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quarta-feira, 15 de julho de 2020

Surto de Covid-19 na Florida

De  Ricardo Borges de Carvalho com AP  •  Últimas notícias: 15/07/2020 - 11:15

Surto de Covid-19 na Florida

Direitos de autor David J. Phillip/Copyright 2020 The Associated Press. All rights reserved.

Surto de Covid-19 na Flórida Apesar do aumento de infeções, Governador não quer novo confinamento

O número global de casos de Covid-19 já passou os 13 milhões e não pára de aumentar.

A América é o continente onde se situa agora o epicentro da pandemia.

Os Estados Unidos já registaram mais de 3 milhões e 300 mil casos e a Florida continua a ser um dos estados com a situação mais preocupante.

Até esta terça-feira, mais de 4 mil e 400 residentes naquele estado morreram devido ao coronavírus.

Os novos casos de infeção passaram de cerca de 2.000 por dia, no mês passado, para uma média diária de 11.000.

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O governador da Florida, Ron DeSantis, resiste a voltar a impor medidas de confinamento e justifica este pico no número de novos casos com o alargamento dos testes às pessoas.

A capital venezuelana, Caracas, entrou esta quarta-feira em confinamento.

Grande parte do país fechou desde que foi conhecido o primeiro caso de Covid-19, no início de março. As viagens aéreas, por exemplo, foram suspensas até 12 de agosto.

Até ao momento, as autoridades venezuelanas confirmaram 9.707 casos de infeção e 93 mortes. No entanto, os observadores internacionais temem que o governo de Nicolás Maduro esteja a subnotificar os números.

Entretanto, a Índia está também a registar surtos de novos casos de Covid-19. No estado norte de Bihar, com 125 milhões de habitantes, junto à fronteira com o Nepal, foi ordenado um novo confinamento de duas semanas para combater a propagação do coronavírus.

A sul, a cidade de Bangalore, centro tecnológico da Índia, deverá continuar fechada até 22 de julho. O Estado de Karnataka já registou mais de 41.000 casos de coronavírus e cerca de 760 mortes.

Trump põe fim a regime preferencial de Hong Kong

De  Rodrigo Barbosa com AFP  •  Últimas notícias: 15/07/2020 - 10:57

Trump põe fim a regime preferencial de Hong Kong

Direitos de autor Evan Vucci/Copyright 2020 The Associated Press. All rights reserved

Donald Trump volta a acentuar a pressão sobre Pequim, anunciando o fim do regime económico preferencial entre os Estados Unidos e Hong Kong e assinando uma lei que prevê sanções contra a "repressão" em território chinês.

Assinei uma ordem executiva que põe fim ao tratamento preferencial dos Estados Unidos face a Hong Kong. O território passará a ser tratado como o resto da China, sem privilégios especiais, sem tratamento económico especial e sem exportação de tecnologias sensíveis.E também aplicamos tarifas maciças sobre a China. É a primeira vez que isso acontece à China.

Donald Trump

presidente dos Estados Unidos

Os Estados Unidos respondem assim à imposição por parte da China, no fim de Junho, de uma lei draconiana sobre a segurança nacional em Hong Kong, classificada pelos opositores e movimentos pró-democracia como opressiva e restritiva para os direitos especiais que gozava o território, como a liberdade de expressão.

A posição norte-americana prejudica também o estatuto de Hong Kong como centro financeiro global.

O secretário de Estado dos Louvores

Posted: 14 Jul 2020 03:28 AM PDT

«Segundo a Anacom (entidade reguladora das telecomunicações), entre o final de 2009 e abril de 2020, os preços das telecomunicações em Portugal aumentaram 7,7%, enquanto na Europa diminuíram 10,4%. Estes aumentos colocam as telecomunicações no nosso país entre as mais caras da UE.

Mas não são apenas os preços que dão má fama ao setor. Como tantas pessoas já tiveram oportunidade de experienciar, nomeadamente quando se viram enredadas em contratos de fidelização muito caros, pouco claros e impossíveis de cancelar, a qualidade dos serviços destas empresas é lamentável. Só numa semana, entre 25 de abril e 1 de maio, foram apresentadas 1825 reclamações sobre serviços de comunicações. Dessas, 64% dizem respeito a comunicações eletrónicas e, em particular, à gestão dos contratos e cancelamento de serviços a clientes. Entre janeiro e abril, a Anacom apresentou coimas no valor 1,3 milhões de euros associadas a 57 processos de contraordenação, que se juntam a várias condenações passadas, muitas delas contestadas pelas maiores operadoras do mercado.

Foi já em plena pandemia que o presidente de uma destas operadoras respondeu ao plano do Governo de criar uma tarifa social da internet (semelhante à tarifa social da energia suportada pela EDP) destinada a pessoas com menores rendimentos: "Se concordamos que seja imposto algo sobre os nossos ativos, construídos com o nosso investimento? Claro que não". Trata-se do presidente da Altice, que ficou com os ativos da Portugal Telecom: uma empresa que já foi pública e se tornou dona de rentáveis concessões do Estado, antes de ter sido destruída nas jogadas dos seus acionistas privados. Já depois da operação de compra da Portugal Telecom, a Altice foi acusada pela Anacom de se aproveitar, através da sua subsidiária Fibroglobal, da exploração das redes de fibra construídas nas zonas rurais... pagas com fundos públicos.

Haveria mais a dizer sobre estas empresas de telecomunicações que insistem em provar, uma e outra vez, que a privatização de setores estratégicos e infraestruturas monopolistas foi prejudicial aos interesses dos consumidores. Outras, como a Amazon, a Google ou o Facebook já encheram páginas e páginas de notícias sobre abusos laborais, fuga ao Fisco e venda de dados pessoais.

O que junta todas estas empresas neste artigo? O facto de todas terem sido objeto de um louvor formal, publicado em "Diário da República", por parte do Secretário de Estado para a Transição Digital, André de Azevedo, em reconhecimento pelo seu enorme contributo no combate à pandemia, pelo seu "excecional sentido do dever e permanente disponibilidade para o serviço público".»

Mariana Mortágua

Verão (quase) azul, Salgado e nada ‘silly’

Curto

Raquel Moleiro

Raquel Moleiro

Coordenadora de Sociedade

15 JULHO 2020

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Nunca teve uma data exata para surgir, mas era certo que despontava com sol e calor, gostava de areia nos pés e alimentava-se de períodos prolongados de ócio. Com as escolas fechadas, a Justiça a um dia da pausa estival e o campeonato de futebol quase resolvido, a silly season já devia estar a dar os primeiros ares da sua graça no panorama nacional. Mas nem com os termómetros a rondar os 40 graus ela aparece. É como se a nova normalidade tivesse omitido essa valência, riscou-a do calendário com a mesma assertividade com que eliminou (para já) os festivais de Verão, os bares e discotecas noite dentro, as praias forradas a multidão. Há uma emergência de saúde pública mundial que teima em não abrandar (ou mesmo regressar onde já foi cruel) e uma crise económica que por enquanto só deixou ver uma pontinha da desgraça. No arranque da segunda quinzena de julho, ainda não há tempo de antena para futilidades.
As férias judiciais começam amanhã e o Ministério Público fez questão de se despedir com tal estrondo que as ondas do impacto ainda deverão sentir em setembro, quando reabrirem os tribunais. Ontem à noite, já perto das 21h, seis anos e dois dias após o afastamento de Ricardo Salgado do BES, o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) deduziu acusação contra 25 arguidos (conheça aqui, um a um), no âmbito do processo “Universo Espírito Santo”, por crimes económicos e financeiros que causaram prejuízos de 11,8 mil milhões de euros, explica o MP num comunicado de três páginas, onde revela que abriu pelo menos mais três processos relacionados com a derrocada do grupo, um dos quais relacionado com políticos estrangeiros.
Salgado, outrora conhecido como o dono disto tudo, líder do BES entre 1991 e 2014, aparece como o mentor de uma alegada associação criminosa, acusado pela equipa do procurador José Ranito de 65 crimes, entre os quais 29 de burla qualificada e 12 de corrupção ativa, a que se juntam infidelidade, manipulação de mercado, branqueamento de capitais e falsificação de documentos. De acordo com o Público, do saco azul do GES saíu dinheiro para pagar campanha de Cavaco e ao atual presidente da TAP.
O despacho tem 4117 páginas, conseguindo ultrapassar as 4083 da Operação Marquês, que envolve José Sócrates. Entre os acusados há mais três elementos da família Espírito Santo, e um arrolado como testemunha de acusação: José Maria Ricciardi, que cedo entrou em rutura com o primo Ricardo Salgado. “Não podia na altura sequer imaginar a extensão e gravidade das fraudes e crimes praticados e dos prejuízos causados a terceiros”, diz.
Já eram quase 23h quando a defesa do antigo banqueiro reagiu. Num comunicado assinado pelos advogados Francisco Proença de Carvalho e Adriano Squilacce, afirma-se que o conteúdo do despacho “falsifica” a história do Banco Espírito Santo (BES), que Ricardo Salgado “não praticou qualquer crime” e que não houve lesados enquanto este esteve à frente da instituição.
O tema vai certamente dominar o dia (ou dias), e não é por falta de concorrência. Esta quarta-feira, PCP e Bloco de Esquerda reúnem-se com António Costa. Da agenda constam dois temas que poderão determinar o futuro da estabilidade governativa: o Orçamento do Estado para 2021 e o plano de recuperação económica. O primeiro-ministro não esconde que quer entendimentos à esquerda.
No Parlamento os holofotes viram-se para Mário Centeno. É votado o relatório descritivo da audição do ex-ministro à Comissão de Orçamento e Finanças, realizada no passado dia 8. Mas daí não sairá nenhum travão à sua nomeação para Governador do Banco de Portugal. Trata-se de um mero pró-forma do processo. O documento é omisso sobre a adequação de Centeno à sucessão de Carlos Costa e a simples transcrição da audição ocupa cerca de 91% das 61 páginas, quase 27 mil palavras, 159 mil carateres. Foi redigido em tempo recorde para tentar adiantar-se à providência cautelar da Iniciativa Liberal que acabou ontem rejeitada pelo Supremo Tribunal Administrativo.

Presidenciais: clivagem errada

por estatuadesal

(Daniel Oliveira, in Expresso Diário, 14/07/2020)

Daniel Oliveira

Pedro Nuno Santos disse uma coisa escandalosa das várias coisas aparentemente escandalosas que tem dito: que sendo uma pessoa de esquerda não vai votar num candidato de direita para a Presidência da República. A mim isto parece-me evidente, tendo como exceção um qualquer momento em que a democracia estivesse em perigo e isso obrigasse ao voto para evitar, do seu ponto de vista, o mal menor. Não é o caso.

Imagino que António Costa ainda não aderiu à classificação política que reduz as escolhas de políticos a pessoas competentes e incompetentes. Esse simplismo, além de ser especialmente absurdo no cargo de Presidente da República, despolitiza a política e transforma as eleições em concursos públicos para recrutamento de pessoal. Se pensasse dessa forma, teria de se desfiliar do PS, por não ser essa a lógica da agregação partidária. Nós juntamo-nos a outros em partidos pelo que temos em comum política e ideologicamente com essas pessoas. Competentes e incompetentes, sabemos bem, existem em todos os lados. Assim sendo, tem de ser outro o critério que levará Costa, Carlos César, Fernando Medina ou Ferro Rodrigues a escolherem o voto em Marcelo Rebelo de Sousa.

O que move Costa, antes de tudo, é saber que Marcelo já ganhou as eleições. Não quer estar associado a uma derrota num momento que se adivinha difícil. E prefere ter o Presidente agarrado a si até lá. Por mais que este pragmatismo seja apreciado nos meios mediáticos, é bom recordar que o cemitério da política está cheio de pragmáticos que tropeçaram nos seus próprios cálculos. O longo prazo exige sempre um pouco mais do que isso.

Há, em muitos dos que rodeiam Costa e não fazem apenas contas ao próximo ano, um racional ideológico na escolha de Marcelo Rebelo de Sousa como candidato. Tem a ver com o lugar onde acham que hoje se faz a clivagem política. Uma corrente do PS, de que Augusto Santos Silva é o ideólogo mas não o operacional, acha que ela se faz entre cosmopolitas moderados e populistas radicais. Isso implica uma aliança entre tudo o que está dentro daquilo a que muitos chamam “sistema”.

Foi esta clivagem que Emmanuel Macron explorou em França, sorvendo socialistas e direita republicana em simultâneo e deixando de fora esquerda radical e extrema-direita. Com isto, Macron desestruturou todo o sistema partidário e preparou o caminho do futuro para a senhora Le Pen. É verdade que as autárquicas foram um revés para os dois, mas elas esclarecem pouco.

Quando alguém determina que a prioridade é combater a extrema-direita não enfraquece a extrema-direita. Reforça-a. Sempre que colocamos a clivagem fundamental (não quero dizer a mais acentuada, mas a mais relevante) entre nós e um adversário não o enfraquecemos, reforçamo-lo. Porque essa clivagem lhe oferece o estatuto de alternativa. E é por isso que desistir da clivagem entre a esquerda e a direita, que apesar dos repetidos anúncios de morte ainda é a mais mobilizadora e clara, é desistir do combate entre alternativas dentro do sistema democrático e entregar de bandeja à extrema-direita o lugar de alternativa dos descontentes. Fazer isto quando esse espaço ainda é incipiente em Portugal mas desbrava caminho sem resistência é um hino à estupidez.

O apoio explícito ou implícito do PSD e do PS a Marcelo tem vários problemas imediatos. O excesso de poder que um Presidente com mais de 70% dos votos acumulará perante um governo minoritário. Se Costa espera lealdades não conhece o seu parceiro circunstancial. E devia conhecer, porque são parecidos.

Acima de tudo, este apoio transforma o "sistema" numa ilha cercada por descontentes sem alternativas viáveis. E esse "sistema" tende a ser percecionado como "a democracia". O renascimento do bloco central institucional consegue fazer o infeliz pleno de deixar a esquerda órfã de representação política e atirar, por deslocamento oportunista do candidato muito para fora do seu espaço natural, franjas da direita para Ventura. E isso não é contraditório com votações esmagadoras em Marcelo. Porque a política não se esgota na aritmética eleitoral. Ela tem o dia seguinte, como se verá quando o balão de Macron rebentar e sobrarem escombros e a extrema-direita intacta para os ocupar.

Quando Pedro Nuno Santos diz que se não houver candidato do PS ele votará no do BE ou no do PCP, não está a afastar-se do PS. É o oposto. Está a dizer que o PS está a desistir de liderar o seu espaço. E que é nesse espaço que ele continua. As identidades de pertença, em política, contam muito. Como se vê pela vida fugaz de projetos que não as têm – PAN, MPT, PDR, PNS, PRD... Contam tanto que até podem exigir derrotas.