia da República são os que lideram a oposição ao executivo socialista.

A principal luta política de Rio é contra os seus adversários no interior do PSD. Tem sido assim desde que foi eleito líder do partido, contra os próximos de Passos Coelho e contra os que apoiaram Santana Lopes. Rui Rio não passou o primeiro teste de liderança: foi incapaz de unir o partido.  É evidente que o seu objectivo central não é chegar a São Bento em 2019 mas manter a liderança do PSD mesmo perdendo as eleições. É este o grande desafio politico de Rui Rio. E é nesse contexto que se deve entender o acordo de Rio com o PM sobre a regionalização (também tratada como “descentralização”) e a distribuição dos fundos europeus.

A estratégia de Rio para se manter na liderança do PSD exige o reforço do seu poder nas três maiores distritais do Norte, Aveiro, Braga e Porto. Foi aí que ganhou as eleições internas e é aí que tentará preservar o seu poder. Para isso, será importante reforçar as competências locais, com a “descentralização”, e distribuir mais dinheiro com os fundos europeus, disponibilizados pelo amigo António Costa.

Para reforçar a sua base de poder no Norte do país, Rio arrisca-se a transformar o PSD num partido regional. Tenho um enorme orgulho no norte de Portugal, gosto muito das suas gentes (sendo adepto do FC Porto, não poderia ser de outra maneira) e admiro muito o dinamismo económico das suas regiões. Aliás, gostava muito de ouvir o líder do PSD a defender as pequenas e médias empresas do Norte, a descida do IRC, e o apoio aos estímulos fiscais para as empresas exportadoras. Mas o “Norte” de Rui Rio não é a região que tanto beneficia a economia nacional. É uma base de poder politico e partidário.

A verdade é que Rui Rio ainda não conseguiu tornar-se num líder político nacional. Continua a ser um político regional. Veremos se conseguirá. Sá Carneiro constitui um excelente exemplo. Nunca deixou de ser um homem do Porto. No entanto, a liderança do PSD transformou-o num líder nacional. Rio ainda não deu esse salto. Por exemplo, ninguém sabe o que o líder do PSD, um candidato a PM, pensa sobre a União Europeia, a zona Euro, a NATO, a segurança europeia, as relações com os Estados Unidos e com a Rússia, o Médio Oriente, as relações com Angola e com Moçambique, as relações com o Brasil. Nada. Um vazio.

Voltando ao Norte, ainda não ouvi uma palavra de Rui Rio sobre o Brexit, talvez o maior desafio estratégico e económico para a Europa, incluindo Portugal, dos próximos anos. Portugal tem um balanço comercial positivo na relação com o Reino Unido. Grande parte das exportações portuguesas para o Reino Unido têm origem no norte de Portugal. Para muitas empresas, sobretudo no sector automóvel, o Brexit é um risco político elevado com consequências económicas muito negativas se as negociações não correrem bem. É esse Norte que deveria preocupar Rui Rio. Mas o líder do PSD apenas tem uma preocupação: ficar na liderança do PSD, independentemente do que acontecer em 2019, usando as distritais do “seu Norte”. Arrisca-se a transformar o PSD num partido regional. Uma espécie de Liga do Norte portuguesa.