Translate

sexta-feira, 15 de junho de 2018

O proxeneta conservador

Novo artigo em Aventar


por João Mendes

Na América alucinada de Donald Trump, as anedotas sucedem-se. E como já vale quase tudo, o proxeneta Dennis Hof garantiu ontem a nomeação republicana para as eleições intercalares no estado do Nevada. Proprietário de vários bordeis - legais no Nevada - Dennis Hof integra ainda o elenco do reality show Cathouse, que retrata o dia a dia num bordel no Nevada, e é o autor do livro "The art of Pimp", que traduzido para português dá qualquer coisa como "A arte do Chulo". Não admira que tenha ascendido politicamente na era da trampa. 

Ler mais deste artigo

quinta-feira, 14 de junho de 2018

Entre as brumas da memória


Trump desvaloriza ataques aos direitos humanos na Coreia do Norte: “Kim é um tipo duro”

Posted: 14 Jun 2018 01:51 PM PDT

«“Quando tomas conta de um país duro, com uma população difícil, e herdas isso do pai, não quero saber quem és, que privilégios tiveste - há uma em cada dez mil pessoas que conseguiriam atingir o mesmo aos 27 de idade." É esta a caracterização que Donald Trump, Presidente dos Estados, faz de Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte com quem se encontrou na terça-feira, em Singapura, para discutir o fim do arsenal nuclear do regime. E foi assim que tentou desviar a pressão de Bret Baier, jornalista da FOX News, que lhe perguntou insistentemente porque é que tinha escolhido não abordar os abusos cometidos pelo regime norte-coreano contra os direitos humanos quando se encontrou com Kim. A esta análise acrescentou que Kim é "um tipo muito inteligente", "um grande negociador" e que os dois se irão "entender muito bem".

Vários ativistas e também numerosas vozes dissidentes norte-coreanas a residir em outras partes do mundo, mostraram a sua indignação face à ausência de qualquer referência aos abusos cometidos por Kim e pelos seus subordinados no exército e nos serviços de informações contra milhões de norte-coreanos.

Num vídeo gravado para o diário norte-americano "The New York Times", Yeonmi Park, que fugiu da Coreia do Norte aos 13 anos, fala das torturas cometidas pelo regime e pergunta a Donald Trump: "Senhor Presidente, encontrar-se-ia com o Hitler?".

Os números da ONU sobre a situação humanitária no país não oferecem muito espaço de manobra a Kim mas Trump deu-lhe um pouco mais, dizem os responsáveis da Human Rights Watch na Ásia. Segundo a ONU, duas em cada cinco pessoas estão malnutridas na Coreia do Norte, e cerca de 120 mil estão presas por motivos políticos em instituições onde os abusos aos seus direitos são constantes e muito violentos: abusos sexuais, execuções públicas, tortura física, trabalho forçado e refeições insuficientes são alguns dos exemplos explícitos no último grande relatório da ONU, com data de 2015.

Donald Trump foi e veio a Singapura, apertou a mão a Kim Jong-un, convidou-o para visitar a Casa Branca, apesar de o líder norte-coreano se encontrar numa lista negra de pessoas que não estão autorizadas a entrar nos Estados Unidos, e várias vozes, incluindo aquelas do seu campo político se têm mostrado bastante críticas com a complacência de Trump. Um exemplo das fissuras a nascer no próprio partido foi a cobertura feita pelo George W. Bush Presidential Centre, um instituto de análise política, museu e instituição de solidariedade social estabelecido pelo ex-Presidente republicano, que durante toda a conferência focou a sua atenção na questão dos direitos humanos. Como seria de esperar, os Democratas foram menos contidos e acorreram ao Twitter em avalanche para criticar Trump. Chris Murphy, senador democrata do Connecticut escreveu: "Os gulags do Kim, as execuções públicas, a fome premeditada legitimadas no palco do mundo. Que raio é isto?"

Pressionado ainda mais uma vez pelo entrevistador da FOX sobre as "coisas muito más que o regime [norte-coreano] faz", Trump respondeu que, sim, que isso é verdade mas que "muitas outras pessoas fizeram coisas" e que "é possível fazer uma lista de várias nações que fizeram coisas más". Num comentário pouco depois de terminada a conferência, Christopher Green, analista especialista em assuntos das duas Coreias do Crisis Group falou com o Expresso e, não dando razão a Trump, disse não estar surpreendido com esta omissão porque se Trump falasse da questão da abertura do regime poderia perder para sempre a linha de contacto com o regime e anular qualquer possibilidade futura de diálogo para esse fim.»

Mafalda Ganhão, no Expresso diário, 14.06.2018

.

José Mário Branco: como o compreendo…

Posted: 14 Jun 2018 11:11 AM PDT

Daqui.
.

Vistos Gold? Não, obrigada

Posted: 14 Jun 2018 08:04 AM PDT

.

Trump: da idiotice pura e dura

Posted: 14 Jun 2018 06:59 AM PDT

Make North Korea Great Again?
.

O Mundial do Goldman Sachs

Posted: 14 Jun 2018 03:08 AM PDT

«Como todos os mais famosos treinadores de bancada, o Goldman Sachs também achou importante dar o seu prognóstico sobre o Mundial de futebol. Fez uma milhão de simulações para todas as equipas presentes no torneio e chegou a algumas conclusões extraordinárias. Foi um esforço inglório. O polvo Paul, que adivinhava os resultados do Mundial de 2010, só precisava de duas caixas. O banco fica claramente a perder. Mas, mesmo assim, partilha connosco a ideia de que o Brasil vencerá a Alemanha na final e será campeão. Portugal chegará às meias-finais, vencendo nos quartos-de-final a Argentina. Ficamos aliviados. Vivemos, nas vésperas do início do Mundial, um período de euforia. É um sinal dos tempos: Portugal está imerso no seu esplendoroso passado (ser campeão europeu) sem reconhecer a realidade de hoje. E nada condiciona mais uma selecção do que isso. Há dois anos, Portugal, seguindo a engenharia conservadora de Fernando Santos, vivia de uma defesa muito sólida e da vontade genial de Cristiano Ronaldo. Ele resolvia. Foi assim, entre este esquema rígido e a sorte, que Portugal venceu.

Dois anos depois, Portugal está diferente. Ronaldo já não é super-homem e não resolve tudo. E a defesa já não tem a frescura de então. A chegada de médios criativos de grande qualidade (Bernardo Silva, Gelson, Bruno Fernandes, Gonçalo Guedes) implica que a curto prazo, com o eclipse de Ronaldo, o estilo da selecção terá de se adaptar. Ou seja, estamos perante um outro conceito estético. Neste Mundial, Portugal ainda jogará dividido entre estas duas culturas tácticas. Mas há uma satisfação: se o futebol permite o orgulho, a satisfação com as coisas bem-feitas e a comunhão de valores, hoje a selecção já não vive só de vitórias morais. Geralmente os portugueses choravam a derrota como se ela tivesse sido uma vitória. Havia sempre desculpas. Havia sempre o fado. Havia sempre a sorte arredia. Hoje há uma outra cultura, mesmo com um Fernando Santos avesso ao risco. Este é o fim de um ciclo. E o início de outro.»

Fernando Sobral

“Não consegui proteger a minha filha. Agora não há nada”. Os sobreviventes de Pedrógão um ano depois


14 Junho 2018
Miguel Santos Carrapatoso
João Porfírio
Gina Antunes perdeu a filha e a mãe no fogo: "Aquela imagem está sempre na minha cabeça. Para mim, todos os dias são 17 de junho, aquele malvado dia que nunca devia ter acontecido".
Partilhe
Gina, Manuel, Cacilda, Maria e Alzira. Cinco sobreviventes de Pedrógão Grande, um ano depois da tragédia. Cinco formas de lidar com o luto. Negação. Raiva. Medo. Depressão. Aceitação?

A negação. “Hoje, vou aos cemitérios e penso que elas não estão lá”

A porta abre-se e revela o amplo e fresco salão que serve de piso inferior à moradia de dois andares. O impacto é imediato. É impossível não reparar naqueles olhos azuis-claros que espreitam em cada retrato. Lá ao fundo, junto à parede, as luzes brancas do altar improvisado compõem o resto do cenário. Está decorado com peluches, bonecas e um carrinho de bebé em tons de rosa. Eram os brinquedos de Bianca, a criança de quatro anos que morreu quando o carro em que seguia com a avó, a mãe e o irmão foi engolido pelas chamas. Passou um ano desde os incêndios de Pedrógão Grande.

O VERÃO QUENTE DE ALVALADE

por estatuadesal

(In Blog O Jumento, 14/06/2018)

leões

(Escrever sobre o Sporting sem ser acusado de "benfiquismo" ou "portismo", "brunismo" ou "martismo" é um difícil número circence no momento actual.

Como acho que este texto consegue isso, aqui o deixo.

A Estátua não pode ficar à margem de um tema tão candente que ofusca todas as notícias e todos os restantes acontecimntos que vão ocorrendo no país e no mundo.

Comentário da Estátua, 14/06/2018)


Sem incêndios ou assaltos a quartéis, com a oposição a aproveitar o clima para prolongar o estado de hibernação, João Pereira Coutinho achou que do alto do seu brilhantismo devia dar uma ideia à oposição, uma nova frente de batalha, agora que a pediatria do Santo António já deu o que tinha a dar. Este ideólogo da direita teve a brilhante ideia de sugerir que o governo devia ser criticado por não intervir na situação do Sporting.

A ideia era boa; seguindo o velho ditado popular o ideólogo sugere que o governo meta a colher num caso de marido e mulher. Se tomasse partido pelo Bruno ficava com o ódio dos do Marta, se apoiasse o Marta tinha de aturar o Facebook do Bruno, se entrasse armado em Herodes tinha de enfrentar os dois. O homem não só não explicou como e porquê deveria intervir, como deve ter-se esquecido de que Portugal é um Estado de direito e que nenhum governo se pode meter num caso que serão só tribunais a resolver.

O que quer o brilhante Coutinho? Que o governo reinstalasse o COPCON e neste verão quente da 2.ª Circular mandasse uma coluna militar a Alvalade para meter um tenente no lugar do Bruno de Carvalho e depois chamasse o Marta para adjunto? Ou que as providências cautelares, em vez de serem dirigidas ao Supremo Tribunal Administrativo, dessem entrada na secretaria de Estado da Juventude e Desportos?

A situação do SCP parece ser cada vez mais complexa e embrulhada em questões jurídicas que só conseguirão ser desembrulhadas nos tribunais. A única forma de intervir do governo seria envolver-se numa luta pelo poder que não lhe cabe apreciar ou decidir ou, pior ainda, retirar ao clube o estatuto de utilidade pública, o que seria um golpe quase fatal. Provavelmente seria este o desejo de Coutinho, numa lógica em que transformaria um problema de estatutos de um clube num problema nacional. Enfim, esperteza saloia.

Infelizmente, para o SCP, a luta pelo poder entre Bruno de Carvalho e a oposição à sua liderança é o equivalente a uma guerra civil, um tipo de guerra onde o nível de destruição é por vezes levado ao absurdo. Neste momento já nenhuma das fações está preocupada com o que se destrói, convencida de que essa destruição é um custo que se justifica se estiver em causa a derrota do adversário.

Neste estado de coisas a que a situação chegou já ninguém exterior ao SCP, exceto os tribunais pode intervir, nem o Governo, nem a Federação, nem a Liga de Clubes. Parece que se perdeu o bom senso e o clube caminha para a destruição, restando esperar que tal não aconteça e que as consequências se fiquem pela solução de poder. Se algo de mais grave suceder, esperemos que o MP responsabilize os responsáveis pelas situações de violência que podem ocorrer, porque depois dos vexames e ataques públicos dos jogadores já se lêem apelos aos sócios contra outros sócios.

NA PROA DOS MOLICEIROS, CARAGO!

por estatuadesal

(José Gabriel, 14/06/2018)

moliceiro

"Universidade de Aveiro anuncia estágios com salários de 120 euros para licenciados"- lê-se no Jornal de Negócios. (Ver notícia aqui ).

Perante isto, o nosso primeiro impulso - que, a bem dizer, costuma ser o certo - é dar um murro na mesa, em a havendo - somos pela paz - e gritar: cambada de crápulas! - notem, apesar de tudo, a contenção. Depois, pensamos bem e a coisa merece uma análise mais fina.

Ora, sabendo nós que a palavra "salário" tem a sua origem no latim "salarium" , o soldo, pagamento do soldado que era feito em sal, logo nos apercebemos de que a iniciativa da Universidade de Aveiro é uma aposta na economia local, já que todos conhecemos a importância da produção do sal nesta região.

São, pois, só vantagens. Excepto para os contratados, claro, mas esses vão tornar-se, por esta via, funcionários públicos os quais são, asseguram-nos quase todos os comentadores televisivos, um bando inúteis com demasiados privilégios.

Deste modo, não só se aproveitam os recursos locais como, por esse facto, se dá força ao movimento municipalizador com que o nosso governo quer livrar-se de problemas, entregando a sua resolução aos poderes locais que, no caso de Aveiro, são de uma formosura democrática e de uma tradição progressista da qual já muitos de nós tivemos explosiva - literalmente - experiência.

E mais: levando às últimas consequências a etimologia deste pagamento, a vida dos contratados não apresenta grande esperança, uma vez que bem sabemos do efeito do consumo de sal nas doenças cardiovasculares, dando assim novo sentido à ideia de contrato a prazo.

Como se vê, a Universidade da chamada - por um pobre de espírito, é verdade - "Veneza de Portugal", rasga novos caminhos para a Nação. Desta vez não são caravelas, são barcos moliceiros de passear turistas, mas é o que se arranja com a boa vontade local.

Elevado por este espírito inovador, eu próprio proponho para a dita Universidade um novo hino académico:

"Sapore di sale
Sapore di mare
Un gusto un po' amaro
Di cose perdute
Di cose lasciate
Lontano da noi
Dove il mondo è diverso
Diverso da qui"