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quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Reino Unido depois de Trump. Que futuro para as relações transatlânticas?

De  Tadhg Enright & Euronews
Reino Unido depois de Trump. Que futuro para as relações transatlânticas?
Direitos de autor  Jose Luis Magana/Copyright 2020 The Associated Press. All rights reserved
TAMANHO DO TEXTOAaAa

Houve tempos em que o Brexit prometia ser uma ponte para os Estados Unidos da América. Numa visita a Bruxelas, em novembro de 2016, o então ministro dos Negócios Estrangeiros Boris Johnson comentava com os jornalistas que Donald Trump era "um negociador" e que isso poderia "ser bom para o Reino Unido". Anos mais, em 2019, o próprio presidente norte-americano admitia que estar "a trabalhar num acordo comercial muito importante". No entanto, para o atual sucessor de Trump, Joe Biden, a Europa parece valer mais em união.

A campanha de Biden sentiu a hostilidade dos britânicos pró-Brexit quando Barack Obama entrou no debate para defender os laços com a União Europeia. Boris Johnson chegou mesmo a sugerir que o "presidente parcialmente queniano" tinha uma "antipatia ancestral pelo Império Britânico".

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Hoje, as declarações podem fazer ricochete nas relações transatlânticas com o Reino Unido.

"Alguns dos insultos em relação ao presidente para quem trabalhei, Barack Obama, vão certamente ser recordados, porque grande parte da equipa está agora a trabalhar para Joe Biden", afirma Brett Buen, antigo diplomata da administração Obama.

No entanto, Buen acredita que serão outros os obstáculos a prevalecer sobre a relação entre os dois países.

"Penso que eles terão uma boa relação de trabalho. Joe Biden é uma pessoa de trato fácil. Dá-se bem com quase toda a gente. Onde eu penso que o Reino Unido vai ter dificuldades é no que diz respeito a acordos comerciais. Esses vão ser quase impossíveis. Biden vai colocar a classe média no centro da sua política externa, tentar captar o apoio de pessoas da cintura industrial e não vai fazer isso com acordos de comércio livre", diz.

Os interesses instalados têm um peso significativo na realização de acordos comerciais.

Um dos maiores entraves para o Reino Unido, pode vir a crescer no próprio solo. A ideia é defendida pelo investigador da Universidade de Oxford Nigel Bowles, para quem "a agricultura é um grande problema político para qualquer governo do Reino Unido [e] é um problema político particular para um governo conservador, devido à dependência que tem dos votos rurais".

Dar resposta aos padrões alimentares e agrícolas representa já um desafio para o governo britânico.

"Já vimos o peso que os pequenos círculos eleitorais podem ter no caso da pesca. Esse efeito será multiplicado várias vezes", afirma o investigador.

Mas, comércio à parte, outras questões se colocam perante a aliança transatlântica, quando novas potências militares emergem.

Para Brett Buen, "encontramo-nos agora em plena era pós-americana. Vai haver mais crises, mais confrontos. Estamos a ver os esforços de potências medianas como a Arábia Saudita, a Turquia, a Rússia".

Nigel Bowles relembra ainda o papel da China, que "coloca problemas graves e profundos para qualquer nova administração dos Estados Unidos" e com a qual o risco de guerra "apesar de razoavelmente baixo, não é negligenciável".

É neste xadrez mundial que Buen acredita que "papel do Reino Unido será extremamente importante [enquanto] como membro de uma federação de países que parece um pouco diferente da estrutura das nossas alianças mais antigas, seja através da NATO ou da União Europeia.

Com o Reino Unido fora da União Europeia, Biden não descarta estabelecer um acordo comercial com o governo britânico. No entanto, já em setembro, expôs o principal entrave para que esse acordo aconteça: o regresso de uma fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda.

Para Biden, se Boris Johnson quiser reforçar os laços comerciais com os Estados Unidos da América, terá de garantir o respeito pelo processo de paz. 

A pandemia não tem solução?


por estatuadesal

(Pedro Tadeu, in Diário de Notícias, 20/01/2021)

Se formos ver os mortos com covid-19 por milhão de habitantes desde o início da pandemia, Portugal aparece agora em 28.º lugar entre os piores resultados do planeta. Na semana passada era 30.º.

Se analisarmos apenas os últimos sete dias de dados (ainda sem as mortes de ontem), Portugal surge, tragicamente, em terceiro lugar.

Muitas pessoas, desde março até agora, têm-se manifestado contra as medidas de restrição de circulação, dando o exemplo da Suécia como um país que obtinha bons resultados no combate aos efeitos da pandemia sem impor restrições exageradas.

Se formos ver os números de mortes por milhão de habitantes na Suécia, desde que a pandemia começou, verificamos que ela aparece em 21.º lugar, pior do que Portugal mas não muito longe, e, se nos limitarmos à última semana de dados disponíveis (já com imposição de confinamentos obrigatórios), a Suécia surge em quarto lugar, encostada a Portugal.

Este parece-me ser um exemplo claro de como as maiores ou menores medidas de confinamento serão certamente relevantes, mas não explicam tudo sobre os níveis de contágio e de mortes por covid-19: como é que Portugal e Suécia, com políticas de reação à pandemia tão diferentes, acabam com resultados tão semelhantes?

Podemos dizer, honestamente, que países com serviços de saúde desenvolvidos, com populações com comportamentos sociais e culturais semelhantes, com climas parecidos, com geografias próximas, com políticas públicas muito iguais, têm resultados de resistência à pandemia semelhantes? Não.

Porque é que a Itália, desde março, ocupa o terceiro lugar de mortes provocadas pelo novo coronavírus, a Grã-Bretanha o sexto, a Espanha o 14.º, a França o 17.º e a Alemanha o 37.º? Há assim tantas diferenças nos comportamentos das populações, na gestão da crise pelos governos ou na resposta dos respetivos serviços de saúde para explicar esta divergência tão grande?

E porque é que os piores países do mundo, desde março, são europeus: a Bélgica, a Eslovénia, a Itália, a República Checa, a Bósnia e o Reino Unido?

Como é que não são os Estados Unidos, o Brasil, a Índia ou a Austrália, que nos aparecem muito mais frequentemente nos noticiários com carimbo de "catástrofe coronavírus"?

E porque é que, se olharmos apenas para a última semana, quem aparece no topo das mortes por milhão de habitantes com covid-19 são, novamente, países europeus, por esta ordem: Reino Unido, República Checa, Portugal, Suécia, Eslováquia, Lituânia e Eslovénia? A própria Alemanha aparece em 12.º lugar!

Portanto, ou toda a Europa está a fazer algo de errado em matéria de combate ao coronavírus, ou reúne um qualquer tipo de condição especial que está a favorecer este desastre - e como, em conjunto, estamos a falar da zona do planeta que possui os melhores serviços de saúde (e que nenhum afirma ter entrado verdadeiramente em colapso, apesar da elevada pressão), tenho de concluir que tudo o que os especialistas nos têm estado a dizer sobre esta matéria parece ser tão válido como os horrores que ouvimos sair da boca de Jair Bolsonaro ou de Donald Trump.

Resta, portanto, e infelizmente, o empirismo da experiência que coletivamente temos estado a viver.

Com esse empirismo percebemos, em primeiro lugar, que tentar contratar médicos e enfermeiros com contratos a prazo de quatro meses, em vez de reforçar o Serviço Nacional de Saúde oferecendo contratos permanentes, é o mesmo que não contratar.

Percebemos também que em março, quando fomos todos para casa cheios de medo, a pandemia regrediu.

No verão, dado o recuo de contágios, não foi estúpido tentarmos levar uma vida bastante mais normal.

No outono percebemos que nos tínhamos de voltar a defender e a ser mais prudentes. No Natal e no fim do ano fomos irresponsáveis e a doença disparou.

Em fases diferentes, comportamentos diferentes.

Quando falo em "nós" não estou a aceitar os ralhetes que Presidente da República, governantes, autoridades de saúde e alguns representantes de médicos e enfermeiros estão a dar à população por não estar a respeitar o confinamento geral.

Eles é que são líderes do país, eles é que são os sábios, e se a população não segue as suas indicações, isso acontece, exclusivamente, por culpa deles: ou porque não são claros e coerentes nas orientações; ou porque passam a vida a discutir publicamente uns com os outros, aumentando a confusão geral; ou porque perderam credibilidade e, por isso, autoridade.

Em face dos números de mortos e à lentidão da vacinação, o que há a fazer? Não sei. Mas o empirismo anterior aponta, pelo menos, para mais uma medida de confinamento: o fecho das escolas para maiores de 12 anos. E, infelizmente, para nos fecharmos em casa, com medo e a chorar os mortos.

Jornalista 

Três razões

Posted: 19 Jan 2021 03:40 AM PST



 

«Começou a eleição do próximo presidente da República. Para quem, à esquerda, ainda não decidiu ou pensa votar Marcelo Rebelo de Sousa no dia 24, deixo três notas: 

1. A "geringonça", criada para travar o programa de empobrecimento de PSD/CDS, foi um exemplo da capacidade de convergência entre o PS e os partidos à sua esquerda. A marca que deixou foi a de um acordo fundado em medidas concretas e não em vazias geometrias de poder. Em 2016, a candidatura da Marisa Matias puxou por essa convergência, deu-lhe voz. Em 2021, sabemos que contamos com a sua determinação para construir as pontes que valham para proteger o país, sem sectarismos mas com exigência. 

2. Para haver convergências é necessário um projeto político. E o projeto político de Marcelo é a continuidade. A sua capacidade de diálogo esgota-se quando insiste em defender os lucros do setor privado da saúde, quando desvaloriza a crise ambiental, quando se conforma com o privilégio da banca ou quando defende as leis laborais da troika. Marcelo será sempre a convergência em torno do que existe, e por isso o presidente foi tão importante na relação de forças que impediu novos entendimentos à esquerda sobre a saúde, o trabalho ou a banca. Em 2021, o SNS precisará, como nunca, de um entendimento, um pacto à esquerda, que lhe permita recuperar a capacidade e chegar a todas as pessoas que dele precisam. Esse é o Contrato para a Saúde, proposto pela Marisa desde o primeiro dia da sua campanha. 

3. Chamemos os bois pelos nomes. Ventura é um oportunista, mas um oportunista que integra um movimento internacional de extrema-direita, onde está acompanhado por Trump (que procura imitar em palavras e gestos) e Bolsonaro, mas também por Le Pen, por Salvini, entre outros movimentos políticos protofascistas, como o de Viktor Orbán, na Hungria. O seu programa não é só de ataque aos direitos e liberdades civis, começando pelos imigrantes e pelas mulheres. O autoritarismo de Ventura serve uma ambição pessoal, mas também um projeto económico violento de privatização dos serviços públicos e desmantelamento do contrato social. Não se combate a extrema-direita banalizando-a, como fez o PSD ao celebrar um acordo de poder com o Chega, rapidamente ratificado por Marcelo. A luta pela democracia contra o medo exige um horizonte de esperança que só a força das lutas emancipadoras pode trazer, como vimos pela mobilização das mulheres contra o ódio de Ventura na última semana. 

A luta pela democracia exige a possibilidade de nos juntarmos em torno da ideia de serviços públicos fortes, de justiça na economia e de proteção no trabalho. 

Depois das eleições, o país continuará a precisar das convergências para proteger a saúde e o emprego e da força para combater a extrema-direita oportunista. Esse é o compromisso da Marisa, antes e depois das eleições.» 

Presidenciais: o silêncio dos não inocentes


por estatuadesal

(João Garcia, in Expresso Diário, 19/01/2021)

João Garcia

Uma viagem pelas crónicas de comentadores nos jornais, nas televisões e nas redes sociais, uma leitura dos “posts” de alguns conhecidos militantes termina numa constatação: anda muito pensador socialista e social-democrata alarmado com a votação que André Ventura poderá recolher. Mas se os militantes estão assustados, os partidos do centro nem por isso. Respondem com o silêncio à preocupação dos simpatizantes.

PS e PSD demitiram-se destas eleições. Fugiram. Enquanto meio mundo grita que será um sufrágio muito importante, por causa da pandemia e, principalmente, pela ameaça da extrema-direita, os dois principais partidos assobiam para o lado. Enquanto centros de pensamento, sempre prontos a reagir a tudo o que é imediato, nada sobre o essencial. O silêncio. E, no entanto, muito haveria a dizer.

Mesmo o presidente-candidato, um homem que se reclama da direita social, deixa os tempos de antena em branco, quando poderia usá-los para denunciar os perigos da direita-radical-não social. Para o “rei” Marcelo Rebelo de Sousa, pelos vistos, o problema não assusta.

O CDS, o partido que maiores estragos poderia fazer ao seu adversário de direita, fica em casa. Estranho, quanto mais não seja porque estão a roubar-lhe pela porta das traseiras o que quer fechar a sete chaves. Não chega a ninguém, deixa que lhe cheguem.

Indiferentes, estes partidos nada dizem. São o bloco central da indiferença. Compare-se a reação social inqualificável à baixeza sobre lábios vermelhos com o estrondoso silêncio do Largo do Rato e da São Caetano à Lapa. Que saudade do tempo em que os partidos tinham opinião. Agora, estão prontos, apenas, para a chicana parlamentar, para dar argumentos ao Chega ao invocar o seu estatuto de vítima. É o silêncio dos culpados, daqueles que conduziram a politica pelo caminho que levou a radicalismos.

Valham-nos os candidatos que têm tido a preocupação de o combater. Bem ou mal, pelo menos tentam.

Enquanto escolas de pensamento, PS e PSD mostram o que valem. Nada.

Há uns militantes conhecidos que dão, timidamente, a cara por um dos candidatos, mas nada de rasgar a camisola – como se dizia no futebol de antigamente –, quando se dava tudo pelo clube. Impera o silêncio, que o tempo não é de compromissos.

Já muitos o afirmaram. Nem a socialistas nem a sociais-democratas interessam grandes votações em qualquer dos candidatos. Um Marcelo forte é mau para as ambições de Rui Rio e deixa António Costa intranquilo. Uma Ana Gomes com bom resultado ameaça o PS de Costa e seguidores e fortalece a esquerda, circunstância que não cairia bem a Rio. Marisa ou Ferreira ou Mayan com boas votações também não lhes servem. Resultados pouco temperados são os melhores para estes “chefs” de cozinha de espumas e reduções. Uma intervenção contra a extrema-direita poderia dar outro paladar a eleições que preferem insípidas.

Mas esta indiferença, este taticismo, este pragmatismo e esta “realpolitik”, além de mostrarem uma demissão no combate ideológico, poderão ter um efeito que lhes será nefasto. Que sucederá aos grandes partidos quando se perceber que nada contribuem para o pensamento político? Nada que indigne os atuais líderes, apenas preocupados com o imediato.

Ou será que está meio mundo enganado e a ideologia de extrema-direita de Ventura, o seu estilo arruaceiro, as calúnias, as falsidades, a violência patente no estilo, o Trumpismo, vão acabar a 24 de janeiro? Desenganem-se. 

Biden sonha restaurar a alma de uma América dividida

 

Biden sonha restaurar a alma de uma América dividida

JOÃO CAMPOS RODRIGUES20/01/2021 23:09

Sentiu-se esperança numa capital em estado de sítio, com Biden e Kamala com caminho aberto para mudarem o país.

Metade da América respirou de alívio quando Joseph R. Biden Jr. se tornou o 46.o Presidente dos EUA, aos 78 anos. Ao seu lado estava a vice-presidente, Kamala Devi Harris, de 56 anos, a primeira mulher negra e asiática a chegar tão alto nas cúpulas do poder americano. Tomaram posse numa capital estranhamente silenciosa, com a Baixa fechada, cheia de checkpoints, arame farpado e 25 mil tropas da Guarda Nacional nas ruas, horas antes de performances de estrelas pop como Lady Gaga, Jennifer Lopez, Bruce Springsteen, John Legend, Justin Timberlake ou Jon Bon Jovi. O novo Presidente prometeu recuperação económica para todos, medidas sérias contra a pandemia de covid-19 – que já infetou quase 25 milhões de pessoas nos Estados Unidos, matando mais de 412 mil – e unidade nacional.

Por mais complexas que sejam as primeiras duas promessas, a última talvez seja a mais difícil de cumprir, num país cada vez mais polarizado onde 79% dos eleitores republicanos acreditam que Biden venceu as eleições de forma fraudulenta, segundo uma sondagem da NBC – sobretudo quando 45% desses eleitores acreditam que o assalto ao Capitólio, aterrorizando senadores, congressistas e funcionários, resultando em cinco mortos, foi justificado, segundo o YouGov.

“Temos de acabar com esta guerra incivilizada que arremessa vermelhos contra azuis, rurais contra urbanos, conservadores contra liberais”, apelou o novo Presidente no seu primeiro discurso. “Aprendemos outra vez que a democracia é preciosa, a democracia é frágil. E nesta hora, meus amigos, a democracia prevaleceu”.

“Poucas pessoas na história da nossa nação encontraram um tempo mais desafiante ou difícil que aquele em que estamos agora”, lembrou Biden.

“Um vírus como só aparece de cem em cem anos persegue silenciosamente a nação e já tirou tantas vidas num ano como em toda a ii Guerra Mundial. Perderam-se milhões de empregos, centenas de milhares de negócios. Um grito por justiça racial, que vem de há 400 anos atrás, move-nos. O sonho de justiça para todos não mais será deferido”, prometeu o novo Presidente.

“Restaurar a alma e assegurar o futuro da América requer muito mais que palavras. Requer a mais alusiva de todas as coisas numa democracia: unidade”, rematou Biden, perante uns mil dirigentes convidados, com o mundo inteiro a assistir por livestream. Discursou na ala oeste do Capitólio, “este solo sagrado”, cujas fundações foram violentamente abaladas por uma turba de apoiantes de Donald Trump ainda há dias.

 

Ausências

Desta vez, em tempo de pandemia, nem pensar em juntar as centenas de milhares de pessoas que se costumam reunir no Passeio Nacional para assistir à tomada de posse de cada novo Presidente. Mesmo alguns altos dirigentes não puderam comparecer, como o governador da Califórnia, Gavin Newson, cujo estado enfrenta um mortífero pico de covid-19.

A mais notória – mas esperada – ausência foi mesmo a do próprio Presidente cessante, Donald Trump. Para salvar a face dos republicanos compareceu o seu vice-presidente, Mike Pence, bem como o antigo Presidente George W. Bush, secundado pelo resto dos antigos Presidentes vivos, os democratas Bill Clinton e Barack Obama – o velhinho Jimmy Carter, com 96 anos, manteve-se em isolamento na sua casa na Geórgia, mas fez chegar os seus cumprimentos ao novo Presidente.

É difícil imaginar que o rancor, frustração e negação demonstrados por Trump não destoassem entre a boa disposição dos antecessores, que nos últimos tempos se juntaram em várias campanhas – primeiro angariando fundos para vítimas de furacões no Texas, Florida e Porto Rico, mas recentemente voluntariando-se para receber publicamente a vacina da covid-19, para fomentar a confiança dos americanos mais céticos.

De facto, Trump já avisara que não estava para se juntar ao clube de antigos Presidentes. “Não creio que me vá integrar muito bem”, admitiu, numa entrevista em 2019 com Kate Anderson Bowe, autora do Team of Five: The Presidents Club in the Age of Trump, citada pela People. “Sou um tipo de Presidente diferente”, acrescentou.