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quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Tumultos em supermercado de portugueses por causa de margarina

Um engano, em baixa, no preço da margarina ocasionou hoje tumultos numa sucursal da rede de supermercados Central Madeirense, na Venezuela, que levaram as autoridades a deter três pessoas, acusadas de roubar alimentos.

Segundo diversas fontes, o erro deveu-se a uma falha do sistema informático, que fixou o preço da margarina em 12.000 bolívares (bs) em vez de 120.000 Bs (2,93 euros em vez de 29,32 euros à taxa de câmbio oficial), este último um valor que os venezuelanos têm dificuldade em poder pagar.

Segundo o portal Notícias de Venezuela, quando os administradores do supermercado "tentaram reparar o erro, as pessoas exigiram que fosse respeitado o preço" marcado, originando tumultos que forçaram os trabalhadores a oferecem a margarina, "para evitar um saqueio".

Proprietários de outras lojas do Centro Comercial Plaza Las Américas, onde está a sucursal afetada, denunciaram aos jornalistas que além da margarina, as dezenas de pessoas que se encontravam no supermercado aproveitaram a situação para roubar bebidas alcoólicas, sabão em pó e guloseimas.


Entretanto, através do Twitter, o presidente da Câmara Municipial de Baruta, Darwin González, anunciou que "foram detidas três pessoas, que teriam roubado comida no Central Madeirense".

Além do estabelecimento comercial afetado, por falha de segurança, várias lojas do mesmo centro comercial fecharam as portas.

O problema informático teve lugar num momento em que há cada vez mais denúncias de tentativas de saques em estabelecimentos comerciais de diverso tipo, principalmente fora da capital venezuelana.

Além dos estabelecimentos comerciais, os camiões que transportam mercadorias são também alvos frequentes de tentativas de pilhagem.

O Governo venezuelano ordenou na terça-feira ao setor agroindustrial do país que diminua o preço de venda de 6.500 produtos e regresse aos valores de início de dezembro de 2017.

A ordem foi proferida pelo vice-Presidente da Venezuela, Tareck El Aissami, durante uma reunião com representantes do setor agroindustrial, em Caracas.

Segundo o vice-Presidente da Venezuela, os preços subiram de "maneira injustificada" desde 15 de dezembro do ano passado, entre 10% e 10.000% e particularmente depois de o Presidente Nicolás Maduro ter anunciado um aumento de 40% do salário mínimo dos venezuelanos que entrou em vigor no passado dia 01 de janeiro.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Mensagem de Julian Assange sobre censura na internet

por Bruno Santos

O futuro da Humanidade é a luta entre seres humanos que controlam as máquinas e as máquinas que controlam seres humanos.

A Internet representou uma espécie de revolução na nossa capacidade de nos educarmos uns aos outros, facto que originou uma verdadeira explosão democrática e abalou o núcleo dos poderes instituídos. Uma das consequências dessa explosão foi o florescimento de super Estados Digitais como a Google, o Facebook e os seus equivalentes chineses, que se integraram na Ordem existente e passaram a exercer controlo absoluto sobre o discurso e a informação. Não se trata de uma simples acção correctiva. A persuasão oculta exercida de modo intensivo por instrumentos controlados pela Inteligência Artificial representa hoje uma séria ameaça à própria existência da Humanidade.

Entre as brumas da memória


Dica (698)

Posted: 17 Jan 2018 01:44 PM PST

Philip Roth: “Ninguna de las conductas más extremas que han salido en los periódicos me sorprende”

«El autor analiza el movimiento #MeToo, la presidencia de Donald Trump y su retirada de la escritura en una entrevista con 'The New York Times'.»

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17.01.1944 – Françoise Hardy

Posted: 17 Jan 2018 09:10 AM PST

Françoise Hardy faz hoje 74 anos. Em 20015, em luta contra um cancro, anunciou que tinha posto fim à carreira. Mas venceu o dito cancro e não passou de mais um hoax uma notícia que circulou esta semana anunciando a sua morte. Pelo contrário, está bem viva e leio hoje que trabalha num novo álbum com doze canções, que, diz ela,  «parle de choses en rapport avec mon âge». Nada mal!

Seja como for, quando desaparecer, nós, «les garçons et les filles de son âge», ficaremos para sempre a dever-lhe memórias de ternura e de inocência. Voltar a ouvi-la, nos seus primeiros tempos, devolve-nos uma ingenuidade que parece hoje irreal, quase impossível que alguma vez tenha existido.

Do seu álbum de 2012:
E, inevitavelmente, o início de tudo (1962), a canção ícone que ficou para sempre, com letra e música de sua autoria:
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Mas que país é este?

Posted: 17 Jan 2018 07:27 AM PST

Ninguém me contou, isto está mesmo na página do Facebook da PSP:

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Toca a vender a alma ao diabo

Posted: 17 Jan 2018 03:31 AM PST

«A recomendação é de Ferreira Leite para o presidente-eleito Rui Rio e já deu que falar: desunhe-se, se preciso for venda a alma ao diabo para correr com a esquerda do estribo do gabinete do Dr. Costa, se não mesmo da sua mesa, sabe-se lá onde essa gente se instalou. A bem dizer, Rio já tinha dito isso, sem ter que invocar o inconveniente diabo, que tem entre os laranjas a má fama de nunca chegar a horas. A tomar por certo o que correu o risco de anunciar durante a sua campanha, o objetivo de Rio é mesmo esse. Perdendo dentro de dois anos, vai já adiantando que a moral e os bons costumes recomendam que dê uma mão ao estouvado do Dr. Costa para o aliviar das más influências.

PUB Imagino os sorrisos de auto-condescendência no Bloco e no PCP. Afinal de contas, se o intuito da direita ao renovar-se é condensar a sua política no objectivo estratégico de se aliar ao PS no temor de que, preso a acordos com a esquerda, aquele partido amanse os seus compromissos europeus e outros avulsos, a começar pelo patronato que ama as leis laborais troikistas e pelos interesses que estremecem quando se fazem contas às rendas, então as esquerdas não poderiam exibir melhor certificado de competência e vitória. Nunca a esquerda foi tão evidentemente definida como o eixo da política pela direita. É aliás cândido que Rio tenha feito dessa subserviência ao PS um mote de campanha, e é não menos arrebatador que os incentivos que recebe, já de vitória no bolso, lhe peçam que não saia dessa sua linha de rumo.

Claro que para o PSD isso é suicidário. Votem-em-mim-para-eu-apoiar-o-PS é uma frivolidade, para os eleitores mais crédulos mais vale então votar no PS. Isso já se verificou em minúscula escala na última eleição, noutro quadrante, e não deixa de ser curioso que o PSD, à direita, acredite que se reforça com uma política que anuncia o seu próprio fracasso como alternativa. Mas é assim mesmo e a realidade impõe-se contra os cálculos: para a direita económica, o único desígnio presente é dar a maioria absoluta ao PS, sozinho ou em bloco central, na esperança de o trazer ao redil da saudosa tradição liberal, os mercados a tomarem conta da segurança social e da saúde, já para não esquecer os transportes de Lisboa e Porto que estavam prometidos a quem de direito. O conforto de alma, o fim de sobressaltos e da incerteza sobre a relação de forças, que os ministros são tão volúveis, tudo advoga esse bloco central, para uma direita que prefere perder por cem a perder por mil.

Acresce que esta linha diabista tem muitos entusiastas. Para a esquerda, é o cenário de sonho: a haver incerteza sobre se o PS se alia a Rio, nem é preciso fazer campanha sobre a necessidade de uma posição forte para que Portugal não retorne à pasmaceira da austeridade. Para o PS também não é mau, os que acham que o bloco central é uma segunda pele ficam aliviados e os que acham que o PSD deve ser reduzido a uma periferia política ficam animados. Para o CDS, interessante, fica com algum espaço, mesmo se a catadura de Rio lhe pode ganhar alguma “classe média”.

Fica um problema, que não é de somenos. Tal estratégia tem um preço de regime. O bloco central é uma coisa nos anos oitenta, saídos da revolução e com aflições constitucionais, e outra nos tempos de crise dos partidos quarentões. Assim, o único bloco central que os poderes económicos pretendem é mesmo a maioria absoluta do PS para que o tempo volte para trás. Tanto pior para as direitas.

Por isso, sem querer desmerecer a primazia do conselho de Ferreira Leite, repito com ela: Dr. Rio, venda mesmo a alma ao diabo, que nesse comércio espiritual é de aproveitar o momento em que a cotação vai alta. É a lei do mercado, percebe?»

Francisco Louçã

5 cruzeiros e passeios de barco para descobrir Portugal

por admin

A partir do rio e do mar, em cruzeiros e passeios de barco, propomos 5 programas para um fim de semana à descoberta de uma face diferente do país. Se conhece o país de norte a sul e Portugal já não tem muitos segredos para si, venha descobrir um ponto de vista diferente. Nos cruzeiros e passeios de barco que podemos fazer pelos nossos rios e costa há muito que encontrar e experimentar. Velhas paisagens que conhecemos tão bem ganham uma nova perspectiva, cores e sabores. Do Douro à Ria Formosa, venha connosco num cruzeiro à procura de um país que nem sabíamos que existia!

1. Douro

Para além dos passeios de algumas horas que pode fazer na foz do Douro, até Barca de Alva há muito rio para descobrir. Há cerca de 60 operadores, com 147 embarcações, 20 das quais são barcos-hotéis. Os cruzeiros do Douro estão em pleno crescimento e em 2017 deverão chegar ao milhão de turistas.

Rio Douro

Rio Douro

Curiosamente, já não são só os estrangeiros a vir conhecer a Régua ou o Vale do Côa de barco. Há cada vez mais passageiros portugueses em busca destas belíssimas paisagens e da sua tranquilidade. Das arribas brutas do Douro Internacional ao rendilhado dos socalcos das vinhas, é uma sucessão de vistas magníficas.

2. Alqueva

O Grande Lago do Alqueva já marca a paisagem desde 2004 mas ainda é um ilustre desconhecido para muitos portugueses. As estruturas necessárias ao turismo têm levado algum tempo a ser construídas, mas já há peças suficientes para nos levar até ao Alentejo.

paisagens mais bonitas de PortugalAlentejo

O clima ameno durante todo o ano convida a mais escapadelas e também aqui podemos fazer passeios de barco. Da marina da Amieira ou do cais da barragem partem cruzeiros curtos para conhecer a vida natural e as aldeias. Existem também diversos percursos com durações entre uma hora e um dia inteiro com almoço numa das aldeias ribeirinhas do Alqueva.

3. Tejo

Ao chegar ao mar, o maior dos rios portugueses oferece uma vista única sobre Lisboa. Para a apreciarmos as hipóteses são muitas e variadas, conforme a carteira e os gostos de cada um. À vela, o Leão Holandês e a Teimoso Tours oferecem cursos de vela e passeios de duas horas. A Palma Yatchs leva-nos a ver o pôr do sol e a comer sushi.

cidade mais bonita do MundoPonte 25 de Abril

Se quiser seguir direcção oposta, rio acima, o cenário muda. Vamos encontrar muita vida selvagem com a Rio-a-Dentro e descobrir os avieiros com a Ollem. Se nunca visitou as ilhotas e recantos que o Tejo forma a poucos quilómetros da capital, é uma oportunidade imperdível.

4. Sado

Com a Serra da Arrábida a preencher-nos a vista, o fim do Sado é um palco fabuloso. Os programas durante todo o ano são variadíssimos e até incluem as iguarias da região. A observação de Golfinhos, os Roazes Corvineiros que aqui moram, é relativamente fácil e comum se for com quem percebe.

praias mais bonitas da Arrábida

Serra da Arrábida

A Sado Arrábida tem licença para observar cetáceos e conta com uma taxa de sucesso de 95% nos passeios que organiza. Há ainda almoços e provas comentadas por enólogos da região e sunset parties na companhia do vinho local. Para conhecer apenas a paisagem, há mini-cruzeiros que passam pelas praias com almoços a bordo.

5. Ria Formosa

Entre Faro e Vila Real de Santo António, a Ria Formosa é um pedaço muito especial do Algarve. O turismo não pára aqui, mas é fácil de nos isolarmos do mundo. Entre os bancos de areia, ilhéus e formações que a maré cria e recria todos os dias, é possível programar uma escapadela romântica ou um fim-de-semana a dois e aproveitar o melhor que o Algarve tem para nos dar.

locais para visitar no AlgarveRia Formosa

A Passeios Ria Formosa propõe um jantar num veleiro ancorado numa das lagoas da Ria. Oferecem-lhe o transporte até ao barco, onde o menu inclui ostras e outros mariscos, vinho fresco e sobremesa. Se preferir jantar enquanto navega, a Active Bookings leva-o para um passeio, enquanto degusta champanhe “Moët & Chandon”. Com partidas em Olhão e Faro, a Natura Algarve oferece propostas românticas.

Fonte: quilometrosquecontam.com

Rui Rio daqui a dois anos? Vá para a sala de espera do diabo

por estatuadesal

(Daniel Oliveira, In Expresso Diário, 17/01/2018) 

Daniel

Daniel Oliveira

Fazer previsões a dois anos de distância é absurdo. Muita coisa pode acontecer a um governo que ainda está a meio do mandato. E muita coisa pode acontecer nos meses anteriores às eleições. Há, no entanto, algumas coisas que sabemos pela experiência das últimas décadas. Que só ao fim de muito tempo, por cansaço acumulado, governos caem em tempos de recuperação de rendimento e emprego. Vivemos muito embrenhados nos casos mediáticos, mas continuam a ser as condições materiais de vida dos cidadãos que determinam, antes de tudo, o seu voto. Mesmo o PSD e o CDS, que conseguiram um dos piores resultados da direita nacional nas últimas eleições, só ficaram (coligados) à frente do PS porque no ano anterior reduziram drasticamente as medidas de austeridade, permitindo um alívio nas carteiras dos portugueses.

Não há, com os dados que conhecemos, nada que aponte para a derrota do PS e do conjunto da esquerda nas próximas eleições. Mesmo os incêndios tiveram, se olharmos para as sondagens e para as eleições autárquicas depois de Pedrógão (mas antes de outubro), pouco efeito no sentido de voto. E é difícil um governo passar por maior tragédia do que aquelas. Quanto à degradação da qualidade dos serviços públicos, que se agudiza desde o início do século, pouco se pode fazer dentro dos constrangimentos europeus que a maioria do país aceita. Andamos apenas a adiar o colapso. Dificilmente algum governo conseguirá fazer o milagre de continuar a ter um superavit primário e não rapar no fundo do tacho do Serviço Nacional de Saúde e do Estado Social.

O que pode acontecer à “geringonça” é interno à “geringonça” e será, mais do que o PSD, determinante para a divisão de votos. Se as pessoas perceberem que Bloco de Esquerda e PCP estão empenhados, de forma ativamente crítica, numa solução à esquerda, os três partidos partilharão os resultados de um mandato globalmente positivos. Se os sinais de rutura forem claros ou mesmo explícitos, o PS terá condições para conquistar uma maioria absoluta.

Compreendo o raciocínio que Rui Rio, de forma um pouco cândida, tentou explicar a Pedro Santana Lopes: se o PSD disser que não viabiliza um governo minoritário de António Costa os eleitores de centro-direita tenderão a votar útil no PS, para que ele governe sozinho. Ele não disse que eram os de centro-direita, mas digo eu. Porque, como indicam todos os estudos de opinião, a esmagadora maioria dos eleitores tradicionais dos três partidos da “geringonça” estão satisfeitos com esta solução. Mesmo os eleitores socialistas parecem, depois da experiência de Sócrates, confiar mais num PS dependente de outros partidos do que numa maioria absoluta. E os eleitores do BE e do PCP, mesmo que gostassem de ver este governo ir mais longe, preferem ver os partidos em que votaram a determinar aspetos fundamentais da governação do que a ouvi-los apenas a protestar, na oposição.

Na realidade, a “geringonça” agrada, segundo todas as sondagens, a mais pessoas do que aquelas que votaram nos três partidos que a construíram. Ignorar isto é construir castelos no ar. Claro que se a economia e o emprego correrem mal tudo isto muda. Mas, com os dados que temos, o discurso baseado na ideia de “libertar o governo das garras da extrema-esquerda” dirige-se aos convertidos. Não tem qualquer efeito num eleitorado de centro que não se sente no meio de um processo revolucionário. O país não vive nas redes sociais nem é representado pelos colunistas.

Os apelos ao bloco central também não têm qualquer futuro. Bem sei que muitos se convenceram que António Costa fez nascer a “geringonça” por mero taticismo. Também foi isso. Todos os momentos históricos misturam estratégia e tática, premeditação e conjuntura. Mas quando Costa deu este passo, que tudo indica que já tinha sido discutido com o PCP antes das eleições, olhou para o futuro. Percebeu que com dois partidos médios à sua esquerda as maiorias absolutas iam ser cada vez mais excecionais. Sem quebrar o tabu ficaria eternamente dependente da direita para governar. E Costa, que é tudo menos falho de instinto político, sabe o que está a acontecer aos partidos socialistas e social-democratas que se mantiveram num bloco central anacrónico: estão a morrer. Do PASOK ao SPD, passando pelos socialistas holandeses. É por isso que o PSOE se recusa a qualquer entendimento com o PP e o Labour virou à esquerda. Mesmo o SPD resiste até ao limite na renovação do acordo com a CDU. António Costa não descobriu a pólvora. O bloco central só não foi dinamitado onde não havia qualquer alternativa. Só se fosse louco é que Costa preferia depender do PSD, tendo de lhe ceder e deixando livre o espaço de crescimento à sua esquerda. Só haverá um governo socialista dependente do PSD se BE e PCP o quiserem. E se o derem a entender antes das eleições até é provável que ofereçam uma maioria absoluta ao PS. Com os dados que temos hoje, esse é um filão sem futuro.

Não sei se Rui Rio trabalha para os próximos dois anos ou tem uma visão que ultrapassa as próximas eleições. Se o seu prazo de validade são as próximas legislativas, não há grandes razões para o PSD estar otimista. Resta-lhe a mesma estratégia de Passos: esperar que as coisas corram mal na economia. E, desta vez, tentar que os portugueses não notem a sua esperança. Se, pelo contrário, pensa para depois de 2019, tem tempo para se construir como alternativa.

Se não se perder em diatribes liberais que agradam a meia dúzia de colunistas, Rui Rio pode representar com eficácia a direita nacional. Basta acrescentar ao programa que a direita tem há anos (fazendo dele menos alarde ideológico do que Passos Coelho) um vago patriotismo simbólico. E, como estilo de liderança, alimentar um distanciamento altivo em relação ao burburinho mediático, que lhe é natural e o distingue de Marcelo. Rui Rio tem tudo para ser melhor cavaquista do que Cavaco. Tem o perfil ético que sempre faltou ao anterior Presidente da República e partilha com ele o gosto pelo exercício um pouco mais musculado do poder. Mas precisa de pelo menos seis anos para receber o poder como quase todos os últimos primeiros-ministros o receberam: por cansaço ou falhanço de quem está no governo. A questão é se resiste a tão longa travessia do deserto. Se é para daqui a dois, apenas mudou o turno dos que fazem política na sala de espera do diabo.