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terça-feira, 29 de maio de 2018

Imigrante ilegal, negro, islâmico e herói nacional

Novo artigo em Aventar


por João Mendes

Mamadou Gassama é um dos milhares de imigrantes que, todos os dias, arrisca a vida para escapar de um qualquer inferno na Terra, a bordo de uma embarcação frágil e sobrelotada. No caso de Mamadou, foi o Mali, um dos países mais pobres do planeta, apesar de dono da terceira maior reserva africana de ouro.

O Mali é um estado secular, de maioria muçulmana. Ainda assim, existem algumas zonas no norte do país onde a sharia se substitui à lei, o que equivale a dizer que um conjunto de fanáticos interpreta o Corão como lhe apetece e aplica amputações, apedrejamentos até à morte e outras formas de tortura e extermínio. Não sei se Mamadou vivia no norte do país, mas eu nem no sul queria estar, com malucos daqueles à solta. Fugia dali, como o maliano fez. 

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para onde vai pedro passos coelho?

Novo artigo em BLASFÉMIAS


por rui a.

mw-860

Nada escrevi acerca do debate travado entre Adolfo Mesquita Nunes e Vasco Pulido Valente, sobre o tema «para onde vai a direita», que teve lugar na semana passada no Grémio Literário. Não estive lá, mas li o magnífico texto que lhe dedicou o José Meireles Graça, mais do que suficiente para uma aproximação ao que por lá se passou. A dedicar-me ao assunto tenderia a dizer o óbvio, que seria redundante: que não há, de momento, um pensamento político e estratégico de direita em Portugal, se por esta for entendido qualquer coisa que escape ao estatismo social-democrata/socialista mainstream, que tem orgasmos múltiplos e prolongados com as «vitórias económicas da geringonça e do Cristiano Ronaldo das finanças», esta semana orgiacamente festejados, «ambos os dois», na Batalha. Como diria também que a nossa tradição direitista em Portugal não é liberal, limitando-se a versões adocicadas de uma democracia-cristã situada entre o beato e o iliberal, o que não me fascina. E acrescentaria ainda que, por muita consideração que tenha pelos dois, que a opinião de um homem estruturalmente avesso ao primado do mercado e de outro que está partidariamente comprometido ao mais alto nível, sempre me mereceriam alguma reserva sobre as conclusões que pudessem retirar num tema como este, por mais interessante que fosse – como certamente foi – o debate.

Acresce ainda que todos os momentos de direita que o país teve, desde o começo do século passado, foram pouco agradáveis e quase sempre terminaram muito mal. Sidónio quis implantar uma ditadura e pagou-a com o próprio sangue; Salazar criou um regime de repressão e de isolamento asfixiante do país e das pessoas; Marcello Caetano criou expectativas que não cumpriu, e acabou dentro de uma chaimite empurrado pela populaça; Sá Carneiro morreu sem ter concluído um ano de governo da AD; dos governos seguintes de Balsemão e Freitas o melhor é nem falar; Cavaco Silva recebeu toneladas e toneladas de dinheiro de Bruxelas para criar o novo «homus cavaquensis», um irredutível e intrépido empresário lusitano que nos deixou um governo liderado por António Guterres; Barroso comprometeu-se a tirar o país do socialismo e pôs-se a andar para Bruxelas assim que pode, legando-nos, em seu lugar, o seu delfim e ex-presidente do Sporting Clube de Portugal, Pedro Santana Lopes.

Neste contexto, discutir uma coisa que não existe ou que, quando aparece, é pouco mais do que desagradável, não se recomenda a ninguém. Mas, sabendo-se que «em terra de cegos quem tem olho é rei», Vasco Pulido Valente disse, pelo que li no texto do Zé, o óbvio ululante: a direita portuguesa tem um «líder natural» que está, de momento, na reserva. De modo que este debate poderia ter tido outra designação: «Para onde vai Pedro Passos Coelho?». Nas últimas décadas, apesar da experiência governativa de coligação com Paulo Portas e o FMI a que teve de sujeitar-se, Passos foi a única coisa a aparecer na direita à margem do pensamento socialista e estatista que sempre a caracterizou. É por isso que é ele – e não o PSD, muito menos Rui Rio – que o PS e António Costa continuam a temer. Porque é dele que pode vir uma verdadeira alternativa ao que está. De resto, o móbil do congresso socialista da Batalha deste último fim-de-semana, foi-lhe inteiramente dedicado: «o PS provou que também sabe de economia e finanças públicas».

Neste seu interregno, Pedro Passos Coelho que reflicta como se pretende voltar a presentar ao país. Não terá terceira oportunidade.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Entre as brumas da memória


Dica (763)
Posted: 28 May 2018 11:44 AM PDT
«Separados à nascença, unidos pela vida: PCP & CDS. A união de facto é linda, e quem sou eu para me meter na vossa intimidade. Da mesma forma, quem são vocês para se meterem na minha?»
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Posted: 28 May 2018 08:54 AM PDT
Recordo a data quase todos os anos, não só para preservar a memória, mas porque deixou marcas que ainda hoje sofremos na pele – conscientemente ou nem por isso.
Em 1926, um dia terrível e decisivo na nossa História marcou o fim da 1ª República e esteve na origem do Estado Novo. Todos os anos havia comemorações, mas duas ficaram na memória.
Foi num outro 28 de Maio, mais concretamente em 1936, no 10º aniversário da «Revolução Nacional», que Salazar proferiu um discurso que viria a ficar tristemente célebre: «Não discutimos a pátria...»
Ainda num outro aniversário – no 40º, em 1966 – o chefe do governo, então com 77 anos, viajou pela primeira vez de avião até ao Porto (entre os outros passageiros, acompanhado pela governanta) para assistir às celebrações que tiveram lugar em Braga.

Por onde anda a petição com 14 mil assinaturas contra a eutanásia?

EUTANÁSIA
Em 2017 o Parlamento recebeu uma petição com 14 mil assinaturas contra a eutanásia. Ferro diz que falta relatório de deputada do CDS, Nuno Magalhães reconhece demora, mas fala em trabalho exemplar.
MANUEL DE ALMEIDA/LUSA
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Em janeiro do ano passado, um movimento dinamizado pela Federação Portuguesa pela Vida dirigiu ao Parlamento uma petição contra a despenalização da eutanásia. Um ano e quatro meses depois, quatro projetos sobre o assunto vão a debate na Assembleia da República sem que aquela petição, que reuniu mais de 14 mil subscritores, tenha sido debatida em plenário — e sem que se preveja quando vai ser. Afinal, por onde anda a petição?

A tatuagem de um dragão, o dente de marfim e o sequestro a conta-gotas

28 Maio 2018

Carolina Branco
João Porfírio
Um português contratou quatro romenos para um assalto. O plano correu mal e a família foi sequestrada, com uso de tasers: dos avós à neta. A história mete a tatuagem de um dragão e um dente de marfim.
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Sentiu uma “pancada” no coração. “Assim, uma coisa no peito” como um “sinal” para voltar para casa. Diz que foi a Nossa Senhora de Fátima. “Sou muito devota dela”, explica com as mãos encostadas ao peito e já com a voz a tremer. “Deus estava a dizer-me: ‘Vai-te embora, Laura. Vai para casa'”, contou. Já se tinha sentado numa cadeira porque não se estava a sentir bem. Como era habitual, tinha ido para a horta com o marido, o João ou “senhor João das moedas”, como é conhecido no único café da freguesia de Cavernães, em Viseu.
— Ó João, vamos embora!
— Esta mulher ainda agora chegou. Está com muita pressa, hoje.
— Vamos embora, João.
— Pronto, vamos embora, mulher. Enquanto tu fazes o almoço eu vou podar os kiwis.