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sábado, 21 de julho de 2018

A direita rancorosa não vai de férias_2

  por estatuadesal

(Carlos Esperança, in mural do Facebook, 21/07/2018)

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Como se pode verificar, os indefetíveis guardiões da direita trauliteira surgiram neste local bem frequentado, para destilar a raiva que os domina e bolçar imprecações. Não foram de férias, ficaram de turno.

Não serei mais isento do que eles, mas não vou aos antros de onde saem para defender as ideias que os perturbam, as verdades que os ofendem e o passado que os envergonha.

A democracia é feita do confronto de ideias, do exercício da cidadania e da opção entre modelos políticos, e não é com pessoas que fecham as suas caixas de comentários, que temem o pluralismo e sentem a nostalgia da ditadura e do império, que se dialoga.

Só aprendeu a amar a liberdade quem sente a necessidade de a defender. A longa noite fascista, povoada de medos e torturas, com perseguições e censura, é a vacina da minha geração. Não esquecemos os que lutaram contra a opressão, os que morreram na prisão e no degredo, os que resistiram à tortura e ao ostracismo, os que emigraram para fugir à fome, os assassinados pela Pide e os que a ditadura sacrificou na guerra colonial, que a loucura fascista prolongou até à derrota.

Os visitantes que aqui vieram a espumar de raiva e a insultar, são filhos dos cúmplices da ditadura, nostálgicos do salazarismo ou da pífia encarnação cavaquista, ressentidos com a liberdade que uma madrugada de Abril trouxe ao povo português.

Se os insultos à democracia servem de catarse, é mais um serviço que este mural presta, deixando-os vociferar contra os democratas, a eles que, se pudessem, não permitiam ser contrariados.

Talvez ignorem que o abutre de Santa Comba deixou um país arcaico, com elevadíssima taxa de mortalidade infantil e materno-fetal, campeão do analfabetismo, onde nem os funcionários públicos tinham direito a qualquer assistência médica ou medicamentosa, com a esperança de vida dos portugueses cerca de vinte anos menor do que a atual.

Os defensores desta direita que confiscou o PSD e o CDS não imaginam como eram os seus fundadores e não distinguem Cavaco e Santana Lopes, de Sá Carneiro e Magalhães Mota ou Paulo Portas e Assunção Cristas, de Freitas do Amaral e Amaro da Costa, com outra dimensão ética e cultural, com o sentido de Estado que faltou aos sucessores.

Na discussão, mostram que é parca a cultura política e nula a formação cívica. Talvez a sua passagem por este mural recupere alguns cujo ressentimento é fruto da ignorância e do ninho de vespas da madraça juvenil onde se formaram.

Aqui todos são bem-vindos, desde que a linguagem seja urbana, ainda que o coeficiente cívico seja o que exibem.

Israel: um novo Estado racista

  por estatuadesal

(José Pacheco Pereira, in Público, 21/07/2018)

JPP

Pacheco Pereira

Sempre fui amigo de Israel e não só pelas razões que vêm do Holocausto. Era também por outras razões, desde aquelas a que, no tempo da fundação do Estado de Israel, o seu primeiro amigo, a URSS, e o Avante! eram pró-israelitas contra “as monarquias feudais árabes”, até aos eventos mais recentes que colocavam uma pequena democracia armada no meio de inimigos governados por ditaduras, umas mais cruéis do que as outras, mas nenhuma recomendável.

Havia muita coisa que era genética no Estado de Israel, fundado por sionistas que eram na sua maioria socialistas, e que tinham ideias utópicas sobre a sociedade, construíram os kibutz no meio dos desertos, e os políticos não usavam gravatas, eram muitas vezes mulheres de força num oceano de homens por todo o lado, Europa e Oriente, e havia uma pulsão igualitária pouco comum. E era um país eficaz pela necessidade absoluta de estar rodeado de inimigos, ia apanhar nazis na América Latina e julgava-os, tinha os melhores serviços de informação, e um exército de cidadãos comandado pelo mérito que os promovia a oficiais.

Claro que Israel tinha também lados negros igualmente genéticos. Para se constituir como Estado expulsara, com a colaboração de muitos dirigentes árabes que lhe fizeram o jogo criando uma situação de alarme, uma parte da população que vivia em cidades como Jaffa, violou até hoje os termos reconhecidos pela comunidade internacional das suas fronteiras com a instalação de colonatos, tinha no seu seio comunidades judaicas tão fundamentalistas como os seus vizinhos muçulmanos, e, nos últimos anos, recorreu a métodos de terrorismo de Estado em várias terras vizinhas a começar por Gaza. Com a direita no poder e Benjamim Netanyahu tudo se agravou e já estão longe as perspectivas de paz assentes na solução dos dois Estados, que estiveram quase a ser consagradas no tempo de Yasser Arafat. Agora não foi sequer a gota de água, foi uma torrente que se abriu com a nova lei da nacionalidade que institui na prática uma situação de apartheid e de racismo.

Quando se pergunta de onde vem o súbito agravamento da situação internacional em vários focos, no Irão, na Coreia do Norte, no Médio Oriente, a resposta é Trump. Não é o único, mas é o principal. Foi ele que deu carta-branca à monarquia absolutista saudita e a Benjamim Netanyahu, e no dia seguinte, ainda o avião presidencial americano voava de regresso, a Arábia Saudita agravou as hostilidades no Iémen, e voltou-se contra o Qatar, e, em Israel, iniciou-se a mais inútil das escaladas com a deslocação da embaixada americana para Jerusalém em desprezo do direito internacional, e o Exército israelita começou a atirar a matar contra manifestantes em Gaza. Duas cartas-brancas e dois conflitos que imediatamente se agravaram, com Trump a colocar-se do lado sunita de uma velha guerra religiosa e geopolítica contra os xiitas, e a bater palmadinhas nas costas do seu “querido Bibi”, envolvido ele e a sua família em escândalos de dinheiros e benefícios próprios.

Como é óbvio, o “querido Bibi” acossado pela Justiça empurrou a actual legislação racista que acaba com os últimos traços de um Estado de Israel que pertencia a judeus e árabes, assente na “completa igualdade de direitos políticos e sociais (...) para todos os seus habitantes”, independentemente de religião, raça e sexo, como se lia na Declaração de Independência de 1948.

Agora, passa a haver uma situação que institucionaliza o estatuto de cidadãos de segunda, aos árabes israelitas, muitos dos quais, aliás, são cristãos, retirou o árabe de língua oficial de Israel e tornou Israel uma variante de Estado mais parecido com a teocracia iraniana.

Israel era um pólo cosmopolita numa zona do mundo cada vez mais envolvida em ancestrais conflitos de religião e poder, agora tornou-se mais uma nação do Médio Oriente, mais parecida com os seus vizinhos na sua recusa da democracia e do primado da lei. Esta legislação é racista e num país como Israel implica uma nova forma de apartheid, mas é acima de tudo um golpe no que de melhor tinha Israel, que era ser uma democracia num mar de ditaduras. Mais um passo no caminho da crise mundial das democracias.

Resistam ou vão a caminho da servidão, moderna, tecnológica, “social”, branca, bruta e malévola.

Jorge Sampaio alerta para ameaças à liberdade de expressão nas sociedades democráticas

21/7/2018, 1:01

O antigo Presidente da República Jorge Sampaio defendeu que a liberdade de opinião e de expressão se encontram ameaçadas em algumas sociedades democráticas.

ANTÓNIO COTRIM/LUSA

Autor
  • Agência Lusa
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O antigo Presidente da República Jorge Sampaio defendeu esta sexta-feira que a liberdade de opinião e de expressão se encontram ameaçadas em algumas sociedades democráticas que se supunha estarem a salvo desses perigos.

“Não só a liberdade de opinião e de expressão se encontra ameaçada de várias formas e por diferentes vias no seio de algumas sociedades democráticas, que julgaríamos completamente imunes a tais perigos e desvios, como é a própria condição da afirmação desta liberdade fundamental que está ferida, dada a crescente incapacidade que sentimos de avaliar e garantir a qualidade da informação, a sua objetividade e a sua veracidade”, defendeu Jorge Sampaio.

O antigo Chefe de Estado intervinha durante a entrega dos Prémios Gulbenkian 2018, tendo presidido ao Prémio Calouste Gulbenkian, entregue à organização não-governamental internacional Article 19, de defesa do direito à liberdade de expressão.

“Para mim, toda a questão das chamadas ‘fake news’ [notícias falsas] é gravíssima, no contexto de vários e contraditórios pretensos ‘pós’: pós-verdade, pós-democracia, pós-história, por sua vez, associada à irrupção dos populismos”, afirmou Jorge Sampaio. Para o antigo Presidente, “esta perniciosa tendência emergente está a minar os fundamentos das democracias, tal como o caruncho que ataca a madeira e a vai corroendo por dentro”.

“A nossa era das sociedades da informação e do conhecimento, possibilitadas pelo uso generalizado dos equipamentos eletrónicos, das tecnologias da informação e do conhecimento, e da Internet, poderíamos ser levados a pensar que a evocação do artigo 19 se tornaria desnecessária ou mesmo obsoleta”, começou por afirmar Jorge Sampaio. Contudo, o antigo Presidente assinalou que, paradoxalmente, tem-se vindo a assistir, “ao invés, a uma verdadeira regressão nesta área crucial dos direitos humanos”.

O Prémio Calouste Gulbenkian de 2018 foi dedicado à liberdade de expressão e informação, sendo todos os anos eleito um tema prioritário para o galardão. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, entregou os prémios, numa cerimónia em que esteve presente mais um antigo chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, acompanhado pela mulher, Maria Cavaco Silva.

Donald Trump considera “possivelmente ilegal” gravação de conversa pelo advogado

HÁ 2 HORAS

O Presidente dos EUA considerou "inconcebível" que um advogado "grave um cliente", relativamente ao alegado registo de uma conversa sobre pagamentos a uma antiga modelo da Playboy.

MICHAEL REYNOLDS/EPA

Autor
  • Agência Lusa
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O Presidente dos EUA, Donald Trump, considerou ser “inconcebível que um advogado grave um cliente”, relativamente ao alegado registo de uma conversa por parte do advogado de Trump sobre pagamentos a uma antiga modelo da Playboy.

Na página de ‘Twitter’ do chefe de Estado norte-americano, Trump referiu ser “possivelmente ilegal” a alegada gravação que Michael Cohen, advogado do Presidente dos EUA, fez, antes das eleições presidenciais, em que ambos se referiram a pagamentos a uma ex-modelo da Playboy que dizia ter tido um caso com Donald Trump.

“É ainda mais inconcebível que um advogado grave um cliente”, considerou na mesma publicação na rede social.

O diário The New York Times, que divulgou a informação, cita advogados e outras fontes conhecedoras da gravação, apreendida pelo FBI durante uma busca ao escritório de Cohen, no âmbito da investigação pelo seu envolvimento no pagamento a mulheres com o objetivo de silenciar notícias potencialmente prejudiciais para Trump antes das eleições de 2016.

A investigação criminal federal procura esclarecer se estes pagamentos violaram as leis de financiamento de campanhas eleitorais.

Durante a rusga do mês de abril o FBI confiscou vários documentos que revelavam uma transferência de 130.000 dólares (112.000 euros) do advogado de Trump para a atriz de filmes pornográficos Stormy Daniels.

No decurso destas buscas, e segundo referiu o The New York Times na ocasião, os agentes federais também detetaram documentos relacionados com duas outras mulheres, uma delas Kareb McDougal, ex-modelo da Playboy que afirmou ter mantido uma relação de um ano com Trump em 2006 e foi agora identificada como a mulher da gravação.

McDougal considerou ser o momento para vender a sua história e optou por conceder uma entrevista por 150.000 dólares (129.000 euros) ao tabloide National Enquirer, cujo diretor executivo, David J. Pecker, é amigo de Trump e decidiu não publicar qualquer informação.

O advogado pessoal de Trump, Rudolfo Giuliani, confirmou ao NYT que o Presidente fala na gravação — menos de dez minutos — com Cohen sobre o pagamento à mulher, mas frisou que o pagamento acabou por não se concretizar, sendo este documento “uma poderosa prova de desculpabilização”.

“Nada nesta conversa sugere que [Trump] teve qualquer conhecimento prévio sobre isto”, disse Giuliani, para acrescentar que Trump indicou a Cohen que se tivesse que efetuar um pagamento seria em cheque e não em dinheiro corrente.

Escola Oliveira Lopes a meio da viagem…

Na qualidade de dirigente da Associação dos Antigos Alunos da Escola Oliveira Lopes/Museu Escolar Oliveira Lopes agradeço as palavras que nos foram dirigidas, direta e publicamente, ontem pelo Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Válega, Jaime Duarte de Almeida, pelo Dr. João Borges e pelo Vice-presidente da Câmara Municipal de Ovar, Dr. Domingos Silva que enalteceram o relevante papel que tivemos na génese e temos tido no processo de requalificação da Escola Oliveira Lopes.

Agora há que concretizar plenamente a proposta de musealização/museografia da Escola Oliveira Lopes, que teve como proponente a Associação dos Antigos Alunos da Escola Oliveira Lopes/Museu Escolar Oliveira Lopes e que foi apresentada à CMO em 2011 e 2013, e que resultou de muito e apurado trabalho, que foi realizado entre 2010/11, entre a Associação dos Antigos Alunos da Escola Oliveira Lopes/Museu Escolar Oliveira Lopes e o Dr. João Borges.

Felicito também todos aqueles que, não obstante, não terem acreditado no nosso "sonho", mudaram de ideias, provando que são homens e mulheres inteligentes, pois como diz o Povo "só os burros não mudam de ideias".

Agradeço ainda as inúmeras mensagens que temos recebido de amigos e antigos alunos a felicitar também a Direção Associação dos Antigos Alunos da Escola Oliveira Lopes/Museu Escolar Oliveira Lopes por terem encetado uma luta incansável para que a escola não virasse um "mono" ou "pombal".

Dado que têm sido muitos os pedidos de pessoas que querem saber o conteúdo da proposta de Musealização da Escola Oliveira Lopes, prometemos que a daremos a conhecer em breve.

O espaço museológico deverá ser potenciado pela criação de uma parede de luz com quadros de lições de coisas na sala de aula, a criação de mini horta pedagógica/herbário com caixas no logradouro, construção de réplicas de mobiliário da sala de aula para que alunos visitantes possam experienciar, não danificando o espólio original, a criação de reservas visitáveis, a inclusão do parque infantil ‘misto’ (que integre para além dos tradicionais equipamentos, as chamadas brincadeiras e jogos de escola (por exemplo, macaca e tabuleiro de xadrez "gigante"), a criação de um áudio-guia, entre outros elementos, que constam da proposta de Musealização da Escola Oliveira Lopes apresentada à Câmara Municipal de Ovar em 2011 e em 2013”.

A requalificação da Escola Oliveira Lopes é uma obra que também é nossa, mas é, sobretudo, de Todos. Uma palavra de apreço a todos os que me acompanham na Direção da Associação dos Antigos Alunos da Escola Oliveira Lopes/Museu Escolar Oliveira Lopes. Obrigado pela vossa coragem. Ainda há muito trabalho pela frente, mas conseguimos chegar a meio da viagem. Fomos a causa, os grandes impulsionadores e, isso, é reconhecido e valorizado.

O mérito também é nosso... O mérito também é de Todos. Estamos gratos e sentimos que temos quase o sentido de dever, totalmente, cumprido. A Associação dos Antigos Alunos da Escola Oliveira Lopes/Museu Escolar Oliveira Lopes são grandes e continuarão a sê-lo. Que não haja quaisquer dúvidas em relação a isso.

Parabéns à Câmara Municipal de Ovar, em particular ao Presidente Salvador Malheiro, porque foi ousado, aceitando o nosso desafio, ao Povo de Válega, à Junta de Freguesia de Válega, ao meu "mestre", professor Joaquim de Almeida e Pinho e ao grande João Borges (em boa hora o conhecemos).

Aguardamos com a expetativa o regresso à Escola Oliveira Lopes da Associação dos Antigos Alunos da Escola Oliveira Lopes/Museu Escolar Oliveira Lopes, a nossa sede e local onde tudo começou...

Fizemos História. Vamos continuar a fazê-la. Podem continuar a contar connosco.

Valeu a Pena! Vox Populi, Vox Dei.

A Direção.

Augusto Pinho