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sábado, 9 de junho de 2018

Como é triste, a trincheira onde jazem os restos do passismo

Novo artigo em Aventar


 

por João Mendes

Fotografia: Mário Cruz/Lusa@Renascença

Aparentemente, existem vários sociais-democratas incomodados com o facto de Rui Rio procurar entendimentos com António Costa, em áreas como os fundos comunitários, a descentralização ou a Saúde, acusando a nova liderança do PSD de se encostar em demasia ao governo. Para estes, a negociação política e a convergência, em áreas fundamentais para a sociedade portuguesa, são motivo de preocupação, pois, como todos sabemos, o apocalipse tende a dar o ar da sua graça quando os partidos políticos com assento parlamentar chegam a consensos. E viveram orgulhosamente sós para sempre!

As notícias falsas ao mais alto nível

por estatuadesal

(Carlos Esperança, 07/06/2018)

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Quem acreditava num módico de honradez dos chefes de Estado e de Governo de países estimáveis, ficou destroçado com as armas químicas que Bush, Blair, Aznar e o mísero mordomo inventaram para invadir o Iraque.

As armas químicas tinham, aliás, existido e sido usadas por Saddam contra os curdos, e a proveniência era de quem o acusou e sabia que já não existiam. Esvaiu-se a reputação dos referidos políticos e a confiança em que o enorme poder devia adequar um mínimo de ética.

Hoje, uma década depois da invasão do Iraque, não paramos de nos surpreender com as mentiras, e de pôr em dúvida eventuais verdades.

Na Síria, após sete anos de guerra, 350 mil mortos e mais de 3 milhões de deslocados, a acusação a Bachar Al-Assad, de ter usado armas químicas, que usara no passado, para a retaliação adrede preparada, foi decerto falsa, pois tanto os radicais do Estado Islâmico (DAESH), como os da Al-Qaeda, designada Jaysh al-Islam, também as possuíam e as utilizaram em vários momentos. Esta informação foi dada por Erdogan, “califa” turco, em plena conferência de imprensa, irritado pela pergunta de um jornalista sobre o financiamento das atividades do Daesh, no Iraque e na Síria, responsabilizando os americanos (TV France 24, 15-03-2018).

O caso do espião Skripal e filha, num cenário de conflito entre o Ocidente e a Rússia, foi uma acusação cujo ónus da prova continua a ser do Reino Unido para descrédito da Sr.ª May, ainda menos credível do que o frio e perigoso Putin, e depois de ter provocado a valsa dos embaixadores dos países da Nato.

Recentemente, a Ucrânia simula o assassinato de um espião e acusa outro País, no caso, a Rússia. Esta desmente, a UE solidariza-se contra a Rússia, e o presidente declara que foi genial o embuste. O aldrabão ucraniano gabou-se e a UE rumina a humilhação.

Depois disto, alguém se admira de que a dúvida paire sobre a acusação à Rússia quando o avião do voo MH 17 foi derrubado por um míssil, ao sobrevoar a Ucrânia, em 2014, causando 298 mortos? Sobre a origem do crime continua a pairar a dúvida.

Quando os líderes dos países considerados referência da nossa civilização se comportam como os que incriminam e se tornam também suspeitos, os eleitores preferem os biltres populistas, vendedores de utopias, aos categorizados mentirosos que descredibilizam os partidos tradicionais.

Esta é a tragédia em que mergulhou a Europa, em sucessivos saltos para o abismo.

A nossa cocaína caseira

por estatuadesal

(José Pacheco Pereira, in Público, 09/06/2018)

JPP

Pacheco Pereira

O que se segue são excertos do artigo da Wikipédia sobre a cocaína. Como este não é um artigo científico, posso citar a Wikipédia à vontade:

“A cocaína (...) é um alcalóide, estimulante, com efeitos anestésicos, utilizada fundamentalmente como uma droga recreativa. Pode ser aspirada, fumada ou injectada. Os efeitos mentais podem incluir perda de contacto com a realidade, um intenso sentimento de felicidade ou agitação. Os sintomas podem envolver aceleração do ritmo cardíaco, transpiração e dilatação das pupilas. Quando consumido em doses elevadas, pode provocar hipertensão arterial ou hipertermia. Os efeitos têm início alguns segundos ou minutos após a sua utilização e duram entre cinco e noventa minutos. (...) A cocaína é muito viciante, graças aos efeitos provocados (...) no cérebro. Existe um sério risco de dependência, mesmo se consumida por um curto período de tempo. A sua utilização aumenta ainda o risco de acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, problemas pulmonares em pessoas que a fumam, infecções sanguíneas e paragem cardiorrespiratória súbita. (...) No seguimento de administração repetida das doses, a pessoa pode ver diminuída a sua capacidade de sentir prazer e fisicamente sentir-se muito cansada.”

Interessante esta descrição, porque se aplica que nem um fato de latex — dizer que “nem uma luva” é antiquado — ao que se vai passar nos próximos meses. Aliás, ao que se passa já há vários anos, mas que agora conhece o ritmo galopante de uma epidemia, melhor, de uma pandemia: a pandemia do futebol. Tudo serve de pretexto para encher televisões — ainda o meio de comunicação mais importante —, em conjunto com toda a outra comunicação social, para termos uma overdose maciça de futebol, de droga, de cocaína. O que se passa nas chamadas “redes sociais” só consigo imaginar, visto que não ando por todos os locais mal frequentados, só alguns.

As escassas notícias que ainda conseguem penetrar entre os Brunos e as claques, os Vieiras e os “directores” e os “assessores jurídicos” e os porta-vozes, as fraudes e os pagamentos a árbitros e jogadores, os jogos manipulados, os negócios com as apostas, com a publicidade com os produtos do merchandising, as extorsões e espancamentos, são abafadas e mesmo assim parecem ser de mais. A fronteira que já não existe entre canais noticiosos e desportivos tornou-se uma competição para ver quem é que mais fala da bola. E as “audiências” viciam-se. Oh, se se viciam!

O futebol é a coisa mais parecida com a máfia que existe em Portugal — ou melhor, é a nossa máfia lusitana. Eles produzem a cocaína, muitas vezes em sentido literal, mas a rede de distribuição é a comunicação social. Como o negócio antigo das notícias não vende, o negócio moderno é tornar o futebol, como agora se diz, “incontornável”, ou seja, as pessoas não podem fugir dele, como os distribuidores de droga nas escolas, e ficam tão “agarrados” que já não sabem ver, ouvir e ler outra coisa.

O efeito é um círculo vicioso: só se tem audiências, ou seja, publicidade e negócios, se se passa futebol, senão as “audiências” circulam de canal em canal atrás da imagem do circo leonino, ou da sombra da prisão por cima dos encarnados, ou das memórias agora mais calmas do Apito Dourado, do Macaco e do “café com leite”.

É por isso que se pode reescrever o artigo da Wikipédia sobre a cocaína:

“O futebol é um estimulante, com efeitos anestésicos, utilizado fundamentalmente como uma droga recreativa, muito útil quando há pouco pão, para que haja muito circo. Pode ser visto, ouvido, lido, aspirado, fumado ou injectado. Os efeitos mentais podem incluir perda de contacto com a realidade, um intenso sentimento de felicidade ou de violenta agitação. Os sintomas podem envolver aceleração do ritmo cardíaco, transpiração e dilatação das pupilas, grunhidos, gestos obscenos, pinturas de guerra e porte de cornos na cabeça. Quando consumido em doses elevadas, pode provocar hipertensão arterial ou hipertermia ou definhamento da inteligência em geral. Os efeitos têm início dentro de alguns segundos ou minutos após a sua utilização e duram entre cinco e noventa minutos, pelo que é necessário estar sempre a ver televisão, a ouvir rádio, a ler jornais, a falar de futebol nos cafés, a discutir no emprego, em doses cada vez maiores.

O futebol é muito viciante, graças aos efeitos provocados no cérebro, que assume cada vez mais a forma de uma bola. Existe um sério risco de dependência, mesmo se consumido por um curto período de tempo. A sua utilização aumenta ainda o risco de acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, problemas pulmonares em pessoas que o fumam, infecções sanguíneas e paragem cardiorrespiratória súbita, violência doméstica, homofobia e outras filias. No seguimento de administração repetida das doses, a pessoa pode ver diminuída a sua capacidade de sentir prazer e fisicamente sentir-se muito cansada, e ter várias formas de impotência, a começar por cima e a acabar em baixo.”

Há muitas coisas que ajudam a estupidificar o país. Mas, nos dias de hoje, a mais eficaz é o futebol. Vamos todos para Moscovo de bandeirinha.

Ministro das Finanças alemão apoia criação de seguro de desemprego europeu

António Sarmento

11:02

O objetivo da criação do seguro seria para complementar as prestações de cada país em situações de crise económica, mas cujas verbas usadas fossem devolvidas pelos Estados-membros. “Sou apoiante da ideia de se complementarem os seguros de desemprego nacionais com um sistema de apoio para toda a zona euro. Um país no qual uma crise económica leva a que muitas pessoas percam o seu emprego, o que afetaria gravemente o seguro de desemprego nacional, devia poder usar dinheiro emprestado desse seguro comum”, afirmou Olaf Scholz, em entrevista à revista alemã “Der Spiegel”, hoje publicada.

O governante alemão sustentou que, “quando a recessão acabasse, esse país deveria devolver o dinheiro recebido, ao mesmo tempo que se esforçaria para tornar os seus sistemas de prestações sociais mais resistentes”.

Na entrevista, Olaf Scholz recordou a estratégia seguida pela Alemanha para ultrapassar a crise de 2008, na qual se protegeram postos de trabalho através de apoios estatais, medida que foi possível porque a Alemanha pôde recorrer a “reservas no seguro de desemprego que se acumularam nos tempos de boa conjuntura” económica.

De acordo com o responsável, também esta experiência poderia ser replicada na zona euro, com as reservas a serem destinadas ao tal seguro de desemprego europeu. A seu ver, falta solidariedade entre os países na zona euro.

Contudo, e tal como já havia defendido o seu antecessor, Wolfgang Schäuble, insistiu na criação de um imposto sobre as transações financeiras. Aludindo aos problemas existentes na União Europeia, rejeitou a existência de um excesso de diretivas, mas admitiu que se devia ter desenvolvido uma estratégia comum para problemas como a crise migratória.

Exportações aumentam 18,1% e importações crescem 13,1% em abril

8/6/2018, 16:47

As exportações aumentaram 18,1% e as importações cresceram 13,1% em abril em termos homólogos, acumulando subidas de 5,2% e 7,1%, respetivamente, no trimestre terminado em abril.

ANTÓNIO COTRIM/LUSA

Autor
  • Agência Lusa
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As exportações aumentaram 18,1% e as importações cresceram 13,1% em abril em termos homólogos, acumulando subidas de 5,2% e 7,1%, respetivamente, no trimestre terminado em abril, divulgou esta sexta-feira o INE.

Os dados reportados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) traduzem uma recuperação das exportações em abril face ao recuo homólogo de 5,4% registado no mês anterior, enquanto as importações aceleraram relativamente à variação de 0,7% verificada em março.

Segundo o INE, “estas evoluções refletem, em parte, efeitos de calendário, dado que abril de 2018 teve mais dois dias úteis que abril de 2017”.