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sexta-feira, 4 de maio de 2018

Ladrões de Bicicletas


Televisão conquistada

Posted: 03 May 2018 04:17 PM PDT

No dia da Liberdade de Imprensa, era conveniente pensar naquilo que se avizinha. Deixo, desta vez, apenas um exemplo.

A 14 de Abril passado, as forças armadas dos Estados Unidos, do Reino e da França atacaram alvos na Síria. O ataque militar não teve mandato internacional. Não visou verdadeiros alvos militares - pretendeu apenas marcar uma posição sobre um assunto ainda não aclarado - e foi comunicado aos países opositores.
Ora, uma acção de guerra contém sempre uma necessária campanha de preparação social. Nem todos estamos de acordo com actos militares que poderão ter consequências graves, tanto directas (mortos, feridos, destruição), como indirectas. Já é consensual que o terrorismo internacional recrudesceu após a invasão do Iraque. As mais recentes guerras no Próximo Oriente provocaram vagas de refugiados.
O que quis saber foi, pois, como a questão foi tratada pela nossa televisão noticiosa - ou seja, pela RTP3, pela Sic Notícias, pela TVI24 e Correio da Manhã TV.
A primeira questão foi saber até que ponto as emissões foram alimentadas por conteúdos produzidos externamente, com vista a saber se a população portuguesa foi influenciada externamente ou se recebeu alguma intervenção nacional de descodificação do ataque militar.
As televisões trabalham sobretudo com as agências Reuters e Associated Press e, como não têm dinheiro para ter "gente no terreno", recorrem muito à produção externa. Por isso, as imagens que vemos nos canais nacionais são geralmente iguais. Mas o conteúdo da informação poderia ser diferente. Só que muitas vezes os jornalistas pouco aprofundam os textos de agência que vêm com as imagens. Em contraponto, considerou-se produção interna tudo o que fosse tentativa de ter informação própria do canal: comentadores em estúdio, editores ou jornalistas, correspondentes no estrangeiro.
Aquilo que se verificou foi que a produção externa excedeu a produção interna: 726 minutos (51%) contra 685 minutos (49%). Não é uma grande diferença e poderia ser aceitável.

Só que, quando se olha em pormenor à repartição por canais, verifica-se que os canais de maior audiência - o CMTV e a SIC Notícias - recorreram muito mais a produção externa do que à interna.
Dir-se-á: também não é uma diferença muito grande. E é verdade.
O problema é quando se começa a analisar a produção interna. E esta análise deveria ter sido mais fina, analisando em detalhe o sentido do que foi dito. Mas para já, fica uma análise em bruto.
Por exemplo, todas as televisões estranhamente optaram desde o início por procurar comentadores militares, em vez de uma abordagem mais política. Ainda que os militares tivessem poucos pormenores militares a acrescentar à informação oficial e transmitiram, de alguma forma, comentários "técnicos" justificativos da política do ataque militar.
Depois, verificou-se mesmo uma cópia entre canais. Por exemplo, coronel Lemos Pires esteve nos quatro canais ao longo do dia e mesmo a partir de casa. Defendeu que o ataque esteve "dentro do que se possa considerar de legitimidade de acção", que foi um "ataque preciso, de acordo com a proporcionalidade e marcou a diferença", que "todas as iniciativas foram vetadas [nas Nações Unidas] e, portanto, ninguém estava à espera que houvesse consentimento das Nações Unidas para esta acção porque era impossível". O mesmo se passou com a professora Lívia Franco.

A maior parte dos correspondentes - nos Estados Unidos, em França, em Israel, na Rússia - expressaram muito do que era o pensamento político oficial de cada um dos países. E nem sempre com distanciamento. O correspondente da SIC em Israel afirmou mesmo "só em casos em que se utilizam armas químicas é que houve intervenção" militar, partindo da versão oficial do atacante. E acrescentou: Agora, Assad "é possível que pense duas vezes antes de o fazer" (usar armas químicas).

Os editores internacionais dos canais pouco mantiveram o distanciamento. O editor da TVI chegou a afirmar "já ficou demonstrado que [o regime sírio] é um regime que ataca o seu próprio povo e que deve ser derrrubado". Ou que é "um Estado soberano, mas que violou as regras internacionais". "Para os aliados (...) não havia outra solução". O mesmo se passou com editor do Correio da Manhã: "Quem violou primeiro as leis internacionais foi a Síria", ultrapassou as "linhas vermelhas" sem que o Ocidente tivesse feito alguma coisa. "Isso permitiu ao regime sírio tornar-se mais ousado e mais ciente da sua impunidade e continuou a usá-las".

Claro que houve comentadores mais críticos da intervenção militar. Mas apenas para o final do dia. No início, a cadeia dos comentários era maioritariamente pró-intervenção.

Aliás, foi de tal forma que a RTP chegou a colocar em oráculo que se tratava não de um ataque militar, mas de uma "iniciativa" e no CMTV chamou-se Acção Tripartida.
Só a designação de Aliados - para designar os EUA, Reino Unido e França - remete para a segunda grande guerra em que os "bons" (Aliados) combatiam os "maus" nazis.
Há, pois, que tomar cuidado com a forma como se organiza este tipo de cobertura.
Casos como os que temos assistido no Brasil, mesmo em Espanha e mesmo em Portugal - em que a comunicação social assumiu sem pestanejar a versão oficial da troica - deveriam fazer-nos pensar. Porque a comunicação social não é apenas um agregado de órgãos de imprensa que empregam uns jornalistas, aliás cada vez mais novos e cada vez mais baratos. A comunicação social deveria ser a salvaguarda da própria democracia. E se a comunicação social é, desta forma, facilmente tomada, teme-se o pior dos tempos que aí vêm.

São conversas, senhores

Posted: 03 May 2018 11:10 AM PDT

Estreou hoje o novo poadcast de Daniel Oliveira, apresentado pelo próprio como um conjunto de «conversas, umas vezes mais próximas da entrevista, outras mais próximas de um debate», em que se pretende contornar a «espuma dos dias» e o registo de «entrevistador dobermann». Perguntar não ofende terá um convidado e um tema por semana, enunciado sob a forma de pergunta, a partir da qual se pretende que o diálogo flua de forma espontânea, sem intervalos nem cortes.
Na edição inaugural questiona-se se «a "geringonça" foi uma aliança oportunista» e o convidado é o primeiro-ministro, António Costa. O poadcast está disponível em diferentes plataformas (Feed RSS, iTunes, Stitcher, Mixcloud) e contempla a possibilidade de apoio ao projeto, que vai valer a pena acompanhar.

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“Tive o telemóvel sob escuta e dei os mails”
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Costa defende que tem apostado na internacionalização das empresas nacionais
Sai da prisão e vai logo assaltar um banco

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Para que o ruidoso silêncio se transforme num contra-ataque eficaz contra quem dele reclamou

por estatuadesal

(Jorge Rocha, in Ventos Semeados, 03/05/2018)

pinho1

Ontem, logo após o almoço, recebi a mensagem de um amigo, que muito prezo, a pedir-me a opinião sobre quanto se estava a passar com o Partido Socialista e quanto às vantagens ou desvantagens de ouvir-lhe alguém pronunciar-se, quando as suspeições sobre Manuel Pinho tendem a lançar uma sombra ainda mais obscura sobre um governo que teve tanto de bom a elogiar, desde a aposta na Ciência ou nas energias renováveis, até a simplificação administrativa ou a à requalificação dos portugueses através dos programas das Novas Oportunidades (e isto só para elencar quatro argumentos justificativos do seu nunca por demais fundamentado elogio). Logo, de seguida, enquanto trabalhava para uma Associação para a qual cá em casa nos voluntariámos, uma das suas sócias, conhecida pelo seu posicionamento comunista, veio interpelar-nos exatamente no mesmo sentido: não se justificaria uma reação do Partido Socialista, cujo silêncio começava a ser tido como demasiado ruidoso?

Não sabia então que Carlos César por um lado, João Galamba por outro e, mais à noite, Augusto Santos Silva, tratavam de responder efetivamente a essa necessidade. Embora eu ainda tivesse dúvidas sobre a bondade de se sair do princípio, desde muito cedo definido por António Costa, quanto a deixar à Justiça e à Política o que lhes cabe respetivamente sem terem de coincidir na oportunidade de se expressarem. Não esqueço uma das lições fundamentais demonstradas pelo Mestre Kurosawa no seu «Kagemusha» em que, perante uma conjuntura ameaçadora, vale a pena manter as posições em vez de optar pelo contra-ataque militar.

Passado um dia sobre todo este sururu sintetizo algumas conclusões, que há a retirar do sucedido:

  1. ninguém me convence que o caso Manuel Pinho aparece nesta altura como mero acaso. Em vésperas do Congresso do Partido Socialista na Batalha, e depois de comprovadamente não terem conseguido que eventos semelhantes nos partidos das direitas os tenham beneficiado o que quer que fosse nas sondagens, os whisperblowers responsáveis pela denúncia do caso, procurarão evitar que se trate de uma enorme consagração do que se conseguiu concretizar nestes dois anos e meio e no quanto se adivinha possível no futuro imediato e a médio prazo para que os portugueses usufruam de melhores condições de vida e sintam justificadas razões para sentirem confiança no quanto possam vir a alcançar.
  2. tendo em conta que as direitas gostam bastante de pôr os governos socialistas em lume brando, procurando corroer-lhes os alicerces, ganhou novo alento a tentativa de deslegitimar alguns ministros por terem pertencido ao governo de José Sócrates, como se eventualmente fossem cúmplices, ou pelo menos coniventes, com os presumíveis crimes, que ainda estão longe de se revelarem comprovados onde o devem ser: nos tribunais. Viu-se isso mesmo no «Sem Moderação» do Canal Q, quando, no programa da noite passada, o ppd José Eduardo Martins quis fazer passar a ideia de não se compreender porque Vieira da Silva ou Augusto Santos Silva continuam a ser ministros do atual governo por se lhes assacar responsabilidades políticas, que só o proponente via. Imaginemos que, por hipótese académica, ambos os ministros se demitiam, logo as direitas exigiriam o afastamento dos que tinham sido nessa altura deputados, para, no fim dessa lógica, exigirem o próprio afastamento de António Costa.

É claro que tal exagero não tem razão de ser - e Daniel Oliveira, até mesmo mais do que João Galamba - tratou de lhe denunciar o absurdo, mas a estratégia está desenhada.

  1. Outro dos ardis revelados pelas direitas nesta matéria tem a ver com o próprio Manuel Pinho, que nunca será demais lembrar que não era, nunca foi, nem nunca será militante socialista. Mas para os que tentam cavalgar à conta do caso, a questão que se põe é esta: porque terá Sócrates convidado tal BESman para integrar o seu governo. ´

É claro que a resposta é fácil e não há por certo ninguém que, desonestamente, a formula, que a não saiba: quando um Partido dá sinais de poder vir a ser governo existem iniciativas abertas a independentes onde se conjugam duas vontades distintas, mas episodicamente conciliáveis: os dirigentes políticos quererão aproveitar a tal abertura à sociedade civil para demonstrarem ao eleitorado, que os seus apoios não se cingem aos seus próprios militantes e simpatizantes, e os «cabeças-de-cartaz», que se fazem aparecidos, ora visam cumprir deveres de cidadania (quando são bem intencionados, e quero crer que assim sucede com a maioria!), ora satisfazer narcisismos íntimos, ora cumprir objetivos lobistas.

Quando Manuel Pinho começou a aparecer em conferências e outros eventos semelhantes do PS antes das eleições de 2005, confesso ter ficado surpreendido por o ter, até aí, associado ao CDS ou ao PSD. Mas como Freitas do Amaral também viria a integrar o governo, enquadrei-o na mesma lógica. Do que dele se sabia - a ligação ao Grupo Espírito Santo - nada justificava apreensões: não tinham os governos das direitas também ministros oriundos dessa que era entidade bancária de reputação ainda intocável no nosso universo político?

Não me espanta, pois, que José Sócrates o sentisse como mais-valia num elenco governativo, sem sequer suspeitar que pudesse ter outra agenda senão a de bem governar. E a verdade é que nada se prova até agora, que Pinho tenha agido no governo para beneficiar a empresa A ou B, pois até a suspeita EDP beneficiou dos seus escandalosos subsídios antes desse governo tomar posse, devendo-se à coligação PSD/CDS  a razão e ser dos indecorosos lucros de que tem usufruído.

  1. Para concluir por ora com este assunto pode-se para já considerar que, nas últimas décadas - e se formos analisar detalhadamente a nossa História recente veremos essa realidade no próprio fascismo com a CUF de Alfredo da Silva! - o poder político tem andado a reboque dos interesses dos nossos capitalistas, cuja ganância e incompetência não têm conhecido limites. Seja por exercerem pressão insidiosa e permanente sobre quem governa (como sucede atualmente com a imprensa globalmente desfavorável ao atual governo!), seja porque a isso se presta intencionalmente, (como sucedeu com Passos Coelho, Cavaco Silva ou Durão Barroso!), os governos têm beneficiado quem quer ser dono disto tudo contra os que trabalham e pagam impostos.

Que esta seja a altura para pôr os empresários e acionistas no seu devido lugar é o que se exige ao Partido Socialista, que bem pode deixar-se de falinhas mansas e questionar porque, havendo uma atenção tão exclusiva em si, não se verificou igual preocupação com os sobreiros e os submarinos do Jacinto Leite Capelo Rego, com as Tecnoformas e os negócios de Dias Loureiro ou Miguel Relvas ou, sobretudo,  com todo esse polvo imundo que se chamou BPN.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Pedrógão. PGR levantou segredo de justiça sobre relatório da Proteção Civil

EM ATUALIZAÇÃO

A Procuradoria Geral da República levantou o segredo de justiça em relação ao relatório final de uma auditoria realizada pela Proteção Civil sobre os incêndios de Pedrógão Grande.

PAULO CUNHA/LUSA

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“Como foi oportunamente divulgado, o Ministério Público recebeu, em novembro de 2017, da Autoridade Nacional de Proteção Civil, o relatório final de uma auditoria realizada por aquela entidade na sequência dos incêndios de Pedrógão Grande”, lê-se na página do Ministério Público. “Este documento foi junto aos autos onde se investigam as circunstâncias que rodearam os referidos incêndios, sendo considerado no âmbito das investigações em curso”.

O inquérito, lê-se na nota, “encontra-se em segredo de justiça, entendendo-se que, quando um documento é incorporado num processo em segredo de justiça, passa a ficar sujeito a esse regime. Contudo, face à relevância do respetivo conteúdo para o esclarecimento público e por se considerar que não existe prejuízo para a investigação, procede-se à divulgação do referido relatório, do qual foram retiradas as identidades das pessoas nele mencionadas”.

Esta quarta-feira o Ministério da Administração Interna dizia que o Governo “nada tem a esconder relativamente ao pleno apuramento dos factos relativos aos incêndios de Pedrógão Grande e de outubro de 2017” e que “o relatório da auditoria efetuada pela Autoridade Nacional de Proteção Civil foi de imediato remetido ao Ministério Público”.

Como tal, “face à especulação entretanto criada, o Governo não” via “inconveniente na publicitação do relatório, o que transmitiu à Senhora Procuradora-Geral da República, de modo a que seja avaliado o levantamento do segredo de justiça”.

Entre as brumas da memória


Dica (754)

Posted: 03 May 2018 01:14 PM PDT

When we think of migrants, why not include Einstein and Ronaldo? (Jasper Tjaden)

«My own research shows that 55% of international footballers, almost half of the best actor and best actress Oscar nominees since 2000, and about one third of Nobel prize nominees since 1901 were migrants.»

-

Pinho: D. Dinis pergunta

Posted: 03 May 2018 07:32 AM PDT

Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
Ai Deus, e u é?
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Georges Moustaki nasceu num 3 de Maio

Posted: 03 May 2018 05:47 AM PDT

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O 3 de Maio na Sorbonne como nunca será esquecido

Posted: 03 May 2018 02:32 AM PDT

Foi numa 6ª feira da primeira semana de Maio que o mítico movimento estudantil francês, que arrancara em 22 de Março com a ocupação da Universidade de Nanterre e chegara ao Quartier Latin na véspera, 2 de Maio, tomou maiores proporções. Depois de reuniões várias e de confrontos entre grupos de estudantes rivais, o reitor da Sorbonne ordenou a evacuação desta pela polícia e seguiram-se horas de verdadeira batalha campal, com barricadas, cocktails Molotov, pedradas, matracas e gases lacrimogéneos. Tudo resultou em dezenas de feridos e mais de 500 prisões e os distúrbios continuaram nos dias que se seguiram.

Depois, o movimento extravasou para o mundo do trabalho, a nível de operários, de camponeses e do sector terciário, reuniu-se numa gigantesca manifestação em 13 de Maio e esteve na origem de uma longa greve geral incontrolada.

Foram-se acalmando as hostes, foi dissolvida a Assembleia Nacional em 30 de Maio e realizaram-se eleições legislativas (que os gaulistas ganharam por larga maioria) no mês de Junho. Mas nada ficaria na mesma e não só em França.

A recordar:

A célebre intervenção de Daniel Cohn-Bendit no pátio da Sorbonne e a evacuação pela polícia:

Duas canções da época, pela emblemática Dominique Grange: