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sábado, 12 de maio de 2018

Amar pelos embaixadores

Novo artigo em Aventar


por João Mendes

Fotografia: Manuel de Almeida@SIC Notícias

Imaginem o comentador Marcelo, à mesa da TVI com a Judite de Sousa, a comentar esta tirada do presidente Marcelo, durante a condecoração dos irmãos Sobral:

[Salvador e Luísa Sobral são] "embaixadores mais qualificados e mais eficientes do que a generalidade da nossa diplomacia"

Havia de ter piada. Quem não achou piada foram os diplomatas, que, recursos estilísticos à parte, foram tratados abaixo de vencedor da Eurovisão, o que em muitos casos não anda muito longe da verdade, ou não estivesse a diplomacia portuguesa bem artilhada de boys partidários, apesar da sua boa fama internacional. Será que o presidente Marcelo se safava com nota positiva?

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Entre as brumas da memória


Vem aí o 13 de Maio

Posted: 11 May 2018 01:03 PM PDT

/(Hugo van der Ding no Facebook)
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Uma rua para os assassinados pela Pide em 25 de Abril de 74

Posted: 11 May 2018 08:14 AM PDT

João Arruda, 20 anos, estudante açoriano a viver na capital. Fernando Gesteiro, 18 anos, transmontano empregado num escritório. Fernando dos Reis, 24 anos, soldado da primeira companhia de Penamacor, de licença em Lisboa. José Barnetto, 37 anos, natural de Vendas Novas.

Os quatro foram assassinados pela PIDE no dia 25 de Abril de 1974. Os quatro deveriam fazer parte do nosso dédalo de ruas, travessas e praças, resgatando-os ao silêncio e à indiferença por onde a cidade os leva há demasiados anos. Levados pelo entusiasmo do "dia inicial inteiro e limpo", rumaram entre dezenas de outros populares à Rua António Maria Cardoso, topónimo de péssimas memórias e esperanças de sobra. Naquele dia, sacrificaram as vidas à liberdade que então começava, abatidos por gente acossada e sem futuro. Uma revolução de cravos no lugar das balas, e no entanto.

44 anos depois, os abaixo-assinados põem à consideração da Câmara Municipal de Lisboa, e respectiva comissão de toponímia. a proposta de atribuir os nomes de João Arruda, Fernando Gesteiro, Fernando dos Reis e José Barnetto a um arruamento ou lugar da capital. Por dever de memória para com aqueles que viveram a liberdade durante apenas algumas horas e que podem ajudar-nos a dar a essa palavra um significado maior. São eles os heróis improváveis da revolução. Não permitamos que se lhes junte o adjectivo "esquecidos".

Pedem deferimento, os abaixo-assinados:

Adília Rivotti, antropóloga / Afonso Gonçalves, desenhador / Afonso Moreira, médico / Agostinho A. Gaspar Gralheiro, reformado / Albertina Costa, assistente social / Alda Barreto, reformada / Alda Rocha, comunicadora de ciência / Alexandra Silvestre Coimbra, psicóloga / Alexandre Abreu, economista / Alexandre Café, operário / Alexandre Martins, jornalista / Alfredo Poeiras, mestre vidreiro / Alice Carvalho, professora / Alice Vieira, escritora / Alina Silva, assistente social / Álvaro de Abreu, operário fabril e militante comunista / Amadeu Baptista, escritor / Amaro Franco, alfarrabista / Ana Amélia Bouça Monteiro, bancária reformada / Ana Benavente, professora / Ana Berkeley Cotter, tradutora / Ana Catarino, antropóloga / Ana Deus, psicóloga / Ana Luísa Rodrigues, jornalista / Ana Mafalda Pires, arquitecta / Ana Margarida de Carvalho, escritora / Ana Maria Monteiro, trabalhadora independente / Ana Matos Pires, médica psiquiatra / Ana Moreira, designer / Ana Neves, psicóloga / Ana Nunes, professora / Ana Nunes Cordeiro, jornalista / Ana Paula Meneses, técnica de teatro na reforma / Ana Ramos, animadora socio-cultural / Ana Reis Saramago Matos, galerista e curadora / Ana Sofia Costa, antropóloga / Ana Sofia Fonseca, jornalista / Anabela Aguiar, professora / Anabela Mota Ribeiro, jornalista / André Abreu, estudante/livreiro / André E. Teodósio, actor / Andreia Azevedo Moreira, funcionária pública / António Alberto Alves, livreiro e sociólogo / António Bettencourt, professor bibliotecário / António Cabrita, escritor / António Castanheira, biscateiro / António Diogo d’Orey Capucho, arquitecto / António Gamboa, maquinista ferroviário / António Gouveia, contador de histórias / António Mariano, estivador / António Neto Brandão, advogado / António Rosado da Luz, economista e coronel reformado / António Sérgio Curvelo Garcia, engenheiro químico / Armanda Paula Silva, técnica de farmácia /Augusto Brito, funcionário público / Barbara Baldaia, jornalista / Bárbara Reis, jornalista / Belandina Vaz, professora / Bernardo Mendonça, jornalista / Bruno Carapinha, funcionário público / Bruno Rebelo, técnico comercial / Bruno Simões Castanheira, fotojornalista / Carla Barroso, professora e tradutora / Carla Dias, educadora artística / Carla Fonseca, doméstica / Carlos Mendes de Sousa, professor / Carlos Moreira, reformado / Catarina Coutinho, professora / Catarina Félix, técnica superior de história / Catarina Homem Marques, assistente editorial / Catarina Rodrigues, psicóloga / Catarina Vieira e Castro, professora / Célia Costa, produtora cultural / César Laia, investigador / Céu Ribeiro, professora / Clara Farracho, socióloga / Cláudia Diogo, livreira / Cláudia Marques, designer / Claudia Martins, professora / Cláudia Santos Silva, arquitecta / Cristina Aragão Teixeira, consultora de Comunicação / Cristina Basílio, professora / Cristina Gameiro, arqueóloga / Cristina Paiva, actriz / Daniel Filipe Martins, consultor estratégico / Daniel Martins, arquitecto / Dário Duarte, informático / David Almeida, actor / David Crisóstomo, estudante / Denise Pereira, poeta / Diana Barbosa, gestora de comunicação / Diogo Coimbra, chef de cozinha / Duarte Pereira, livreiro / Duarte Rocha Martins, arquitecto / Edgar Medina, argumentista / Eduarda N. Pinto Basto, reformada / Eduardo Antunes, técnico de formação / Eduardo Viana, arquitecto / Eliana Tomaz, designer / Elisa Seixas, professora / Elsa Ligeiro, editora / Emiliana Silva, professora / Eugénia M. Pires, economista / Fábio Duarte, estudante / Fátima Pina Cabral, médica / Fernanda Neves, actriz / Fernanda Riflet, professora ensino secundário, reformada / Fernando Guimarães, professor / Fernando Pereira, artista /Filipa Alves Coelho, urbanista / Filipe Correia, professor / Filipe Homem Fonseca, guionista / Filipe Prior, técnico de informática / Filipe Rodrigues, alfabarrabista / Filipe Rosas, médico / Filomena Tavares, trabalhadora independente / Francisco Craveiro, estudante / Francisco Belard, jornalista / Francisco Pedroso, engenheiro / Francisco Rebelo, assistente técnico / Francisco Ribeiro, bancário / Gabriela Lourenço, jornalista / Gabriela Ruivo Trindade, escritora / Gaspar Matos, bibliotecário / Glória Franco, educadora de infância / Gonçalo Calado, professor / Gonçalo Frota, jornalista / Gonçalo Mira, editor / Gonçalo Santana, director criativo e autor / Guilherme Pires, editor e tradutor / Hélder Beja, jornalista / Hélder Gomes, jornalista / Helena Abreu, professora reformada / Helena Ales Pereira, assessora de comunicação / Helena Alves, Gestora / Helena Alves Velho, psicóloga clínica / Helena Araújo, engenheira química / Helena Dias, jurista / Helena Mendes, pintora / Helena Romão, musicóloga / Henrique Dória, escritor / Humberto Rocha, escritor / Hugo de Sá Nogueira, operador de som / Ilda Roquete, actriz / Inês Bernardo, produtora / Inês Castro, professora / Inês Lago, antropóloga / Inês Meneses, desempregada / Inês Pinto, estudante / Inês Rodrigues, professora e revisora / Inês Subtil, jornalista / Irene Alexandra da Silva Duarte, técnica de vendas / Irene Flunser Pimentel, historiadora / Isabel A. Ferreira Gould, investigadora / Isabel Caldeira, professora / Isabel Godinho, professora / Isabel Leiria, professora universitária aposentada / Isabel Minhós Martins, editora / Isabel Sofia Carreira, advogada / Isabel Vasconcelos Ferreira, professora aposentada / Isaura Lobo, produtora cultural / Jaime Rocha, escritor / Joana Lobo Antunes, comunicadora de ciência / Joana Lopes, gestora reformada / Joana Manuel, actriz / Joana Oliveira, psicóloga / Joana Teixeira Silva, trabalhadora independente / João Albuquerque, investigador / João Almeida, químico / João Bacelo, biólogo / João Branco, engenheiro / Joao Carlos Lages, advogado / João Carlos Martins, investigador / João Carvalho Pina, fotojornalista / João Costa, produtor gráfico / João Eduardo Costa, programador web / João Fazenda, ilustrador / João Freitas, empresário /João Gaspar, biólogo / João Louçã, antropólogo / João Manuel Rocha Pinheiro, trabalhador agrícola / João Miguel Louro, gestor de equipa / João Miguel Pires Ventura, professor / João Monteiro, estudante de doutoramento / João Paulo Baltazar, jornalista / João Paulo Roubuad, professor / João Pico, editor de vídeo / João Ribeiro, professor universitário / João Silvestre Lima Andrade, empresário agrícola / João Vieira, guionista / João Villalobos, consultor de comunicação / Joaquim Carreira, cidadão / Joaquim Gonçalves, livreiro / Joel Neto, escritor / Jorge Almeida e Pinho, professor / Jorge Carneiro, engenheiro informático / Jorge Carvalho, funcionário público / Jorge Freitas, professor / Jorge Martins Rosa, docente universitário / Jorge Morais, professor universitário / Jorge Pinto, engenheiro e utopista / José Alexandre Ramos, técnico administrativo financeiro / José Armando Mendonça Carmo, aposentado / José Bandeira, cartoonista / José Carlos Tavares, jardineiro / José Júlio Curado, árbitro, professor e organizador de torneios de bridge / José Luís Cardoso, instrutor / José M. Carvalho, professor / José Manuel Duarte Fernandes, professor do ensino secundário / José Manuel Ferreira dos Santos, empregado de escritório / José Manuel Marques da Silva Tavares, designer e cenógrafo / José Mário Silva, jornalista / José Nuno Pimentel, jornalista freelancer / José Rui Ferreira, engenheiro electrotécnico / José Silva Pinto, jornalista / José Vale, museólogo / José Viana, vendedor / Judite Lopes, desempregada / Juliana Maar, fotógrafa / Laura Faia, assistente editorial / Laura Ramos, jornalista / Lena d'Água, cantora / Leonardo Conceiçao, psicólogo / Leonor Cintra Gomes, arquitecta / Lígia Esteves dos Santos, professora / Liliana Pacheco, coordenadora editorial / Lina de Lonet Delgado, jornalista / Luís Bernardo, técnico de projectos / Luís Brântuas, contabilista / Luis Carlos Tavares Severo, arquitecto / Luis Ferreira, designer gráfico / Luis Filipe Cardoso, empresário / Luís Gomes, mediador de seguros / Luís Gomes, marinheiro e jornalista / Luís Graça, linguista e professor / Luís Guerra, jardineiro de livros / Luís Januário, médico pediatra / Luís Leiria, jornalista / Luis Manuel Santos Silvestre, reformado / Luís Martins Pote, psicólogo clínico / Luis Miguel Oliveira, crítico e programador de cinema / Luís Pimenta Lopes, professor/investigador / Luisa Borges, professora e investigadora / Luisa Lobão Moniz, professora / Luísa Sol, arquitecta e investigadora / Lutz Bruckelmann, arquitecto / Madalena Silva, funcionária pública / Mailis Gomes Rodrigues, investigadora / Manuel Barbosa, comercial / Manuel Cruz, reformado / Manuel Graça Dias, arquitecto / Manuel Henriques, arquitecto / Manuel Lourenço de Castro Rodrigues, director comercial / Manuel Marcelo Curto, embaixador jubilado / Manuel Vieira, assistente social / Manuela Brito e Silva, reformada / Manuela Carvalho, professora aposentada / Manuela Correia, psiquiatra / Manuela Rombo, farmacêutica / Márcio Mendes, arquitecto / Marco Dias, director de arte e artista / Margarida Belchior, professora / Margarida Duarte, documentalista / Margarida Ferra, assessora de comunicação / Margarida Louro, professora / Margarida Pino, bibliotecária / Margarida Rendeiro, professora e investigadora / Margarida Salema, investigadora química, reformada / Margarida Varela, professora / Maria Abranches, advogada / Maria Adelina Alves Coelho, reformada / Maria Catarina Horta Salgueiro, tradutora / Maria da Graça Moreira, comerciante / Maria de Lourdes Baginha, professora / Maria de Lourdes Delgado Raínho, dona de casa / Maria de Lurdes Guerra, professora / Maria do Rosário Pedreira, editora / Maria Estudante, terapeuta / Maria Eugénia Alves, professora / Maria Helena Pato, professora / Maria Inês Gameiro, investigadora / Maria João António, pós-produção de filmes / Maria João Luis, actriz / Maria João Pessoa, advogada / Maria Jorgete Teixeira, professora / Maria João Carvalho, professora / Maria João de Sousa Caetano, jornalista / Maria José Almeida, guia intérprete / Maria José Vitorino, professora e bibliotecária / Maria Leonor Castro Nunes, criativa / Maria Leonor Lourenço da Costa, publicitária / Maria Leonor Pereira, gestora / Maria da Natividade Esteves, professora / Maria Manuel Viana, escritora / Maria Manuela Ramos, professora / Maria Ofélia Janeiro, gestora de reclamações / Maria Otília Teixeira Barbosa, psicóloga / Maria Ribeiro, professora / Maria Rosa Pinto, assessora de imprensa / Maria Soledade Alves, reformada e avó / Maria Teresa Dias Pereira, escritora / Maria Tomaz, assistente social / Mariana Avelãs, tradutora / Mariana Garcia, guionista / Mariana Pinto dos Santos, historiadora de arte / Mário Cunha, argumentista / Marisa Filipe, empresária / Markus Almeida, jornalista / Marta Carreiras, cenógrafa e figurinista / Marta Martins, gestora cultural / Marta Rema, produtora / Marta Romana, gestora de formação / Marta Serra, marketing / Miguel Barros, técnico especialista no gabinete MAI / Miguel Gonçalves Mendes, realizador / Miguel Lima, sonoplasta/técnico de som / Miguel Marujo, jornalista / Miguel Morais, desempregado / Mónica Pereira, jurista / Nelson Almeida, customer service manager / Nelson José Paiva, músico / Noélia Oliveira, jornalista / Nuno Artur Silva, autor / Nuno Félix, consultor / Nuno Filipe Ribeiro, bancário / Nuno F. Coelho, consultor de comunicação / Nuno Garcia, knowledge manager / Nuno Martins Ferreira, Professor / Nuno Miguel Guedes, jornalista / Nuno Miguel Madeira Beato Alves, técnico superior jurista / Nuno Oliveira, agricultor / Nuno Rapaz, engenheiro / Nuno Rendeiro, engenheiro civil / Nuno Saraiva, ilustrador / Nuno Serra, geógrafo / Pamela Peres Cabreira, historiadora e investigadora / Patrícia Gonçalves, cientista / Paula Cabeçadas, técnica de Informação / Paula Godinho, professora universitária / Paula Pereira, investigadora científica reformada / Paula Vasconcelos Machado, advogada / Paulo Ferreira, consultor / Paulo Galindro, ilustrador / Paulo Garcia, arquitecto / Paulo Gil, docente universitário / Paulo Granjo, antropólogo / Paulo Jorge de Jesus Topa, professor / Paulo Jorge de Sousa Pinto, historiador / Pedro Baptista-Bastos, advogado / Pedro Diniz de Sousa, técnico de informática / Pedro Filipe Oliveira, actor / Pedro Fiuza, escritor e encenador / Pedro Lascasas, jurista / Pedro Mendonça, dirigente do LIVRE / Pedro Miguel Caetano Martins, psicólogo / Pedro Miguel Esteves Fernandes, professor / Pedro Miguel Pereira, psicólogo / Pedro Miguel Silva, consultor / Pedro Miguel Silva, jornalista e promotor de eventos / Pedro Sérgio Marques Álvares Pereira, professor / Pedro Sousa, publicitário / Pedro Ventura, historiador / Pedro Vieira, guionista e ilustrador / Prazeres Filipe, administrativa / Raquel Gonçalves, jornalista / Raquel Misarela, conservadora-restauradora / Raquel Patriarca, bibliotecária / Raquel Ribeiro, professora e jornalista / Raquel Rocha, estudante / Raquel Simões, designer / Raquel Sofia Moutinho Magalhães, professora /Raquel Varela, historiadora / Renato Costa, advogado / Ricardo Alves, sem profissão / Ricardo Duarte, jornalista / Ricardo Espírito Santo, realizador / Ricardo Fernandes dos Santos, arquitecto / Ricardo Gonçalves, editor/realizador/argumentista / Ricardo J Rodrigues, jornalista / Ricardo Paulino, arquitecto / Ricardo Santos Morte, empresário / Rita Bettencourt Rodrigues, livreira / Rita Correia, psicóloga / Rita Brutt, actriz / Rita Sá Marques, antropóloga / Rita Tomás, assessora de comunicação / Rita Veloso, linguista e professora / Rosa Azevedo, produtora / Rosa Barreto, bibliotecária / Rosa Rebelo, professora aposentada / Rosa Ruela, jornalista / Rosário Freitas Paiva, administrativa / Rosário Melo, produtora de eventos / Rui Alves de Sousa, blogger e podcaster / Rui Anselmo, livreiro / Rui Almeida, auxiliar administrativo / Rui Cardoso Martins, escritor / Rui M. Pereira, antropólogo / Rui Tavares, historiador / Rui Zink, professor universitário / Rute Coelho, advogada / Safaa Dib, dirigente do LIVRE / Samuel Alcobia, arquitecto paisagista / Sandra Alvarez, tradutora / Sandra Barreira, advogada / Sandra Borges, produtora / Sandra Gonçalves, jornalista / Sandra Monteiro, jornalista / Sandra Rocha, fotógrafa / Sara Figueiredo Costa, jornalista / Sara Gamito, advogada / Sara M. Barbosa, professora / Sara Rodi, escritora / Sérgio Lemos, médico / Sérgio Letria, programador cultural / Silvia Alves, designer / Silvia Bentes, farmacêutica / Sílvia Margarida de Leão Borges, enfermeira / Sílvia Moldes Matias, administrativa / Sofia Henriques Cardoso, professora ensino secundário / Sofia Lorena, jornalista / Sónia Oliveira, tradutora /Sónia Marques da Silva, livreira / Soraia Martins, tradutora / Susana André, jornalista / Susana Carvalhinhos, ilustradora / Susana Duarte, programadora cultural / Susana Saraiva, professora / Susana Verde, guionista / Tânia Raposo, consultora editorial / Teresa Nicolau, jornalista / Teresa Sampaio, editora / Teresa Sousa de Almeida, professora universitária aposentada / Tiago Mota Saraiva, arquitecto / Tiago Patrício, tarefeiro / Tiago Reis, estudante / Tiago Rodrigues, encenador / Tiago Simões, arquitecto / Vanda Baltazar, empregada bancária / Vanessa Almeida, investigadora / Vanessa Filipe, arqueóloga / Vânia Maia, jornalista / Vera Silva, alfarrabista / Victor Barros, livreiro / Vítor de Sousa, investigador / Vitor Rodrigues, livreiro / Vitor Sérgio Ferreira, sociólogo

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José Mário Branco

Posted: 11 May 2018 06:34 AM PDT

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Sócrates sem Rato

Posted: 11 May 2018 03:19 AM PDT

«Na passada semana, o Partido Socialista recebeu uma carta de José Sócrates, juntamente com o seu cartão de militante, e a justificação foi: "chegou o momento de pôr fim ao embaraço mútuo". Houve algum espanto na sede do PS, mas também algum descanso por ser uma carta normal e não um postal enviado das Bahamas.

Obviamente, o espanto do PS é um manifesto exagero. Depois de vários socialistas e defensores do ex-PM virem a público falar da "vergonha" para o PS por aquilo de que é acusado Sócrates, e conhecendo bem o partido a forma de reagir do engenheiro, custa-me acreditar que tenha havido espanto. Pelo contrário, acredito que a carta tenha sido aberta em ambiente protegido e com António Costa vestido com o fato "anti-antraz".

É uma carta que, de certa forma, dá jeito ao PS, uns dias do congresso do partido. Assim, o engenheiro Pinto Monteiro já nem pertence ao PS. Melhor só se, entretanto, Sócrates se inscrevesse no PSD. Isso era ouro sobre azul. Não nos podemos esquecer que Sócrates veio da JSD. Talvez fosse possível, durante o congresso, António Costa atribuir todo este comportamento de Sócrates a uma passagem pela Universidade de Verão do PSD.

Chego à conclusão de que, nisto das amizades, Sócrates devia estar no Guinness Book - tão depressa tem um super-amigo que o ama tanto que dedica uma vida a ganhar dinheiro para ele, como tem hiper-amigos que aproveitaram bem a amizade na altura que lhes deu mais jeito e desmarcaram-se quando já só servia para dar chutos no morto.

Sinto-me dividido com esta queima do Sócrates. Sinto tanta vergonha de alguns que agora levam isto ao Parlamento, dizendo "toda a gente já tinha topado, porque só agora falam", como dos que só agora deram por isso e se escandalizam. Muitos dos tais que só agora dizem "que vergonha", ainda não deram por nada no BPN, nos Submarinos, Macedos e Vistos, no Banif, na PT, na mercearia da esquina do Capelo Leite. Em todos os casos, são pessoas que vêem bem ao longe mas mal ao perto.

O meu receio é que isto faça de Sócrates aquilo que ele sempre quis ser. Não, não é ser sexy platina do Correio da Manhã, é ser uma vítima. Se ele quiser, até os Verdes ficam mal vistos por deixarem o PS tratar assim um animal político como o Sócrates, e nem um protesto. Peço desculpa pelo trocadilho, mas deixei-me levar pela maré, e até eu me sinto capaz de esquecer os meus princípios.

Claro que, como mete Sócrates, este movimento político tinha de dar em almoço. A cinco dias do congresso do PS, foi agendado um almoço de solidariedade organizado pelo Movimento Cívico "José Sócrates, Sempre". Se é Sempre, ou seja, até à eternidade, não é um movimento cívico, é uma religião.

Segundo entendi, a razão principal deste almoço de homenagem tem que ver com o facto de o ex-PM estar agora a ser maltratado e traído pelo seus colegas no PS. Acho bonito, mas se é para organizar uma festa a quem foi maltratado pelo próprio partido, relembro que nem um brunch de solidariedade pelo Tó Zé Seguro foi organizado.»

João Quadros

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Dica (759)

Posted: 10 May 2018 02:45 PM PDT

O romantismo revolucionário do Maio de 68 (Michael Löwy)

«O espírito de 68 é uma bebida poderosa, uma mistura picante e desejável, um cocktail explosivo composto por vários ingredientes. Um dos seus componentes - e não menos importante - é o romantismo revolucionário, isto é, um protesto cultural contra os alicerces da civilização industrial / capitalista moderna, o seu produtivismo e consumismo, e uma associação singular, única no seu género, entre subjetividade, desejo e utopia.»

A eutanásia mata. A estupidez (ainda) não.

Novo artigo em Aventar

por João Mendes

Eis a mais recente lapalissada do CDS-PP. Na sua campanha contra o direito individual de cada um decidir sobre a sua vida, o partido de Assunção Cristas saiu-se com esta obra de humor, digna de figurar no Inimigo Público. A eutanásia, dizem os centristas, mata. Thank you, Captain Obvious! É claro que a eutanásia mata. O objectivo é esse, amiguinhos! Sabemos que vocês gostam muito de liberdades individuais, principalmente aquelas que permitem a rebaldaria financeira ou o financiamento de colégios privados elitistas pelo depauperado erário público, e é com estranheza que verifico que optam por essa postura totalitária de negar um direito individual a quem vive em democracia. E são livres de o fazer. Mas um pouco mais de seriedade não vos ficava mal. Para fazer cartazes palermas, já cá temos a JSD.

Escândalos à medida das necessidades

por estatuadesal

(Carlos Esperança, 11/05/2018)

escandalos

À medida que os sucessos no campo económico e no emprego se acumulam, esta direita mobiliza todos os ratos do seu esgoto para a orquestração concertada contra o governo, a que não perdoa o apoio parlamentar do BE, PCP e PEV cuja exclusão governamental julgava legítima e definitiva.

Compreende-se a raiva e uma espécie de ressurreição do ELP e do MDLP, agora com as bombas e assassinatos ausentes. Cerca-se o governo com escândalos políticos, reais ou imaginários, reservados há muito para ocultar os seus e denegrir os resultados nos juros de empréstimos, na criação de emprego, na melhoria da média das remunerações, na confiança internacional e na estabilização da banca.

Hoje, em vez de se lançar uma bomba a uma sede do PCP, dispara-se a suspeição de um lugar num desafio de futebol a um ministro; em vez de se matar um padre de esquerda, divulga-se o vídeo do interrogatório a um arguido da área adversária; por cada notícia benéfica solta-se um primata de Poiares a mandar calar o chefe da Proteção Civil; cada dificuldade da direita reativa os incêndios nos telejornais e, na ausência do PR às missas de sufrágio, publicam-se listas de arguidos relacionados com o partido do Governo.

Em vez de um Ramiro Moreira a pôr bombas, temos a D. Cristas a chamar mentiroso ao PM; não podendo dividir o SNS entre privados e Misericórdias, os partidos que votaram contra a sua criação reclamam dos problemas que deixaram e das faltas para que não há orçamento que resista; os fogos e os escândalos políticos, só dos adversários, são armas sempre à mão para saciar a gula de quem sabe que os últimos sempre foram justificação para golpes da direita. António Costa é a Dilma desta gentalha.

A democracia é, para boa parte desta direita, o compasso de espera para um regime que preferiam a um governo que não seja inteiramente seu. A posse da comunicação social e a atração de trânsfugas garantem a propaganda e a corrupção das consciências venais, que passam despercebidas da opinião pública e não são matéria para os Tribunais.

A asfixia do contraditório perante o garrote demolidor das notícias falsas e das verdades que se ampliam é uma ameaça ao pluralismo e a garantia de que, depois de Cavaco, até o Doutor Passos Coelho pode aspirar a PR, agora que Marcelo, depois de ter jurado que faria um único mandato, anunciou de forma ínvia a recandidatura, que só a repetição da tragédia dos incêndios, no próximo ano, inviabilizaria.

Se António Costa dissesse o mesmo, não faltariam incendiários.

É difícil prever por quanto tempo vão abrir os noticiários e ocupar as primeiras páginas dos jornais os escândalos políticos de figuras maiores ou menores que tenham cometido a imprudência de se associarem ao PS, quer por convicção, quer por se encontrarem em trânsito para a direita.

Desde que se esqueçam os ‘papéis do Panamá’, a divulgação da auditoria de Belém aos mandatos precedentes e as funestas privatizações, chegam os incêndios e os escândalos políticos para neutralizar os êxitos do Governo.

A exigência de divulgação dos devedores, legalmente impossível, apenas da CGD, é o ataque soez ao banco público deixando o BES, BPN, Banif e BPP com o rabo de fora.

O caos no PSD com o pedido de demissão do ministro da Saúde. Quem disse o quê, entre as 10h e as 14h?

11/5/2018, 16:56

Uma barafunda: Ricardo Baptista Leite pediu a demissão do ministro da Saúde. Rui Rio diz que esse não é o seu "estilo". Um vice garantiu que não foi pedida a demissão. Mas Baptista Leite não recuou.

Ricardo Baptista Leite (à esquerda) abriu a polémica ao pedir a demissão "hoje, aqui e agora" do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes (ao centro). Rui Rio (à direita) diz que não é o seu "estilo" pedir a demissão de ministros

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Afinal, o PSD pediu ou não a demissão do ministro da Saúde? Está instalada a confusão entre os sociais-democratas depois de o deputado Ricardo Baptista Leite, porta-voz do PSD para a saúde, ter pedido na manhã desta sexta-feira a Adalberto Campos Fernandes, no Parlamento, que se demitisse “hoje, aqui e agora”.

Aparentemente alheio ao debate, o presidente do partido, Rui Rio, que está em Beja para as comemorações do 44.º aniversário do PSD, falou aos jornalistas dizendo que não sabia bem o que se tinha passado na Assembleia da República, mas garantiu que pedido de demissão não seria, porque não é esse o seu “estilo”.

O Observador contactou, depois, o deputado Ricardo Baptista Leite, para que esclarecesse, afinal, se tinha feito ou não um pedido de demissão. O deputado disse que não se sentiu desautorizado por Rui Rio, mas reiterou tudo o que tinha dito de manhã. Para ajudar à confusão, o vice-presidente do PSD Adão Silva já se veio pronunciar sobre o assunto. “Não há um pedido de demissão, insisto”, disse aos jornalistas.

Recorde a cronologia da crise interna do PSD em curso, declaração por declaração:

10h00 — Ricardo Baptista Leite: “Demissão hoje, aqui e agora”

A polémica começou com a intervenção do deputado social-democrata Ricardo Baptista Leite num debate no Parlamento com a presença do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes. Depois de ter afirmado que “o ministro da Saúde já não existe” e que o ministro das Finanças “tomou de assalto” o Ministério da Saúde, o deputado atirou a frase que marcou a manhã:

Face ao descalabro em que está instalado o Serviço Nacional de Saúde, a única atitude séria que se poderia esperar do senhor ministro da Saúde era a sua demissão hoje, aqui e agora.”

O deputado continuou com as críticas duras ao ministro. “Se o ministro da Saúde é um mero delegado do ministro das Finanças, é porque temos um primeiro-ministro irresponsável que o permite, que assiste impávido e sorridente à destruição progressiva dos serviços”, afirmou, acusando o atual Governo de ter transformado “o Serviço Nacional de Saúde no Serviço Nacional da Doença”.

12h30 — Rui Rio: Pedir demissão “não é o meu estilo”

O presidente do PSD, Rui Rio, encontrava-se em Beja na altura deste debate, num programa de comemoração do aniversário do partido que incluía, entre outros momentos, uma visita ao hospital. Questionado pelos jornalistas que acompanhavam a visita, Rui Rio respondeu que não viu o debate parlamentar. “Não foi assim que me contaram que aconteceu“, disse Rio, quando lhe perguntaram pelo pedido de demissão.

Os deputados do PSD perguntaram ao ministro da Saúde se ele não quer reequacionar a sua posição no Governo face ao facto de estar a dividir a gestão do Ministério da Saúde, na prática, com o ministro das Finanças. Têm saído notícias em que isso aparece muito claro”, sublinhou.

Os jornalistas ali presentes ainda insistiram na pergunta mais duas vezes. À primeira, Rui Rio disse que não é primeiro-ministro, e que “o primeiro-ministro é que tem de saber” se demite ou não um ministro. À segunda, quando questionado sobre se o PSD não poderia pedir a demissão do ministro, Rio desfez todas as dúvidas quanto à sua posição sobre o assunto, aparentemente desautorizando aquilo que Baptista Leite tinha dito de manhã: “Pode, mas não é propriamente o meu estilo“.

12h50 — Baptista Leite diz que não vê “dissonância” com Rio

Face à aparente contradição entre a posição de Baptista Leite, que apelou diretamente à demissão do ministro, e a de Rui Rio, que garantiu que pedir demissões não era o seu estilo, o Observador contactou o deputado social-democrata para saber se a posição do partido tinha sido concertada entre a bancada parlamentar e a liderança do partido.

O esclarecimento do deputado, porém, apenas adensou a confusão. Primeiro, Baptista Leite disse que o que quis dizer no Parlamento foi que “o senhor ministro tem de avaliar se tem condições para continuar”, já que não tem assumido o papel de liderança no Serviço Nacional de Saúde, deixando para o ministro das Finanças”. Questionado sobre se, sendo assim, estava a voltar atrás relativamente ao que tinha dito de manhã, Baptista Leite negou: “Reitero e subscrevo o que disse de manhã, a direção da bancada do PSD subscreve e o presidente do partido não contraria”.

Mas, confrontado com as declarações de Rui Rio sobre não ser o seu “estilo” pedir a demissão de um ministro, Baptista Leite garantiu que não vê “qualquer dissonância” entre a bancada parlamentar e o líder do partido. Isto porque, defende o deputado, o que a bancada parlamentar fez foi sugerir ao ministro que “equacionasse a demissão”. “Quando o PSD quiser fazer um pedido de demissão direta, fará.”

14h00 — Adão Silva: “Não há um pedido de demissão, insisto”

A quarta (e, para já, última) intervenção do PSD sobre este assunto foi do vice-presidente da bancada social-democrata, Adão Silva, que falou à comunicação social no Parlamento. Procurando colocar um ponto final na discussão, garantiu: “Não há um pedido de demissão, insisto. Há uma sugestão ao ministro da Saúde para que, em função das circunstâncias, repense a sua presença no Governo. Não há aquela ideia que está a perpassar na comunicação social de que o PSD pede, exige, impõe, reclama a demissão”.

Não é, nunca foi essa a ideia. Friso mais uma vez. Perante as situações que estão a acontecer, que são inequívocas, no campo da degradação da saúde em Portugal e perante este fenómeno que hoje se conheceu num caso concreto, que tem a ver com oncologia pediátrica no Porto, em que o Ministério das Finanças se sobrepõe ao Ministério da Saúde, o que houve foi uma sugestão para que o ministro da Saúde repense muito bem o que é que está a fazer no Governo, no Ministério da Saúde, que claramente não controla”, afirmou Adão Silva.

O vice-presidente da bancada parlamentar social-democrata aproveitou para garantir que os deputados do PSD estão “plenamente sincronizados com o presidente do Partido Social Democrata”.