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segunda-feira, 11 de junho de 2018

TIRANETES, MACACOS E JORNALISTAS

por estatuadesal

(Por Soares Novais, in A Viagem dos Argonautas, 10/06/2018)

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Avaliação dos professores

Novo artigo em Aventar


por António Fernando Nabais

[José António Fundo*]

Há, no meio educativo e das ciências da educação, muito conhecimento e trabalho sobre a avaliação educativa. Sobre a avaliação do processo de educar, da eficácia do trabalho realizado mediante os objetivos. Há metodologia, princípios, práticas estudadas.
Agora perguntem-me porque é que a avaliação dos professores, promovida de modo populista pelos políticos, ignora todo este conhecimento que existe sobre o assunto?
Porque insiste avaliar os professores como se fossem funcionários de um call center?
É fácil responder. A avaliação em vigor visa três objetivos:
1- Reduzir custos com os professores ao mesmo tempo em que se lhes exige mais trabalho (sobretudo paralelo às suas funções).
2- Dividir os professores e colocá-los em competição para que percam o mais possível a noção de classe e sejam incapazes de estar unidos em qualquer tipo de reivindicação.
3- Colocar a população contra os professores, considerando-os preguiçosos e incompetentes, entendê-los como despesa excessiva e prejudicial do estado.Não é eficaz a avaliação em vigor, porque não se centra na qualidade do trabalho docente ou da educação mas antes na estratificação dos professores, no acentuar do seu medo e subserviência a tarefas administrativas.

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A culpa é nossa!

Novo artigo em BLASFÉMIAS


por Cristina Miranda

Já pararam para reflectir porque razão temos tão fraca qualidade de governantes quer em Portugal, quer no resto do Mundo? E já repararam também que além de serem medíocres agem de forma irresponsável, sem ética, sem valores, corrupta e mentirosa como se fosse algo perfeitamente normal e aceitável sem sequer se esconderem muito? A explicação para esta podridão legalizada está em nós, cidadãos. Somos os culpados porque nos deixamos manipular por eles.

A primeira defesa contra os manipuladores é a tomada de  consciência da sua existência e questionar sempre tudo o que nos dizem ou apresentam como teoria ou explicação para uma determinada situação, seja de quem for. Quando não duvidamos estamos a abrir uma porta à manipulação que, se for bem feita, toma imediatamente conta do nosso pensamento, contaminando-o. Já não somos nós a tirar conclusões mas sim através dos manipuladores que de forma subtil usam o sentimento para provocar uma reacção emocional que nos vai condicionar o raciocínio lógico. É o caso dos "migrantes refugiados" que nos aparecem em botes sobrelotados em suposto "desespero", onde nos vendem um "resgate" que não o é, quando na verdade as ONG vão buscá-los à costa da Líbia, enquanto nem reparamos que quase não há mulheres, crianças ou idosos. Se fogem da guerra porque só vêm milhares de homens muito jovens? Pensem.

Questionar, duvidar, pesquisar enquanto houver dúvidas sobre uma determinada teoria oficial não é criar uma teoria da conspiração (se assim fosse, o MP e investigadores da PJ seriam uma organização legalizada de conspiradores). É demonstrar capacidade crítica independente. É  demonstrar força contra as manipulações governamentais que nos querem submissos e ignorantes. Os manipuladores querem que fiquemos satisfeitos com as "provas" que fabricam para nos sossegar ou levar a pensar o que eles querem e por isso sonegam informação. São os primeiros a proibir acesso a dados, a destruir prova, a censurar investigação independente e claro, a classificar como "conspiração" tudo o que sai do seu controle para descredibilizar quem faz investigação paralela.  Vejamos um exemplo em Portugal com Pedrógão Grande: Foi o não criada uma verdade alternativa dizendo que tinha sido a natureza a provocar aquela tragédia? Foi ou não verdade que impediram todos os organismos de revelar o número real de mortes? Foi ou não verdade que foi criado entraves ao acesso à informação sobre a tragédia para que fiquemos convencidos da versão oficial?  Foi ou não destruída prova na ANPC e INEM? Continuam ou não muitos mistérios por responder enquanto governo fala de "teorias de conspiração"?

Claro que este exercício não é fácil. Sobretudo se estivermos emocionalmente ligados a essas pessoas. É o caso da política quando é o "nosso" partido que governa; é o caso do futebol quando é o "nosso" clube que está a ser investigado; é o caso de um familiar ou amigo  quando é apanhado num acto ilícito. As ligações afectivas tornam-nos menos racionais. Logo, mais susceptíveis de manipulação. Colocar o coração de lado na hora de analisar uma situação, a frio, não é fácil mas também não é impossível. Para muitos será natural porque já nasceram com essa habilidade, para outros requererá treino. Contudo tem de ser feito. Porque a manipulação de massas é um facto como o descreve Noam Chomsky e todos os poderosos do Mundo a usam em seu benefício. Infelizmente para nós que não passamos de meros peões neste tabuleiro gigante prontinhos para sermos usados como lhes convém, sem olharem a meios para atingir fins.

As estratégias de manipulação de massas visam bloquear a capacidade crítica para manter o Mundo nas mãos dos poderosos do jeito que eles o idealizam: sob seu total controlo. Nós somos apenas vistos como carneiros estúpidos que eles julgam capazes de neutralizar. Despertar consciências para esta realidade é uma missão de muitos como eu que acreditam que a saída deste lodo político, desta podridão de gente nos governos  só acaba com a mudança nos cidadãos. Aprender a exigir, responsabilizar e depois condenar  e correr a ponta pé esta corja, é vital para a sobrevivência das sociedades.

A culpa é nossa, só nossa,  que aceitamos tudo o que nos é dito sem contestação, que não duvidamos nem questionamos nada. Se queremos mudança temos de  promovê-la começando desde já a mudar a forma como olhamos para os políticos, sejam eles de que partido forem. Não podemos sonhar com melhores resultados se continuarmos a insistir nos mesmos erros.

Entre as brumas da memória


Dia de Portugal

Posted: 10 Jun 2018 09:56 AM PDT

Se a existência deste dia tem alguma utilidade, quando será que temos um presidente da República que os tenha no sítio (pardon my French…) para mudar a data para 25 de Abril?

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Esta Europa ainda vai ser uma imensa Itália

Posted: 10 Jun 2018 07:30 AM PDT

«A Itália, fundadora da UE e a sua terceira maior economia pós-Brexit, foi um retrato feliz do pós-guerra: um sistema bipartidário consolidado, uma economia criativa e exportadora, um deslumbramento europeísta. Agora, com vinte anos de euro, regista um PIB per capita menor do que o do virar do século, ainda não recuperou da recessão de há uma década, acumula a terceira maior dívida pública do mundo, o seu sistema político desagregou-se e tornou-se o país mais eurocético. Alguém ainda insiste em dizer que não há um sintoma italiano?

Tudo ia correr bem

Já ninguém se lembra, nem os próprios, mas alguns europeístas rejubilaram com a eleição italiana de março. O 5 Estrelas era então apresentado como um partido inclinado a aliar-se a Renzi e ao Partido Democrático, portanto confiável no seu institucionalismo europeu.

O facto é que o Governo italiano, com a aliança entre os protofascistas da Liga e os calculistas do 5 Estrelas, demonstrou ser uma ameaça para os imigrantes, o primeiro alvo, e para os trabalhadores, a segunda vítima. Na mistura inviável de ideias copiadas dos catálogos neoliberais, salgadas com algum pastiche eleitoralista, destaca-se o IRS plano de 15 ou de 20%, favorecendo os mais ricos, tudo puro Trump. Outras promessas, como a de um Rendimento Básico a 780 euros, prometido para todos, mas agora restrito a uma parte da população e sugerindo a contrapartida de mercantilização dos serviços públicos, são puro Friedman. Se assim falha nas contas e se resulta nas ameaças, o Governo Conte é uma impossibilidade obtusa mas um risco democrático.

No fim ganha sempre a Alemanha

Ao chegar aqui, a Itália deve queixar-se de um dos monstros da UE, a União Bancária, que agravou as assimetrias e os riscos globais. Essa União foi imposta sem garantia comum de depósitos, mas não sem um cálculo preciso: ficam de lado os bancos regionais alemães e protege-se o seu campeão, o Deustche Bank. As duas decisões são erradas, mas no fim do jogo ganha sempre a Alemanha.

A União Bancária só foi aprovada depois da recapitalização da banca da Europa central. Por exemplo, ao grupo Hypo Real Estate o Governo alemão deu uma garantia de 145 mil milhões, que já custou mais de 20 mil milhões. Nenhum outro governo pode agora fazer o mesmo. Outras regras são instrumentais: dos 417 bancos regionais alemãs, que representam 22,3% do total do crédito no país e que estão muito ligados ao partido de Merkel, só um está submetido à supervisão do BCE.

O caso do Deutsche Bank é também esclarecedor. Como as autoridades europeias não cuidam do risco de mercado, só de risco de crédito, ignoram as ameaças sistémicas. Protegem assim o maior banco europeu, de pés de barro. A autoridade europeia de supervisão reconheceu mesmo que “nem sequer foi perguntado qual era o valor (real) dos seus derivativos em carteira” (o valor nocional é de 42 milhões de milhões de euros), porque acha que essas perguntas são indelicadas. Mas a Itália pode queixar-se das dificuldades de negociar com as autoridades europeias a salvação de alguns dos seus bancos, ou de ter reduzido o valor do seu sistema financeiro em 35% entre 2015 e 2016.

O desmantelamento de Itália

Com 426 mil milhões de dívida ao Eurosistema (o saldo devedor no Target2), a Itália é um exemplo de como a ação do BCE favoreceu os mercados financeiros alemães. As compras de ativos pelo Banco de Itália, no âmbito do programa do BCE, resultam em transferências de liquidez para a Alemanha, que tem um saldo positivo de um bilião de euros. Por isso, o banco JP Morgan sugeriu, num estudo surpreendente, que a melhor solução para Itália seria sair do euro.

O raciocínio é este: com a moeda única, nenhuma economia em dificuldades pode monetarizar a dívida ou usar a depreciação cambial, só pode usar a anulação de dívida ou a desvalorização interna. A Grécia usou pouco a primeira e muito a segunda, o resultado é lamentável. Ora, a Itália tem uma posição líquida de investimento internacional pouco negativa e por isso uma medida drástica de saída do euro atingiria mais as outras economias do que a sua. Segundo o banco, o euroceticismo italiano é então justificado e razoável.»

Francisco Louçã

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10.06.1978 – «Quem seria eu?»

Posted: 10 Jun 2018 02:43 AM PDT

Jorge Falcato, deputado do BE, foi uma das vítimas dos acontecimentos de há 40 anos. A notícia completa pode ser lida neste Diário de Lisboa.

Deixou hoje este texto no Facebook:

QUEM SERIA EU?

Há 40 anos o guarda Amadeu, depois de ter esgotado as munições da sua pistola, recarregou-a com um novo carregador. Esgotou de novo as munições e foi buscar uma G3 a um carro patrulha que, entretanto, tinha chegado.

Foi com essa G3 que me atingiu e mudou a minha vida.

Quem seria eu se o guarda Amadeu não fosse o filho da puta que era (ou será ainda)?

Eu tinha uma filha com 13 dias.

Tinha imaginado muita coisa que deixou de ser possível.

Passear no campo com ela. Explorar montes e vales. Correr na praia.

Quem seria eu hoje?

Seria o mesmo que era, mas… teria tido uma vida muito diferente.

Descobri nessa altura que a deficiência nos limita. Nos limita porque quando temos uma deficiência, ou a adquirimos, passamos à condição de cidadãos de segunda.

Cidadãos de segunda a quem são negados direitos tão básicos como o direito à educação, ao trabalho, à fruição das cidades, à vida. Em igualdade de circunstâncias com os “cidadãos de primeira”.

Pessoalmente nem me posso queixar porque fui um privilegiado. Acabei o curso, tive emprego.

Mas quem seria eu?

O mesmo que era, mas sem ter vivido muito do que poderia ter vivido se não andasse de cadeira de rodas.

Passados 40 anos, dou comigo a pensar no que não vivi. No que me impediram de viver. Das experiências que não tive.

Dos montes e vales que não percorri.

Das praias em que não corri com as minhas filhas.

É verdade, dei comigo a pensar no que poderia ter vivido se não fosse um cidadão de segunda, mas também dou comigo a pensar no tanto que há por fazer para que as pessoas com deficiência possam viver plenamente.

A fotografia tem 40 anos.

Era 10 de Junho, ao fim da tarde, no Hospital de Santa Maria

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G7 + 1?

Posted: 09 Jun 2018 04:14 PM PDT

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domingo, 10 de junho de 2018

Primeiro-ministro defende que a Europa pode combater ataque aos “valores humanistas”

HÁ 2 HORAS

O primeiro-ministro defendeu que a Europa assume um papel importante como promotor de consensos, numa altura em que o mundo enfrenta novos desafios, que colocam em causa "valores humanistas".

ANTÓNIO ARAÚJO/LUSA

Autor
  • Agência Lusa
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O primeiro-ministro, António Costa, defendeu este domingo que a Europa assume um papel importante como promotor de consensos, numa altura em que o mundo enfrenta novos desafios, que colocam em causa “valores humanistas”.

É preciso uma Europa forte para que objetivos tão importantes como o cumprimento do Acordo de Paris seja possível, para que a liberdade comece e possa persistir, para que os valores humanistas que recusam a construção de muros continuem”, salientou.

António Costa falava, em Ponta Delgada, à margem das comemorações do 10 de Junho, depois de questionado sobre o facto de o Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, se ter dissociado do comunicado final da cimeira do G7, este sábado.

Para o primeiro-ministro é preciso combater desafios que se julgavam já “enterrados no passado”, como o naturalismo e as barreiras à liberdade de comércio e à circulação de pessoas, que não se colocam só nas relações com os Estados Unidos, mas com outros países, inclusive dentro da Europa.

Tudo o que se passa no mundo demonstra bem que nós precisamos de uma Europa cada vez mais forte, uma Europa que seja capaz de ser um motor de consenso, uma ponte de ligação entre todos e não um corpo que se isole”, frisou.

António Costa defendeu ainda que Portugal tem um “enorme contributo a dar”, salientando que não se deve “confundir o que são as conjunturas dos governos ou dos presidentes que estão em funções aqui ou ali com os vínculos permanentes, históricos, duradouros, que existirão sempre”.

Quanto à relação entre Portugal e os Estados Unidos, o primeiro-ministro disse que é possível criar “outras formas de cooperação” para além da base das Lajes, nos Açores, porque “as realidades vão mudando”, destacando dois projetos de parceria entre os dois países: o Centro de Defesa Atlântico e o Air Center. “A ciência será seguramente uma nova ponte e os grandes desafios que a humanidade enfrenta, as alterações climáticas e a descoberta da profundeza do mar”, salientou, realçando a “enorme valia que os Açores podem representar” nessas áreas.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro partem, esta tarde de domingo, para os Estados Unidos da América, onde darão continuidade às comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, em Boston e Providence.