Translate

sexta-feira, 26 de junho de 2020

Bordéus tenta informar sobre os momentos sombrios da sua história

De  Euronews  •  Últimas notícias: 26/06/2020 - 14:55

Bordéus tenta informar sobre os momentos sombrios da sua história

As ruas de Bordéus, em França, estão repletas de História, mas, para muitos, esta é a história da vergonha. A região é sinónimo de vinhos de qualidade, mas esta riqueza e glória foi construída também com recurso à escravatura. Para responder à exigências dos que apontam o dedo a inúmeras placas toponímicas, a cidade decidiu manter os nomes, mas contextualizá-los historicamente.

Aurélie Mathis, responsável do projeto "Mission Equality", diz: "A maioria dos habitantes de Bordéus acredita que isto é justo e bastante normal para explicar e dar contexto; não para apagar a História, porque isso é algo que não pode ser feito, mas para dar um contexto completo ao que aconteceu. A ideia é reconhecer que isto aconteceu e que pode voltar a acontecer, pelo que todos temos de estar vigilantes quanto a isso. E, de um modo geral, o público tem sido realmente compreensivo a este respeito".

No centro de Bordéus, desde há alguns anos que podem ser vistas obras de arte com referência à escravatura. A cidade, que foi o segundo maior porto de francês de comércio de escravos no século XVII, tenta lidar com um passado difícil através da informação, numa altura em que se assiste à destruição de obras de arte ou referências toponímicas, um pouco por todo o mundo.

Bordéus tenta informar sobre os momentos sombrios da sua história

De  Euronews  •  Últimas notícias: 26/06/2020 - 14:55

Bordéus tenta informar sobre os momentos sombrios da sua história

As ruas de Bordéus, em França, estão repletas de História, mas, para muitos, esta é a história da vergonha. A região é sinónimo de vinhos de qualidade, mas esta riqueza e glória foi construída também com recurso à escravatura. Para responder à exigências dos que apontam o dedo a inúmeras placas toponímicas, a cidade decidiu manter os nomes, mas contextualizá-los historicamente.

Aurélie Mathis, responsável do projeto "Mission Equality", diz: "A maioria dos habitantes de Bordéus acredita que isto é justo e bastante normal para explicar e dar contexto; não para apagar a História, porque isso é algo que não pode ser feito, mas para dar um contexto completo ao que aconteceu. A ideia é reconhecer que isto aconteceu e que pode voltar a acontecer, pelo que todos temos de estar vigilantes quanto a isso. E, de um modo geral, o público tem sido realmente compreensivo a este respeito".

No centro de Bordéus, desde há alguns anos que podem ser vistas obras de arte com referência à escravatura. A cidade, que foi o segundo maior porto de francês de comércio de escravos no século XVII, tenta lidar com um passado difícil através da informação, numa altura em que se assiste à destruição de obras de arte ou referências toponímicas, um pouco por todo o mundo.

Rendimento mínimo vital entra em vigor em Espanha

De  Bruno Sousa  •  Últimas notícias: 26/06/2020 - 11:57

Rendimento mínimo vital entra em vigor em Espanha

Direitos de autor Solicitante del Ingreso Mínimo Vital

Mais do que uma prestação económica, trata-se de uma política social para ajudar as pessoas vulneráveis a viver melhor. É desta forma que o governo espanhol descreve o Rendimento Mínimo Vital, apoio que oscila entre os 462 e os 1015 euros mensais e que começa a ser atribuído esta sexta-feira.

Mónica Yandún tem uma filha com incapacidade física superior a 33% e é uma das requerentes, caso o pedido seja aprovado a ajuda de cerca de 1000 euros anuais dará lugar a um rendimento a rondar os 700 euros por mês.

Indisponível para trabalhar para poder tratar da filha, Mónica Yandún queixa-se que as despesas médicas são demasiadas e que o dinheiro não chega ao fim do mês.

A situação está longe de ser um caso isolado. Na Cáritas multiplicam-se os pedidos não só de alimentos mas também de ajuda com os trâmites burocráticos para pedir o rendimento mínimo.

Rocío Jiménez Daza é voluntária na instituição e explica que acabam por ajudar no pedido uma vez que parte dos requerentes está há anos sem trabalhar e nem sequer tem correio eletrónico ou computador.

Claudia e Santos Illera chegaram recentemente a Espanha e as poupanças que trouxeram da Venezuela já se esgotaram. Vivem em casa de um familiar e a idade já se tornou um obstáculo na procura de emprego. Com uma filha menor a seu cargo, a medida do executivo é bem vida.

Para a venezuelana, o novo rendimento terá como destino prioritário a alimentação mas terão também de comprar novas roupas para a filha que sejam adequadas ao inverno em Espanha.

O objetivo do rendimento mínimo vital é acabar com a pobreza que já existia e que foi agravada pela pandemia, como o provam estas filas de pessoas à espera de receber alimentos. Segundo o governo, a medida chegará a mais de 850 mil lares para benefício de dois milhões e trezentas mil pessoas.

Resistir ao medo patológico

por estatuadesal

(Daniel Oliveira, in Expresso Diário, 26/06/2020)

Daniel Oliveira

Defendo medidas de contenção que devem avançar e recuar conforme as necessidades, como ainda está a ser feito. E que o poder político se mantenha insensível à pressão mediática, sempre pronta a entrar em histeria. Não pode acompanhar o medo patológico que tomou conta da nossa sociedade.


É claro que há, um pouco por toda a Europa, um recrudescimento do vírus. E os que menos casos tiveram tenderão a ter mais agora. Era inevitável que isso acontecesse com o desconfinamento. E por razões que deixarei para o meu texto deste sábado, na edição semanal do Expresso, é natural que grande parte dos novos casos aconteça nas periferias mais pobres de Lisboa.

Mas antes que especialistas em epidemiologia e doenças respiratórias – que naturalmente só pensam em epidemiologia e doenças respiratórias – convençam a opinião publica e esta convença o Governo a destruir o país por muitos anos, rebentando com o pouco que resta da economia, matando centenas de pessoas com outras doenças que não a covid por falta de acompanhamento médico, enfiando a nação numa depressão profunda e destruindo a democracia e as liberdades cívicas, gostava de fazer um exercício impossível neste tempo: pôr as coisas em perspetiva.

Olhando para os números da semana passada e para os divulgados esta quinta-feira, o que corresponde à evolução que permitiu que se instalasse de novo o pânico e o discurso da catástrofe, o que temos é isto: mais 2.326 infetados, o que é compensado por mais 2.372 recuperados, o que corresponde a menos 46 infetados ativos. Mas vamos ao que interessa para quem acreditou e continua a acreditar que o objetivo de achatar a curva era garantir resposta do SNS para evitar mortes evitáveis: temos mais vinte internados do que há uma semana (com 436, continuamos próximos de 10% da capacidade), mais seis internados em cuidados intensivos (num total de 73, também muito longe da capacidade máxima) e vinte novos óbitos a lamentar. A situação é de tal forma “dramática” que Lisboa decidiu reduzir o número de camas em hospitais de campanha que nunca chegaram a ser usados.

Como o mundo não se divide entre pessoas responsáveis, de um lado, e Bolsonaro e Trump, do outro, quero voltar a deixar claro o que já deixei há muito tempo: defendo, sempre defendi, medidas de confinamento e restrição para lidar com a pandemia. Não nego os riscos que ela acarreta. Não acho que isto seja igual a uma gripe. Defendo que essas medidas devem avançar e recuar conforme as necessidades. E defendo que, para que isso aconteça sem causar vítimas (quer por causa da pandemia, quer por causa da crise económica) desnecessárias, os políticos têm de se manter insensíveis à pressão mediática, sempre pronta a entrar em histeria para ter assunto.

O poder político não pode acompanhar o medo patológico que tomou conta da nossa sociedade. Não pode perder a noção das proporções e estar disponível para destruir a economia global, os direitos fundamentais, as regras democráticas e, coisa que tem sido pouco falada, a vida social nas empresas e nas escolas só para apaziguar o pânico coletivo. Sente-se, aliás, um indisfarçável prazer de muita gente, incluindo jornalistas, quando se usa a expressão "medidas musculadas". Se há coisa que ficou clara para mim, nesta pandemia, é que o amor de muitos à liberdade não passa de um namorico, sem empenhamento ou projetos para o futuro. E isso é assustador.

É por isso que é fundamental, neste momento, resistir à histeria. Os que não a acompanham têm o dever de o dizer publicamente, sem receio de serem chamados irresponsáveis ou “bolsonaristas” e “trumpistas”, insulto que acompanha a irracionalidades destes líderes, que transformaram este debate num confronto de trincheiras. Se não o fizerem, seremos levados na voragem da irresponsabilidade dos “responsáveis”. Sem conseguirmos, no meio do pânico, calibrar as medidas às necessidades, como ainda está a ser feito. Sabendo que estar vivo é um risco. E que os riscos se reduzem, não se apagam.

OMS diz que contágios deverão chegar aos 10 milhões na próxima semana

De  euronews  •  Últimas notícias: 25/06/2020 - 09:36

OMS diz que contágios deverão chegar aos 10 milhões na próxima semana

Direitos de autor Sott Keeler/Tampa Bay Times via AP

O número de novos casos de covid-19 não pára de crescer. A Organização Mundial da Saúde fala de um milhão de novas infeções por semana.

O representante da organização admite que o pico da pandemia ainda não foi atingido e que é espectável que na próxima semana o número de infeções ultrapasse os 10 milhões.

A Organização Mundial da Saúde alerta também para a redução do stock de suporte de oxigénio nos hospitais, indespensável para o tratamento.

O coronavírus está a espalhar-se de forma galopante na América do Sul. Até agora, regista 76 mil mortes de pessoas infetadas, 70% destas no Brasil.

Apesar dos dados, o presidente do país, Jair Bolsonaro, tem vindo a menosprezar a ameaça do vírus, mas, na última aparição pública, foi visto a usar máscara, algo raro mas de acordo com as ordens que recebeu do executivo federal.

Na Índia foram registados nas últimas 24 horas 16.000 novos casos, o maior número diário desde o início da panemia. Em Nova Deli, o governo convocou o exército para gerir os novos centros de tratamento. O vice-representante da capital admite que a prioridade é criar estruturas que diminuam o sofrimento das pessoas infetadas.

Nos EUA, apesar das restrições, surgiram, no último dia, quase 35 mil novos contágios. O segundo maior número diario alguma vez registado no país. Em Nova Iorque, o governador avisa que, se as pessoas não tomarem as medidas de precaução, a hipótese de quarentena poderá regressar. Ou seja, 14 dias de confinamento obrigatório. Para quem não cumprir, "haverá multas", diz.

Em Pequim, na China, em pleno novo surto de Covid, as pessoas foram proibidas de sair da cidade durante o feriado de três dias do Festival do Barco do Dragão, que começa esta quinta-feira.