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domingo, 13 de maio de 2018

Dr ACtivism, o homem que invadiu o palco para gritar por “liberdade”

12/5/2018, 22:24

Durante a atuação do Reino Unido, um homem subiu ao palco, roubou o microfone e pediu "liberdade". Foi retirado por seguranças e a performance prosseguiu. País decidiu que não vai atuar segunda vez.



O momento em que a atuação do Reino Unido foi interrompida por um espectador a invadir o palco

AFP/Getty Images

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A final da Eurovisão decorria sem percalços até que um homem invadiu o palco durante a atuação de SuRie, a concorrente do Reino Unido. O fã correu em direção à cantora e retirou-lhe o microfone. Segundo a BBC, terá dito, em inglês: “Nazis da imprensa do Reino Unido, nós queremos liberdade”. Não demorou mais do que alguns segundos até ter ser arrastado para fora do palco por um segurança. SuRie, que ficou durante alguns momentos sem microfone, aplaudiu a prontidão com que a equipa de segurança atuou.

Manu Little Monster @manulitlmonster

This is the moment. Anyone knows what he said? #Eurovision

20:59 - 12 de mai de 2018

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De acordo com quem assistiu à cena, junto à frente de palco, o homem foi levado para uma sala por seguranças e polícias. Perante o incidente, a realização da dirigiu o foco para a plateia, voltando ao palco quando a cantora já tinha recuperado o microfone e voltado a cantar. Não é ainda conhecida a identidade do homem ou os motivos que o levaram a interromper o espetáculo, mas organização informou que o fã foi entretanto detido.

No Twitter, foram vários os fãs que comentaram a invasão do palco durante a atuação da concorrente britânica. “Respeito pela Surie que manteve a postura apesar da interrupção”, escreveu uma utilizadora. Um utilizador frisou que a cantora “respondeu da melhor maneira possível” e que soube lidar bem com a situação. A escritora britânica J.K. Rowling, que está a acompanhar atentamento o evento em direto e a comentá-lo na rede social, escreveu: “Aquele é o pior pesadelo de todas as pessoas que já estiveram em cima do palco e deve ter sido assustador, mas que pro, que recuperação”.

J.K. Rowling

@jk_rowling

That was everyone who's ever been on stage's worst nightmare and it must have been scary, but what a pro, what a recovery @surieofficial #Eurovision

20:58 - 12 de mai de 2018

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Homem que invadiu o palco é filósofo, DJ e MC

De acordo com o jornal britânico The Sun, o homem que invadiu o palco é conhecido por Dr ACtivism e apresenta-se como filósofo, ativista, DJ e MC. Esta não terá sido a primeira vez que invadiu um palco. Em abril de 2017, terá invadido também a edição britânica do The Voice, tendo depois alegado que os seguranças do programa televisivo quase lhe partiram o pescoço. Já este ano, parece que repetiu a proeza nos National Television Awards. Além da mesma t-shirt, o invasor usava, nessa noite, o mesmo lenço na cabeça. Segundo o mesmo jornal, Dr ACtivism já terá escrito um livro com o título The Workings of The U.K State Mafia, palavras que podem facilmente ler-se na t-shirt preta que vestia quando entrou no palco da Eurovisão.

Vencedora do Festival Eurovisão e PM de Israel anunciam que Jerusalém acolhe edição de 2019

A vencedora da 63ª edição do Festival Eurovisão da Canção, a israelita Netta, disse que em 2019 o concurso será em Jerusalém. Netanyahu disse o mesmo, mas a organização não confirma.

MIGUEL A. LOPES/EPA

Autor
  • Agência Lusa
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A vencedora da 63.ª edição do Festival Eurovisão da Canção, a israelita Netta, disse hoje que em 2019 o concurso será em Jerusalém, algo que o primeiro-ministro do país também afirmou, embora a organização não confirma.

“Para o ano em Jerusalém!”, afirmou Netta no palco da Altice Arena, em Lisboa, momentos depois de se ter sagrado vencedora do concurso. Entretanto, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyhau, através da sua conta oficial na rede social Twitter, disse o mesmo.

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Benjamin Netanyahu

@netanyahu

נטע, את כפרה אמיתית. הבאת הרבה כבוד למדינת ישראל! לשנה הבאה בירושלים!

23:46 - 12 de mai de 2018

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“No próximo ano em Jerusalém”, lê-se numa publicação partilhada pouco depois das 00h00 de hoje, acompanhada de um vídeo com a consagração de Netta.

No entanto, no final da conferência de imprensa com a vencedora, o supervisor executivo do Festival Eurovisão da Canção, Jon Ola Sand, disse que ainda “não foi definida cidade nem data”.

“Vamos a Israel em breve para discutir a próxima edição. Divirtam-se que em breve começa o trabalho a sério”, afirmou, dirigindo-se ao chefe de delegação de Israel, a quem entregou uma “‘pasta de boas-vindas’ com informação inicial”.

Israel venceu no sábado à noite a 63ª edição do concurso, com a cantora Netta e o tema “Toy”, sendo por isso o país anfitrião da próxima edição.

Jon Ola Sand deslocou-se também à conferência de imprensa para entregar um troféu a Netta. “Ouvi dizer que se partiu e trouxe um novo”, disse à vencedora, congratulando-a, bem como “a toda a equipa”.

Israel acolheu o Festival Eurovisão da Canção em 1979 e em 1999, por ter vencido nos anos anteriores.

Em 1980, embora tenha vencido em 1979, o país declinou a oportunidade de organizar o concurso pela segunda vez seguida, acabando por passar para a Holanda.

Os israelitas comemoram na segunda-feira 70 anos do nascimento do Estado de Israel, proclamado em 14 de maio de 1948, pelo presidente do Conselho nacional judaico, David Ben Gourion, na sequência do fim do mandato britânico na Palestina.

Sete décadas depois, o Estado judaico celebra a sua fundação com um novo alento, enquanto permanecem bloqueadas as conversações de paz internacionais para um acordo global e que deveriam implicar uma solução de dois Estados, judeu e palestiniano, que conviveriam lado a lado e com capital cada um numa das duas partes de Jerusalém.

No final de dezembro, os Estados Unidos do Presidente Donald Trump, principal aliado de Isarel, decidiram reconhecer Jerusalém como capital indissolúvel do Estado hebraico, originando fortes protestos entre os palestinianos e a reprovação internacional.

A transferência da embaixada norte-americana de Telavive para a “cidade eterna” está prevista para 14 de maio.

Eurovisão, um epílogo

13/5/2018, 1:28

Depois dos píncaros, caímos pelo Olimpo abaixo. A Eurovisão, versão Lisboa, pôs as coisas no devido lugar, consagrou um favorito e deixou poucas saudades.

A israelita Netta venceu com "Toy", uma das canções favoritas das casas de apostas

Getty Images

Autor
  • Pedro Vieira
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Verdade seja dita, até 2017 ninguém poderia sequer sonhar com uma edição da Eurovisão organizada em Lisboa, com o Pavilhão Atlântico (sim, estou a evitar o product placement) a servir de palco carregado de robôs, de luzes, fogo cuspido e lantejoulas endemoninhadas. O que é facto é que a aposta arriscada de pessoas como Gonçalo Reis, Daniel Deusdado e Nuno Artur Silva, que resolveram redesenhar o evento a nível local, acabou por transformar a participação portuguesa do ano passado numa espécie de cisne negro, de evento único e improvável, com um desenlace de sonho, entre festejos do Benfica, o centenário de Fátima com direito a Papa e os irmãos Sobral a sentarem-se no iron throne de Kiev, com uma canção plena de sobriedade.

Um ano volvido, a responsabilidade e os nervos passaram dos ombros dos manos Salvador e Luísa para as costas da televisão pública, a braços com uma mega-operação logística e financeira. E se em termos de televisão pura e dura pudemos todos testemunhar o desembaraço a roçar o brilhantismo das emissões durante a semana — duas semi-finais e o desenlace dramático desta noite — no que diz respeito a finanças, muito se falou sobre os milhões de euros que a RTP teve de desembolsar para levar o azeite a bom porto. De tal forma que, muito provavelmente, o canal público terá de recuar na negociação dos direitos da Champions League e de repensar a estratégia na área da ficção de produção portuguesa. Mas nestes casos a fronteira entre despesa e investimento é muito ténue, até porque há um retorno para o país e para os cofres das finanças que é difícil de mensurar; um retorno que se adivinha muito positivo, graças ao impacto que este certame (pelava-me por usar a palavra certame numa crónica) tem no mundo inteiro. Porque organizar uma edição da Eurovisão é , no essencial, viajar à boleia de uma gigantesca campanha de publicidade em benefício do país organizador, que inevitavelmente irá potenciar receitas turísticas e impostos indirectos, visibilidade sem par e até imensas sinergias (conferir uso da palavra certame). Adiante.

Depois da conjugação quase surrealista de factores em 2017, o Futebol Clube do Porto voltou ao seu lugar natural de campeão nacional de futebol. O Papa Francisco não deu um ar da sua graça, sendo substituído pelo Fernando “Macaco” Madureira nas reportagens sobre peregrinos a caminho de Fátima. E a canção portuguesa despistou-se no palco, nos mentideros dos júris e no televoto. Tudo normal, portanto. Repare, caro leitor. Eu sinto um certo conforto neste regresso à normalidade, porque às vezes a mudança é uma estafa física e sobretudo emocional. Não era possível continuarmos a amar pelos dois. Ou por outros quaisquer. Razão pela qual o nosso “Jardim” se eclipsou entre coreografias arrojadas, pirotecnia e vozes sem tino, sem que ninguém desse pela sua falta. Resultado: 39 pontos e último lugar na classificação. Até o Rui Bandeira fez melhor em 1999, numa final curiosamente organizada por Israel. Depois de subirmos aos píncaros, esta lanterna vermelha dói um pouco, até porque recebemos toda a gente com simpatia e denodo, mas pronto, faz parte do jogo. E do ADN português na Eurovisão.

Quanto ao concurso, o kitsch voltou a ser rei e senhor, mais piromania, menos piromania, com a diferença de que desta vez a estratégia low-finão resultou. Desculpa, Salvador, mas por vezes a música é mesmo só fogo-de- artifício. E a vitória da israelita Netta é disso exemplo. Pelo meio também houve uma comandita de vikings pela paz, um Nosferatu ucraniano (que infelizmente abandonou o registo mudo), uma espécie de hip-hop checo capaz de arrepiar o cabelo impecável de Milan Kundera, uma actuação burlesca e Eurovisão-vintage pelos moldavos, um norueguês apaixonado pelo air violin e pela air guitar, e até uma invasão inédita de palco, que ia arruinando o desempenho e a reputação do Reino Unido. Uma espécie de Brexit, digamos, mas sem Nigel Farage, o que até abona a favor da invasão. No final, venceu “Toy”, uma das canções favoritas das casas de apostas, e oriunda de um país com muitos pergaminhos no festival. Afinal, esta foi a quarta vez que Israel venceu, depois da dobradinha 78/79 e do sucesso mais ou menos inesperado de Dana International há 20 anos.

Uma coisa é certa: Salvador pôde contar com um ocaso eurovisivo de gabarito, graças ao dueto com Caetano Veloso, e o investimento dos famosos milhões mostrou-se plenamente justificado quando pusemos os olhos na voz de Mayra Andrade. É muito provável que esse tenha sido o melhor momento musical da noite, embora a Eurovisão tenha pouco a ver com isso. Em 2019, a caravana de fãs, lantejoulas e canções no limite do audível segue rumo ao Negev. Por cá fica o deserto de pontos e a saudade boa de uma aposta certa. Olha, como se diz na terra dos manos Sobral, estamos todos de parabéns.

Já nem se enxergam...

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Eduardo Louro

  • 12.05.18

Resultado de imagem para jornalistas

O antigo director de um jornal tido por de referência, que há dois anos mantém na gaveta os Panama Papers, revelou esta semana um segredo que guardou duante nove anos, quando disse na SIC Notícias (que entretanto retirou o vídeo da rede), que recebeu de Sócrates, para publicar, uns mails trocados entre jornalistas do Público. E disse que não os publicou por não lhe ter sido permitido revelar as fontes, próximas do primeiro-ministro...

No mesmo programa, o mesmo corajoso e impoluto jornalista que guardou para si durante 9 anos e não deu noticia de facto tão relevante como um primeiro-ministro ter violado correspondência privada entre jornalistas para manipular informação em proveito próprio, desancou de alto a baixo na jornalista Fernanda Câncio pela posição pública que agora assumiu.

Isto está tudo mais podre do que se podia imaginar. Já nem se enxergam. Já nem sentem o próprio cheiro...

sábado, 12 de maio de 2018

Entre as brumas da memória


Há também o futebol

Posted: 12 May 2018 11:07 AM PDT

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Eutanásia?

Posted: 12 May 2018 11:35 AM PDT

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O Rei parece vestido

Posted: 12 May 2018 03:06 AM PDT

José Pacheco Pereira no Público de hoje:

«Custa-me acrescentar mais água ao mar de palavras que as entrevistas e intervenções do Presidente da República têm suscitado, porque, com toda a franqueza, não me parece terem nada de relevante. Talvez porque não haja muito sobre o que falar.

Comecemos pelo princípio: por que razão o Presidente, que já fala muito todos os dias e produz um metadiscurso quotidiano sobre tudo o que acontece, resolveu dar uma série de longas entrevistas a vários órgãos de comunicação social? Aconteceu algum drama político, existe uma qualquer crise previsível a curto prazo, há alguma tensão escondida nalgum lado que precise da sua palavra para deixar de ser tensão? Não e não e não.

Talvez porque, como a sua natureza de comentador tenha horror ao vácuo, ele perceba que está a mergulhar nele, com a continuidade de um ciclo político no qual o seu papel acaba por se centrar nas questões “fracturantes”, um pouco como o Bloco de Esquerda. Talvez porque desde os incêndios ele não tem estado no centro dos acontecimentos por muito que fale. E talvez seja por isso mesmo que recorrentemente volta a falar dos incêndios, acabando por produzir numa das entrevistas a mais absurda das afirmações, a de que não se recandidataria, caso se repetisse o que aconteceu nos grandes incêndios do ano passado. O que é que tem uma coisa que ver com a outra? Para além de que é muito pouco provável que se repita a tragédia do ano passado — ou seja, o Presidente vai-se recandidatar —, significa a frase que considera nula a sua influência sobre o Governo, que não faz nada do que o Presidente pediu, ou considera que, como procedeu nesses meses todos como se fosse ele o chefe do Governo, assumiria a responsabilidade pessoal pela repetição da tragédia? Não se percebe.

Como também não se percebe o seu discurso sobre os perigos do populismo, um pouco out of the blue. Sim, sem dúvida que os riscos do populismo estão a crescer em toda a Europa, mas em Portugal o populismo nunca conseguiu ter um rosto e um movimento que penetrasse no escudo partidário, em que as fraquezas dos partidos são também uma força. Aliás, a maioria das prevenções que fez, aplicar-se-iam em primeiro lugar a ele próprio, que é o único que em Portugal está numa posição de popularidade com base pessoal, e no exercício “afectivo” que tem feito da Presidência, isso, sim, típico do populismo. Para além disso, o Presidente tem uma longa história de, em determinadas matérias, ter sido sempre um defensor de posições populistas em matéria de sistema político, desde quando era comentador. Uma dessas matérias é perigosíssima e diz respeito às questões de Justiça, em que o Presidente não está muito longe do CDS quanto à celeridade da Justiça à custa dos direitos dos acusados, nem do Bloco de Esquerda, quanto ao segredo bancário e à inversão do ónus da prova.

Por último, no meio de dezenas de frases, vieram os habituais recados aqui transmitidos pela imprensa, mas que o Presidente não se tem coibido de dar a toda a gente com quem fala. Um é de que se o Orçamento do Estado não for aprovado nem à esquerda, nem à direita, convocará eleições. Claro que sim, é natural que o faça, porque isso significa que o acordo político no qual assenta o Governo, em que essa é uma obrigação de todos os partidos que o subscreveram, perdeu a sustentação parlamentar. No momento em que o Orçamento for chumbado, há um ou mais partidos que não querem este Governo e ele terá de se ir embora para novas eleições. O Presidente não tem alternativa.

Neste contexto, António Costa respondeu sempre bem ao Presidente, o que nem sempre é fácil, visto que neste combate verbal o Presidente sabe-a toda. Mas Costa disse duas coisas mortíferas para esta logomaquia presidencial e que não tenho dúvidas deixaram o Presidente mais furioso do que o habitual. Uma de que “é muito difícil interpretar a arte moderna e nem sempre é possível interpretar os discursos modernos”. Esta foi no alvo e era menos tradicional. A outra, mais comum e menos original, mas que também é má para o Presidente, é a de que “o Presidente da República não manda recados pela imprensa”. Claro que manda por todos meios.

O Presidente é muito narcisista, como todos sabemos, e suspeita que Costa se possa sair melhor destes tempos do que ele. E sabe melhor do que ninguém que os “afectos” não duram muito e não ficam na história. Por isso, responde à ameaça de vazio da única maneira que conhece: falando. Só que a fala gasta-se.»