Posted: 19 Apr 2021 03:47 AM PDT
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terça-feira, 20 de abril de 2021
As raizes eleitorais da corrupção
Susana Peralta é a primeira portuguesa a ‘autoincriminar-se’ num ‘dramático’ texto dado à estampa no ‘Público’…
Susana Peralta é a primeira portuguesa a ‘autoincriminar-se’ num ‘dramático’ texto dado à estampa no ‘Público’…por estatuadesal |
(Alfredo Barroso, in Facebook, 16/04/2021)
Atenção! Eu quero que a doutora Peralta vá chamar 'corrupto' a outro, que não eu, lá porque decidiu confessar, publicamente, que também ela é 'corrupta' (risos)!
Sinceramente, não compreendo a razão porque só agora, com o 'caso' de José Sócrates, ex-chefe de um Governo PS, é que se escrevem textos tão lancinantes sobre a corrupção, mas não na altura - não direi dos famosos 'jipes agrícolas' do 'cavaquismo' (risos) - mas na altura em que saltaram à nossa vista os 'casos' de corrupção (ou 'suspeitas' dela) bem mais graves, como os dos bancos BCP, BPN, BES, BPP, BANIF, ou os dos célebres submarinos para a Armada Portuguesa, dos sobreiros abatidos em nome do turismo, das famosas pequenas quantias depositadas tantas vezes por um tal Jacinto Leite Capelo Rego, da 'Tecnoforma' e outras grandes vigarices cujas suspeitas recaíam todas, mas mesmo todas, sobre malta do PPD-PSD e malta do CDS-PP, que acabou por se 'safar', bem 'safada', quando tudo parecia ser 'a da Joana' (risos), essa santa milagreira que terá posto a Justiça lusitana na ordem... -, não se passava nada!
Mas que raio de bicho é que mordeu a doutora Peralta, a Dr.ª Ana Gomes, o Dr. Fernando Medina e outras doutoras e doutores que se puseram a gastar tinta e latim a ferrar o dente no juiz Ivo Rosa (o seu colega Carlos Alexandre é que é um 'herói'!) e no Eng.º José Sócrates, ignorando supinamente os autênticos baldes de lixo, de porcaria e etc., cujas suspeitas recaíam todas sobre 'gajos' e 'gajas' da direita?
Na lógica desta bizarra doutora Suzana Peralta, "Portugal é corrupto", logo: todas e todos os 'tugas' são corruptos, logo: todo o mundo é corrupto dado que Portugal pertence ao mundo, além de ter dado 'novos mundos ao mundo' (não se esqueçam!)...
Eu me espanto, me surpreendo, me engalfinho, me torço todo de riso...
Campo d'Ourique, 16 de Abril de 2021
segunda-feira, 19 de abril de 2021
Maria Antónia Palla nas muralhas da cidade
(Por Valupi, in Blog Aspirina B, 17/04/2021)
A surpreendente, para muitos chocante, intervenção pública de Maria Antónia Palla contra o ódio político e contra a violência da direita permite tocar no melindroso assunto das relações pessoais afectadas pela Operação Marquês. É matéria íntima e privada, dentro do que os próprios considerarem como tal, mas cruza-se com a dimensão republicana para que somos convocados como cidadãos.
Como este cristalino texto de uma jornalista consagrada (e histórica combatente pela dignidade, pela democracia e pela liberdade) deixa num exuberante e comovente exemplo.
Realmente, é preciso ter 88 anos – ou seja, é preciso ter memória – para conseguir relacionar as peripécias da caçada a Sócrates com o modus operandi de uma ditadura. Essa característica referencial do seu clamor por “compaixão” (qualidade “feminina”, no sentido de ser do foro da empatia e da alteridade, da moldagem e do perdão) a propósito de uma figura tão inauditamente polémica como Sócrates talvez tenha sido o que levou Daniel Oliveira a carimbar como “absurdo” o passo em frente em direcção aos algozes e à turbamulta dado por Palla. O mesmo Daniel que, nas linhas cimeiras e altaneiras à desconsideração sonsa da voz da mãe de António Costa, se entretém a insultar Sócrates armado em psicólogo de café e reclamando o papel de defensor do PS e das vítimas do Engenheiro; vítimas estas por causa das relações pessoais (no partido e/ou na esfera privada) que mantinham com ele ao tempo da sua detenção e da revelação dos factos relativos ao dinheiro que Santos Silva lhe fazia chegar, directa e indirectamente.
Essas pessoas são vítimas, isso é inquestionável. Os danos do escândalo terão afectado a sua saúde de forma traumática. E para aquelas com profissões e actividades que impliquem exposição pública ainda mais, pois há um inevitável efeito de contaminação na reputação que passa a ser explorado incessantemente por pulhas e broncos. Estas pessoas, portanto, e sem carência de mínima explicação, não dispõem de qualquer motivação para mexer uma palha que possa ir ao encontro dos interesses de Sócrates. Algumas, precisamente por terem a sua voz amplificada pela comunicação social e tal lhes dar ocasião e influência para se protegerem, desde muito cedo sentiram a necessidade de começar a castigar Sócrates no plano moral, considerando (e com toda a razão) que os actos por ele assumidos em artigos e entrevistas já chegavam para uma condenação da sua conduta na esfera dos relacionamentos sem ser preciso esperar pelo desfecho do processo judicial.
Pedro Adão e Silva é um dos mais salubres, ponderados, objectivos e intelectualmente honestos “comentadores de referência”. Na edição do Bloco Central de ontem, podemos ouvi-lo na enésima denúncia moral contra Sócrates. A sua veemência desta vez, o próprio circuito espontâneo da fala, mostra como a dor que o dilacera ultrapassa a sua individualidade, remete também para terceiros que lhe são muito próximos (é o que intuo). Trago este episódio porque o Pedro, no embrulho narrativo com que procura matar simbolicamente quem considera culpado pela sua agonia, deixa as emoções dominarem a sua inteligência e ataca Ivo Rosa recorrendo a um dos argumentos mais usados na campanha para o desacreditar, o de que estaria num combate contra Carlos Alexandre e que teria disfunções psicológicas. Trata-se de uma falsa equivalência, criada para branquear Carlos Alexandre (um juiz que viola vários dos seus deveres) e para diabolizar Ivo Rosa (um juiz que cumpre exemplarmente todos os seus deveres). O admirável Adão e Silva, na frustração e desejo de vingança contra Sócrates, alargou a um inocente a impotência furiosa que o consumia.
Eis três radicalmente distintas formas de lidar com o mesmo, a dimensão moral da conduta de Sócrates nisso em que as suas decisões afectaram relações pessoais de diferente tipologia e grau. Daniel Oliveira aproveita para despachar mais uma encomenda de Balsemão e Ricardo Costa, os seus patrões, dando-lhes daquilo que eles gostam. O sofrimento a que alude no seu exercício é apenas carne para o canhão de um publicista. Pedro Adão e Silva expõe-se na sua fragilidade e dano, assume o seu papel no que fica como uma tragédia pois ele próprio se deixa diminuir na ânsia de se defender. E Maria Antónia Palla, que dá toda a ideia de ainda saber que António Costa é seu filho, avança por cima dos escombros das relações pessoais desmoronadas no PS, avança debaixo do fogo de barragem da direita que quer maximizar os ganhos e tentar atingir e comprometer o maior número dos talentos políticos socialistas que conseguir, para dizer na cara da multidão que a cidade também é dela.
Confesso: fiquei com inveja de Costa.
A saúde como condição da confiança e a confiança como condição da saúde
Posted: 16 Apr 2021 03:46 AM PDT
Bombas debaixo do tapete
Posted: 17 Apr 2021 03:42 AM PDT