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segunda-feira, 2 de julho de 2018

MAKE LOVE NOT CIMENTO

  por estatuadesal

(In Blog O Jumento, 02/07/2018)

Cavaco meninos

O Cavaco voltou atrás e renegou a sua política do betão. Agora, fazer muitos meninos é que está a dar.  - Imagem In Blog 77 Colinas

Parece que Cavaco Silva tem de aparecer de vez em quando, deve estar com receio de ser esquecido e de tempos a tempos vai fazendo a sua prova de vida, como se fosse um pensionista a cumprir com as obrigações para com a Segurança Social. O esquema é sempre o mesmo, um grupo de saudosistas organiza uma festarola de homenagem e o pobre senhor lá aparece, discursando virado para as quatro e dez, destilando a sua raiva ao governo que foi forçado a empossar.

Desta vez lá fez o discurso dos incêndios e das responsabilidades ao mais alto nível, só se tendo esquecido de prestar homenagem aos que se suicidaram em Pedrógão. Mas depois de servir o ódio do costume o homem, que sempre foi um governante para quem o ser humano esteve à frente, lembrou-se de falar de um dos problemas mais graves da sociedade portuguesa, o da natalidade.

Foi então que este pobre senhor, lembrado pelo cimento, alcatrão e eucaliptos com que encheu o país, veio explicar aos portugueses que a prioridade não são as autoestradas ou os pavilhões gimnodesportivos, diz ele que a prioridade é ter filhos.

Só não explicou se defende que o dinheiro das obras públicas deve servir para abonos de família ou para mandar os frasquinhos de esperma e pagar ás mães de aluguer americanas, à semelhança do que faz o melhor do mundo.

Com o país mais interessado no regresso dos heróis que só não fizeram melhor porque os uruguaios são uns malandros, enquanto vai percebendo as causas dos resultados  nas Flash Interviews dadas pelo repórter Marcelo, quase ninguém se interessa pelas intervenções do senhor da Quinta da Coelha, que quase já só merece a atenção da CMTV e mesmo assim fora do prime time.

Notas Soltas – junho/2018

  por estatuadesal

(Carlos Esperança, 02/07/2018)

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Carlos Esperança

Itália – A posse do primeiro-ministro de compromisso, inexperiente e com referências académicas falsas, entregou o poder aos dois vice-presidentes, um do partido populista, outro de extrema-direita. Talvez o poder impeça o pior, de que ambos são capazes.

Espanha – Pedro Sánchez tornou-se PM, numa cerimónia presidida pelo rei Felipe VI, e dispensou a Bíblia e o crucifixo, gesto inédito em 40 anos de Estado laico. Foi um ato de respeito pela laicidade, símbolo republicano e democrático.

Brasil – A paralisação do país com veículos pesados, injustamente designada por greve dos camionistas, foi uma provocação dos proprietários que, com descarado impudor, apelaram à restauração da ditadura militar.

Ucrânia – O Estado simula o assassinato de um espião e acusa o suspeito do costume, a Rússia. Esta desmente, a UE solidariza-se contra a Rússia, e o presidente declara que foi genial o embuste. O PR aldrabão é perdoado e a UE engole a humilhação.

Marques Mendes – O Conselheiro de Estado, comentador avençado, faz a síntese entre os interesses do PSD e a vontade de Belém, num equilíbrio difícil em que o adversário, além do Governo, é Rui Rio, detestado por Passos Coelho e sem a simpatia de Marcelo.

Comunicação Social – A comparação do Governo de Espanha com o português, sendo o PSOE muito mais frágil do que o PS, é a esperança da direita portuguesa para, após a eventual queda, se for rápida, criar o alento que lhe falta.

Cimeira de G7 – O homem capaz de destruir o mundo com o dedo no botão nuclear, e não é único, conseguiu arruinar a confiança entre os Estados Unidos e a Europa, quando removeu, com um tweet, o apoio ao acordo final da cimeira de G7, no Canadá.

Paulo Pedroso – O ex-governante e deputado, preso com a TV a filmar a afronta à AR, não foi julgado. Não havia provas. O Tribunal Europeu (TEDH) criticou a decisão do juiz e condenou o Estado Português, mas não há reparação possível para a humilhação.

Lula da Silva – O candidato brasileiro, preso por um juiz militante partidário, impedido de vencer as eleições presidenciais, viu a Justiça vetar-lhe a visita do assessor do Papa, um choque para os defensores dos direitos humanos e religiosos.

EUA – Enganam-se os que pensam que Trump, por insuficiência ética e política, estará condenado a fracassar. Enquanto dominar o meio de pagamento internacional, o US$, e dispuser de hegemonia militar, o mais imbecil PR os EUA, tem as vitórias asseguradas.

União Europeia – A ausência da integração económica, social e política, conduziu-a à irrelevância e abriu caminho ao despertar da extrema-direita, enquanto a tenaz Rússia / EUA a coloca à mercê de forças que querem redesenhar fronteiras e arruinar o euro.

Argentina – O Parlamento aprovou finalmente, por parca maioria, a IVG, depois de as ruas lhe terem conferido ampla aceitação. Falta agora a confirmação do Senado no país que impedia a autodeterminação sexual da mulher e o seu direito à saúde reprodutiva.

Cimeira de Singapura – A reunião de dois líderes que desprezam os direitos humanos, foi um espetáculo sem conteúdo, com Trump a encenar a vitória, a desnuclearização da península coreana a manter-se improvável e a China, ausente, a aguardar dividendos.

Donald Trump – A sedução por Kim é coerente com a que nutre por Putin, Erdogan, Viktor Orbán ou Duterte, e à simpatia revelada por Le Pen e todos os racistas europeus, enquanto hostiliza as democracias da UE e do vizinho Canadá, velhos e fiáveis aliados.

Espanha_2 – O novo governo, com um elenco de maioria feminina e assaz competente, montou a maior operação humanitária de sempre para acolher refugiados rejeitados, e trasladará os ossos de Franco para converter o Vale dos Caídos em museu da memória.

Turquia – O Governo usa as prerrogativas do estado de emergência para encarcerar os opositores, encerrar associações e silenciar a imprensa, na crescente deriva autoritária onde bastam denúncias de vizinhos para conduzir à prisão os adversários de Erdogan.

Imigração – O exemplo mais indigno vem do presidente dos EUA, inculto e amoral, ao separar crianças dos pais, muitas já sem paradeiro conhecido, transformando os infelizes em órfãos da Casa Branca. A vileza e a insensibilidade estão à altura do autor.

Hungria – A criminalização de qualquer ajuda a imigrantes ou refugiados foi a última medida de um governo de extrema-direita, que punirá com prisão a mais leve ajuda de natureza humanista, numa provocação à cultura e civilização europeias.

PSD – O grupo parlamentar, de Relvas, Marco António e Passos Coelho, é oposição ao Governo a reboque do CDS, e a Rui Rio, eleito pelos militantes, por vontade própria. O líder, insuspeito de corrupção, é a ameaça que muitos temem.

Arábia Saudita – A autorização às mulheres para conduzirem automóveis e acederem a estádios de futebol representa um perigo para o Islão. Qualquer dia é interdito lapidá-las ou, simplesmente, chicoteá-las, e os homens serão impedidos de as comprar aos pais.

Javier Solana – O distinto diplomata e político, ex-secretário-geral da Nato (1995/99) e Alto Representante da Política Externa e Segurança da UE (1999/2009) foi impedido de entrar nos EUA, por causa das novas regras de imigração da administração Trump.

Santana Lopes – O ex-PM, que Passos Coelho quis ver na liderança do PSD, pretende fundar um novo partido. O Governo sentirá a falta deles para manter a coesão do apoio parlamentar que o sustenta, de que qualquer deles era uma sólida garantia.

António Vitorino – A eleição do diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações, lugar tradicional de um norte-americano é, sobretudo, uma vitória pessoal, mas é também um triunfo do País, da sua diplomacia e do Governo.

A nação de Obrador

  por estatuadesal

(Daniel Oliveira, in Expresso Diário, 02/07/2018)

Daniel

Daniel Oliveira

A história nunca pára. Quando a vaga esquerdista na América Latina parecia ter sido irremediavelmente derrotada, o México elegeu o primeiro Presidente de esquerda em 90 anos.

E este é o momento para encher isto de adversativas. Andrés Manuel López Obrador, mais conhecido pelas iniciais do seu nome AMLO, formou-se politicamente no PRI (Partido Revolucionário Institucional) e o seu nacionalismo de esquerda tem no seu código genético a cultura do autoritarismo patriótico “priísta”. Foi líder e da candidato do PRD (em 2006 e 2012, tendo sido derrotado na primeira através de uma fraude eleitoral), um partido de centro-esquerda que não hesitou em aliar-se ao PAN (de direita) nestas presidenciais. Obrador não vem dos movimentos socialistas nem tem uma formação ideológica sólida. AMLO fundou o Movimento de Regeneração Nacional (Morena) há apenas três anos. O partido não tem implantação nacional e isso obrigou-o a alianças inesperadas e até chocantes, como a que celebrou com o Encontro Nacional, um movimento evangélico reacionário.

Obrador tem um discurso popular e social, tendo sido o único candidato a mostrar preocupação séria com a desigualdade e a pobreza no país e a ser claramente critico do modelo neoliberal. É um defensor do controlo público dos sectores fundamentais da economia, sobretudo o petróleo, a água e o sector elétrico, privatizado pelo Presidente Peña Nieto. Propõe uma política agrícola dirigida aos pequenos produtores rurais e às comunidades indígenas, devolvendo ao México a sua soberania agroalimentar. Tem um discurso fortemente patriótico que seguramente entrará em choque com a retórica xenófoba de humilhação sistemática de Donald Trump. É um critico da militarização do combate ao narcotráfico, que pouco ou nada fez contra o narcotráfico e tem feito tudo pela violência no país. Tem até defendido amnistias para recuperar a paz.

Nada do seu discurso radical o impediu de chegar a acordos com o sector empresarial e financeiro. Isso, a aliança com sectores da Igreja evangélica e até com políticos do PRI impediram uma nova fraude eleitoral. Obrador é um populista (no sentido mais rigoroso do termo), mas um pragmático. Qualquer comparação com Hugo Chávez é fruto de ignorância. Aplicou, na Cidade do México que governou, uma política de austeridade e contenção da despesa que mereceu grandes elogios das agências de notação.

Se tivermos de caracterizar López Obrador, temos de o comparar, com as devidas adaptações ao tempo e à realidade nacional, a Getúlio Vargas, Juan Domingo Perón ou Lázaro Cardenas (que governou o México entre 1934 e 1940, apoiando os republicanos espanhóis e cujo filho fundou o PRD). Um populismo nacionalista de esquerda. Que, curiosamente, consegue manter, na medida do possível, uma relação apaziguadora com uma boa parte da elite económica mexicana.

As contradições de López Obrador, assim como as contradições de Perón, Getúlio Vargas ou Cardenas, são as contradições políticas da América Latina. Mas os quatro pilares do seu discurso – intervencionismo económico do Estado, protecionismo económico, combate à corrupção e políticas sociais – serão uma tendência cada vez maior à esquerda e não apenas na América Latina.

Não me cabe, neste texto, explorar as virtudes do nacionalismo de esquerda perante uma globalização desregulada e as suas contradições perante o crescimento de sentimentos xenófobos.

Apenas sublinho que Obrador é mais uma prova de uma falácia: a de que há uma incompatibilidade entre a esquerda e a nação. Pelo contrário, a nação da revolução francesa ou da América Latina do início do século XIX, fortemente ligada à cidadania, à democracia e à recusa do imperialismo, é geneticamente de esquerda.

Também Obrador, com todas as suas contradições, é fruto de uma crítica de esquerda ao que foram décadas de subordinação, corrupção e miséria impostas por políticas neoliberais que levaram o México ao caos. Obrador não é apenas o fim de um regime no México, é sinal de um tempo.

A Madonna quer um parque de estacionamento? Arranjem-lhe antes um visto Gold!

Novo artigo em Aventar

por João Mendes

Fotografia: Paulo Spranger/Global Notícias@Diário de Notícias

Parece que todos os partidos políticos, com excepção do PS, claro, estão muito indignados com a atribuição de uma espécie de parque de estacionamento no centro de Lisboa, a preço de saldo, à investidora estrangeira Madonna. Algo que, tanto quanto pude apurar, não é propriamente um exclusivo desenvolvido a pensar na Material Girl.

Não conheço os contornos do caso, pelo que me absterei de tomar uma posição, não obstante ser contra qualquer tipo de borla injustificada para elites e quejandos. Passei por aqui apenas para confirmar se o CDS e o PSD que se indignaram com este caso são os mesmos que criaram os vistos Gold para que uma série de mafiosos chineses, russos e afins pudessem adquirir nacionalidade portuguesa em regime de liquidação total. Não são, pois não?

Primeiro entranha-se e depois estranha-se: o preconceito

2 jul 2018 17:49

Urbanista

Opinião

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A opinião de

Paula Cordeiro

Paula Cordeiro

Aviso à navegação: somos todos preconceituosos. Em relação aos grandes, e aos pequenos temas da vida, há sempre uma pequena fracção do nosso pensamento baseado num julgamento prévio, muitas vezes irracional, completamente incontrolável e subliminar.

Várias pesquisas científicas revelam que são as emoções que controlam a nossa percepção em relação ao outro e a certos grupos sociais, reforçando estereótipos. Um desses estudos explica que não está errado ter um pensamento negativo ou, mesmo, um sentimento preconceituoso porque, o que importa, são os comportamentos. Concordo. São os comportamentos de devemos melhorar e, quem sabe, mudar.

Do ponto de vista social, tendemos a apreciar as pessoas pelo seu aspecto catalogando-as imediatamente. A chamada primeira impressão é muito mais do que isso... Fazemos o mesmo com a música, criando associações entre a música que ouvimos, e gostamos, e o tipo de pessoa que podemos ser.

Preconceito #1: diz-me o que ouves, dir-te-ei quem és

#QuemNunca? Também eu já fui vítima desta percepção quase certa de que a música nos define. Pode definir mas não chega para dizer quem somos. Por outro lado, assumo o meu próprio preconceito em relação à música e suas associações. Também assumo que esse mesmo preconceito foi posto em causa, no fim de semana que passou, no show de Anitta, no Rock in Rio (RiR).

Preconceito #2: nem tudo o que parece é.

O Rock in Rio não é um festival de música mas isso não quer dizer que não nos surpreenda. Parece uma festa mas é um festival. Quer ser um festival mas é, na verdade, uma festa multi-marca. Será?

Preconceito#3: no Rock in Rio as pessoas vêm ver-se. E ser vistas.

Porque não vão pela música, a importância dada às fotografias, a quantidade de fotografias por hashtag e as poses por metro quadrado provam que, se calhar, esta afirmação não corresponde a nenhum preconceito... Ou será o maior dos preconceitos, julgar o outro por aquilo que lhe apetece fazer?
Todos sabemos - e aceitamos - uma certa definição resultante da roupa que usamos, os amigos que escolhemos e a música que escutamos. Contudo, uma pesquisa da Universidade de Cambridge revela que há diferenças entre julgar um livro pela sua capa ou um indivíduo pela sua biblioteca musical, demonstrando que boa parte dos estereótipos associados aos estilos musicais não são, necessariamente, verdadeiros, ainda que sejam uma afirmação da personalidade e identidade pessoal. Talvez por isso queiramos, muitas vezes, estar associados a géneros e estilos musicais mais eruditos ou alternativos, rejeitando os mais popularuchos, as músicas pop que tocam incessantemente na rádio e cuja métrica do refrão existe para martelar no ouvido. Mas, depois, soltamos a franga e cantamos esse mesmo refrão em uníssono num concerto. Estranho? Não. É um misto da força do colectivo e do nosso, afinal, pseudo-preconceito.

Há quem adopte uma forma mais refinada de preconceito, de quem não quer, sequer, conhecer uma música ou artista, porque considera que a sua imagem, e os poucos acordes que conhece, não encaixam nos seus padrões de exigência, numa postura e atitude contra os sucessos que tornam a maior parte das canções uma mera repetição umas das outras, estilos musicais importados que fazem sucessos temporários, transformando kizomba ou reggaeton em cenas de um determinado momento.

Confesso: foi assim que começou a minha relação com Anitta, repudiando-a por achar tratar-se de mais um exemplo de música a metro, esquecendo-me que, também a música a metro, pode ter uma mensagem. Para além do que ouvia na rádio, não conhecia mais nada. Nem me interessava.

Fui ao Rock in Rio 2018 um pouco contrariada. O evento é, para mim, excessivo. Milhares de pessoas em simultâneo num encontro que se assume mais como uma festa do que um festival de música, juntando nomes altamente improváveis no mesmo cartaz e piscando o olho às famílias, com artistas muito child friendly. Nada contra, mas prefiro não ir. No entanto, por ser #childfriendly, lá fui, acompanhada da minha #lovelyrita para me surpreender com o espectáculo altamente profissional de Anitta.

Musicalmente falando, gostei mais da performance da batida contagiante nos intervalos para mudança de roupa do que da própria Anitta (fui só eu a notar ou houve mesmo lip sync?...) mas tenho de reconhecer que foi diva, em bom, conquistando-me quando cantou o refrão da nossa Blaya. Ficou-lhe bem. Para além disso, trouxe ao RiR um espectáculo de alto nível, e uma mensagem de integração e diversidade. As bailarinas plus size entraram, rebolaram e dividiram as atenções em palco, provando que, apesar de ser altamente sexualizada, a música desta cantora tem algo mais, usando essa sexualização como um atractivo para nos fazer perceber que somos preconceituosos e que não aceitamos, verdadeiramente, a diversidade. Anitta tem pinta e tudo no sítio, sem ser uma Barbie plastificada, fazendo-se acompanhar de uma equipa maravilhosa de pessoas que nos representam a todos.

2 - 1.

Ganhou Anitta e o Rock in Rio porque, afinal, uma festarola com música pelo meio também pode colocar o dedo na ferida e mostrar que há mais na música do que simplesmente um rebolar. Só o preconceito número 3, do excesso de pseudo qualquer coisa se mantém, numa tentativa falhada de imitar o Coachella, com muitas raparigas produzidas ao estilo boho chicmas sem o chic que o deserto da Califórnia, apesar do pó, consegue ter. Coachella é conhecido pelo seu cartaz e, paralelamente, o glamour das superstars que desfilam, inspirando o comum dos mortais a um outfit mais elaborado, alternativo e, sobretudo, inventivo, já conhecido nos sites de redes sociais como #coachellastyle. O nosso estilo é giro mas não chega aos calcanhares de Coachella porque somos naturalmente tímidos e reservados, com looks pouco arrojados, mesmo quando pegamos nas trends que têm passado por todas as redes sociais e que também não ficaram de fora do Rock in Rio: o brezzy white dress fica sempre bem, especialmente para quem se limita à zona VIP porque, fora dela, o white misturado com a poeira não resulta. Gosto dos calções com botins e não consigo entender as sandálias com tiras, especialmente as que deixam os dedos todos - mesmo todos - de fora. No final da festa aquilo só pode ser um misto de sujidade e pisadelas. Caso para dizer #sonotcool. Também vi umas misturas entre as trends de verão e o que sobrou do inverno, com muito preto, redes e os smocked tops, em alguns casos combinados com os calções de ganga de cintura subida. Das #momjeans aos #momshorts só passou um verão que intercalou o RiR. No final do dia a variedade de pessoas é tão grande que as giraças a fazerem-se à foto para o Instagram destoam entre a multidão que foi para um show de poderosas que, por sua vez, deitou por terra qualquer ideia (errada) que eu ainda pudesse ter sobre o impacto que uma (muito) boa ideia pode ter. E Anitta, melhor do que ninguém, sabe conjugar as tendências sociais com velhas técnicas de marketing, embrulhando-as com um jogo de cintura que produz um espectáculo que a catapultou para o estrelato internacional. Chapeau!